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História To Sir With Love - Tense and Sad Moments


Escrita por: RoMillsSwan

Notas do Autor


Olha quem voltou!
Eu mesma com mais um capítulo para vcs!
Nossa fic está nos momentos finais, preparem o coração Clarinas!
Quero agadecer a cada favoritos e comentários. Vcs me fazem feliz! ;)
Boa leitura!
Enjoy.

Capítulo 32 - Tense and Sad Moments


Fanfic / Fanfiction To Sir With Love - Tense and Sad Moments

Marina revirou os olhos zombeteira, como quem não encontra uma solução. Clara a beliscou. Olharam-se excitadas novamente. Marina sussurrou, de encontro ao beijo:

- Chamaremos a polícia.

E se entregaram mais uma vez ao amor e o desejo naquela tarde.

****************************

No outro dia no colégio Clara teve que ir não pode faltar, sua mãe já estava bastante desconfiada da filha.

Dona Shirley parou na frente dela e chamou-a para que fizesse o exercício no quadro negro. Depressa, Clara respondeu que não sabia. Não estudara, não havia comparecido às últimas aulas e ainda não aprendera aquelas equações, nem sabia sobre o que ela estava falando. A professora calou-se diante da inesperada e acintosa franqueza, Shirley foi até a mesa e abriu o livro de chamada e diminuiu sua nota.

Clara sacudiu os ombros em pouco caso. Mais irritantes haviam sido as aulas de histórias, ela e Marina fingindo, evitando olhar uma para outra, disfarçando, com medo. Marina só não comparecia ao colégio quando Clara também não ia, para se encontrarem no apartamento. Assim as semanas tinham se passado, as duas cada vez mais sentindo a necessidade de se verem todos os dias.

Há cinco dias Clara não pudera deixar de ir às aulas porque senhor Ramiro regressara de viagem e ia levá-la e buscá-la, como sempre fazia.

Apesar das discussões, Clara conseguia enganar dona Chica e sair todas as tardes para encontrar com Marina. Dona  Chica já estava desconfiada e insistia para que Clara convidasse suas amigas para estudar com ela em casa, em vez de sair todos os dias; que deviam revezar algumas vezes e que Marina também viesse dar aula para Clara em sua casa. Uma situação desagradável ia-se formando entre mãe e filha. Clara queria liberdade, e não viver a dar satisfações de todos os seus passos, e ouvir perguntas a irritava demasiadamente.

Já se fartara das advertências, estava emagrecendo, abatida visivelmente esgotada, com olheiras. Dona Chica teria de esperar o resultado dos esforços da filha, que estava se  matando de tanto estudar, e acreditar no que ela dizia. Ocultava do marido suas preocupações, pois ele andava cheio de compromissos e muito atarefado com o seu trabalho de químico industrial outra profissão de senhor Ramiro, além de professor.

Clara mordiscou os lábios, não aguentava mais aquela aula de matemática chata. Olhou ao redor. Voltou-se para Cadu e perguntou:

- Que horas são Cadu? Quanto tempo falta para terminar essa aula? Esqueci meu relógio em casa.

- Não trouxe relógio também, está no conserto. Vou olhar no celular. Você precisa pedir seu pai para te dar um Iphone também Clara.

Sem vontade de rir, esboçou um sorriso sem graça e saltou rapidamente quando a sineta tocou. Se não tivessem seus livros e cadernos esparramado-se pelo chão, teria sido a primeira a sair da sala.

Do outro lado do corredor, irriquieta, atrapalhada, querendo que parecesse natural sua presença ali, Marina esperava ver Clara passar. Olharam-se rápido e furtivamente o olhar que já dizia tudo o que estavam sentindo.

Clara desceu as escadas  rapidamente, saiu do colégio e atravessou a rua. Estremeceu de decepção ao ver a Mercedes do seu pai se aproximando.

Parou à espera. Viu no portão do colégio a professora, observando-a disfarçadamente se afastar, provavelmente em direção ao estacionamento próximo, onde guardava o seu Audi 5 vermelho.

Senhor Ramiro cumprimentou-a carinhosamente, e os dois se foram em silêncio. Clara por dentro se roía de raiva por não poder se encontrar com seu amor mais uma vez. Esses dias estavam sendo um verdadeiro tormento para as duas apaixonadas.

- Estou com um formidável apetite. E você?

- Papai está sempre com fome. - gracejou ela, forçando um sorriso falso. Senhor Ramiro fez uma fingida careta e voltou-se para ela:

- Clara, sabe que o pestinha do Ivan aprontou hoje?

Ela ficou a olhá-lo, esperando que contasse as façanhas do irmão.

Senhor Ramiro enfiou a mão no bolso e tirou um pedaço de papel para que ela lesse. Ela sorriu e leu em voz alta:

- "A mão negra ataca". Fui eu que escrevi para ele papai.

- Eu sei, ele teve coragem de colocar no meu bolso dentro do meu paletó.

- E o senhor não ralhou com ele?

- Não. Queria ver o que ia acontecer.

- Afinal qual o significado dessa frase? Isso não chega a assustar.

- Mas desfalca. O maroto surrupiou-me 50 reais da minha carteira.

Clara riu e o sr. Ramiro, que se mostrava preocupado com a nova traquinagem do filho, pôs-se a rir também.

Quando chegaram em casa, o menino já os esperava preparado para os sermões. Sr. Ramiro aproximou-se e, pondo-se de cócoras na frente dele, perguntou pausadamente:

- Ivan porque você fez isso meu filho? Não pode simplesmente pegar dinheiro dos bolsos das pessoas. Devolva-me tudo.

Ivan inclinou a cabeça e ia dizer qualquer coisa quando sr. Ramiro insistiu, sem deixar alternativa, empurrando-o:

- Mas papai...

- Sem mas.. Vá logo buscar o dinheiro imediatamente seu moleque ou vou te dá uma chinelada!

Ivan deu-lhe as costas, enfiou a mão no bolso da calça. Ficou em silêncio, quieto alguns instantes e, depois voltou-se, estendendo a mãozinha rechonchuda que deixava escapar por entre os dedos as notas amarrotadas.

- Toma pai o resto eu gastei.

Sr. Ramiro pegou as notas e exclamou indignado:

- Vinte reais? O que você fez com o resto do dinheiro moleque?

- Comprei figurinhas de futebol e uma bandeira do Flamengo.

- Há! Seu malandro! Pois hoje você vai ficar de castigo por ter me roubado!

O pai prosseguiu passando-lhe uma severa reprimenda e dessa vez não perdoou, pondo-o de castigo e recomendando Chica que não deixasse sair do quarto a tarde inteira e que não assistisse televisão e não usasse o vídeo-game pelo resto da semana, para que nuca mais repetisse aquilo e que era muito errado e feio. Ivan subiu para seu quarto chorando com o castigo tão grande.

- " A mão negra ataca". Era só o que me faltava! Quem será que ensina essa coisas para esse moleque? - Saiu exclamando, muito preocupado com seu filho.

Da janela do quarto, Clara viu a Mercedes do pai distanciar-se. Correu para o closet e começou a escolher um vestido. Nesse ínterim, dona Chica abriu a porta e entrou:

- Clara, vou deitar-me um pouco porque estou com dor de cabeça. Creio que hoje, você não vai sair, não é?

Clara inclinou a cabeça. Era horrível ter de mentir, e ficou em silêncio. Dona Chica ficava indisposta, triste, com dor de cabeça como todas as vezes que Ivan era castigado. Estava precisando de tomar um calmante.

- Telefone para sua amiga e diga-lhe que não vai sair hoje. Se quiser pode convidá-la para vir aqui, já lhe disse isso muitas vezes. Hoje você não vai sair começou a chover.

- Mas mamãe, eu preciso ir.

- Você não vai a lugar nenhum hoje, já falei.

- Toda vez que Ivan apronta com vocês, quem paga o pato sou eu.

Chica encarou-a, não disse nada e saiu do quarto batendo a porta. Ouviu-a gritar uma ordem para que Rosa a empregada, que ficasse de olho nela. Ia trancar a porta, mesmo assim não confiava nela, Clara andava muito esquisita ultimamente e que seria bem capaz de pular a janela do quarto e fugir. Estava desnorteada, e os filhos iam acabar com sua vida. Resmungou um pouco mais e depois tudo tornou um silêncio.

 Clara exasperava-se, andando de um lado para o outro dentro do quarto como um bicho enjaulado. Era impossível que estivesse lhe acontecendo semelhante coisa. Proibida de ir ao encontro do seu amor. Trancada feito uma prisioneira. Abriu a porta do quarto; talvez se falasse com a mãe, se insistisse, se Marina ligasse pedindo para ela deixar ia dá muito na pinta sua mãe poderia desconfiar com tanta insistência.

Clara desistiu. Sabia bem como era sua mãe, quando dona Chica decidia algo, ninguém conseguia demove-la da ideia, e depois, seria perigoso sua mãe era esperta e poderia desconfiar de que algo estava rolando.

A chuva continuava implacável. Odiou o tempo e aquela umidade fria que caía de repente no Rio. Os minutos se passaram rápidos, as horas passaram e o tempo não mudou de aspecto. Frio, irritante, uma frente fria que havia chegado ao Rio de surpresa.

O telefone tocou estremecendo-a seu corpo por inteiro com uma sensação de quem sabia já sabia quem era. Correu para o corredor, olhou do saguão e esperou quando Rosa atendeu. Clara perguntou, em suspense, como se soubesse e esperasse:

- Quem era Rosa?

- Ninguém. Desligaram sem falar nada. Alguém que não gostou da minha voz e que não tinha o que fazer.

A empregada começou a desfilar uma série de fatos semelhantes, trotes que passavam através do telefone só para fazê-la atrasar o serviço e irritá-la. Clara desceu as escadas deixando Rosa falando sozinha e foi sentar perto da mesinha do telefone. E falou para Rosa que ela mesma atenderia o telefone. Pediria um celular logo para seu pai, já era moça e precisava se comunicar com sua colegas, assim Marina poderia ligar diretamente para ela.

Rosa afastou-se e foi para cozinha preparar o jantar. E como Clara esperava que acontecesse, logo o telefone tocou outra vez. Ansiosa, falando claro para que Marina reconhecesse sua voz.

- É a Clara que está falando, alô?

Do outro lado, a voz dela respondeu rouca, ansiosa cheia de saudade, invadindo-a:

- Por que você não veio hoje, meu amor?

Ela olhou ao redor, antes de responder. Explicou o que se passara. As duas ficaram mais de uma hora trocando palavras saudosas. fazendo promessas, juras de amor, o que sentiam uma pela outra. Chica abriu a porta do quarto. Clara apressou-se a disfarçar:

- Por que você não vem aqui, Flavinha, mamãe mandou convidá-la. Eu não posso ir, está chovendo muito... minha mãe não deixou ir por que estou um pouco resfriada.

Marina compreendeu que alguém se aproximava de Clara. Despediu-se apressada e pediu que telefonasse mais tarde, se houvesse oportunidade. Clara repôs o fone no gancho e dona Chica aproximou-se sorrindo, acreditando na filha:

- Amanhã, se o tempo melhorar, você poderá estudar com a Flávia.

A promessa de dona Chica não desfez a expressão do rosto de Clara, que se afastou feito uma autômata, levando dentro o som da voz amada que, através de um fio, a penetrara tão fundo.

Quando se aproximava da porta do quarto, ouviu a voz do Ivan chamando-a. Voltou para atendê-lo e percebeu, no rosto do irmão um vestígio de lágrimas. Clara sentiu pena e ajoelhou-se perto dele.

- Garoto, papai está muito zangado, e com razão. Quem foi que lhe ensinou a roubar? Sabe que é muito feio isso que você fez!

- Foi brincadeira. Eu pedi para mamãe, e ela não me deu. Só falta vinte figurinhas para encher meu álbum. E como o Flamengo foi campeão eu comprei uma bandeira para mim.

Clara riu do irmão, e abraçou com carinho o menino que estava ainda chorando.

- Vou pedir para o papai te perdoar e deixar pelo menos você assistir televisão.

Ivan deu um passo para frente e, passando os bracinhos ao redor do pescoço da irmã, deu-lhe um beijo nas faces.

-" Bigado" mana você é a melhor irmã do mundo.

- É obrigado, não coma letras. Por que você fala certo, outra hora fala errado?

- Porque eu gosto oras!

Clara riu deu um tapinha na bunda do garoto e afastou-se com pena de deixá-lo só, trancado no quarto. Entretanto, era necessário castigá-lo para que não se tornasse um menino de maus vícios. Vícios! Ela estremeceu, refletindo sobre tal pensamentos. Viciada! Isso mesmo ela era uma viciada. E como livrar-se? Parecia que, quanto mais aterrorizava, mais a atraía o vidro de pílulas. Há quanto tempo se tornara escrava daquelas cápsulas?

Os dias passados mergulhava em trevas, em cenas fantásticas em que ela se via rodeada de fantasma e seres terríveis. Do inferno ao céu, as sensações a consumia e era sempre Marina que surgia, como que um galho emergido do pantanal nevoento. Clara agarrava-se a ele como única tábua de salvação, porque sentir Marina e concentra-se em seu amor, vibrar com ela, gozar com ela, lembrá-la apenas era o mesmo que realizar sonhos, ser de alguém do seu verdadeiro  mundo. Só Marina poderia tirá-la desse vício terrível, só o amor poderia salvá-la.

Presa de uma poderosa emoção, Clara entregou-se mais uma vez ao vício que a dominava. Ia roubando vidros e mais vidros do escritório do seu pai que era químico e por isso tinha vários vidros de pílulas uma diferente da outra. Algumas eram de sua mãe outras de estudos de seu pai. 

Entretanto para ela tudo tinha o mesmo efeito e resultado, porque o que Clara queria era vencer o sentimento forte que a estava consumindo dia após dia, seus pais não deixavam mais ela se encontrar com seu amor. Já estavam desconfiando delas, precisavam ficar sem se ver, isso para Clara era como morrer de paixão sem Marina, sem fazer amor com ela.

Dessa vez que Clara tomou as pílulas, contorceu-se na cama e revirou em loucos gemidos abafados,esbugalhou os olhos, aterrorizada diante das visões que desfilavam querendo atacá-la. Adormecida ou desfalecida Clara não acordou para o jantar. Nem diante da insistência de dona Chica.que chamou o sr. Ramiro, preocupada.

Ele aproximou-se da cama e olhou o rosto da filha. Tomou-lhe o pulso e acercou-se ,mais. Ergueu as pálpebras e recuou intrigado. Chica perguntou preocupada.

- Não será chamar um médico Ramiro?

Ele balançou a cabeça negativamente, coçou o queixo e, nervoso, perguntou:

- Ela se queixou de alguma coisa hoje Chica? Por acaso você lhe deu algum remédio qualquer?

- Não Ramiro, nada. A não ser que...

- Que o quê?

- Que ela tomasse alguma dose excessiva do remédio que você lhe trouxe. Era calmante, não era? Não poderia ter esse resultado?

- É possível, mas teria que tomar muitas pílulas, e então, seria um problema. Por que ela haveria de tomar mais do que o recomendável? Com que intenção? Será que Clara está tendo algum problema, Chica e nós não sabemos?

Chica foi verificar e voltou com o vidro. Clara sequer o abrira. Sr. Ramiro debruçou-se sobre a filha e sacudiu-a violentamente já nervoso. Clara abriu os olhos com muito custo assustada:

- O que foi pai? O que aconteceu?

Os olhos arregalados, a boca mole, os lábios soltos e a voz frouxa. Ela olhou, aturdidas para os dois. Sr. Ramiro sentou-se perto dela.

- Filha o que você tem? Seu sono não me pareceu normal.

Clara ao custo conseguiu sentar:

- Papai, não dormia assim havia várias noites, preocupada com meus estudos. Tenho medo de ficar reprovada. Parece que hoje desforrei.

Prevenção e medo venceram o torpor do corpo, respondera rápido e precavida, livrando-se da terrível suspeita. Dona Chica e sr. Ramiro deixaram-na momentos depois ainda preocupados com a filha.

Sozinha, depois, sentiu o perigo que estreitava o cerco a largas passadas. O inevitável chegaria mais dia menos dia num futuro muito próximo, seu pai perceberia a falta dos vidros no armário. Lembraria dessa noite e concluiria de que era ela quem estava tomando os remédios.

Teria de se livrar daquele vício o mais rápido possível, que a estava arrastando para o fundo do poço. Tinha de por um final à horrível angústia que sentia. Num assomo repentino de terror, levantou-se e foi jogar o vidro de remédio fora. Não poderia. Ainda o medo o reteve o causador de suas loucuras. Falaria para Marina. Só Marina poderia salvá-la desse sofrimento. Contaria tudo para ela assim que conseguissem se encontrar. Marina a amava e ajudaria a se livrar desse maldito vício tinha certeza.

 

 


Notas Finais


Será que Clara terá coragem de contar do seu vício para Marina?
Então é isso! Eu tentei passar para vocês como é esse vício, e que não é bom para ninguém.
A fic está próxima do final, falta apenas alguns capítulos para fechar o ciclo.
Até a próxima. Não sei ao certo quando voltarei, mas não demorarei muito.
Um beijo e um cheiro Clarinas.


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