Olhei em volta, a pizzaria era de frente pra praia, tinha uma vista extremamente maravilhosa. Assim como eu, os meninos estavam extremamente surpresos com tudo isso. Acho quê ninguém além do Cameron sabia disso tudo. Tinha mesas do lado de dentro, do lado de fora e na areia também. Lógico que do jeito que eles são crianças, ficaram na areia. Um atacando areia no outro.
Nos sentamos e eu me sentei entre Cameron e Nash, de frente pro Jack G.
- Sério, eu quero muito aquela pizza de Batata frita com cheddar.
- Lógico que aqui não tem Caniff. - falei - Só a que tem do lado da sua casa, tem aquela oitava maravilha.
- Peraí. - Cameron me olhou. - Você já foi na pizzaria que tem do lado da casa do Taylor? E com ele?
- Estavamos na depressão. - disse
- E nos afogamos em pizza. - Tay completou fazendo os meninos rirem.
Conversamos mais um pouco, até os garçons começarem a servirem as pizzas. E até as meninas chegarem.
- Ok, já estão todos aqui? - Perguntou Cameron
Hazel, Mabel, Lox, Ally e Sammy já tinham chegado. Tinham vinte, ou mais cadeiras, só para a nossa mesa. Acho que aquele lugar não recebe tanto cliente, nem em uma semana. Já fiz minha boa ação do dia, da semana, do mês, do ano.
- Eu quis chamar vocês aqui hoje, porquê é um lugar onde eu sempre vinha quando era mais novo. - suspirou - E por quê eu queria contar uma coisa pra vocês. - colocou as mãos sobre as minhas, respirou fundo e..
- Todos sabem que eu vou passar alguns, muitos, meses fora. Talvez não importe pra alguns, mas, eu vou dizer mesmo assim. Eu já vou viajar amanhã.
Calma, Melanie. Respira.
1,2,3 respira
1,2,3 inspira
Amanhã? Amanhã? - respirei fundo. - Perdi a fome.
Me levantei e saí andando, sem saber pra onde ir, só queria me afastar. Em quanto ao mesmo tempo eu queria abraçá-lo, confortá-lo. Eu queria espancá-lo.
Começei a andar rápido, por toda a orla, escutava Nash gritar o meu nome. Gilinsky me gritar. Jacob, Sammy.
Mas eu os ignorei e andei o mais rápido que eu pude. Me sentei na beira da orla, mais afastado possível. Pra mim, o dia acabou. A semana acabou. Tudo acabou.
Ele não pode ir.
Não agora, que estava tudo tão bem entre a gente. Estávamos planejando milhares de coisas, Viagens, festas, jantares, brincadeiras. Eu pensei que essa viajem seria, seilá, daqui a meses.
Como eu vou acordar e não vê-lo ao meu lado, todo fim de semana? Como eu vou ir a casa de Nash e não ver eles discutindo por causa do vídeo-game? Como eu não vou ao colégio e poder ver aquele rostinho de anjo toda manhã? Como vai ser ficar sem seus abraços, seus beijos, seus carinhos, suas implicâncias e até mesmo suas piadas sem graças.
Eu sinceramente não imaginei que eu fosse ficar tão mal, como eu estou. Parece que arrancaram algo de mim. Que tiraram algo, que nunca mais vai voltar.
Parece que tiraram um pedaço do meu coração e jogaram fora, sabe?
Fiquei pensando mais um pouco, ou tentando, pois a única coisa que eu sabia fazer era chorar. Chorar, chorar e chorar. Não conseguia mais pensar em nada, eu apenas olhava pro mar e chorava. Até que sinto uma mão nos meus ombros, olho pra trás e vejo Nash.
Meu primeiro instinto é abraçá-lo, o mais forte possível, com todas as poucas forças que me restam. Eu só queria que tudo aquilo fosse um sonho, queria acordar e tê-lo ali. Sem viajem, sem voo, sem nada.
- Vai ficar tudo bem tá? - deitei a cabeça em seus ombros. - Eu vou estar sempre com você.
- Eu te amo sabia? - coloquei as mãos sobre as suas. - Mas e ele? Como ele tá?
- Péssimo né, Melanie? - me olhou - Ele está passando pela pior e pela melhor fase da vida dele, e a própia namorada ao saber que ele vai realizar um sonho, sai correndo.
- O quê você queria que eu fizesse?
- Apoiado ele, como ele sempre te apoiou.
Uma facada iria doer menos.
- Nash..
- Vem, vamos voltar.
Voltamos até onde todos estávamos, eles estavam comendo, conversando, rindo. Menos o Cameron, ele estava sentado na mureta da orla, isolado. Olhando pro mar.
Nash me olhou como se dissesse "Vai, vai falar com ele ou eu te mato".
Me aproximei dele, assim que me viu, deu um leve sorriso de lado. Já é um começo! Me sentei ao seu lado, respirei fundo e tomei coragem.
- Desculpa. É que, eu fui pega de surpresa. Pensei que você só iria daqui a alguns meses, ano que vem, daqui a três anos quem sabe. - soltou um riso fraco.
- Eu que tenho que pedir desculpas, tinha que ter te avisado antes, mas eu tive medo de você reagir como reagiu, não queria te magoar de novo.
- Você não vai me magoar. - lhe dei um selinho. - Que horas você vai amanhã?
- 11h.
- Eu odeio despedidas, mas eu vou com você até o aeroporto.
- Lembre-se, não é um Adeus, é um Até logo.
Bem que eu queria que fosse um até logo. Bem que eu queria.
[...]
"eu só queria te dizer, amo você"
Sempre sonhei no tão esperado dia de conhecer alguém que realmente me fizesse feliz, que mudasse a minha vida. Que deixaria tudo diferente. Até que esse dia chegou e foi pior do quê eu imaginei. Eu me apaixonei, me entreguei, amei, fui fiel. Dei o meu máximo.
Mas é como nossa sinopse diz.
"Muitas das vezes só o amor, não segura uma relação"
Temos que aprender a lidar com todos os error e tropeços da vida. Os altos e baixos de uma relação e se você ama, tem que aprender a superar. A escutar. A saber a hora certa de tudo. Saber parar. Saber entender. Saber dar valor. Fui tirada dos meus devaneios, quando ouço uma freada e o carro estacionando. Olho para a janela e chego a minha seguinte conclusão: Isso não é um pesadelo, ou apenas um sonho ruim.
- Melanie, vamos logo. Vai ficar moscando aí. - Falou Nash estalando os dedos em frente ao meu rosto.
- Eu vou ter que ir mesmo?
- Lembra do quê eu te disse ontem? - assenti. - Então, levanta a cabeça e aproveita seus últimos minutos com ele.
Respirei fundo e fui com ele. Cameron estava andando na frente com os meninos, eles estava rindo de qualquer coisa, talvez a mais idiota desse mundo.
- Você ta bem? - Pergunta Gilinsky se aproximando de mim.
- Porquê ta todo mundo mundo me perguntando isso?
- Porquê você tá com uma linda cara de morta!
- Ah obrigada, você super me ajudou Jack.
Continuamos andando até chegar ao Check-in, às vezes o Gilinsky falava alguma coisa engraçada pra tentar melhoras meu astral, mas não adiantava muito.
- Vou ir fazer o Check-in, fiquem aí e tentem não quebrar nada.
- Ta bom mamãe.
[...]
- Última chamada para embarque. Passageiros do voo 174 com destino a Europa. Embarcar no portão de número 3.
- Eu odeio despedidas, bom voo cara. - Gilinsky disse, deu um abraço em Cameron e logo saiu dali.
Assim por diante, cada um dos meninos se despedia dele, uns falavam coisas e outros se mantinham em silêncio. Tentando conter a tristeza de perder um dos melhores amigos. Logo, todos já tinham se despedido e era a minha vez. Ele me olhou e deu um sorriso de lado.
Fui até o mesmo e lhe dei um abraço, talvez o último abraço.
- Eu amo você.
- É recíproco. - em um movimento rápido, Cameron colou nossos lábios.
Nosso momento foi cortado, por aquela mulher chamando novamente seu voo. Como eu odeio essa infeliz, mal amada.
Ele foi se afastando, cada vez mais, estava mais longe e antes de entrar na sala de embarque, me olhou e sorriu. Como se aquilo não fosse um "adeus" e sim um "até logo"
Senti alguém me abraçando, reconheci Nash pelo seu perfume, retribui o abraço e o olhei. Ele sorriu fraco.
- Temos que ir pequena. - beijou minha testa.
- Mas Nash..
- Eu sei, eu sei. - pegou minha mãe. - Fico com você essa noite. - Sorri e o abraçei novamente. Fomos para o estacionamento, onde os meninos estavam nos esperando em frente ao carro.
- Cê ta bem Mel? - Os meninos disseram meio que todos juntos.
- Acho que sim. - Entrei no carro e apoiei a cabeça na janela. Logo, todos entraram e Jack deu partida.
Fiquei pensando, refletindo algumas coisas. Mil imagens se passavam na minha cabeça, algumas de momentos bons e outras nem tanto. Umas decepções, uns sorrisos.
Eu apenas queria piscar, acordar, e perceber que tudo não passou de um pesadelo. Porém eu piscava, e nada acontecia.
Não era um sonho, tampouco um pesadelo, era a realidade.
E agora, só Deus sabe, quando eu vou vê-lo novamente.
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