História Título irregular Racy (Imagine Jungkook e Taehyung ) - Capítulo 9 - Um Beijo inesquecível

Eu devia estar louca, mas quando vi, já havia tocado a campainha da casa dele. Enquanto esperava ele abrir a porta encarei a garagem vazia da casa dele. Os pais dele não estão em casa? Espera. Meu coração gelou. Vamos estar sozinhos?

Dou um pulo de susto quando Jungkook de repente abre a porta. E sem querer, acabo perdendo o fôlego por alguns segundos, vendo o seu visual. Jungkook usava uma camiseta branca de manga, calça jeans preta e estava descalço. Mas minha visão só conseguiu se focar em seu pescoço exposto pela camisa larga e na curva deste. Engulo em seco. Esquecendo do porque resolvi ir ali.

Jungkook riu anasalado e deu um passo para o lado, dando-me passagem. Mas eu parecia hipnotizada, por que não conseguia sequer me mover enquando o olhava.

– Não vai entrar? – Perguntou, com um leve tom de humor na voz.

Pisquei algumas vezes, antes de conseguir responder.

– Cl-claro.

No momento em que passei por ele, senti seu perfume tropical invadir meu nariz, fazendo-me suspirar de leve. Eu só posso estar louca. Por que Jungkook está causando essas reações em mim? Isso nunca aconteceu. Até o som da porta se fechando me fez pular de susto. Senti a presença de Jungkook se aproximar de mim, deixando-me trêmula, porém, ele apenas passou por mim.

– Venha – Disse. Andando pelo pequeno corredor de entrada. Demorou um pouco para meus pés resolverem segui-lo. Jungkook nos levou até a sala e apontou para o sofá – Senta aí. Vou pegar bebidas pra gente.

Eu ia protestar – por que vai que ele pega alguma bebida alcoólica – Mas Jungkook já havia saído para a cozinha. Minha única escolha foi suspirar pesado e me sentar no sofá, juntando as pernas e pousando a mão no colo.

Nervoso. É tudo o que sinto, enquanto meu coração bate fortemente em meu peito. Encaro a televisão desligada, sentindo minha respiração ficando cada vez mais desregulada conforme ouvia os passos do Jungkook voltando para a sala.

Em segundos. O vi estendendo uma latinha de Sprite na minha direção. Eu a peguei e ele se sentou ao meu lado logo em seguida, apoiando a perna direita sob a esquerda e o braço no encosto de trás do sofá. Ele está muito perto!

Abaixo a cabeça. Encarando a latinha gelada em meu colo. Não sabia o que fazer. Patético. Vim aqui para conversar com ele, mas agora as palavras estavam presas em minha garganta.

Queria perguntar sobre o colar. Mas não conseguia.

Queria perguntar sobre sua ida à Coreia. Mas não sabia se tinha o direito de me meter em sua vida.

Resumindo. Não sei o que fazer.

Enquanto Jungkook bebia calmamente sua bebida, eu só queria subir pelas paredes de tão nervosa.

– E então? – Gelo quando sua voz soa – Sobre o que você queria conversar?

Bem. Já que ele perguntou... Sem o olhar, solto:

– Minha mãe disse que vocês vão voltar para a Coreia na semana que vem...

Sinto seu olhar pesar sob mim, mas não o olho.

Jungkook demora para responder, deixando-me ainda mais aflita. Me perguntando se foi uma boa ideia ter perguntado isso. Não é algo extraordinário, mas me sinto desconfortável por querer me meter em sua vida assim, do nada. E se Jungkook suspeitar que estou interessada nele?

– Sim. Vamos.

Congelo. Levantando a cabeça para olhá-lo. Mas Jungkook encarava a televisão desligada.

– Por que você não me contou? – A pergunta saiu mesmo antes de que eu pudesse pensar em fazê-la.

Jungkook me olhou, com um sorriso torto.

– Você se interessaria em saber?

– E-eu... – Não podia responder essa, por que no começo não estava interessada, então resolvi mudar o rumo da conversa – E por que você vai?

Jungkook suspirou e se remexeu no sofá, esse ato fez sua perna encostar na minha, fazendo-me dar um pequeno pulo de susto.

– Gosto de voltar para a Coreia de vez em quando. Sentir o ar de casa. Ver a paisagem.

– Por que você mora aqui na América então? – Jungkook me olhou quando eu perguntei. Estava começando a me sentir mais confortável – Quero dizer, se sente falta de casa, por que mora aqui?

Jungkook não desviou o olhar e eu vi certa amargura em suas iris escuras. Impressão minha? Não, ele parecia chateado, percebi isso quando Jungkook deu um sorriso triste.

– Por que tem há algo importante para mim, aqui. Sinto que não posso me afastar disso.

Minha respiração travou. Eu queria achar que esse "algo importante" era eu, mas havia algo em seu olhar, algo que lembrava o passado. Era como se Jungkook estivesse falando de algo que passou e não do presente. Esse "algo importante"  não é eu.

Mas porque isso me causa um pouco de tristeza?

Ignorei o nó em minha garganta e encarei a latinha em minhas mãos, sentindo a água descer por minha pele.

– Quando você vai voltar? – Murmurei a pergunta.

– No final do ano. Em dezembro. Preciso fazer aquela bendita prova – O tom de voz dele fez desaparecer qualquer amargura nele. Seja lá o que tenha o feito ficar chateado, passou.

Mas só então percebi sua última frase. O encarei surpresa, de olhos arregalados.

– Você vai entrar na universidade também?!

Jungkook me encarou.

– Sim – Concordou. Não sei por que mas uma felicidade estranha se apossou de mim. O mundo parecia mais claro e colorido. Jungkook ia voltar no final do ano e também íamos estudar juntos. Eu devia estar desanimada com isso, mas é totalmente o contrário. Estou feliz. Desde quando passei a ter esses sentimentos em relação ao Jungkook? – Mas... Me diga _____ – Arregalo novamente os olhos quando vejo Jungkook deixar sua latinha no chão e se inclinar em minha direção.

O encaro, respirando ofegante. Seus olhos tinham aquele brilho travesso que faziam com que cada célula minha gritasse em alerta vermelho de perigo.

– Por que você está tão interessada assim na minha vida? – Não soou como se ele tivesse enojado, pelo contrario, parecia satisfeito.

Engoli em seco, sem saber o que dizer.

– E-eu... – Minha voz não saiu.

Jungkook se aproximou mais, fazendo com que nossas pernas se tocassem novamente. Pisquei várias vezes, perdida.

– Você por acaso está interessada em mim?

Novamente. Não consegui responder. Muito menos desviar o olhar do dele. Jungkook sorriu ladino. Sua mão se aproximou da minha e ele pegou a latinha entre meus dedos, deixando-a no chão junto com a dele. Seu nariz roçou em minha bochecha, fazendo-me fechar os olhos e aproveitar do toque, assim como sua respiração quente alcançando meu pescoço.

– Que maldade. Não vai responder a minha pergunta – Sussurrou. Senti sua mão (antes atrás de mim) tocar o outro lado do meu rosto, seus dedos dedilhando por minha bochecha. Apertei o estofado abaixo de mim quando sinto seu nariz roçar em meu pescoço, deixando-me arrepiada pelo toque – Ah... Você tem um cheiro bom.

– Ju-jungkook... – Arfei.

– Hum?...

– Me beija.

– Como disse? – Ele se afastou para me olhar e eu o encarei, respirando ofegante enquanto olhava para seus olhos. Jungkook parecia surpreso por minha fala.

– Me beija Jungkook ... Por favor...

Ele pareceu ficar perdido por alguns segundos, mas logo um sorriso apareceu em seus lábios e ele se aproximou, me fazendo fechar os olhos para finalmente... Sentir seus lábios calidos e macios sob os meus, iniciando um beijo lento. Mas de certo modo, dessa vez foi diferente, havia algo mais naquele beijo, algo mais forte. Um sentimento surgiu dentro de mim. Borbulhando em meu inteiror, deixando-me completa.

E então. Eu simplesmente pensei.

                       "Eu gosto do JungKook"

  E já não tinha mais como negar isso. Não podia mais. Não sei como ou quando aconteceu, mas agora parece ser algo tão natural, como se isso fosse algo pré destinado à acontecer.

Meus dedos se fecharam nos fios de seu cabelo escuro. Jungkook empurrou meu corpo para baixo, ficando por cima de mim, intensificando o ritmo do beijo. Minhas mãos passearam por suas costas, até que eu encontrei a barra de sua camiseta e a puxei para cima, podendo tocar em suas costas malhadas e quentes. Jungkook estava febril e eu amei a sensação de poder tocá-lo assim.

Jungkook continuou me beijando, até que senti uma de suas mãos adentrarem por debaixo da minha camiseta. Eu passei a puxar a sua, lentamente. Quando abri as pernas, Jungkook se colocou entre elas, roçando nossos íntimos. Gemi entre o beijo, desejando que nada nos atrapalhasse.

Então...

– Filho. Cheguei.

Puta merda... Por que o pai dele sempre aparece nos piores momentos?

                                         (...)

– Aqui, querida – O mais velho colocou o prato sob a mesa.

Eu agradeci, dando um sorriso amarelo logo em seguida. Jungkook, sentado em minha frente, riu com a mão rente à boca, segurando seu garfo. Eu o xinguei mentalmente, começando a mexer na comida. O pai dele sentou-se também, na cabeceira, começando a comer.

Logo depois do pai dele "quase" nos pegar em uma situação constrangedora, ele me ofereceu um almoço, já que ainda eram uma e vinte da tarde. Então cá estou eu. Ainda com o coração acelerado pelo o que aconteceu mais cedo. Almoçando "de boa" na casa do pai do cara que eu gosto e quase tive uma transa. É. Situação difícil.

E para piorar mais ainda.. Jungkook resolveu me provocar novamente. Quase pulo de susto quando sinto seu pé descalço subindo lentamente por minha perna, em toques leves, e mesmo estando de calça jeans, aqueles toques me faziam estremecer. Encarei jungkook, pedindo silenciosamente por compaixão, mas o cretino escondia um sorriso divertido.

O fuzilei com o olhar. Ele não tem noção? O pai dele está bem ao nosso lado! Isso me faz lembrar daquele jantar. Meu corpo esquentou graças à isso. Jungkook parecia se divertir com minha situação. Meu corpo se arrepiava cada vez que sentia seu pé subir e descer por minha perna. Aquilo era loucura! O pai dele podia ver e... Porque raios estava me empolgando com isso?!

Céus. O que jungkook está fazendo comigo?

– Ah sim, eu ainda não disse a novidade para vocês, não é? – O pai dele de repente começa a falar, trazendo a atenção de nós para si. Felizmente, Jungkook para com a provação, fazendo-me suspirar aliviada. O mais velho nos olha, até parar com a atenção em mim. Ele possuía um sorriso animado no rosto, seus olhos brilhavam em empolgação. O que está acontecendo agora?

– Você já deve saber que vamos embora para a Coreia na semana que vem.

Engulo em seco antes de responder.

– Sim.

– Então. Minha família combinou com a sua de fazer uma pequena viagem neste final de semana.

– Viagem? – JungKook arregalou os olhos, surpreso, assim como eu.

O pai dele abriu um sorriso, o qual se mostrava muito parecido com o de Jungkook.

– Sim. Vamos para a casa de campo que compramos há 8 anos – Explicou, mas minha mente travou em "oito anos". Franzi o cenho, não sabia que a família deles tinham vindo aqui há oito anos, achei que estavam aqui há cinco – Quero agradecer a sua família por toda a ajuda – Ele me olhou, dando um olhar sincero – Espero que gostem do campo.

Eu apenas sorri e concordei. Mas ainda estava travada em algumas questões. Oito anos? Eles vieram aqui antes de se tornarem nossos vizinhos? Além do mais...

Encarei JungKook, lembrando-me de suas palavras.

"– Gosto de voltar para a Coreia de vez em quando."

"– Por que tem há algo importante para mim, aqui. Sinto que não posso me afastar disso."

Eu não reparei nisso na hora, mas do jeito que ele falou, é como se JungKook já tivesse vindo para a América outras vezes. Assim como sua família.

JungKook começou a conversar com seu pai, parecia ser sobre a viagem, mas eu não estava prestando atenção ao todo, porque minha mente estava focada em uma só coisa.

O colar.

Porquê à cada minuto, mais confirmo que nossos colares estão conectados de algum modo.