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História TK - You make me begin - Dezoito


Escrita por: namsahi_

Capítulo 18 - Dezoito


— Jimin... por que eu nunca notei que Taehyung estava doente? — perguntei.

— Porque ele não demonstrava — respondeu.

— Mas... nós devíamos ter percebido.

— Eu sei. Eu... era o melhor amigo dele. Devia ter percebido que estava com dor. Ele não dizia nada, então... achei que estivesse tudo bem.

Estávamos no parque, sentados em um banco em frente ao lago. Ventava frio. Jimin fora o único que eu havia ligado depois de chorar por horas.

— Ele vai ficar bem, mesmo, não é?

— Claro que sim, Kook. O Tae é forte.

— Eu queria ter feito tudo diferente.

— Eu sei, mas está tudo bem agora.

— Ele ainda não me responde.

— Ele também não me responde. Dê um tempo a ele, Kook. Está no começo do tratamento. Dizem que é horrível.

— É... eu... eu sei.

— Ah, não, não vai chorar de novo.

— Para de me encher o saco, hyung.

— Jeongguk.

— O quê?

— Eu sabia.

— O que você sabia? — funguei.

— Que vocês estavam saindo. Que se beijaram.

— Ah... — corei. — Claro, você era melhor amigo dele. Ele deve ter te contado.

— Não foi só por isso. Eu via o jeito como vocês se olhavam. Era diferente. Jeongguk, o Taehyung gosta muito de você. Como ele nunca gostou de ninguém. Quando você mandou ele ir embora, ele ficou realmente muito magoado.

— Eu sou um idiota, eu já sei disso.

— Deixe eu continuar.

— Desculpe.

— Ele ficou muito magoado, mas não é uma pessoa que guarda mágoas. Muito menos de alguém que fazia, e faz, seus olhos brilharem.

Olhei para Jimin. Ele sorriu.

— É, você fazia os olhos dele brilharem...! Tinha que ver. Eu falava seu nome e ele ficava bobo.

— Para, hyung...

— Jeongguk — ele ficou sério.

— Hum?

— Se ele vier falar com você, não faça nada idiota. Se você fizer, eu juro que te dou um soco.

— Eu não irei fazer nada idiota de novo, hyung. Eu gosto muito do Taehyung. Muito mesmo. Ele é... como o sol para mim. Não sei como vou aguentar tanto tempo longe dele. Eu... tenho medo dele não voltar.

— Ele vai voltar e você precisa acreditar nisso também.

 

Quando Jimin foi embora, eu andei pelas ruas cheias de lojas e lembrei-me de algo terrível. Não havia dado nenhum presente de aniversário à minha mãe. Fiquei procurando algo que ela pudesse gostar e encontrei um colar muito delicado em uma das vitrines. Era dourado e tinha uma pedrinha pequena. Óbvio que não era de ouro... eu queria muito comprar algo caro, mas só poderia fazer isso quando começasse a trabalhar.

Pedi que embrulhassem e voltei para casa.

Estava com vergonha de entregar. Por que...? Porque minha mãe e eu não tínhamos uma relação próxima há um bom tempo, então dar-lhe um presente seria estranho. Pelo menos eu achava e ficava cada vez mais nervoso com cada passo mais próximo à nossa casa.

Quando cheguei, tudo cheirava à comida e minha mãe cantarolava em seu quarto. Havia acabado de sair do banho e eu podia sentir o cheiro de seu sabonete misturado ao creme hidratante. Aquilo me lembrava da minha infância. Eu sempre gostei de sentir o cheiro dela, o "cheiro de mamãe".

— Kook — ela sorriu ao me ver. — Eu fiz a janta, mas ainda não arrumei a mesa.

— Eu faço isso — falei e ela piscou, surpresa. Então, sem jeito, estendi-lhe com as duas mãos o pacotinho do presente. Minha mãe continuou parada, sem entender o que era aquilo. Estiquei os braços de novo, mais próximo: — Estou atrasado.

— Atrasado?

— É seu presente de aniversário — falei e ela pegou o pequeno embrulho, com os olhos levemente esbugalhados. Acho que quis chorar, pois olhou para os lados e mexeu no cabelo. Senti-me muito mal. — Desculpe demorar. É... só uma lembrança.

Ela abriu e me olhou com os olhos marejados.

— Oh, Kookie... você é tão doce. Obrigada.

Cocei a cabeça e a abracei por não conseguir pensar no que dizer. Ela me aconchegou como costumava fazer quando eu era pequeno e corria para chorar em seu colo. Seu abraço era quente e reconfortante, e, naquele momento, eu me senti um pouquinho melhor. Tudo que havia acontecido na semana pesava em meus ombros tal como toneladas e aquele simples abraço estava tirando a dor. Minha mãe segurou meu rosto entre suas mãos ao perguntar:

— Vamos jantar?

— Sim. Eu arrumo a mesa — respondi e corri para a cozinha.

Quando minha mãe chegou à mesa, o colar estava em seu pescoço. Eu sorri, mas ela não viu.

— Jeongguk, como está o Taehyung? — perguntou ela, de repente, enquanto comíamos. — Não o vi mais.

— Ah... ele está doente, mãe.

— Doente? O que tem?

— ... câncer.

— Oh, meu Deus — ela colocou o cabelo atrás da orelha. — Sinto muito. Ele vai melhorar, com certeza, a medicina está muito melhor hoje em dia.

— Sim...

— Você sabe qual o problema?

— Não.

— Ah... entendo. Podemos ir visitá-lo, o que acha?

— Na verdade, mãe... Taehyung não quer falar comigo.

— Como não quer?

— Eu o magoei.

— Ah, Kook, não se preocupe. Dê um tempo a ele. É um momento difícil, você precisa entender. Daqui a pouco vocês estarão se falando novamente.

— Mãe...

— Hum?

— E-eu... E-eu gosto do Taehyung.

— Eu sei.

— Não quero dizer como amigo.

— Eu sei, Jeongguk — ela sorriu. — Eu sei.

Encarei-a.

— Eu sempre soube — ela tombou a cabeça para o lado.

— Não vai... brigar comigo? Fazer um escândalo? Expulsar-me de casa?

— Meu Deus, Jeongguk! Que tipo de mãe você acha que eu sou?

— Eu... eu não sei.

Ela ficou triste.

— Eu jamais faria algo assim. Eu amo você, filho. Você é a coisa mais importante da minha vida e a melhor coisa que já aconteceu comigo. Eu sempre te apoiarei e te amarei incondicionalmente.

Abaixei o olhar e larguei os talheres sem fazer barulho.

— Jeongguk...

— Hum?

— Foi... foi por isso que você brigou com seu pai?

— Por isso o quê?

— Por gostar de meninos.

— Eu não contei a ele.

— Ah... então... por que brigou com ele?

— Não é nada importante.

Ela ergueu as sobrancelhas e assentiu, respirando fundo.

— Mãe.

— Hum?

— E-eu tenho medo de contar ao meu pai.

— Jeongguk — ela esticou a mão, pedindo para que eu a pegasse, e eu o fiz. — Quando fiz essa pergunta, não foi para lhe dizer que seu pai não aceitará. Ele pode ter mil defeitos, mas esse não é um deles. Seu pai jamais irá te odiar e te expulsar por isso. Eu sei... com quem me casei — deu uma pausa e depois completou: — anos atrás. Talvez seja difícil para ele aceitar no começo, mas... ele ama você mais que tudo também. Nunca será capaz de te odiar.

Fiquei observando-a e percebi como havia doído para ela dizer "eu sei com quem me casei anos atrás". Doeu em mim também. Era claro que para minha mãe estava sendo bem mais difícil lidar com os anos de separação do que para meu pai. E aquilo me revoltava. Eu queria socar meu pai até ele pedir desculpas. Não era nada justo minha mãe sofrer enquanto ele arranjava uma namorada.

E aqueles sentimentos frustrados me lembraram de Taehyung. Do motivo para tê-lo mandado embora. Talvez... talvez ele tivesse razão. Eu não podia odiar meu pai para sempre. Um dia teria de fazer as pazes e isso devia ser logo, antes que eu me casasse e tivesse filhos e eles não conhecessem o avô. Eu não queria voltar à casa do meu pai, entretanto. Não mesmo! O que eu ia fazer lá? Ver a nova namorada dele sorrir para mim com aquela cara de "sua mãe perdeu"? As palavras de Taehyung voltaram à martelar em minha cabeça e eu quis abrir meu cérebro para arrancá-las de lá.

Droga, Tae, até mesmo com essas coisas você vai dominar meus pensamentos?



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