História Together For 365 Days - I Need You

CAPÍTULO 57

Zayn foi o primeiro a entrar no apartamento, puxando Danielle pela mão e também segurando a bolsa que tinha levado para ela até o hospital para que trocasse de roupa, tinha arrumado a bolsa junto com sua irmã e ela e sua mãe estavam entrando no apartamento logo depois de Danielle.

— Ainda acho uma boa ideia você e Zayn irem pra minha casa. Nossa casa. — Trisha disse enquanto seguia Megan que seguia Danielle.

— Não, de jeito nenhum. Eu sinto muito por tudo, não quero dar nenhum tipo de trabalho a vocês, mas se o Zayn quiser ir... — ela disse puxando sua mão e Zayn se virou imediatamente para ela, estava indo com Danielle em direção as escadas, achou que ela estivesse muito cansada e que talvez quisesse sua cama. — Eu não vou achar ruim Zayn. — ele negou, chegando mais perto dela, Danielle cruzou os braços abraçando o próprio corpo como se estivesse com frio.

— E te deixar sozinha? Não, de jeito nenhum. Mãe, vamos ficar. — ele disse se direcionando a sua mãe.

Danielle precisou ficar mais um dia inteiro no hospital e estava se sentindo completamente esgotada, estavam sendo os piores dias de sua vida. Seu pai fez um escândalo na recepção quando não deixaram ele entrar no quarto por não ser bom para Danielle que estava descansando então acabaram deixando-o entrar, ele foi direto para cima de Danielle, abraçando-a, completamente abalado e ela por pouco não entendeu nada. Nunca tinha sentido tanto carinho paterno ao mesmo tempo, pelo menos não se lembrava.

Ele fez milhares de perguntas e, de repente, Genevieve foi quem entrou no quarto e Danielle se pegou surpresa, estavam os três juntos e seus pais demonstrando preocupação e cuidado simultaneamente. Zayn entrou de repente enquanto Genevieve tentava conter as lagrimas para poder falar com Danielle e se aproximou dela, mas não disse nada que seu pai já não tivesse dito. Zayn não sabia quem era Genevieve, muito menos por que ela chorava tanto, mas também não perguntou, não era a hora. Um delegado acompanhado de uma investigadora tinha acabado de sair do quarto, Danielle passara mais de uma hora respondendo perguntas e revivendo todos os piores momentos de sua vida na cabeça, mas Zayn e sua mãe estavam ao seu lado e quando saíram os pais de Danielle entraram.

Danielle conversou com seus pais, por mais estranho que fosse. Respondeu todas as perguntas deles e depois que foram embora ela não conseguiu responder as perguntas de Zayn sobre quem era aquela mulher que parecia tão abalada quanto seu pai. Enquanto William se aproximava para beijar e abraçar Danielle, dizendo que voltaria mais tarde, que a visitaria no apartamento, a mulher de cabelos castanhos claros ficou parada observando tudo, Zayn arriscou pensar que talvez ela nem soubesse o que fazer, parecia meio perdida apesar de triste, como todos.

Foi muita coisa para um dia só. Toda a conversa que teve com Zayn, a polícia, a família de Zayn e a sua, os momentos horríveis que não deixavam sua mente e seu bebê, toda vez que Danielle dormia ela tinha pesadelos os quais não conseguia lembrar quando acordava, mas sabia o que era pois era sempre a mesma sensação de desespero, vazio e culpa. Dormia menos de uma hora por dia várias vezes. Ela realmente precisaria de tempo até parar de pensar em seu bebê e no que ela acreditava ter causado a ele.

Quando finalmente pode voltar pra casa, teve uma breve conversa com William, agradeceu por tudo que ele lhe oferecera e disse, mas iria com Zayn e quando Zayn chegou, abraçando-a e beijando, William percebeu pela primeira vez o que tinha acontecido, o que ele e Peter tinham proporcionado mesmo que sem intenção alguma: estavam apaixonados. Apaixonados de verdade e qualquer um enxergaria isso em Danielle por seu desespero no dia anterior por Zayn e em Zayn, por seu cuidado e carinho com ela.

Peter ficou no hall do prédio conversando com seus novos seguranças particulares, um ficou junto com o motorista de Zayn e com o seu e outros dois subiram com ele, ficando parados na porta do apartamento do lado de fora. Ele entrou e quando chegou todos já estavam no andar de cima, escutou apenas a voz de sua filha mais nova dizendo algo para Zayn.

— Dani, pode contar comigo para tudo. Tudo o que precisar, qualquer coisa. — Trisha segurava as mãos dela, Danielle estava sentada na cama.

Ela apenas balançou a cabeça, mal conseguia falar, não se sentia mais a mesma, uma parte estava faltando e a outra completamente fora do lugar. Seu cabelo estava solto em ondas grandes que caiam no rosto e ela tinha leves olheiras em baixo dos olhos de tanto chorar e pouco dormir, seus lábios estavam sem cor e sua feição sem sentimento algum. Nem a própria Danielle sabia como agir.

Ela estava agradecendo a todos ali a todo momento, o pai de Zayn, a mãe, a irmã e Brad e Alex que estavam no hospital e visitaram-na, mas ela só queria ficar sozinha com Zayn, estava exausta e queria pelo menos tentar conseguir dormir de verdade.

— Muito obrigada mesmo. Vou ficar bem. — Danielle disse balançando a cabeça. Trisha se levantou e foi abraçar Zayn.

— Vamos pra casa, por favor... — disse segurando o rosto do filho, mas ele negou. Danielle apenas ficou pior ainda, sabia que Zayn não estava querendo ir por sua causa.

— Olha... — ela começou, todos ali olharam para ela. — Eu só queria ficar em um lugar familiar hoje, meu quarto, minha cama, quem sabe assim eu consiga dormir direito, me sentir bem e confortável, mas se fará vocês se sentirem melhor e acho que a mim e Zayn também, se quiserem que eu vá ainda, podemos ir amanhã ou depois, quando Zayn quiser. — disse levantando os ombros. Zayn se sentou ao lado dela na ponta da cama.

— Eu acho que é o melhor, ficarmos todos juntos e seu pai já foi até minha casa Danielle, ele sabe como é a segurança, como você vai estar, talvez ele fique mais calmo, está tão nervoso e assustado quanto todos nós. — Peter disse na porta do quarto. Danielle sentiu seu peito se apertar mais ainda, queria poder dizer ao pai que estava tudo bem naquele momento, mesmo que não estivesse, só para que ele ficasse mais seguro.

— Vai ser difícil ir pra casa, não quero te deixar aqui Zayn. — Trisha disse.

— Eu vou ficar em um dos quartos. Por que vocês não ficam também? — Megan disse aos seus pais. — Bradley e Alex virão.

— Podem ficar e aí amanhã iremos com vocês. — Zayn passou um braço em volta de Danielle que não disse nada, aliás, ela estava a um bom tempo sem dizer quase nada, apenas frases curtas e rápidas.

— Posso leva-los ao quarto, também devem estar cansados. — Danielle disse se levantando e Zayn fez o mesmo. — Pode ficar Zayn, não está cansado? — ela disse colocando a mão no ombro dele, o impedindo de andar. Um se preocupava a toda hora com o outro sem saber quem estava mais cansado daquilo tudo.

 Era maravilhoso estar com todas as pessoas que amavam, com a família e amigos, mas depois de todos os interrogatórios, conversas com psicólogos e angustia, uma boa noite de sono faria bem a todos, Zayn e Danielle precisavam ficar sozinhos e em paz por algumas horas.

— Eu vou com você. — Zayn disse. — Nossa empregada está lá em baixo preparando o jantar, mas eu não quero comer, eu só quero descansar, mas podem jantar, aliás, por favor.

— Eu vou ficar mais tranquila em passar a noite aqui e saber que estão bem no quarto ao lado. — Trisha disse olhando para Zayn e para Danielle enquanto caminhavam pelo corredor até a próxima porta, todos muito cansados e desanimados.

— Eu já deixei os seguranças prontos e sob aviso, a partir de agora cada um de vocês tem alguém que vai cuidar de sua segurança física 24 horas por dia. — Peter disse. — Assim eu vou me sentir bem... e seu pai Danielle, William disse que tem tentado falar com você e não consegue. — Peter disse e Danielle o olhou na mesma hora, se lembrando das chamadas que ignorou de William em seu celular.

— Eu só estou cansada, tenho falado com muitas pessoas, só queria poder descansar.

Entraram no quarto junto com os pais de Zayn e os deixaram ali depois de mais alguns instantes de conversas, ainda estavam todos um pouco traumatizados e abalados com tudo, mal sabiam o que fazer. Megan tirou os sapatos, prendeu o cabelo e depois de ter deixado suas coisas em um dos quartos ela desceu para esperar Brad e Alex e também para tentar comer alguma coisa que Emma havia preparado.

[...]

— Tem certeza que está bem? — Zayn perguntou a Danielle enquanto a via do outro lado do quarto vestindo uma camiseta sua que Zayn tinha pegado para si mesmo, mas agora não usaria mais, porém não fazia mal algum, o confortava, ver Danielle com suas roupas. Tinham acabado de tomar um longo banho juntos e estavam se preparando para dormir.

— Já estive melhor. — ela disse se virando para ele, passando o cabelo úmido para um lado do rosto.

— Podemos só nos deitar o mais rápido possível? Parece que um trator passou pelo meu corpo. — Danielle assentiu sorrindo fraco com os olhos meio fechados, se sentou na cama, e em seguida Zayn se sentou também, mas enquanto Danielle estava na ponta da cama, ele estava um pouco mais atrás.  

— Eu preciso de você. — ela disse sussurrando quando sentiu ele se sentando. Queria que ele se sentasse perto e como se ele soubesse, se levantou novamente percebendo a situação e então se sentou do lado dela na ponta da cama também. Ele se sentou ao seu lado, se aproximando mais e ela acabou deitando a cabeça no peito dele, tudo em silêncio. Como ele estava sem camisa ela conseguia sentir perfeitamente o cheiro de sabonete que ainda emanava da pele dele, além da temperatura morna. — Eu preciso de você mais do que já precisei em qualquer outro momento. — esticou sua mão até alcançar a dele que estava sobre sua perna e as entrelaçou. — E quero que saiba que você me tem.

— Tudo bem — Zayn suspirou. — Eu sei que pelo seu tom quer me contar algo importante e que ainda não contou. — ele se endireitou na cama, passando a mão pelo cabelo dela. — E algo me diz que tem a ver com aquela mulher que estava no seu quarto no hospital.

— Tem a ver com ela. — Danielle se sentou corretamente, olhando para ele e tirando o cabelo do rosto, colocando-o atrás da orelha sem tirar os olhos de Zayn.  

— Me conte. — ele disse apertando mais suas mãos. — Posso ouvir qualquer coisa, nada vai me fazer te amar menos... só quero ser o seu porto seguro.

— Você sempre foi. — Danielle sussurrou olhando para ele rapidamente, como se ele não devesse dizer que quer ser quando já é. — Eu não quero mais deixar de contar alguma coisa pra você. — ela chegou mais perto, colocando as mãos nos ombros dele para se apoiar e se manter perto dele. — Desde que eu me apaixonei por você, você tem sido tudo pra mim.

— Nunca imaginei que fosse passar por isso de novo — Danielle o olhou sem entender. — Quero dizer, eu nunca passei. Nunca conheci alguém como você, alguém a quem eu quisesse ajudar a todo custo e achasse isso extremamente importante. Quando eu estou com você, quando eu penso em você... eu só quero ser a pessoa a quem você vai chamar quando precisar de ajuda ou quando quiser algo, sinto que tenho que ser essa pessoa.

— Isso é... — Danielle acabou sorrindo fracamente. — É muito bom escutar isso. — Danielle se aproximou mais. — Espero que tudo esteja bem entre a gente...

— Está. — ele disse rapidamente, quase desesperadamente e viu Danielle balançando a cabeça negativamente em seguida.

— Me conte como ficou quando descobriu... — os olhos dela começaram a lacrimejar e ela olhou para baixo, tentando desviar seus olhos do de Zayn.

— Está tudo bem agora...

— Zayn — ela negou novamente com a cabeça e o olhou, seus olhos estavam cheio de lagrimas, mas ela lutava para que não caíssem, tentando segurar todas e ser forte. — Não está. Eu sei que te magoei e eu sinto muito, mas eu nunca fiquei gravida antes, eu não sabia o que fazer, como me sentir ou como te contar, tive medo de que talvez não gostasse tanto assim, de que tivesse uma reação negativa, mas mesmo assim eu iria te contar, só queria o momento perfeito porque achei que as coisas deveriam ser assim, mas ele nunca chegou. Preciso saber como se sentiu e como está se sentindo e se pode me perdoar. Preciso que me perdoe pra eu me perdoar.

— Eu... — ele mexeu os ombros desconfortavelmente, no fundo, ele não queria falar sobre aquilo, só queria esquecer e ficar abraçado com Danielle, mas sabia que seria bom, ela também, por mais doloroso que fosse. — Foi estranho e ruim, foi... eu não sei exatamente como me sentir, saber que eu seria pai apenas quando o meu filho simplesmente não existia mais. Eu não tive tempo de ficar feliz por ele, de me sentir um pai, de pensar como um pai ou de pensar em como isso seria, me preparar... foi como se uma parte de mim que eu nem sabia que existia tivesse sido arrancada, eu sabia que não estava mais lá, mas não sabia de onde tinha saído. Me senti mal e fiquei decepcionado, mas depois de escutar você... — ele olhou para ela, Danielle limpava rapidamente uma lagrima solitária que escorria rapidamente, Zayn aproximou mais o seu rosto do dela, suas mãos continuavam juntas. — Depois de tudo o que você falou no hospital e agora, nunca fomos pais, não tinha como estarmos preparados, não tinha como você estar preparada e não posso culpar você por isso. É difícil explicar, não é o que estou sentindo agora, mas o que senti na hora. Agora estou me sentindo bem com você, nada do que aconteceu foi nossa culpa, mas se volto no momento em que o doutor me contou que tinha perdido o bebê eu só consigo pensar “O que?”

— Nunca quis te magoar, desde o início eu só conseguia pensar em coisas boas em relação a esse filho caso você gostasse da ideia... tudo o que aconteceu — a voz dela estava fraca e embargada pelas lagrimas. — eu nunca quis, nunca imaginei.

— Como eu poderia não gostar? É um filho, ia ser uma coisa que mexeria com as estruturas de nossas vidas, mas como eu poderia não gostar? Ia ser nosso...

— Nosso bebê... — Danielle disse deitando a cabeça no ombro de Zayn e ele deitou a cabeça na dela, não queria chorar, só queria ser forte. Sua família toda estava abalada, a mulher que amava, seus amigos, ele só queria ficar bem e deixar todos um pouco menos preocupados, se chorasse, ele sentiria que estava traindo a si mesmo.

— Nosso bebê. — ele repetiu.

— Eu imaginava as vezes... sabe, como seria, como seriamos.

— Não acho que seria tão desastroso. — ele disse e ela sorrio pela primeira vez em muitas horas, encostando seu braço no dele.

— Tem outra coisa — ela sentiu o ar de seus pulmões se prendendo e dificultando sua respiração. — Queria muito te contar.

— Sobre a mulher que vimos mais cedo? — Danielle assentiu um pouco tensa.

— É só o que tenho que te contar. Depois disso eu não quero esconder nada de você, mas assim como foi com o bebê, eu só não queria te preocupar, talvez contar em um momento certo, mas o que eu aprendi com tudo isso foi que um momento certo nunca chega e nunca vai existir enquanto não acharmos que é. — Ela levantou os ombros enquanto dizia. Queria conseguir parar de pensar que tinha tirado a vida do próprio filho, mas nada tirava isso de sua cabeça. — Eu não sei se... — ela suspirou, como se procurasse por ar e só o teve quando Zayn tocou seu rosto com as costas da mão, fazendo ela olha-lo. — Não sei se — tentou falar novamente, mas era simplesmente como se as palavras não pudessem sair, como se sequer existissem.

— Não sabe o que? — Zayn perguntou paciente, tinha toda a consciência de que não importava o que ela estava prestes a lhe contar, não causaria nada entre eles, não depois de tudo, só queriam estar juntos.

— Eu não quero lidar com isso. Não quero ter que encarar essas situações ou olhar pela janela e ver o tanto de fotógrafos que tem lá fora, eu não quero dar alguma declaração ou contribuir pras fotos deles. Pra nenhum deles.

— É com isso que está preocupada? — Zayn ficou com a expressão séria. — Eu faço tudo o que eu puder pra tirar eles daqui então, só não tive tempo ainda, se precisar eu vou até um juiz pegar alguma restrição pra todos eles ficarem a metros de você! Eu juro! Sé está mal por isso... — ele mudou toda a sua frase rapidamente. — Eu me esqueci de que não é acostumada com isso, eu devia... devia ter — ele estava se desculpando por uma coisa da qual nem tinha culpa, Danielle não queria aquilo, não queria ele se desculpando quando ela sentia que tinha que fazer isso.

— Zayn! — ela se virou para ele rapidamente, colocando uma mão no ombro dele e outra em seu rosto se aproximando até suas testas estarem juntos e seus narizes também, encostando um no outro com leveza. — Nada disso é sua culpa. — ela disse e não esperou uma resposta dele, nem sabia se teria, apenas juntou seus lábios sentindo uma energia muito forte por todo o seu corpo, como se ela literalmente estivesse tomando sua dose diária de vida e amor. A mão dela correu até a nuca de Zayn para puxa-lo mais um pouco e ele colocou uma mão sobre a coxa dela, apertando-a levemente enquanto se beijavam lentamente e era como se o mundo todo também estivesse lento com eles. — Minha mãe. — Danielle disse de uma vez quando se separaram, ainda muito próxima dele, segurando seus braços para não se colocarem em volta de Zayn e abraça-lo até que ele perdesse o ar. — Minha mãe está viva e é aquela mulher que você viu no hospital. — puxou o ar para os pulmões e se separou um pouco mais de Zayn, para poder olha-lo nos olhos.

— O que? — ele pensou ter entendido errado. — Como assim?... O que? — pensou ter entendido completamente errado e a expressão dele era completamente confusa e incrédula.

— Se lembra que eu disse que pensava que meu pai talvez estivesse traindo sua noiva porque sempre estava com essa mulher? Ela sempre estava saindo da sala dele, sempre com uma aparência um pouco desanimada, mas de qualquer forma, — levantou os ombros. — não sei se meu pai é exatamente o tipo de pessoa que anima as outras ou que se esforça pra isso, mas mesmo assim, eu até me esbarrei com ela um dia. — Danielle tentou segurar as lagrimas, não conseguia em momento algum acreditar que há tanto tempo esteve com Genevieve e ela não lhe contou nada. Doía muito saber que sua mãe não quis lhe contar a verdade mesmo a vendo várias vezes, era uma sensação pior do que a que tinha quando pensava que sua mãe tinha morrido, agora a mãe estava viva e Danielle tinha a consciência de que ela tinha ido embora, se continuasse pensando que ela estava morta não teria essa sensação de ter sido deixada pela pessoa que mais devia ama-la. — Ela nunca me disse nada.

— Isso... Danielle, como assim? Viva? Onde ela esteve? Como apareceu agora? O que ela quer? O que ela te disse e por que foi embora? — Danielle olhou para Zayn e depois virou seu rosto, olhando para a parede a sua frente e o quadro que estava pendurado nela, depois para as duas poltronas ali e um casaco de Zayn que estava em cima, estava com uma sensação muito estranha por todo o corpo.

— Eu queria essas respostas mais do que você imagina. — disse quase sem som, mas Zayn escutou com clareza. — Eu não deixei que ela me explicasse, se é que ela realmente queria, ou que me falasse nada. Eu quero ela bem longe de mim, eu não sei por que ela foi ao hospital, não me falou porcaria alguma, só o meu pai, ela nem teve a boa educação de me perguntar como eu estava. — Danielle disse aquelas palavras com um pouco de pesar e raiva camuflados, Zayn apenas se surpreendeu, nunca tinha visto Danielle falar alguma coisa com tanto ressentimento.

— Meu Deus... — ele disse um pouco impressionado, balançando a cabeça para ver se isso o ajudava a se concentrar. — Então sua mãe nunca...

— Nunca esteve morta. — Danielle completou a frase.

— Não pediu para conversar com ela? Para que ela te contasse tudo? Deve querer saber — Zayn se confundiu com suas próprias palavras, ainda estava muito surpreso. — Tem certeza de que isso é verdade?

— Eu queria que não fosse. — ela foi sincera. Na verdade, nem estava se importando com o que dizia, ela sabia que não precisava de filtro algum e nunca se sentira mais confortável e segura com alguém como se sentia com ele, a não ser com Brad, mas fora aos dois, Danielle nunca tinha tido algum melhor amigo para que pudesse contar tudo. — Se eu continuasse pensando que ela estava morta seria melhor. — ela disse olhando para a mão tatuada de Zayn sobre a sua.

— Como? — Zayn perguntou surpreso. — Agora você pode se aproximar dela, podem recuperar todo esse tempo, não é isso o que quer? — ele estava muito surpreso. — Ela tem que te contar tudo o que aconteceu, não pode simplesmente chegar com essa notícia e esperar que você acredite, isso é estranho e confuso demais, por qual motivo ela faria isso? Por que ela deixaria... — Danielle o interrompeu, extremamente magoada, mas não com ele.

— A própria filha e passaria 21 anos sem dar sequer uma notícia? Eu também não sei e se você quer saber, não quero saber. — Limpou umas lagrimas que estavam caindo sem que ela quisesse. — Se ela quisesse alguma relação comigo ou se gostasse de mim, se tivesse a consciência de que sou sua filha ela teria me dado notícias, teria feito algo. Mas ela foi...

Zayn não pensou nem por um segundo no fato de Danielle ter escondido isso dele e no porquê de ela ter feito isso, não a culpou e nem ficou magoado, ele só estava surpreso e incrédulo, mas não queria que ela percebesse, queria parecer normal para que ela continuasse lhe enxergando como um porto seguro e que jogasse para fora tudo que estava prendendo seu coração e a deixando sem ar, só que não era fácil. Aquela era uma notícia e tanto e ele só conseguia pensar em como e por quê?  

— É assim que se sente? — Zayn passou seu braço em volta dela. — Ela é que tem que ficar mal por não participar da sua vida.

— Mas então o que tem de errado comigo? Meu pai e agora minha mãe — ela deitou a cabeça no ombro dele involuntariamente e Zayn, naturalmente, com o extinto protetor e cuidadoso que sempre tinha com Danielle a envolveu com os braços, afagando seu cabelo esperando que ela pudesse parar de chorar porque aquilo estava partindo seu coração, mas não aconteceu. — O que eu fiz pra eles não gostarem de mim? Os dois não se importam comigo, os dois não fazem parte da minha vida e Genevieve viu uma oportunidade de ir embora e foi e meu pai... eu tenho muito poucas lembranças boas com ele.

— Não tem que pensar assim, é sério, por favor. Você é incrível. Converse com ela e veja o que Genevieve tem a dizer. É esse o nome dela, não é? — ele disse sem conseguir esconder sua surpresa, mas seu lado protetor falava mais alto.

— É. — Danielle soluçou, queria dormir e só acordar quando tudo isso não existisse mais e não passasse de um pesadelo. — Zayn, por favor, não deixe que ela se aproxime de mim... meu pai... meu pai sim, ele me criou, eu tenho uma relação com ele mesmo que distante, mas com ela... Eu não quero vê-la. — a voz dela estava triste e pesada, puxando o coração de Zayn junto e o deixando mais triste a cada palavra. O que diabos os pais de Danielle tinham na cabeça? — Olhar pra ela depois de saber a verdade foi tão ruim — ela se encolheu nos braços dele, como se estivesse com frio e Zayn sentiu as lagrimas dela em sua camiseta. — E toda vez que eu penso nela eu me lembro que eu fui abandonada, eu não quero essa sensação, eu não quero pensar que fui abandonada por mais uma pessoa. — Conforme Danielle falava, Zayn só conseguia sentir uma raiva crescendo nele, como as pessoas não tinham o desejo de conhecer Danielle e ver a pessoa maravilhosa que ela era? Era só nisso que ele pensava. Como?

— Eu nunca vou te abandonar. Eu, Zayn, e eu já disse isso, nunca vou te abandonar. — ela levantou a cabeça, limpando as lagrimas e se sentou virada para ele na cama, Zayn segurava sua mão direita e ela colocou a sua outra por cima e ele fez o mesmo com a dele em seguida, fazendo-a sorrir divertida e aquilo trouce a luz de dentro dele, tirando um sorriso dele do mesmo jeito.

— Já escutou que — ela deu uma pausa, encarando suas mãos. — Família quer dizer nunca abandonar ou esquecer? — suspirou, quase voltando a soluçar por conta das lagrimas, mas se segurou.

— Ohana. — Zayn sorrio. — Todo mundo já viu esse desenho. — Danielle assentiu.

— Eu não tenho uma família. — ela disse olhando para suas mãos juntas e sua própria lagrima caiu em cima delas, antes que Zayn começasse a protestar ela tornou a falar. — Mas eu tenho você. — olhou para ele, levantando a cabeça de vagar — Nunca pensei que pudesse amar alguém igual eu amo você. Eu não sei quando eu vou querer sair desse quarto ou quando eu vou conseguir passar felicidade pra você de novo, mas se quiser ficar comigo, se quiser tentar porque eu te amo muito e eu quero, mas eu não sei quando eu vou conseguir de verdade. Preciso estar inteira pra você e pro nosso sentimento, mas eu não vou conseguir trancada em um quarto, mas no momento eu só quero ficar aqui, eu só consigo pensar no meu filho e no medo que eu senti, ele corre pelo meu sangue a toda hora, mas eu queria... com você eu queria.

— Eu também sinto medo — Zayn admitiu, sentindo um peso sair de suas costas. — Tenho as lembranças daqueles homens segurando você grosseiramente bem na minha frente, deles apontando uma arma pra mim e pra você e quando eu penso que você estava gravida, que uma tragédia podia ter acontecido... Eu também não sei se quero sair desse quarto agora Danielle, eu acho que na verdade, só queria ficar preso aqui e no que temos por um bom tempo. — ela assentiu. — Eu quero tentar quando saímos daqui e enfrentarmos a vida lá fora, eu quero você, eu não consigo me ver sem você.

— Que bom — ela admitiu aliviada e com ironia, arrancando um sorriso singelo de Zayn, ele abaixou a cabeça brevemente e seu cabelo caiu na testa. — Porque eu me sinto igual. — ela cedeu a tentação de levantar a mão e passa-la sobre o cabelo dele, o colocando para trás. — É isso então? — perguntou quando abaixou a mão. — Vamos ficar juntos? Finalmente esclarecemos isso? — Zayn assentiu, se aproximando dela enquanto balançava a cabeça. — Eu juro que eu nunca mais vou esconder alguma coisa de você. — olhou para Zayn e se levantou um pouco, entrelaçando seus braços no pescoço dele e o abraçando. Mas aquele sentimento de conforto logo foi interrompido pelo seu barulho de choro quando começou a chorar no ombro de Zayn. — Meu Deus... era o meu bebê. — o apertou mais e foi para mais perto dele ainda, ficando de joelhos na cama e agarrada a ele.

— Eu te perdoo. — Zayn disse, mesmo que não achasse que devesse perdoa-la por algo, só disse porque pensou que talvez ela se sentisse melhor, era isso o que ela queria, mesmo que ele não achasse, era como ela se sentia e era o que ela disse que queria que ele fizesse, a perdoasse para que ela pudesse se perdoar. — Se precisa do meu perdão... tem o mais sincero perdão. Não tem culpa. — ele segurou os braços dela e a afastou gentilmente, para que conseguisse a olhar nos olhos. — Eu te perdoo. — ele suspirou, com um sorriso fraco. Não sabia porque sequer deveria perdoa-la por tudo quando nada disse havia sido culpa dela e dele e de ninguém, mas era isso. — Perdoo.  

— Me perdoa? — ele pensou ver um brilho de alivio nos olhos dela. — Me perdoa mesmo? — ela acabou sorrindo, foi como se tudo de ruim que estivesse se sentindo simplesmente saísse de seu corpo, deixando que um alivio de instalasse. Ela o abraçou e deitou a cabeça no ombro dele. — Eu sinto muito.

— Tudo bem. — ele disse, mesmo que não estivesse. Só tinha que deixar ela sentir que ele não a culpava, só tinha que deixar ela falar, aos poucos melhorariam. Não importaria o que ele falasse, ela se culpava. Zayn não conseguiria mudar isso, não daquela vez, então era melhor deixar que ela mudasse sozinha. — Vai passar. — ele disse limpando as lagrimas dela com o polegar, Danielle estava com as mãos no rosto dele, esperando que Zayn chorasse também, seus olhos estavam completamente vermelhos, mas ele conseguiu segurar todas as suas lagrimas, isso fez Danielle pensar pela primeira vez que talvez ele estivesse apenas sendo forte por todos, queria chorar e deveria querer muito, estava tão triste assim como ela, só ele mesmo sabia como tinha se sentido quando Danielle desmaiara em seus braços sangrando e quando o médico disse que ela havia perdido o bebê?

“Ela estava gravida?”

“O meu filho... eu ia ter um filho e ele acabou de morrer?”

Foram as coisas que ele pensou antes de sair andando sem direção pelo corredor do hospital para um lugar que ainda não sabia qual era, só queria se afastar de todos que estavam olhando para ele com expressões horrorizadas.

— Eu tenho muita sorte por ter você não é mesmo? — ela disse de uma forma serena, finalmente conseguindo respirar direito, seu peito subindo e descendo calmamente.

— Eu te amo. Te amo, está bem? — disse sorrindo, colocando a mão no rosto dela e a entrelaçando no cabelo de Danielle, acariciando-a.

Quando ela e Zayn decidiram dormir os dois se abraçaram, Danielle deitou a cabeça no peito dele recebendo carinho em sua cabeça até que Zayn pegasse no sono e sua mão caísse para o lado, Danielle demorou um pouco mais para dormir, entrelaçou suas mãos e suas pernas, tentando de alguma forma se aquecer mais e dormiu, mas o sono de Danielle não durou muito, além de desconfortável, ela se sentia dolorida, mas a dor física não existia, era uma sensação muito estranha que só melhorava um pouco quando ela estava com Zayn e já tinha melhorado muito por que ela tinha conseguido contar tudo a Zayn, disse tudo e ele tinha dito que a perdoava. Mas ainda tinha alguma coisa ali.

Ela levantou a cabeça, suas mãos não estavam mais entrelaçadas e Zayn estava virado de lado, mas continuava abraçando ela, até mais do que antes e uma perna de Danielle estava em cima dele, mas enquanto ela acordava começou a se mexer e saiu dos braços dele, se sentando na cama e passando a mão por seu cabelo, tentando arruma-lo e apertando os olhos, estava cansada demais, mal conseguia mantê-los abertos, mas estava se sentindo muito desconfortável, não por Zayn ou sequer por sua cama, mas sim porque estava nervosa, sua cabeça não parava e isso não a deixava relaxar ou ter horas de sono de verdade, quando ela olhou no relógio digital ao lado da cama viu que ainda não era nem 1h da manhã, não tinha dormido nem por três horas seguidas.

Se levantou, pegando seu celular em cima do criado mudo e o usou como lanterna para sair do quarto escuro, tomando cuidado para não fazer barulho com a porta ou com seus passos e saiu. Passou pelo corredor escuro, mas preferiu não ascender as luzes, estavam todos muito preocupados, se ela ascendesse eles iriam querer saber o porquê e deviam estar dormindo tranquilos.

Mas ela parou na ponta da escada, olhando para baixo, tudo estava escuro e algumas coisas ela mal enxergava, mas próximo as janelas grandes da sala havia um pouco de luz que vinha do lado de fora, da cidade, nunca dormia a noite.

Danielle ficou ali, decidindo se descia ou não, ela sabia que era uma coisa ridícula e estava tentando lutar contra, mas estava com certo receio, próximo a porta e nos pilares que sustentavam a escada estava mais do que escuro, ela imaginou se alguém poderia se esconder lá, só conseguia pensar no que tinha no escuro lá embaixo, a lanterna de seu celular não chegava até lá e ela se curvou um pouquinho sobre o parapeito da escada para tentar ver, mas não conseguiu nada. E também não conseguia descer, suas pernas não se mexiam e ela se sentia insegura, estava fria.

— Dani? — ela se arrepiou inteira e se encolheu na mesma hora, se assustando, sentindo todo o seu corpo tremer, se virou imediatamente e viu Zayn próximo a porta de seu quarto, sendo iluminado pela luz que vinha de lá de dentro, ele estava com uma camiseta branca agora e uma calça de moletom cinza.

— Eu estava indo até a cozinha. — ela disse se virando para ele, sem olhar para baixo. — Está com fome? Ou com sede? — disse olhando para trás, para as outras portas do corredor se perguntando se tinha conseguido acordar alguém a essa altura, mas permaneciam intactas.

— Não quer ir sozinha, não é? — Zayn perguntou, andando até ela e mexendo no cabelo que já estava todo bagunçado, quando ele se aproximou mais, Danielle ficou com muita vontade de mexer também.

— Está morrendo de sono. — ela disse quando ele chegou perto, parecia meio zonzo. — Volte a dormir, vou sozinha. Quer alguma coisa? — perguntou querendo que ele voltasse e se culpando por fazer ele acordar, estava com sono, isso estava na cara, fora que ela também usava apenas uma camiseta dele e a toda hora a puxava para baixo, seria constrangedor se alguém além de Zayn a visse só com aquela roupa. — Não quis acordar você. — Zayn pegou uma das mãos dela.

— Vamos. — ele disse indo até as escadas com ela.

— Estava dormindo bem? — Danielle perguntou.

— Acho que sim, acho que sim. — Zayn disse enquanto desciam as escadas um pouco rápido.

— Eu não quis...

— Não está com frio? — Zayn a olhou enquanto passavam ao redor da sala para entrarem até a cozinha, ela olhou para a parte mais escura e se tranquilizou quando não viu nada lá. — Está frio aqui em baixo.

— Só um pouco, mas tudo bem.

Quando entraram na cozinha, Zayn quem foi até a geladeira e armários, indicando que ia pegar alguma coisa e Danielle foi se sentar a mesa.

— Você vai comer alguma coisa? — perguntou, não sabia o que ele estava procurando.

— Eu não estou com muita fome... — se virou para ela. — eu acho que seus cereais acabaram e aí Emma tirou as caixas daqui. Quer que façamos algum lanche?

— Humm, tudo bem. — Danielle disse sentada e sorrio, admirando Zayn andar pela cozinha. Mesmo com sono, mesmo podendo ficar deitado em uma cama quente.

— Ninguém nunca acordou de madrugada pra fazer lanche pra mim. — ela acabou pensando alto enquanto olhava para ele e Zayn parou no meio da cozinha, segurando alguns ingredientes nas mãos e uma caixa de suco. — Devia voltar pra cama — ela se levantou, indo até ele enquanto falava, as ondas do cabelo se mexendo conforme ela andava. — Posso fazer isso...

— Está tudo bem — Zayn deu de ombros, Danielle acabou se apoiando no balcão de mármore e ficou olhando para ele enquanto Zayn preparava alguns lanches de queijo. — Sabe eu... — ele levantou os ombros, tinha um tipo de sorriso no rosto, mas seu jeito era de quem não sabia como continuar. — Eu gosto de cuidar de você — olhou para ela rapidamente e voltou sua atenção para os dois lanches que preparava, Danielle se desencostou do balcão e foi até o armário pegar copos, Zayn terminou os lanches os deixando em cima dos pratos e se virou rapidamente, só para que pudesse vê-la se esticando para conseguir pegar os copos. Ela segurava uma das portas do armário com uma mão e enquanto se esticava pegava um copo com a outra, o cabelo todo para trás, mais cumprido do que Zayn se lembrava e a calcinha azul  que ela usava, quando o olhar de Zayn chegou ali, o corpo dela era lindo para Zayn.

Assim que ela se virou se sentiu ficar vermelha, Zayn olhava para Danielle com muita intensidade sempre e os olhos dele eram tão lindos, em momentos como aquele ela mal conseguia pensar direito.

— Vai beber suco? — Andou até ele lhe estendendo um copo e ele pegou.

— Nunca gostei tanto de cuidar de alguém como eu gosto de cuidar de você. — ele disse antes que ela ficasse sem graça, colocando os copos um do lado do outro na pia e abrindo a caixa de suco.

— Por quê? — Danielle perguntou o abraçando por trás, passando seus braços em volta do corpo dele e subindo suas mãos pelo peito de Zayn, deitando sua cabeça por poucos segundos nas costas dele, aspirando o perfume ali.

— Eu não sei — ele disse enquanto colocava o suco nos copos, sorrindo pelo gesto de carinho dela.

Danielle o soltou quando percebeu que ele terminou e Zayn lhe entregou um prato de vidro com o sanduiche e o copo de suco, Danielle fez algo como um tipo de reverencia e se virou, indo com ele até a mesa, puxou uma cadeira para mais perto de onde Zayn estava se sentando e se sentou também.

— Eu só sinto. Sinto isso. — ele deu de ombros e Danielle colocou sua mão por cima da dele, Zayn sorrio fracamente. Ele queria poder fazer mais por ela, mas na verdade ele já fazia tudo e mal percebia, ele não só sentia, seu sentimento por Danielle já era algo que vinha de dentro, muitas vezes ele nem pensava em como agir quando se tratava dela, só fazia o que julgava ser melhor para ela, só que ele mesmo não sabia disso, fazia inconscientemente as vezes.

[...]

Zayn e Danielle subiram novamente para o quarto em silencio, ela tinha se assustado com algo na cozinha e aquilo deixou-a agitada, queria voltar logo para o quarto, se abraçar a Zayn e dormir.

Nas mãos, Zayn estava segurando uma garrafa transparente de agua que ele tinha pegado na geladeira para Danielle, sabia que ela sempre sentia sede aleatoriamente de madrugada e como ela não se lembrou disso, ele mesmo quem pegou a garrafa.

Se deitaram na cama novamente, se abraçaram e ficaram conversando algumas coisas até caírem no sono outra vez.

Apesar de estarem juntos, não foi uma noite tranquila, Zayn acordou duas vezes com Danielle ainda em seus braços, ele simplesmente acordou essas vezes no meio da noite sem saber o porquê e demorou um pouco para conseguir voltar a dormir, ficou observando Danielle, ela até parecia tranquila, mas na terceira vez que Zayn acordou ela já não estava mais abraçada a ele, estava se mexendo do outro lado da cama e murmurando coisas, como se tentasse falar mas não conseguisse.

Zayn se assustou e se apoiou no braço, para olhar para ela e tentar acorda-la, certamente estava tendo um pesadelo.

— Dani. — Ele tocou nela, mas não adiantou nada. Ela estava com a pele do rosto brilhante e quente, Zayn acabou se sentando ao lado dela, pegando seu travesseiro e colocando sobre seu colo, pegando Danielle com cuidado e colocando a cabeça dela deitada ali. — Dani! — ele disse mais alto, mexendo nela, e curvando sua cabeça para frente. — Dani acorde! — ela abriu os olhos e se levantou rapidamente, para se sentar e fez isso antes que Zayn levantasse sua cabeça também, batendo sua testa na dele.

— Ai! — ela disse sentada, com a mão na testa. — Meu Deus! — se virou para Zayn, que também tinha a mão na testa dolorida e uma expressão de dor. — Me desculpe! — disse baixo, meia desorientada, sentada próxima a ele.

— Está tudo bem? — Zayn perguntou tirando a mão da testa ainda meio dolorida, Danielle fazia o mesmo. — Parecia estar tendo pesadelos, estava agitada.

— Eu não consigo dormir. — ela disse. — Não estou me sentindo bem, não consigo dormir direito. Acho que me revirei a noite toda.

Zayn suspirou, não podia mudar muita coisa, ele estava do mesmo jeito. Só o tempo faria com que eles melhorassem e se sentissem melhores, ele não sabia o que fazer, se sentia tão cansado quanto ela. Se arrumou na cama, para que Danielle pudesse se sentar entre as pernas dele e se encostar em seu peito e foi isso o que ela fez, correndo rapidamente para ele e deitando a cabeça no peito de Zayn, puxando o edredom cinza para que ficassem cobertos.

— Zayn, não quero que fiquemos assim. — ela disse preocupada, estava envolvida pelos braços dele envolta de seu corpo, procurou pela mão dele e a pegou, não sabia por que, mas achava as mãos de Zayn lindas e amava observar as tatuagens nela, tinham algum tipo de charme sem igual para Danielle. — Não conseguimos nem dormir. Estamos seguros e com a nossa família, nossos amigos e mesmo assim...

— Não podemos consertar isso. — Zayn disse abraçando-a, estava encostando em travesseiros, quase deitado também. — Não agora.

— Eu sonhei com a Holly. — ela disse abaixando o tom de voz, iria começar a chorar, seus olhos ardiam tanto com as lagrimas que ela não queria soltar. — Sonhei com ela e com os momentos que tínhamos juntas. — deitou a cabeça no peito de Zayn, abraçando-o. — Eu perdi a Holly. Eu perdi o nosso bebê.

Zayn não sabia o que fazer, só podia abraça-la, nem ele sabia ao certo o que dizer dessa vez. A apertou mais, passando a mão pelos braços dela, sentindo a pele quente de Danielle e seu cabelo cheiroso

— Eu queria dormir — ela olhou para cima, para o rosto dele. — Mas não consigo.

— Podemos conversar — Zayn começou a fazer carinho na cabeça dela. — Sobre Holly ou sobre o que você quiser.

Danielle não disse nada, apenas levantou a mão de Zayn e entrelaçou ela a sua, admirando as duas juntas.