História Todo Tempo Do Mundo - Momento

É difícil seguir em frente quando não temos certeza sobre onde as atitudes tomadas irão nos levar.  E naquele momento eu não tinha certeza de mais nada. Se é que algum dia eu havia tido certezas sobre algo relacionado ao Sebastian. Expectativas foram criadas, situações foram planejadas, mas tudo somente em minha cabeça. E além do mais, minha consciência estava o tempo todo a me dizer que aquilo não iria acabar bem, podia ser que durasse uma semana, um mês, quem sabe até um ano. Mas só que uma hora ou outra chegaria ao fim. Mas naquela hora meu pensamento era de que tudo, independente do quão bom seja, um dia chega ao fim, então talvez valesse a pena tentar. E eu sei também que depois que eu aceitasse aquela proposta não conseguiria mais sair dela, independente do sofrimento causado, seria difícil recusar o Sebastian. Nem sempre a lógica pode ser usada, principalmente em casos como esse.

Logo após ter me jogado na cama Sebastian se sentou ao meu lado e começou a acariciar meus cabelos de forma bem terna, toda aquela ternura nem parecia vir daquelas mãos.

- Eu adoro esse seu cabelo, Ciel. O cheiro dele me deixa excitado. Aliás, tudo em você me deixa excitado.

Não respondi nada, naquela hora eu não estava em condições para isso. Só suspirei e continuei ali deitado na mesma posição em que estava. Sebastian tirou as mãos do meu cabelo e desceu até o pescoço apertando lentamente, senti um arrepio percorrer todo o meu corpo. Ele se levantou, tirou a camisa e voltou a se sentar e ficou lá. Sem fazer nada, apenas me observando atentamente, talvez estivesse esperando alguma atitude de minha parte. E então eu decidi agir, fiquei de joelhos na cama e o beijei na testa, entrelacei minhas mãos em seu cabelo, acariciando levemente a sua nuca e só então encostei levemente meus lábios nos seus, após isso ele me envolveu em um abraço e acomodou seu rosto na curva do meu pescoço, dava para sentir sua respiração quente.

- Seu cheiro é tão bom. – ele falou.

Ele então tomou novamente os meus lábios, tentando explorar cada canto de minha boca, sugando de vez em quando o lábio inferior, suas mãos puxavam os fios de meu cabelo com força. Ele se deitou na minha cama e me puxou deixando meu corpo por cima do dele.

- Tire a camiseta, Ciel. Quero vê-lo se despindo.

Tirei minha camiseta e a joguei para longe e depois voltei a encarar o Sebastian. Suas mãos tocavam meu peito nu, apertando os mamilos com certa força, deslizando suavemente até minha barriga, cada toque dele me causava um arrepio. Suas mãos desceram até o zíper de minha calça, abrindo-a. Eu me movi um pouco e retirei a calça. Voltei minha atenção para o corpo de Sebastian, tirando cada peça que cobria seu corpo, olhando atentamente cada pedacinho, ele estava com uma cueca boxer preta, bem do jeito que eu gostava.

- Vai ficar só olhando, Ciel? – falou, em tom provocativo

 Aquela visão do Sebastian de cueca era excitante, mas não tão incrível quanto a visão de seu corpo nu. Tirei então a última peça de roupa que restava em meu corpo e sentei por cima dele novamente. Suas mãos acariciaram levemente meus quadris, chegando depois até minhas nádegas e apertando com força a região. E eu soltei então um gemido alto. Sebastian se aproximou um pouco mais e sussurou em meu ouvido.

- Esses suas reações me deixam cada vez mais excitado.

Suas mãos então chegaram até meu pênis, contornando a ponta com os dedos de forma bem leve, arrancando mais gemidos involuntários de minha boca. Aquelas mão continuaram me tocando aos poucos, cobrindo cada vez uma área maior de meu membro. Sebastian se moveu de forma que pudesse ficar por cima de mim e distribuiu beijos por todo o meu corpo, descendo pela barriga até chegar à parte interna de minhas coxas. Aquela altura eu já estava completamente entregue e perdido na aura daquele momento incrível. Acabei me movendo involuntariamente ao sentir sua língua passeando próxima a minha virilha. Sua língua percorreu toda aquela região, e logo após tocou a ponta de meu membro, lambendo toda a extensão, colocando o depois dentro de sua boca.Sugando com força, e quanto mais ele sugava mais meus corpo se arqueava para frente, como se quisesse entrar cada vez mais dentro daquela boca.

- Ah, Ah. Não pare Sebastian, - falei em meio a gemidos, apertando sua cabeça contra meu corpo.

Eu estava sentindo cada vez mais os reflexos daquelas carícias, meu corpo se movendo cada vez mais, pedindo por mais daquela boca e mãos. Sebastian encostou dois de seus dedos em meus lábios, forçando os para dentro de minha boca, eu os suguei então. Pouco tempo depois aqueles dedos saíram de minha boca e pude senti-los me penetrando com certa pressa. Começando um movimento lento de vai e vem, aumentando o ritmo cada vez mais. Eu já não me segurava e meus gemidos foram ficando cada vez mais altos. E à essa altura o Sebastian já não estava mais tão calmo quanto antes, as caricias estavam cada vez mais fortes e rápidas, ele então tirou seus dedos de mim subiu mais próximo ao resto de meu corpo, ficando novamente por cima de mim e me penetrou tão rápido que chegou a doer um pouco, Eu só conseguia gemer e sussurrar o nome do Sebastian bem baixinho próximo ao seu ouvido.

- Sebastian, S-Sebastian – sussurrei

Ele continuou me penetrando mais rápido e mais forte enquanto mordia a minha orelha. Minhas unhas arranhavam de forma violenta as suas costas, deixando marcas por onde passavam. Nós rolamos na cama e eu acabei ficando novamente por cima dele, paramos por alguns instantes

- Essa posição é perfeita para ver seu rosto de prazer. Mova-se, Ciel.

E então eu comecei a mover lentamente o meu quadril, aumentando o ritmo com o tempo. Cada palavra dita por ele era com uma ordem. Eu estava completamente suado e podia ver algumas poucas gotas de suor escorrendo no peito nu do Sebastian, e ele estava lindo com os cabelos bagunçados, algumas mechas caídas sobre um dos olhos, uma visão bem diferente da normal já que seus cabelos eram sempre impecavelmente arrumados. Eu sentia seu pênis indo cada vez mais fundo dentro de mim e nós continuamos naquele movimento até que eu gozei em cima da barriga de Sebastian e pouco depois ele chegou ao ápice gozando dentro de mim. Nem nos incomodados em dizer ou fazer mais nada. Apenas deitamos cansados e ofegantes um do lado do outro. Eu me aconcheguei no seu peito e após isso, dormimos abraçados.

No outro dia eu acordei antes do Sebastian, então levantei com bastante cuidado para não acordá-lo e fui até o banheiro tomar um banho. Lavei-me lentamente e logo após sair do chuveiro ouvi o celular do Sebastian tocando, aparentemente havia chegado uma mensagem. Não é de meu feitio mexer em coisas alheias. Mas já que o celular estava ali e o Sebastian estava dormindo resolvi ver de quem era a mensagem. Me surpreendeu bastante ver que a mensagem era da Angela, já que segundo ele aquela mulher havia sido uma companhia de somente uma noite. Mas infelizmente não consegui ler o conteúdo da mensagem, pois o Sebastian acordou, eu rapidamente deixei o celular antes que ele pudesse ver que eu estava tentando ler suas mensagens e comecei a secar meu corpo.

- Bom dia, Ciel

- Bom dia, Sebastian.

- Você pode pegar meu celular para mim, por favor.

- Claro. Aqui está ele – respondi

Fiquei ali fingindo procurar por uma roupa no armário tentando encarar o Sebastian discretamente a fim de poder ver qual seria sua reação ao ler aquela mensagem. Ele leu a mensagem atentamente e quando acabou de ler, um sorriso enorme tomou conta de seu rosto. Eu olhei para ele tentando disfarçar minha cara de decepção, e ele me olhou de volta com aquele olhar cínico de sempre.

- Bom, Ciel a noite foi excelente, mas agora eu tenho que ir.

- Já? Não vai nem tomar café antes de sair?

- Não, tudo bem. Eu como algo no caminho, tenho um compromisso muito importante pra resolver agora.

Compromisso? Sei. Eu tinha certeza de que ele ia encontrar novamente com a Angela. Eu sabia que aquela mulher não seria somente transa de uma noite. Pensei em gritar, xingar, falar alguma coisa, mas logo depois me lembrei do que ele havia tido. Sobre ser tudo sem compromisso, sem dever satisfações um para o outro. E isso me impediu de falar algo. Apenas me virei sem falar nada e continuei a procurar algo para vestir. Ele se despediu de mim com um beijo na testa e saiu pela porta sem falar mais nada, e logo depois o silêncio tomou conta daquele cômodo. Eu me deitei novamente na cama, então notei que o seu cheiro estava impregnado em meus lençóis, realmente aquela cama provavelmente me lembraria o Sebastian todas as vezes que eu me deitasse nela.

E o mais interessante nisso tudo, é que a gente quase sempre sabe onde está se metendo, e que provavelmente aquilo tudo só trará decepções. E o que a gente faz? Segue em frente, indo atrás daquela pessoa na esperança de que ela se torne alguém melhor.  Sempre se iludindo, eu acho até que essa é uma das maiores especialidades do ser humano: se iludir, criar expectativas em vão. E eu só posso começar a concluir que nossa história estava fadada ao fracasso desde o início.