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História Todos os namorados de Karin. - Terça-feira ou 2 namorado (Caderninho de rabiscos lotado)


Escrita por: Lucidium09

Notas do Autor


Lá vai mais um...

Capítulo 2 - Terça-feira ou 2 namorado (Caderninho de rabiscos lotado)


 

                Suspirou pela terceira vez dentro do carro enfim chamando a atenção de seu motorista particular, estava com um péssimo humor, bem pior do que o de costume, o dia de ontem tinha sido extremamente cansativo e frustrante para si e foi coroado com a notícia de que seus pais o queriam em casa para o jantar em “família”, Toushirou detestava esses encontros arranjados pelos pais adotivos, ele agradecia imensamente pelo casal Hitsugaya tê-lo adotado quando sua única parente viva, sua avô, morreu o deixando com cinco anos e sem nenhum parente vivo que requeresse sua guarda, mas as vezes a superproteção do casal era sufocante.

                Tinha seu próprio apartamento, bem simples e perfeito para si, um presente que pediu aos pais quando fez 16 anos, queria ser independente, teve seu pedido atendido pelo pai a protestos da mãe, nunca quis abusar do dinheiro do casal, família rica e abastado do Japão, mas esse capricho seu lhe dava mais autonomia para se virar sozinho e deixar mais incógnita sua família, na escola só sabia que seus pais eram ricos a Momo, a Nanao e o Kira. Por isso pediria ao motorista que o deixasse pelo menos duas quadras do colégio e iria a pé o resto do caminho. Dispensava os seguranças que sua mãe queria que o protegessem desde criança, por isso aprendera a lutar desde pequeno e treinava regularmente numa academia famosa da cidade. Mas a verdade era que os pais e sua reunião extraordinária pouco tinham haver com sua irritação.

Era a Kurozaki o real motivo, na verdade era o que ele sentia pela Kurozaki, totalmente improprio e despropositado. No seu quarto na mansão dos pais, pois sua mãe nunca o deixava desarrumado para quando o filho passasse a noite na casa dos pais ter todo o conforto, ele passou uma boa parte da noite refletindo suas ações do dia e sua mente afiada sempre voltava ao mesmo denominador: sua atitude para com a Kurozaki era irracional, ela não lhe devia nada, não se conheciam, nem sequer tinham sido apresentados direito, ele não tinha nada o que lhe cobrar se ela quisesse se envolver com qualquer homem, sendo esse homem comprometido ou não, ou tampouco com o tamanho da roupa que ela usa ou com a reação de outros quando a veem.

-Tcs. – Mais uma vez o pensamento lhe aborreceu sem querer. Então porque não conseguia deixar de se sentir assim, mesmo tendo ciência de sua irracionalidade. Tinha decidido ignora-la e sufocar esse sentimento repentino. O motorista parou no local indicado e ele desceu do carro carregando sua mochila pelas duas quadras que se seguiam até a escola, quando se aproximava da entrada ele e os demais alunos que chegavam ouviram o ronronar do motor de uma Ninja Kawazaki se aproximar do portão da escola, a moto estacionou e os dois passageiros tiraram seus capacetes, a garoupeira deixou a longa cabeleira negra cair pelas costas, usava o uniforme do colégio, era Karin que descia da moto de um pulo rápido e entregava para o motorista o capacete. Toushirou travou no lugar, o motorista talvez fosse ainda mais velho que o Shiba, contudo tinha o mesmo porte físico, um ruivo de cabelo compridos e vermelhos vibrantes amarrados em um rabo de cavalo alto deixava transparecer algumas tatuagens em seu rosto e pescoço. O dono dos olhos esmeralda sabia quem era o desconhecido que agora conversava animadamente com a garota, era Renji Abarai, seu treinador de boxe e karatê.

O homem era imponente naquela motocicleta potente, de roupa esportiva, botas e jaqueta de couro e parecia muito contente em interagir com a novata. Ela por sua vez sorria e respondia ao ruivo. Toushirou resolveu continuar seu caminho para entrada repetindo o mantra de que não tinha nada haver com os relacionamentos da Kurozaki mentalmente. Ao passar perto do casal pode ouvir claramente ela se despedir e ele afirmar que viria pega-la na saída. Virou o rosto de lado fingindo desinteresse.

- Oi Hitsugaya, vai treinar hoje? - Perguntou o ruivo ao nota-lo.

- Talvez... – Foi só o que respondeu o albino sem nem ao menos lhe dirigir o olhar.

- Hitsugaya-kun?! – A voz feminina o chamou. Ele parou imediatamente – Poderia me esperar para irmos juntos a sala? – Ela indagou a suas costas.

- Só se apresse, não vou chegar atrasado por sua causa. – O albino disse fazendo com quer a jovem desse um tchau rápido para o motoqueiro e buscasse a companhia do capitão.

- Oi, já me apresentei na sala, mas ainda não pessoalmente para você. Sou Karin. – Disse ela se pondo a caminhar ao lado dele. – Você é Toushirou, certo?

- Sou sim Kurozaki. – Ele respondeu seco, mas internamente feliz por tê-la afastado do Abarai, mesmo que esse sentimento fosse despropositado. – Onde está o Shiba? Pensei que ele fosse a pessoa a lhe trazer ao colégio hoje. – Perguntou já um pouco azedo.

- ... – Ela parecia não ter entendido a pergunta, mas logo tratou de responder depois de um estalo na sua mente. – Ichi-nee não pode me trazer hoje, ele perdeu o meu voo porque estava viajando com Kuchiki-chan, mas ele não perderia o voo da minha irmã, ela chega hoje de manhã cedo e ele foi busca-la no aeroporto. – Respondeu rápida e simples, mas os efeitos daquela afirmação deixaram um capitão sem chão.

- O Shiba é seu irmão?? – Perguntou perplexo, ele não sabia que Ichigo tinha irmãos, muito menos que eram duas. – Eu pensei...

- Que era meu namorado. Acho que todos pensaram isso, mas o Ichi-nee meio que exagerou no nosso reencontro então não culpo ninguém. A verdade é que fazia tempo que a gente não se via e como temos sobrenomes diferentes ninguém realmente faz a ligação certa. – Ela falava didática e o prateado a olhava como se um grande peso tivesse sido tirado de suas costas. Um pequeno sorriso de canto se formava nos lábios finos do capitão.

- Desculpe pensar isso também. Mas não acha meio incomodo o que ele fez as outras pessoas pensarem? – Perguntou meio curioso.

– Creio que não, é útil as vezes, depois de ontem eu evitarei dizer a muitos que não quero um namorado, afinal não tenho espaço para mais ninguém. Ichi-nee me fez um favor meio indiretamente. – Ela respondeu já entrando na sala. E ele murmurou um entendo baixo em resposta.

Não se falaram mais naquele dia, agora a mente do Hitsugaya que até então estava aliviada por saber que o Ichigo e a novata não tinham mais que uma relação fraternal mergulhou na última frase proferida pela jovem, que não tinha espaço pra mais ninguém, logo ela já tinha um namorado, provavelmente seria o Abarai, mais uma vez seu peito ardeu num sentimento mórbido e inquietante.

...

Depois da aula ele caminhou para seu apartamento, tinha presenciado a Kurozaki novamente montar na moto de Abarai e partir segurando a cintura do homem, em alta velocidade pelo lado contrário da rua. De novo aquele gosto amargo na boca. Chegando ao andar de seu prédio viu diversas caixas espalhadas pelo corredor, provavelmente um novo inquilino alugaria o apartamento vago ao lado do seu. Hitsugaya só esperava que o novo vizinho não fosse barulhento. Hoje não tinha treino de futebol e Toushirou resolveu que faria uma visita a academia de boxe que frequentava, mesmo que pudesse justificar que ia nela pela menos duas vezes por semana para treinar, o que ele queria mesmo era sondar o Abarai e descobrir a real relação dele com a Kurozaki, a mente analítica já fazia inúmeras ligações. A academia pertencia a família Shiba, Kukaku Shiba era a dona e sobrinha do pai de Ichigo, Ishinn Shiba, o chefe de uma grande empresa de segurança, mesma empresa responsável pela segurança de sua família.

Ishinn foi seu primeiro mestre e foi quem realmente convenceu seus pais de que o menino Toushirou deveria apreender a se defender sozinho. Ele o tinha levado para a academia e lhe apresentado seu filho mais velho. Foi daí que conheceu o Ichigo Shiba. Mas mesmo tendo contato com a família dos Shiba nunca ouviu falar que seu mestre tinha mais duas filhas e uma delas era sua perdição. Continuando com suas suposições, o Abarai era amigo do Ichigo e sendo uns anos mais velhos e versados em lutas se tornou um dos treinadores da academia, incluindo o treinador de Toushirou. Então essa era a ligação, Abarai era amigo de Ichigo e Ichigo irmão de Karin, logo eles se conheceram por conta do irmão, mas se a Kurozaki tinha lhe dito que a muito não via o irmão, isso revelava que só teve contato com o Abarai no dia anterior, então como a morena já andava grudada na garoupa do treinador de boxe? Seria ela uma Maria-gasolina que se encanta com qualquer veiculo de luxo, se fosse o caso Toushirou lhe daria a moto mais moderna do mercado, daria quantas motos ela quisesse contanto que ela saísse da garoupa do Abarai!!!

Suspirou resignado com o pensamento idiota, ela estava lhe tirando do sério de vários jeitos possíveis. A Kurozaki não dava entender que era esse tipo de mulher e os ciúmes infundado dele já beirava o ridículo.

Já pronto com o equipamento de treino de boxe numa mochila ele se pôs a caminho da academia. Saiu de casa topando com o amontoado de caixas no corredor, parecia que o novo vizinho ainda não tinha dado as caras.

Academia de artes marciais e lutas Kukaku Shiba, Toushirou agora de encontrava de frente para o grande prédio, sua academia a anos, desde o fundamental, a maior e mais disputada da cidade, sabia só de olhar que o Abarai se encontrava lá, a motocicleta de Renji estava colocada na frente sendo ostentada. O treinador de Toushirou sempre foi muito barulhento e espalhafatoso, igualmente era forte e habilidoso, então o prateado nunca se importou tanto com a personalidade do ruivo, nunca ouviu falar que ele tivesse uma namorada, pensava que o mesmo tinha uma queda por Rukia Kuchiki, amor platônico já que a Kuchiki e o Shiba eram um casal há um bom tempo e tinha enfrentado muito desafios para ficarem juntos o que incluía até o desagrado da família da garota. Então o Abarai poderia mesmo está realmente namorando a Kusosaki.

Hitsugaya entrou na academia se encaminhando pra o vestiário, trocaria de roupa e enfaixaria as mãos deixando só o trabalho de calçar as luvas para outro. Saiu do vestiário de calção e blusa regata deixando os músculos dos braços, costas e coxas livres, faria um aquecimento com a corda antes de procurar o Abarai para um treino no ringue. Estranhava a academia está com pouco movimento na tarde, dos três ringues só um estava sendo utilizado, bateu corda por quinze minutos e avistou Kukaku, a dona, do lado do ringue que comportava um luta que tinha acabado, o capitão resolveu se aproximar da mulher e lhe perguntou sobre o paradeiro do seu treinador.

- Oi Kukaku, terminei o aquecimento. Onde está o Abarai. Quero treinar ringue hoje. – Falou despreocupado.

- É senhorita Shiba pra você pirralho Hitsugaya. E você vai ter que esperar ou treinar outra coisa, o Abarai tem uma luta agora e talvez não saia dela em muita condição de treinar ringue contigo.

- Luta? Hoje não ´dia de desafio. Por isso então a academia tão vazia. – Observou Hitsugaya.

- É isso aí, mesmo que hoje não seja dia de luta, uma pessoa especial veio treinar hoje e resolvemos fazer algo especial pra ela. O Abarai é o adversário dela nesse momento. – Kukaku olhou a entrada dos lutadores em expectativa.

- Ela? – Toushirou perguntou assustado, mesmo que muitas das mulheres que treinassem na academia Shiba fossem verdadeiras forças da natureza, o Abarai enfrentar uma mulher era grande vantagem, ele era muito alto e forte, além de um dos mais experientes em quase todas as lutas, além de possuir a fama de não pegar leve com ninguém. Era exatamente esse o motivo de ser ele o treinador de Toushirou.

- Só olhe e babe moleque, aquela fera é minha aluna antiga e uma das mais forte Shiba ainda vivas. – Kukaku exibia o melhor sorriso presunçoso enquanto a uma morena de pele pálida e longos cabelos em rabo de cavalo entrava no ringue de shorts curtos, um top no estilo nadador que só cobria os seios, protetores e luvas de vale tudo, era Karin Kurosaki, o queixo de Toushirou foi ao chão. Do outro lado Renji entrava no ringue só de shorts e luvas, seu imenso e malhado corpo coberto quase que completamente por tatuagens tribais.

- Não pode está falando sério Kukaku. Ele vai machuca-la! – Exclamou o prateado já com uma mão nas cordas pronto para pular e interromper o combate, mas sua investida foi cortada por Kukaku que já o encarava ameaçadoramente.

- Não se atreva Hitsugaya. Ela pediu a luta, provavelmente Renji não vai conseguir tocar em um fio de cabelo dela.

Atônito e revoltado o prateado se conteve, mas jurava internamente que se aquele projeto de caderninho de rabisco mal acabado fizesse sequer um arranhão na morena, o próprio Toushirou invadiria a luta e trucidaria o ruivo.

O gongo soou e de boca aberta o capitão viu a morena dança no ringue, Kukaku tinha razão, Renji não chegava nem a meio metro de proximidade de acertar um golpe da morena, em compensação já tinha levado alguns bons chutes. Ela era forte e rápida e como eles lutava num vale tudo, ela usava uma mescla de vários estilos de luta. Kukaku sorria satisfeita, sua pupila de anos atrás estava mais madura e estratégica, Renji só ganharia se usasse força bruta contra ela, mas ela mal conseguia acompanha-la, ela tinha uma defesa perfeita. Em um dado momento enquanto eles se movimentavam e estudavam posições Karin vislumbrou Toushirou a observando de boca aberta, a morena perdeu momentaneamente a concentração e o Abarai se aproveitou da distração criando uma chance e a agarrou jogando-a no chão. Uma luta no solo era vantajosa para o ruivo, muitas vezes superior a morena em peso e tamanho. Por cima dela o treinador se preparava para uma imobilização.

As pupilas de Hitsugaya dobraram de tamanho, suas narinas inflaram e novamente sua mão foi as cordas pronto para voar em cima do ruivo e tira-lo a socos de cima Kurosaki, mas quando botou o primeiro pé no ringue ele congelou com o olhar reprovador da Kurosaki sobre si no mesmo instante em que a mesma revertia o principio de imobilização de Renji e o prendia numa chave de pernas em volta de seu pescoço. Mesmo esperneando o Abarai não conseguia se desprender do agarre da garota e pouco a pouco foi perdendo o ar. O olhar mortífero da Kurosaki era destinado ao prateado, mas era o ruivo que batia a mão desesperado no chão desistindo da luta antes que desmaiasse sufocado.

Kukaku vibrou no lugar e caminhou para dentro do ringue indo de encontro a filha de seu primo, uma espécie de prima, que com certeza tinha herdado o sangue e a vibra dos Shiba. Desperto de seu transe quando a Kurosaki ganhou a luta, Toushirou também entrou no ringue e se pôs ao lado de Renji que ainda estava deitado tentando se recuperar. Ele viu a morena se levantar usando uma das mãos que Kukaku lhe oferecia e lhe dirigiu a palavra.

- Bela luta Kurosaki. Mais uma habilidade sua escondida? – Perguntou irônico.

- Pois é... Tenho muitas. – Disse simplista dando de ombros a morena. O prateado foi visualizado por Renji e logo depois ouviu seu nome ser dito em meio a uma tosse seca.

- Toushirou... Não vou poder treinar contigo hoje garoto, essa demônia irmã do Ichigo é tão bruta quanto ele. – Disse apontando para Karin.

- E você ficou muito mole seu baka. – Gritou a morena com o olhar assassino e com um pé no peito do ruivo. – Controla a língua ou leva outra surra cabeça de fósforo apagado! – Ela falou indignada.

Toushirou levantou a sobrancelha em curiosidade, afinal o que achou ser um casal parecia mais com rixa de dois moleques.

- Tão arisca quanto o irmão, tenho pena do coitado que ousar ser seu namorado, ele está frito!!! – Karin apertou o pé com mais força no peito alheio depois que Renji terminou. – Calma aí Karin-chan, posso não treinar o Hitsugaya-kun hoje, mas ainda quero treina-lo algum dia. Fica difícil se eu estiver morto. – Terminou o ruivo.

- Então fica de boca fechada baka. E quanto ao Hitsugaya-kun, se ele aceitar eu posso treinar com ele hoje, pode ser nos sacos de areia se ele quiser? – Disse a morena mais calma encarando o prateado. – Afinal essa é a academia da minha família e eu quero ajudar.

- Aceito. – Falou direito. – Já vim até aqui e me aqueci. Não vou perder a viajem, quero pelo menos um treino normal. – E caminhando para sua mochila o albino pegou suas luvas entregando para a morena. – Eu tiro suas luvas e você calça as minhas. – A morena concordou com um acenou e acompanhou o prateado para fora do ringue.

Kukaku que assistia a cena sorriu curto. Ela poderia ter colocado qualquer um para treinar com o moleque Hitsugaya, treino com saco era básico, mas a garota a sua frente seguindo o prateado estava cansada mas resoluta a ficar na companhia do garoto, também não passou despercebido que Karin só foi ao chão por ter distraído com a presença do belo rapaz de olhos verde mar. Então Kukaku presumiu que a menina não tinha superado Toushirou como a Shiba mais velha presumiu que aconteceria com o afastamento de anos, e mais, pelas reações furiosas do Hitsugaya, a jovem lutadora era mais que correspondida. Outro sorriso de canto quando viu os dois conversando enquanto o albino descalçava as luvas da morena e depois a mesma fazia a ação inversa lhe calçando as suas.

- Levanta Renji! – Gritou a Shiba enquanto se afastava do ringue extremamente animada. – Levanta ou a próxima luta será comigo.

No outro lado do ginásio Karin mordia os lábios escondida atrás do saco de areia ao vislumbrar o trabalho dos músculos do albino enquanto esse socava o saco que ela fazia força para manter no lugar. Toushirou socava com força descontando a frustação de pela segunda vez ter presumido que a Kurosaki fosse comprometida e ver que suas ideias eram errôneas senão absurdas. Ambos os namorados que tinha dado para Karin eram bem mais velhos e homens feitos. Onde foi parar sua lógica quando o assunto era a morena que agora ofegava segurando seu saco de areia.

A mente rápida do albino agora trabalhava em outra situação, a respiração pesada e ofegante da morena ao se esforçar para manter o saco no lugar. Toushirou não teria outra palavra para descrever a cena que via as vezes de relance senão “quente”. Ela era quente, suada pela luta anterior e ofegando pelo atual esforço a Kurosaki estava um pecado e por esse pecado Toushirou fazia questão de bater mais forte no saco, variando estilos e posições das mãos para socar e fazer a garota se movimentar mais. Ela era perfeita, perfeita pra ele, infelizmente era perfeita demais para outros também, o albino não conseguia deixar de perceber os olhares desejosos que ela recebia dos poucos outros lutadores que ainda restavam na academia.

Eles fizeram algumas pausas nos treinos, mais o Hitsugaya sempre dizia querer mais uma rodada de socos, naquele momento tinha a atenção da morena para si, socaria aquele saco até suas mãos estarem sangrando se isso significasse ter a morena concentrada só nele, outro sentimento louco se apossou de si, era a avareza, a extrema necessidade de não querer compartilhar o tempo de Karin com ninguém. A academia quase vazia e a morena bebendo a água dele diretamente de sua garrafa térmica foi a deixa para perceber que ambos estavam exaustos e tinha que deixar a morena descansar.

- Foi ótimo ter me ajudando Kurosaki, vou encerrar por hoje. – Disse ele enquanto a olhava terminar de beber sua água e deixava algumas gotas escorrerem por sua pele indo em direção ao pescoço pálido. Toushirou engoliu em seco e lambeu os lábios involuntariamente com a cena trivial, aquela garota era encrenca pura para o autocontrole treinado do rapaz, logo seu corpo esquentou rapidamente.

- De nada, e pode me chamar de Karin, se eu puder te chamar de Toushirou. – Ela dizia enquanto se aproximava dele felinamente e retirava as luvas de suas mãos, mais uma onda de calor se alastrou pelo corpo albino.

- Faça como quiser... Karin. – Ele falou baixo enquanto observava as mãos dela desatando as ataduras e o livrando daquela parte do equipamento de treino, as mãos dela eram suaves e pareciam está massageando as suas que estavam vermelhas e maltratadas com o treinamento duro imposto pelo dono delas. Mais uma onda de calor seguida de um arrepio que o percorreu inteiro e ele percebeu que se não se afastasse imediatamente estaria em graves apuros. – Vou indo então. Até amanhã Karin.

- Até amanhã Toushirou. – Ela falou simples mesmo parecendo meio decepcionada com o afastamento repentino das mãos do capitão.

Ambos se colocaram a caminhar para os respectivos vestiários, estando esses em lados extremos do ginásio. Toushirou raramente tomava banho na academia, como seu apartamento era perto ele só trocava a roupa e ia pra casa se banhar tranquilamente em seu banheiro, mas abriu uma grande exceção naquele dia, precisava esfriar a cabeça e outras partes do corpo imediatamente, o caminhar daquela gota d’agua no corpo de Kurosaki o tinha deixado maluco.

Depois de alguns minutos debaixo de água bem fria ele se encontrava já parcialmente vestido, sua cueca boxe preta e sua calça jeans já estava em seu corpo, mesmo que o zíper estivesse parcialmente aberto e o botão fora da casa da peça de roupa, enxugava os rebeldes cabelos brancos com uma toalha da academia enquanto ainda secava os resquícios de água que desciam pelo seu peito descoberto, sua camisa polo ainda estava sobre o banco do vestiário vazio.

Levantou a cabeça em direção a uma voz que adentrava o recinto. Era a voz dela, mas porque ela estava entrando no vestiário masculino era o problema.

- Oi? Tem alguém aí? Eu tô entrando viu! – Dizia ela meio que constrangida e o Hitsugaya esperava um tanto zangado, o que ela queria entrando num vestiário masculino? Poderia ter homens seminus lá dentro! Ela não tinha noção de perigo mesmo?!? Mas ele não respondeu, apenas esperou ela lhe encontrar. Os olhares de ambos se encontraram e ela ficou vermelha e tratou de se explicar.

- Toushirou! Pensei que você tinha ido embora... na verdade pensei que não tinha ninguém mais aqui... Kukaku me disse que você nunca toma banho aqui e não tem mais ninguém na academia, já foram todos, eu também já tava indo embora, só vim aqui pegar o outro capacete do Renji.  – Ela se curvou a ele constrangida. – Desculpe por invadir o vestiário assim. – Ela já ia se afastando.

- Humph... – Ele grunhiu demonstrando entendimento. – Pra onde pensa que vai sem o capacete, ele está alí. – Apontou o prateado para a mais alta das prateleiras, fora de alcance até para ele, muitos centímetros mais alto que a morena.

- Renji me paga. – Falou ela trincando os dentes. Provavelmente era uma vingança pessoal do ruivo pela surra no ringue, bem que tinha estranhado ele está só com um capacete e manda-lo em busca do outro. – Como vou pegar agora?

- Com minha ajuda. – Disse o albino tranquilamente fazendo apoio com as mãos afim de que a Kurosaki o usasse como escada para pegar o capacete. – Seja rápida. – Ele incentivou quando ela fez uma cara de incredulidade, mas pouco depois ela estava sobre seus ombros e alcançava perfeitamente o capacete. Toushirou era forte e seus ombros largos e fortes eram o apoio perfeitos para os pés da Kurosaki, mas a mesma não queria machucar o rapaz e avaliava como desceria de lá, um salto seria suficiente para aterrissar no chão em segurança.

- Vou descer. - Ela anunciou quando se preparava para pular, mas as mãos do capitão em seus tornozelos a impediram.

- Desça como subiu, usando meu corpo. Se pular e aterrissar mal pode ferir um tornozelo. Sei que é uma atleta e não quer ficar de molho por causa de uma imprudência. – Ele falou olhando pra frente, não queria que ela se machucasse, tampouco queria se perder em pensamentos impróprios se a visualizasse de baixo para cima. Assim como ele, ela já tinha tomado banho e estava com um short na altura dos joelhos e uma blusa também comprida, contudo leve, ainda um pecado para o capitão.

- Então como vou descer? – Ela indagou.

- Escorregue pelo meu corpo, não vou te deixar cair, eu prometo. – Ele disse sério e mesmo depois de alguns segundo de hesitação ela fez o que ele disse. Ele cumpriu o prometido firmando as mãos no corpo dela enquanto a mesma deslizava pelo corpo do rapaz. As mãos firmes a seguravam desde a parte traseira das panturrilhas e coxas e caminhavam acima a mantendo segura e prensada no corpo másculo do homem enquanto ela se apoiava em seus ombros e deixava-se ser segura pelo rapaz de olhos verde mar, eles agora se encaravam quando as mãos do Hitsugaya já jaziam em sua cintura e espalmadas em suas costas, ela por si estava completamente colada no peitoral denudo do prateado e sua respiração estava engatada, os pelos de seu corpo eriçados.

Os dois se encontravam ofegantes e mesmo que os pés dela se encontrassem no chão, eles não se soltavam. Mas como tudo que bom dura muito pouco, o celular da morena tocou a despertando pro fato que um certo treinador ruivo estaria a esperando fora da academia, ou pior, estaria se encaminhando pro vestiário para vê-la frustrada pela busca do capacete inalcançável. Ela não poderia deixa-lo ver aquela cena do Hitsugaya colado a si lhe abraçado apertado.

 - Tenho que ir Toushirou. – Disse ela enquanto rapidamente se livrava do aperto do maior e saia em corrida pra fora do vestiário.

- M-mas... – Gaguejou o albino tentando em vão detê-la. – Até então. -  Ele disse quando ela estava já sumindo e ainda pôde ver o último sorriso dela em sua direção. Ele sozinho agora suspirou resignado, provavelmente voltaria pro chuveiro, precisava acalmar seus ânimos com muita água gelada agora. Aquela morena deixava seu alto controle em frangalhos.

 



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