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História TK - You make me begin - Quinze


Escrita por: namsahi_

Capítulo 15 - Quinze


— Jeongguk, eu quero te apresentar uma pessoa — meu pai parecia nervoso.

Fiquei sério. Ele só podia estar brincando comigo.


 

Meus pais começaram a brigar quando eu fiz 12 anos.

Eles sempre saíram do trabalho juntos e me buscaram na escola para me levar às aulas de canto. Eles diziam que gostavam de ir junto, porque passávamos no mercado ou comíamos algo na rua. No entanto, depois dos meus 12 anos, eles pararam. Um deles me levava e o outro ficava em casa ou no trabalho.

Meu pai passava a maior parte do tempo no trabalho e minha mãe era quem me dava "atenção".
Aquilo até que durou um bom tempo. Uns dois anos, talvez. Dois anos de silêncio ou brigas. Eu não fazia perguntas, porque dizia a mim mesmo que não queria incomodá-los, porém, a verdade era que eu não estava pronto para ouvir o óbvio: que eles já não se amavam mais e que iriam se separar.

Eu desisti da aula de canto e pouco tempo depois eles me disseram sobre o divórcio.

Quase repeti de ano. Minhas notas eram baixíssimas e meu ânimo para levantar da cama não existia. Aquele ano é um grande vazio na minha memória. Um vazio frio.

Quando o divórcio saiu, meu pai ficou seis meses longe de mim. Disse que ia fazer uma viagem a trabalho e, assim que voltou, arranjou um apartamento do outro lado da cidade.

Eu nunca conversei com minha mãe sobre o que tinha acontecido nem lhe perguntei sobre seus sentimentos. Ela passava bastante tempo dedicando-se ao seu trabalho, e em casa ficava sozinha em seu quarto, assim como eu.


 

— Apresentar alguém? — repeti, com a mochila nas costas, controlando a vontade de fechar a porta do elevador em meu pai.

Eu queria ir embora. Queria minha mãe.

— Sim — disse ele. — Vem.

— E ela está na sua casa?! — perguntei.

— Jeongguk, fala baixo. Isso é um prédio.

Revirei os olhos e saí do elevador.

A mulher estava na casa do meu pai, esperando-nos. Era alta, é só o que eu sei dizer. Não era bonita como minha mãe, nem simpática, nem nada. Ela não era minha mãe, só isso bastava. Como meu pai podia ter trocado minha mãe por aquela mulher esquisita em todos os ângulos?!

Durante todo o tempo que ela permaneceu na casa do meu pai, eu me senti encurralado e enjoado. Não gostava do jeito como ela olhava para ele e menos ainda de quando ela segurava sua mão e sorria para mim. O que estava fazendo? Mostrando-me que o amava ou que ela tinha ganhado da minha mãe?

Quando ela finalmente foi embora — o que parecem ser séculos depois —, eu ajudei meu pai a lavar a louça em completo silêncio. Então ele quis saber o que eu tinha achado dela.

Dei de ombros.

— O que isso significa? — ele perguntou.

— Sei lá. Ela não é a minha mãe.

— Jeongguk, já conversamos sobre isso...

— Eu sei. E eu já decorei cada palavra dessa conversa. Não me faça esse tipo de pergunta se você sabe qual é minha reação.

— Quero que pelo menos seja legal com ela.

— Você já a conhecia quando estava com a minha mãe?

— Jeongguk...

— Já estava com ela?

— Jeongguk!! — ele quase socou a pia. — Eu não admito que me faça essas perguntas!

Ficamos em silêncio, acredito que nós dois estávamos com ódio.

— Eu vou para casa.

— Não. Não vai.

— Eu não quero ficar aqui.

— Você não vai para casa da sua mãe hoje, Jeongguk.

— Eu odeio você — falei sem conseguir me controlar e corri para meu quarto, onde me tranquei durante todo o final de semana.


 

Taehyung me mandou mensagens. Eu visualizei todas e não respondi nenhuma. Ele disse que estava preocupado e eu chorei.



 

Fiquei afundado no colchão e só sai do quarto quando, 19h do domingo, meu pai bateu na porta, dizendo:

— Jeongguk, eu vou te levar para casa.

Quando cheguei em casa, abracei minha mãe e ela não me perguntou o que havia acontecido, só me abraçou de volta. Ela beijou o topo da minha cabeça e não me disse nada quando eu não me levantei para ir à aula no dia seguinte.

Foi à noite que ela bateu no meu quarto e disse:

— Querido, você quer ir comer naquele lugar que você adora?

— Não...

— Ah, vamos. Eu não fiz nada para comer — era mentira, mas, mesmo assim, assenti e fui com ela.
Fui autorizado a pedir o que eu quisesse, coisa que nunca acontecia quando eu era mais novo — "escolha só um hambúrguer, Kook, você não vai aguentar tudo".

Eu me empanturrei porque estava triste.

— Kook, como está o Taehyung? — havia um sorriso em seu rosto angelical.

— Hum... bem.

— Vocês são bons amigos, não é?

— Sim.

— Isso é muito bom. Hã... e os amigos dele? Eu não sei o nome, só os vi de longe, mas pareciam todos bons meninos.

— São todos bons, mesmo.

— Um dia você irá me apresentá-los?

— Se você quiser, é claro, mãe.

Ela sorriu.

— Não sabia que você aguentava um hambúrguer desse tamanho monstruoso. Meu bebê cresceu...

— Ah — eu ri. — Não me chama mais de bebê, mãe. É vergonhoso.

— Mas você sempre será meu bebê, Kook — ela segurou minha mão. — E eu sempre vou querer seu bem. Eu te amo mais que tudo nesse mundo, nunca se esqueça disso, sim?

Não respondi, só chacoalhei a cabeça e olhei para baixo, lutando contra a vontade de afastar minha mão. Acho que ela percebeu, porque logo tirou a sua de cima.


 

Quando cheguei em casa, não havia mensagens de Taehyung. Ele não me perguntou porquê não fui à aula. Pensei em mandar uma mensagem, mas achei que ele estivesse bravo.

Havia outra, no entanto.

 

Yoongi: hey Kook, tá tudo bem? Você sumiu. Às vezes você faz isso e não sei se posso perguntar o que houve, não precisa responder se não quiser

Você:  tá tudo bem, obrigado, hyung. Como você está?

Yoongi: estou bem. Você quer sair essa semana com todo mundo?

Você: aonde vocês vão?

Yoongi: acho que ao cinema

Você: todo mundo vai, mesmo?

Yoongi: taetae não

Você: por quê?

Yoongi: não sei. Ele não veio à escola também e acho que não virá a semana inteira. Disse que não vai sair com a gente

Você: o que aconteceu?

Yoongi: eu não sei, kook, ele não disse nada

Você: entendi. Eu vou ver, ok?

Yoongi: ok

 

Procurei o número de Taehyung.

 

Você: tae, sinto muito não ter respondido antes...

Você: você tá aí?

Você: me disseram que você não foi a aula. Eu também não fui. Tá tudo bem?

Você: eu não respondi você porque... porque eu não estava bem

Você: e se você não quiser me responder também, não tem problema

Você: só quero que saiba que estou aqui

Você: e eu... gosto muito de você, taetae, quero que fique bem



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