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História Tomorrow Is A New Day - Can you draw for me?


Escrita por: gritosdedor

Capítulo 3 - Can you draw for me?


Fanfic / Fanfiction Tomorrow Is A New Day - Can you draw for me?

“Te contei meus segredos confiando apenas no seu olhar.”

 

POV. Kell Jones.

Lá estava eu, sentado em um banco havia meia hora, já olhei de longe todos os cantos do jardim japonês, observei cada mísero passo daquela garota, que andava pra todos os lados tirando fotos e mais fotos.

Eu estava perdido em pensamentos diversos, tanto que nem percebi quando ela sentou ao meu lado ficou me encarando. Quando me dei por conta, me perguntei se ela estava ali há muito tempo.

 -Afinal, o que você veio fazer aqui? Por que está aí sentado? –ela pergunta.

-Não vim fazer nada. –ela franziu as sobrancelhas e me olhou confusa- Vim relaxar, apenas. –continuei.

-Ah... –ela parecia pensar- Então, Kell, você tem algum hobby?

-Tenho. –respondi, sem mais argumentos. Ela me olhou por um tempo.

-E quais são?

-Gosto de desenhar... –eu disse e deixei a frase no ar como se fosse continuar.

Mas a verdade era que eu nunca havia contado isso a ninguém, Ed era o único que sabia da minha paixão por desenhos e quadrinhos, mas tirando ele, nem Elize nem ninguém sabiam sobre isso.

Então a confusão na cabeça volta repentinamente, e eu começo a ficar nervoso. Por que diabos estou contando isso a uma garota que mal conheço?

-Sério? Legal, eu também desenho. –ela disse animada, então pegou sua mochila e de lá tirou um pequeno estojo e um caderno com folhas em branco, especial para desenhos- tome, desenhe algo pra mim.

-Desenhar o que?

-Sei lá, qualquer coisa. Desenhe o jardim, ou então desenhe o meu rosto, ou o rosto de outra pessoa, qualquer coisa que saiba fazer. –ela disse rápido, me deixando brevemente atordoado e com uma confusão de ideias na cabeça.

-Ok. –respondo e encaro o papel branco, ela abre o estojo e o coloca no meu colo.

Continuo encarando o papel por um tempo, até levantar a cabeça e me deparar com um belo par de olhos grandes e azuis me observando.

Decido desenhar a Melissa com sua câmera.

Peguei um lápis de escrever e comecei meus rabiscos, sem ter certeza de que iria sair bonito ou bom o suficiente para ser chamado de desenho.

Melissa continuava me observando, mas chegou um momento que me concentrei mais no desenho e até esqueci que ela estava ali.

Eu realmente gosto de desenhar, é uma atividade simples, mas que tira toda a tensão de meu corpo, me faz relaxar e me acalmar, faz com que todos os sentimentos ruins saiam de mim. Me sinto realmente feliz quando estou apenas eu e minha imaginação.

                                      [...]

Mais ou menos vinte minutos depois, eu acabei aquele desenho e me vi satisfeito com o resultado.

-Terminou? –ela perguntou sorridente. Eu assenti com a cabeça- então me deixe ver, vai! –pediu

Entreguei o caderno a ela. Ela olhou o desenho por segundos incontáveis, e então me encarou, depois encarou o desenho novamente.

-Sou eu? –voltou a me olhar com os olhos brilhando e um sorriso.

Dei de ombros. Mas depois assenti em confirmação.

-É incrível, nossa você desenha muito bem! –exclamou.

-Obrigado. –dei um sorriso de lado em agradecimento e olhei pra baixo.

Ficamos um tempo em silêncio. Eu ouvi o barulho da câmera fotográfica bem próxima a mim. Levantei a cabeça novamente e vi que ela havia acabado de tirar uma foto minha.

A fitei por um tempo e depois abaixei a cabeça novamente.

Acho que já está na hora de ir. Afinal, não tenho nem assunto pra falar com essa menina. Além disso, não quero que ela tire mais fotos minhas.

Por que ela iria querer ter uma foto minha?

-Acho que já vou indo. Você vai ficar aqui? –perguntei enquanto me levantava.

-Vou indo também.

-Okay. –respondi e saí andando, sem esperá-la.

Ela pegou sua mochila e correu um pouco para me alcançar. Enquanto andava ao meu lado guardava o caderno de desenhos e o estojo na mochila.

-Você não é de falar muito, não é? –ela perguntou e eu comecei a sentir raiva. Por que ela insiste em puxar assunto? Nós nem nos conhecemos!

-Não. –eu respondi sendo um pouco grosseiro, admito.

-Por quê? –mas a garota não desiste mesmo, que porra.

-Porque não.

-Okay. –disse e então ficou em silêncio.

 

Andamos por 15 minutos até a saída da trilha. Chegando lá nos despedimos, ofereci carona no carro, mas ela não aceitou nem quando eu insisti, melhor assim. Cada um estava indo pro seu lado quando ela me chamou.

-Ei, Kell! –gritou para que eu escutasse. Eu virei para vê-la.- você não quer sair qualquer dia? Eu tenho uns amigos que vão gostar de você, o que acha?

-Não sei... –disse me aproximando- faz tempo que não saio com amigos, aliás, faz tempo que não tenho amigos pra sair.

-Então que tal fazer amigos? –ela perguntou.

-Não seria tão ruim.

-Então que tal na sexta? –pergunta.

-Pode ser. Onde?

-Bom, tem um museu de “arte moderna” no centro da cidade, e está passando uns filmes legais no cinema, o que acha de irmos?

-Okay. –respondi.

-Certo. Você pode me dar o seu número?

-Claro. –dei meu número pra ela e peguei meu celular para salvar o dela também.

Caramba, eu estava fazendo amizade!

Isso me deixou feliz, de verdade.

-Então, eu te ligo durante a semana, okay? –ela perguntou.

-Okay. –respondi e os dois viraram e seguiram seus caminhos.

 

Cheguei em casa me sentindo feliz. Abracei Elize e lhe agradeci por ter me obrigado a ir ao parque. Graças a ela eu vou fazer amigos.

Pareço um menininho de 13 anos em seu primeiro dia de aula.

Mas faz tanto tempo que não falo com ninguém. Melissa me chamar para conhecer seus amigos e sair, isso é algo novo. Se eu não estragar tudo quem sabe posso sair da rotina chata de trabalhar, quem sabe tirar um mês de férias na Inglaterra. E então quando voltar ainda ter amigos pra me manter com a mente longe de estresse.

Quem diria que um dia no parque pode te ajudar tanto.

Pela primeira vez em mais de dois anos, estou me sentindo feliz.

Depois de tanto tempo sofrendo, eu agora tenho a chance de recomeçar a minha vida.

Não posso estragar isso. Não é sempre que se encontram pessoas tão legais.

Essa é minha chance de seguir em frente.



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