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História Tira esse fone Jisung! - Flores


Escrita por: Starco

Notas do Autor


OOOOOOOOOI *desvia de facas*
Não me matem meus amores, eu nunca vou abandonar essa fic tá? Mesmo que eu demore anos kjdfhksjdfskjhdf
Acontece que eu tava mesmo fazendo aquelas prova e blá blá blá ALELUIA terminou e eu consegui finalizar tudo bonitinho o capítulo. O bloqueio tava foda também. Mas chega de falar disso.

JÁ É O CAPÍTULO 10. Gente do céu, eu pensei que ia ser menos mas vai ser muito capítulo hein. Tem muita coisa ainda, as coisas estão começando a caminhar pro lado certo rsrsrs. Atentos ás tags hein.

Quero agradecer a esse tanto de favoritos e comentários, vocês são uns anjos, amo vocês demais szsz
Excesso de fofura e Reno/NoRen nesse capítulo. Flashback inteiro e essa é só a primeira parte. Por que se eu juntasse as duas ia ficar meio estranho, então separei mesmo.

Divirtam-se s2

Capítulo 10 - Flores


Fanfic / Fanfiction Tira esse fone Jisung! - Flores

 

Os dois garotos andavam pelas calçadas naquela manhã nublada, carregando uma tensão nas costas de ambos. O sol não queria aparecer, a cenografia de um ato de drama estava composta, só faltavam chegar naquela cafeteria. Onde Renjun poderia largar de vez aquela máscara e supurar seu coração para alguém que poderia ter uma visão diferente de tudo.

 

A verdade era que até mesmo de seus melhores amigos escondeu os fatos, guardando e se machucando ainda mais, abrindo aquela ferida que já seria bem difícil de curar com ajuda de alguém. Mas ele era tão teimoso que deixou toda a filosofia de bem-estar para exercer tarefas mais importantes.

 

Ele nunca foi falso. Quando estava feliz, estava de verdade. Quando brincou junto de Donghyuck e Chenle, brincou espontaneamente. Mas omitiu aquilo que devia ter se cicatrizado.

 

Renjun andava a passos largos na frente enquanto um Jaemin pensativo tentava seguir ao outro, não compreendendo aquelas ações repentinas. Sentia que era importante seguir o amigo, afinal, ele intimou-o a isso.

 

Logo, ambos chegaram naquele estabelecimento aconchegante, com o cheiro de café e de chuva, mesmo que não estivesse chovendo. O clima quentinho e ao mesmo tempo refrescante era muito convidativo para uma conversa longa e séria, a qual Renjun buscava ter com Jaemin.

 

O ruivo escolheu o lugar mais afastado da entrada, em um canto onde quem quer que entrasse não o veria rapidamente, logo não precisaria se preocupar em arrumar desculpas por qualquer coisa que pudesse haver.

 

Sentou-se no estofado e pediu para que Jaemin sentasse no que estava do outro lado da mesa, de frente para si. Passou-se um bom tempo sem nenhum diálogo entre os amigos, com a presença de um clima pesado e difícil de lidar mesmo com aquela atmosfera.

 

- Então... –Jaemin começou, mordendo o lábio inferior pensando em algo para dizer. –Me desculpe por-

 

- Não, não se desculpe. Você ainda não sabe de nada para se desculpar. –Renjun interrompeu enquanto encarava a caixinha de guardanapos da mesa, batucando um dedo repetidamente na superfície de madeira. Suspirou fundo, pensando em como começar.

 

- Se você não se sentir seguro não precisa contar...

 

- Eu preciso contar. –Desviou o olhar da caixinha para Jaemin, soltando um suspiro longo, endireitando-se no assento. –Você é a primeira pessoa que vou contar, então não se surpreenda se eu fizer algo estranho no processo.

 

Jaemin engoliu em seco, acenando positivamente com a cabeça. Repousou as mãos na mesa, esperando pacientemente aquela história que estava agoniado para descobrir.

 

 

-Flashback-

 

 

Renjun sempre foi muito calado. Desde sua infância nunca teve muitos amigos, nem saía muito para brincar no parquinho. Quando ia, ficava no balanço, pra lá e pra cá, com movimentos solitários. Não era de todo ruim... Mas um amiguinho fazia muita falta.

 

Ele não queria um amiguinho qualquer. Renjun queria um amigo top. Daqueles que paga sorvete, te leva para a casa deles que tem uma piscinona e dá pra ficar o dia todo nela de graça sem ninguém encher o saco. Um amigo que te defende de tudo e todos, só pra te ver feliz. Era o maior sonho de Renjun nessa época.

 

Nesse dia, lá estava ele naquele balanço, depois que seus pais foram trabalhar. Renjun ficava sempre sozinho, mas seus pais confiavam nele por ser responsável, mesmo tão novinho, com seus sete anos. Ficava as vezes com uma senhora, vizinha deles, mas nunca gostou daquela velha. Ela sempre o fazia ficar desconfortável, com aquelas unhas fortemente pintadas, sempre naquele tom de rosa fluorescente. Com a gordura viscosa do frango frito em suas mãos, falava de boca cheia e balançava pra lá e pra cá como um pêndulo de relógio suas pelancas e banhas.

 

Decidiu então dizer que iria ao parquinho o mais rápido possível, antes que aquelas mãos voassem em sua bochecha. Estava com umas roupas simples e velhas, já que só ficaria no balanço e nada mais que isso. Afinal ninguém o enxergava ali, a maioria eram crianças menores que si brincando na areia, então não se importou de vestir algo muito bom.

 

Entretanto, Renjun sentia muita dor em seu dente. Ele estava mole e aquilo o incomodava demais. Outros dentinhos seus haviam caído mais rápido, mas esse não queria largar de sua gengiva. Balançava ele para frente e para trás, porém mesmo assim ele só doía e não caía de vez.

 

Decidiu tentar ignorar aquela dor e sentar no balanço. Não havia muitas crianças por ali. Algumas conhecidas de vista, outras desconhecidas, mas nada que lhe chamasse a atenção. Como sempre.

 

Balançou-se para frente e para trás, olhando para o céu. Fechou os olhos tentando conectar-se com o mundo imaginário. Ah... Ali era tão bom. Ali ele podia comer tanto sorvete e não engordar nada, podia correr que nem o Flash, podia escalar montanha ou até mesmo reduzi-las a pó. Podia ser mais inteligente que aquele menino exibido de sua sala que sempre se gabava por suas estrelinhas ganhadas da professora, podia roubar todas as estrelas e ser enfim notado.

 

Pulava de nuvem em nuvem, de galho em galho, de poça em poça. Voava com suas asas de algodão doce pela chuva de bolinhos de chuvas. Chuva de bolinhos de chuva era sua favorita, pegava com a boca no ar cada bolinho, tão quentinhos e tão saborosos quanto os feitos por sua vó.

 

Incrivelmente, tudo isso pareceu tão real quanto sentiu farelos em sua boca, mas a dor no seu dente e no resto de sua face não deixou que o enganasse. Sentiu uma tontura e percebeu que não estava mais em cima do balanço. Escutou risadas próximas de si e abriu os olhos, atônito, virando-se para cima.

 

-É gostosa a areia? –Um menino gorducho, pelo menos uns 20 cm maior que Renjun ria, com saliva escorrendo pelo canto da boca e catarro pelo nariz. Fungou e limpou o nariz com a costa da mão, limpando na roupa em seguida. –Olha como tá o dente dele! –Apontou para que os outros pudessem ver.

 

Renjun sentiu o gosto metálico em sua boca, passando a mão na mesma e vendo que provavelmente toda a sua boca devia estar vermelha, de tanto que os outros garotos riam. Levantou-se do chão, tentando limpar sua roupa, mas caiu novamente com um empurrão.

 

- Não disse pra levantar! Dente torto! –Aquele mesmo garoto apontava o dedo na cara de Renjun, junto de um coro repetitivo que zombavam a plenos pulmões “Dentinho! Dente torto!”. Cutucou com o pé o corpo no chão, tentando chamar a atenção do menor. –Ei fracote, olha pra mim!

 

Renjun sentia seus olhos arderem. Ninguém havia mexido com ele naquele parquinho, nem notado sua presença desde então e ali era um dos únicos lugares que podia se divertir, mesmo que pouco. Não acreditava que aquilo estava acontecendo consigo.

 

Eles continuaram ali por longos minutos, alguns até mesmo chutaram-no com a intenção de machucar, mas Renjun permaneceu na mesma posição. Se tentasse se mexer, com certeza iriam continuar aquilo e tudo iria recomeçar e nunca mais parar. Quando sentiu uma brisa gelada em si e mais nenhum calor humano, virou-se de barriga pra cima, grunhindo de dor.

 

Estava todo sujo, tanto de areia como com o sangue em sua boca. Sentou-se com cuidado, sentindo dores por todo seu corpo, e soltou um soluço de sua garganta, liberando um choro alto. “Para de chorar! Você vai chamar atenção seu bobão!” ele gritava interiormente, mas nada cessava as lágrimas da dor que ele sentia. Bom, ele pensava que não.

 

-V-você está bem? O que aconteceu? –Escutou uma voz baixinha perto de si e com muito medo abriu os olhos, colocando os braços em sua frente. –Não vou te machucar. Eu prometo!

 

Depois de ouvir aquelas palavras, com muito receio abaixou os braços, vendo um menino tão magrelo quanto si mesmo. Tinha cabelos negros e olhos engraçados, como se fossem sorrir ou algo assim. E comprovou isso quando o mesmo sorriu, vendo Renjun ceder, quase fechando os olhos sorrindo.

 

- Meu nome é Lee Jeno. –Estendeu a mãozinha para o outro que ainda olhava-o confuso. –Mamãe me deixou vir ao parque depois de tanto pedir... E só vi você aqui.

 

-A-ah... –Murmurou, sentindo dor na gengiva e consequentemente fazendo uma cara de dor que não passou despercebida pelo outro. Sacudiu a cabeça tentando ignorar e sorriu de lado, recebendo uma risada de Jeno. –E-ei!

 

-Me d-desculpe... É que você tá engraçado! –Apertou a mão de Renjun ainda tampando a boca pelos risos, recebendo um olhar emburrado. Puxou o mal encarado para levantar-se, ajudando-o a se firmar. –Você precisa limpar sua boca...

 

-Não está tão mal... Está? –Murmurou ignorando a dor, olhando pro outro que percebeu ser um pouco maior que si.

 

-Está. –Afirmou, desviando de um tapa do outro enquanto ria novamente. Pegou na mão deste e puxou-o para fora do parquinho. –Vamos limpar isso e depois conversamos, tá?

 

Ainda atordoado, Renjun apenas acenou com a cabeça e seguiu o menino. Por que estava confiando nele? Nem sabia onde estavam indo! Vai que era um daqueles estranhos que sua mãe dizia ser perigoso e que ia sequestrá-lo pra sempre? Será que na verdade era um monstro disfarçado de criança? Um alien! Era um alien que veio para abduzi-lo e levá-lo para outro planeta e...

 

-Jeno meu filho, quem é seu- Ai meu Deus, o que aconteceu? –Uma mulher com uma aparência jovem olhava para o menino do lado de seu filho, com uma grande “janelinha” na boca, todo sujo.

 

-Ele caiu, né? –Jeno respondeu olhando para Renjun, que apenas acenou levemente, voltando a olhar para a mulher que havia se ajoelhado ao seu lado. Corou de vergonha por estar tão sujo. –Eu vi ele caído e quis ajudar mãe.

 

-Está doendo? –Perguntou a mulher enquanto olhava para a boca de Renjun, que novamente acenou com a cabeça. –Onde estão seus pais?

 

- ...T-trabalhando. –Respondeu depois de um tempo, vendo a mulher assentir triste. Levantou-se e chamou os dois meninos para segui-la.

 

Renjun sentia muito medo de estar seguindo estranhos, mas a mão quentinha na sua passava-lhe a segurança de que tudo ficaria bem.

 

 

~*~

 

 

-Pronto! Se sente melhor?

 

Já limpo de toda areia e sangue do dente recém-caído, Renjun acenava positivamente com a cabeça, conseguindo até sorrir, arrancando um riso da moça por causa da janelinha que tinha agora. Admitiu que sentiu muito medo quando começaram a limpar sua boca, mas sentia que iria dar tudo certo e deu. Lá estava Renjun novinho em folha – tirando o fato de não ter mais um dente na frente e o outro ter entortado pro lado.

 

Até mesmo limparam suas roupas. Agora usava uma muda de roupas que pertencia a Jeno, com as suas dentro de uma sacolinha que segurava.

 

-Que ótimo Renjunie! –Jeno exclamou, abraçando Renjun animado que retribuiu da mesma forma. A mãe de Jeno apenas observava os dois sorrindo, mas logo se lembrou de algo importante.

 

-Já está ficando tarde Renjun, seus pais já não chegaram? –Disse quando os dois meninos acalmaram os ânimos, recebendo um olhar espantado do amigo de seu filho.

 

-Sim! Ai, eles vão brigar comigo... –Murmurou manhoso, falando um pouco soprado pela falta do dente, colocando o rosto entre as mãozinhas. –Eu preciso ir!

 

-Aish, nãão... –Jeno resmungou, segurando Renjun forte num abraço. –Vamos adotá-lo mãe! –Renjun riu do garoto, sendo seguido pela mãe também, que apenas segurou na mão de Renjun e o puxou para a saída da casa.

 

-Vocês ainda vão se ver tá bom? Os pais dele devem estar preocupados Jeno. –Respondeu quando viu o biquinho do filho andando ao lado de ambos.

 

Os três foram em direção ao carro da mãe que logo tratou de assegurar os garotos no banco de trás com os cintos, seguindo as orientações de Renjun sobre onde era sua casa. Felizmente não era tão longe dali, e Jeno não pôde conter a felicidade de saber que podia visitar Renjun, seu novo amiguinho, e a felicidade era recíproca.

 

Finalmente Renjun tinha um amiguinho depois de tanto tempo. E sim, ele era um amiguinho que tinha a piscinona! Mal podia esperar para visitá-lo e mergulhar lá, brincar e se divertir até seus pulmões cansarem.

 

 

~*~

 

 

- Tem certeza que não quer que eu te acompanhe Renjunie? – Jeno encarava Renjun de dentro do carro, segurando seu pulso. Era o primeiro dia de aula do amigo na escola nova e não podia acompanhá-lo porque iria para a sua logo após. Mesmo que insistisse com sua mãe em entrar na mesma escola que o amigo, sabia que não poderia. – Não se meta em nada que-

 

- Calma Jeno, vai ficar tudo bem. –Riu da preocupação do outro, soltando o pulso do aperto do outro. Deu tchau para a mãe do amigo mas antes de abrir a porta e sair, deu um abraço apertado em Jeno. – Boa sorte, não perca seu tênis de novo!

 

Observando Jeno reclamar totalmente corado pelo abraço é que saiu do carro rindo, olhando para os portões do colégio tentando tirar coragem de algum lugar. Vai dar tudo certo, vai sim. Renjun pode entrar numa escola no 2º ano e ainda sim se sair bem.

 

Apertou as alças da mochila e andou calmamente em direção aos portões, vendo o mutirão de crianças esbarrando uma nas outras. Antes de entrar, olhou para o lado e viu um menino pequeno, aparentemente perdido, prestes a ser derrubado por outra criança. Não se sabe o que o motivou a impedir aquilo, mas quando viu já segurava o outro garoto pelo braço, impedindo-o de cair no chão.

 

- V-Você está bem? – Disse, enquanto o garoto se recuperava do tombo limpando as próprias roupas. Segurou a mochila e encarou Renjun com cara de paisagem por alguns minutos. – Olá?

 

- Ah... S-Sim, estou bem! – Falou após alguns segundos, com um sotaque estranho. Parecia não saber coreano direito. – Me desculpe!

 

- Tudo bem. – Sorriu pro garotinho que também sorria abertamente, agora arrumando a mochila nas costas. Ficaram olhando um pro outro até Renjun quebrar o silêncio novamente. – Qual seu nome?

 

- Zhong Chenle... Eu... Vim da China esse ano...  – Respondeu, pensando antes de falar cada palavra olhando para as mãos cobertas pelas luvas azuis. Renjun sentiu uma alegria enorme. A verdade era que Renjun é chinês, mas vivia na Coreia, portanto sabia ambos  idiomas ainda tão jovem. Ficou feliz que não seria o único chinês na sua nova escola. – Estou... Aprendendo ainda.

 

- Que legal! Eu também sou chinês. – Disse, vendo os olhinhos de Chenle brilharem e riu da expressão de felicidade do menino. – Posso te ajudar a estudar se quiser.

 

- Jura? Que legal! – Exclamou rápido em chinês e abraçou Renjun com força, fazendo-o levar um susto mas logo retribuiu, achando mais graça ainda. – Me desculpe! Eu me empolguei. – Separou-se de Renjun ainda sorrindo, não parecendo nem um pouco arrependido. – Será que vamos... Ficar na mesma sala?

 

- Hmm... Depende, você está em que ano? –Disseram enquanto entravam na escola, desviando das crianças barulhentas que agora eram poucas, visto que ficaram muito tempo conversando do lado de fora.

 

- No... 1º ano! E você?

 

- Estou entrando no segundo. –Sorriu com um sentimento novo dentro do peito. Finalmente era mais velho! Tá bom que Jeno era mais novo porém não tinha tanta diferença assim. – Você é meu dongsaeng.

 

- Dong... saeng? Ah, dongsaeng! –Riu quando finalmente entendeu a palavra. – E você é meu... Hyeon...H-Hyun..

 

- Hyung! Sou seu hyung.

 

- Hyung! Renjun hyung. Finalmente estou aprendendo direito, ás vezes não consigo falar nada. – Bufou soltando um grunhido manhoso que fez Renjun rir.

 

Ambos os garotos continuaram a andar pela escola, descobrindo que eram mais parecidos do que imaginavam. Que sorte teve Renjun de encontrar um amiguinho assim tão rápido, até mesmo era chinês! Contaria tudo para Jeno depois. Iriam para a diretoria pegar os horários quando veem uma grande movimentação na pracinha do colégio. Se entreolharam e num acenar mútuo correram junto com as outras crianças para o lugar.

 

- Bem-vindos novos colegas! Meu nome é Lee Donghyuck, mas pode me chamar de mestre, porfavor. –Um menino de pele um pouco morena e cabelos escuros estava no topo de um castelo de brinquedo que tinha naquela praça, agitando os braços pra cima para chamar atenção, o que estava conseguindo. – Já aviso que se você gostar de suco de uva cai fora daqui, estou fazendo um protresto contra a cantina da escola que só manda essa coisa, quem está comigo?!

 

Ninguém respondeu nada, o que deixou o garotinho com o rosto vermelho de raiva. Então abaixou-se, alcançando uma sacola que tinha aos seus pés, pegando várias caixinhas de suco de uva. Renjun deu um passo para trás, puxando Chenle consigo.

 

- Hyung, o que... Oh my God! –Mal terminou de falar e o garotinho rebelde começou a jogar as caixinhas em todas as crianças dali, fazendo uma bagunça enorme. Renjun e Chenle saíram correndo de perto do bolo de crianças que tentavam fugir como galinhas cegas, trombando um no outro. No topo do castelo, o menino apenas gargalhava.

 

- Tomem suco de uva! Traidores! – Continuou jogando as caixinhas nos mais avoados que ainda tentavam fugir perdidos até que viu dois monitores entrando pela pracinha. Jogou a sacola em um lugar escondido do castelo e pulou no escorregador, saindo correndo dali antes que chegassem perto. – Você nunca vão parar a revolveção!

 

Os monitores saíram correndo atrás do menino enquanto Renjun e Chenle se entreolhavam rindo, esperando as outras crianças se afastarem.

 

- Parece que vai ser divertido aqui, não é Renjun hyung?

 

 

~*~

 

 

A primeira aula era de matemática, a preferida de Renjun. Tá bom que tinha muitas outras matérias mais divertidas e fáceis, mas tinha um fascínio pela matemática que não conseguia explicar. Era desafiadora, porém sempre com um padrão para resolvê-la. O desafio era descobrir suas soluções e batalhar até o fim para resolvê-las. De certa forma, era muito inspiradora para o pequeno chinês Renjun.

 

Estava resolvendo um cálculo avançado – já que os outros coleguinhas conversavam e nem haviam feito o primeiro exercício – quando um monitor chega na porta da sala com uma criança familiar. Pele um pouco mais morena do que das outras crianças... Cabelo todo bagunçado e estava esbaforido.

 

- Donghyuck novamente fez a maior bagunça. Mas dessa vez não vai levar suspensão como ele quer. – O monitor falava com sua voz grave e briguenta, jogando Donghyuck pra dentro da sala. – Desculpa pela interrupção professora, boa sorte com esse pestinha.

 

- Você tem inveja da minha alegria. – O garoto resmungou um pouco alto, levantando-se e batendo a roupa com as mãos, arrancando gargalhadas das outras crianças inclusive de Renjun. Correu para o meio da sala quando o monitor ameaçou pegá-lo e voltou a arrumar-se. – Já pode ir querido fã, tenho que estudar agora. Bom dia professora.  – Falou numa voz calma e olhou pela sala tentando achar algum lugar para sentar-se.

 

De repente, Renjun percebe que o único lugar vago é ao seu lado. Pronto, como iria se concentrar agora? Respirou fundo e tirou a mochila de cima da cadeira, vendo o menino aproximar-se. Permaneceu olhando pra frente, tentando não olhar para o garoto, mas foi impossível quando o mesmo joga a mão na frente de seus olhos.

 

- Olá? Prazer, me chamo Lee Donghyuck. –Sorriu quando Renjun finalmente olhou para si. Tinha um olhar perspicaz e penetrante enquanto seu sorriso era mínimo porém calmo. Parecia uma criança diferente da que Renjun viu na pracinha berrando.

 

- Me chamo Huang Renjun... –Apertou a mãozinha e viu o sorriso do garoto aumentar. Sentou-se ao seu lado e arrumou sua mochila atrás da cadeira, voltando a olhar para Renjun.

 

- É novo? Nunca te vi por aqui... Parece chinês também... – Donghyuck disse enquanto arrumava seu estojo e caderno em cima da mesa, pegando um lápis e começando a anotar as informações que estavam no quadro. – Não fique com medo, não mordo. Ah não ser que...

 

- Eu goste de suco de uva? – Renjun completou, rindo levemente quando Donghyuck parou e o encarou sorrindo. – Eu não gosto muito...

 

- Graças a Deus! Eu não aguento maaaaaaaaiiis! –Exclamou, chamando a atenção da professora que o repreendeu. Sorriu amarelo para a professora e voltou a falar baixo. – Só você pode me entender agora. Vamos ser amigos, certo?

 

Renjun olhou para Donghyuck por um bom tempo. Não queria se meter em confusões e nem nada, mas parecia tão divertido o que o colega dizia... Afinal, parecia que o garoto não tinha muitos amigos também, assim como Renjun não tinha a pouco tempo atrás. Sorriu cúmplice, acenando positivamente com a cabeça.

 

Podia dar errado? Podia, mas pelo menos iriam se divertir.

 

 

~*~

 

 

- Jeje Jeje Jeje! Foi muito legal hoje!

 

Renjun exclamava no banco de trás do carro da mãe de Jeno enquanto voltavam para a casa do amigo. Jeno tentava acalmar o chinês que parecia tão feliz mas tão feliz que até ficou um pouco triste por não ter participado dessa alegria do amigo, mas resolveu apenas escutá-lo.

 

- Eu falei que daria tudo certo Renjunie, eu sempre estou certo. – Empinou o nariz, recebendo um leve tapa de Renjun em seu braço que ainda ria de excitação. – Mas qual o verdadeiro motivo de estar feliz, hm?

 

- Ah sim... Eu fiz dois novos amigos hoje, não é legal? – Jeno ficou pensativo enquanto olhava para o chinês. Não soube porquê ficara com uma pitada de tristeza no fundo do seu coração, apesar de estar feliz por seu amigo. – E um ainda era chinês! Isso é muito difícil de conseguir por aqui.

 

- Verdade... Parabéns Junjunie. – Deu seu famoso eye smile e abraçou Renjun com força, recebendo um murmúrio de dor do amigo. Riu e apertou as bochechas do chinês, movendo o rostinho de um lado para o outro. – Quando for popular não se esqueça de mim.

 

- Deixa disso Jenooo, eu vou sempre ser seu amigo, pra sempre, sempre! – Sorriu radiante para Jeno que retribuiu o sorriso. Era bom saber que nunca perderia seu amigo mais precioso. Não ia falar agora que em sua escola não conheceu quase ninguém e as aulas beiraram ao tédio. Queria continuar vendo o chinês feliz com seu dia, era o que mais importava para si.

 

- É uma promessa? Você promete de dedinho? – Jeno fez uma careta séria, esticando o mindinho na cara de Renjun. Não aguentou muito e acabou rindo, ainda com a mão estendida.

 

- Sim Jeno, é uma promessa! – Entrelaçou seu mindinho com o de Jeno fazendo uma cara séria mas logo caiu na gargalhada também. Os dois garotos estavam no auge da felicidade apenas por terem um ao outro, a amizade entre eles eram o que tinham mais de precioso.

 

Juravam para si mesmos de que mesmo que viessem os momentos tristes e tempestuosos, a amizade duraria. E a vida iria mesmo tentar prová-los o contrário.

 

 


Notas Finais


Eai gente linda, gostaram? Comentem o que acharam desse flashbackzão.
Ainda tem a segunda parte, stay tuned
Bye sz


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