Fomos à loja de celulares primeiro. A vendedora que nos atendeu parecia especialmente
suscetível aos atrativos de Alfonso. Assim que ele demonstrou o mínimo interesse em um
produto, ela já se abriu toda, alongando-se em explicações detalhadas e se aproximando o
máximo possível na hora de fazer as demonstrações.
Tentei ficar longe dos dois e encontrar alguém disposto a me ajudar, mas a mão de Alfonso,
sempre colada à minha, impedia que eu me afastasse. Depois houve a discussão de quem ia
pagar, apesar de o telefone e a conta serem meus.
Anahí: Você já escolheu a operadora, - argumentei, empurrando seu cartão de crédito para o
lado e estendendo o meu para a vendedora.
Alfonso: Porque é mais prático. Se formos da mesma operadora, podemos nos ligar de graça.
Ele trocou os cartões em um movimento habilidoso.
Anahí: Se você não guardar esse cartão, não vou nem querer ligar pra você!
Isso pareceu convencê-lo, apesar de Alfonso não ter ficado muito satisfeito. Ele que
engolisse essa.
De volta ao Bentley, seu bom humor voltou.
Alfonso: Pode ir para a academia agora, Angus. - ele ordenou ao motorista, recostando-se no
assento. Depois tirou o celular do bolso e adicionou meu número à sua agenda. Em seguida,
adicionou seu celular no meu, acrescentando o número de casa e do escritório.
Ele mal havia terminado quando chegamos à HerreraTrainer, uma academia de três andares
que era o sonho de qualquer entusiasta da boa forma. Fiquei impressionada com cada canto
de sua estrutura bonita, moderna e bem equipada. Até mesmo o armário do vestiário
feminino parecia algo saído de um filme de ficção científica.
Mas meu encantamento foi eclipsado pelo próprio Alfonso quando acabei de me trocar e o
encontrei esperando por mim no corredor. Ele estava de bermuda e regata, o que me
proporcionou a primeira oportunidade de ver suas pernas e seus braços.
Parei de repente, e a pessoa que vinha atrás esbarrou em mim. Só esbocei um pedido de
desculpas — estava ocupada demais devorando o corpo de Alfonso com os olhos. Suas pernas
eram fortes e torneadas, impecavelmente proporcionais a seus quadris e sua cintura bem
delineada. Já os braços me deram água na boca. Os bíceps eram muito bem pronunciados, e
os antebraços ostentavam veias grossas, criando um apelo visual brutal e totalmente sexy.
Ele tinha penteado o cabelo para trás, permitindo que eu visse o contorno de seu pescoço e
os caminhos angulosos de seu rosto.
Minha nossa. Eu queria conhecer intimamente esse homem. Minha mente não conseguia se
ocupar de outra coisa, pelo menos enquanto estivesse diante da prova irrefutável de sua
beleza incomparável. E ele estava olhando feio para mim.
Desencostando da parede à qual estava apoiado, ele se aproximou e me rodeou. Seus dedos
percorreram meu abdome despido enquanto contornava a distância ao meu redor, deixando
minha pele toda arrepiada. Quando ele parou diante de mim, lancei meus braços em torno
de seu pescoço e dei um beijinho estalado na sua boca.
Alfonso: O que é isso que você está usando? - ele perguntou, não muito feliz com minha
recepção entusiasmada
Anahí: Roupas.
Alfonso: Parece que você está nua com esse top.
Anahí: Pensei que você quisesse me ver nua. - Fiquei feliz com minha escolha de vestuário,
que havia sido feita de manhã, antes de saber que ia malhar com ele. O top tinha tiras presas
com velcro nos ombros e nas costelas, que podiam ser ajustadas de forma a proporcionar o
melhor suporte para os seios. Era especialmente projetado para mulheres de curvas
avantajadas, e era o primeiro que eu usava capaz de impedir que meus seios ficassem
balançando o tempo todo durante a ginástica. Alfonso não tinha gostado, na verdade, era da
cor, muito próxima do tom da minha pele, que combinava com as listras da minha calça preta
de ioga.
Alfonso: Quero ver você nua num local com privacidade - ele murmurou. - Agora vou ter que
acompanhar você toda vez que for à academia.
Anahí: Não vou reclamar, já que estou gostando demais do que estou vendo agora. Além
disso, eu preferia aquela possessividade à frieza do sábado à noite. Duas demonstrações
diametralmente opostas . - foi a primeira vez, mas eu tinha certeza de que não seria a última.
Alfonso: Vamos deixar isso pra lá. - Ele pegou minha mão e me levou dali, apanhando de
uma pilha duas toalhas com a logomarca da academia. - Eu preciso te comer.
Anahí: Eu preciso ser comida.
Alfonso: Meu Deus, Anahí. - Ele apertou tanto minha mão que até doeu. - O que vai ser?
Pesos? Aparelhos? Esteira?
Anahí: Esteira. Preciso correr um pouco.
Ele me levou até lá. Vi as mulheres do local o seguirem com os olhos, depois com os pés. Elas
queriam estar onde ele estava, e eu era capaz de entender isso. Também estava ansiosa para
vê-lo malhar.
Quando chegamos às fileiras intermináveis de esteiras e bicicletas, constatamos que não
havia duas esteiras adjacentes que estivessem livres.
Alfonso foi até um homem que tinha uma esteira livre de cada lado.
Alfonso: Você me faria um grande favor se usasse uma dessas outras.
O homem olhou para mim e sorriu.
XXXX: Claro, sem problemas.
Alfonso: Legal. Eu agradeço.
Ele subiu na esteira em que estava o homem e me apontou a que havia ao lado. Antes que ele
programasse seu exercício, eu me curvei em sua direção.
Anahí: Vê se não gasta muita energia, - sussurrei. - Quero fazer um papai e mamãe pra
começar. Andei fantasiando com você em cima de mim, mandando ver com toda a força.
Seu olhar me fuzilou.
Alfonso: Anahí, você não faz ideia.
Quase morrendo de ansiedade e sentindo uma agradável onda de energia feminina, subi na
minha esteira e comecei com uma caminhada leve. Enquanto me aquecia, pus meu iPod no
modo aleatório e, quando começou a tocar "SexyBack", de Justin Timberlake, passei a correr
a toda a velocidade. A corrida para mim era um exercício físico e mental. Bem que eu gostaria
de ser capaz de resolver todos os meus problemas correndo.
Depois de vinte minutos diminuí o ritmo e parei, arriscando uma olhada para Alfonso, que
corria com a fluidez de uma máquina bem azeitada. Ele estava vendo a CNN nos monitores de
TV acima de sua cabeça, mas abriu um sorriso para mim enquanto eu enxugava o suor do
rosto. Quase esvaziei minha garrafa d’água a caminho dos aparelhos, e escolhi um de onde
pudesse mantê-lo no meu campo de visão.Ele fez meia hora de esteira, depois passou para
os pesos, sempre com os olhos procurando por mim. Enquanto se exercitava, de maneira
eficiente e incansável, eu não conseguia deixar de pensar no quanto aquele homem era viril.
O fato de eu saber o que estava escondido sob aquela bermuda ajudava a criar essa
impressão, mas, mesmo que não soubesse, ele tinha toda a aparência de uma pessoa que,
apesar de trabalhar atrás de uma mesa, mantinha seu corpo pronto para a guerra.
Quando peguei uma bola para fazer uma sessão de agachamentos, um dos instrutores veio
até mim. Como era de esperar em uma academia de primeiríssima classe, ele era bonito e
tinha um corpo muito bem trabalhado.
XXX: Olá. - o instrutor disse, com um sorriso de astro de cinema que revelava dentes brancos
e perfeitos. Seus cabelos eram castanhos e os olhos, quase da mesma cor. - É sua primeira
vez, né? Nunca vi você aqui antes.
Anahí: Sim, é a primeira vez que venho.
XXX: Meu nome é Wiiliam Levy. - Ele estendeu a mão, e eu disse meu nome. - Está encontrando
tudo de que precisa, Anahí?
Anahí: Por enquanto está tudo bem, obrigada.
William: De que sabor de vitamina você gosta?
Franzi a testa.
Anahí: Como é?
William: Sua vitamina grátis de boas vindas. - Ele cruzou os braços, e seus bíceps alargaram as
mangas apertadas da camiseta polo do uniforme. - Você não ganhou uma na lanchonete lá
embaixo quando fez a matrícula? Eles deveriam ter oferecido.
Anahí: Ah, tá. - Encolhi os ombros, apesar de ter gostado da oferta. - Não cheguei até aqui
pelas vias normais.
William: Ninguém mostrou a academia pra você? Eu posso fazer isso. - Ele pegou de leve no
meu ombro e mostrou as escadas. - Você também ganha uma hora grátis com um personal
trainer. Podemos fazer isso hoje mesmo, ou então marcar para um dia desta semana. E eu
ficaria feliz em acompanhar você até a lanchonete, pra não ficar sem sua vitamina.
Anahí: Ah, eu não posso, na verdade. - Franzi o rosto. - Não estou matriculada.
William: Ah. - Ele piscou para mim. - Você só veio conhecer? Tudo bem. Mas você só vai poder
se decidir se puder aproveitar tudo o que temos a oferecer. Eu garanto para você, a
HerreraTrainer é a melhor academia de Manhattan.
Alfonso apareceu por sobre os ombros de William.
Alfonso: Você tem direito a tudo o que temos a oferecer. - ele falou enquanto se dirigia para o
meu lado e passava o braço pela minha cintura, - já que é a namorada do dono.
A palavra namorada reverberou pelo meu corpo, inundando meu organismo com uma onda de
adrenalina. Eu ainda estava em dúvida se tínhamos mesmo esse nível de comprometimento,
mas isso não me impediu de gostar da ideia.
William: Senhor Herrera. - Ele corrigiu a postura e deu um passo atrás antes de estender a
mão. - É uma honra conhecer o senhor.
Anahí: William ia me mostrar a academia, - eu disse para Alfonso enquanto os dois se
cumprimentavam.
Alfonso: Acho que a melhor pessoa para fazer isso sou eu. - Seus cabelos estavam úmidos de
suor, e o cheiro dele era delicioso. Nunca pensei que um homem suado pudesse cheirar tão
bem.
Ele me pegou pelo braço e senti o toque de seus lábios no topo da minha cabeça.'
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