História Too Late - Yes, Im fine

P.O.V Cher

Já ouviram dizer que ‘’mente vazia é oficina do diabo’’? No meu caso não é tão vazia por que sinto minha cabeça explodir de tanta coisa que tem nela, mas adptando esse ditado a minha situação eu diria que, mente perturbada é oficina do diabo. Eu não sei onde eu estava com a cabeça quando a ideia de me cortar passou pela minha mente. Talvez eu só quisesse me punir mas sei lá, eu sou muito covarde jamais faria isso, ou talvez não.

Passou-se uma semana dês do que chamo de ‘’Pior dia da minha vida’’. Nesse período de 7 dias me excluir do mundo, não saia do quarto, não ia para a escola, não atendia ligações nem respondia as mensagens de Austin e Amanda que já lotavam minha caixa de mensagens, e só comia e bebia por Jojo sempre levava lanche, almoço, janta, essas coisas.

Eu não pretendia evoluir desse estado, só queria paz, ficar só, é só o que eu queria. Talvez eu tenha vergonha de encarar o mundo, ou simplesmente encarar as pessoas daquela escola maldita, ou simplesmente não quero ter que dar de cara com Justin. Infelizmente nem tudo na vida é como queremos, eu que o diga. Quando terminei de tomar meu café da manhã quase coloquei pra fora tudo que comi devido ao grande susto que tomei, a porta do meu quarto estava ao chão e do outro lado estava Justin com uma cara nada boa. A primeira coisa que tentei fazer foi correr pro banheiro e me trancar lá, mas como sempre fui impedida por ele que agarrou meu braço com força e impediu minha ida.

-Já chega dessa palhaçada, cansei dessa porra.- Ele disse quase rosnando.

-Me solta- tentei inutilmente me soltar.

-A partir de agora seu quarto vai ficar sem porta, cansei das suas infantilidades garota. – ele não afrouxava nem por um segundo o aperto em meu braço, já estava dolorido.

-Você não pode fazer isso.

-Tanto posso quanto já fiz. Agora veste uma roupa decente por você vai comigo lá na droga daquela escola que você estuda. A mal comida daquela diretora passou a semana toda me ligando perguntando por que não estava indo. – finalmente afrouxou um pouco o aperto.

-Eu não vou. – baixei a cabeça.

-Sim, você vai. E acho bom se apressar, odeio ter que esperar. Te dou 15 minutos para está la embaixo e pronta. –disse e arrumou sua jaqueta jeans que cobria uma regata branca por baixo. – E não me testa garota, eu não estou nos meus melhores dias, espero que seja mais esperta. – disse baixo, e saiu pisando na porta que estava ao chão.

E tudo volta a merda que era antes.

Olhei a hora no relógio que tinha em cima do criado mudo e vi que ainda era cedo, pelo que sei está tendo agora o terceiro horário e depois vem o intervalo. Ótimo, até chagarmos lá já vai ter batido o sinal que significa que todos vão ver quando eu entrar naquela escola com Justin ao meu lado.

Não demorei muito para me arrumar, já sei que a sorte não está ao meu lado tem um tempo e não vou arriscar hoje. Tomei um banho de no máximo 5 minutos e usei os outro dez que tinha de ‘’credito’’ para tentar melhoras minha aparência de zumbi cobrindo minhas olheiras com base e pó compacto e nos olhos apenas rímel. Coloquei uma calça leggie branca e uma blusa que era jogada pro lado e deixava meu ombro amostra, ela era da cor rosa, deixei meu cabelo solto e calcei minha sapatilha preta de sempre e sai.

Justin me esperava no sofá, estava mexendo em alguma coisa no seu celular, mas assim que me viu bloqueou a tela e caminhou a passos largos até a garagem, eu o segui.

Desci do carro e arrumei meu cabelo que estava pouco assanhado. Justin seguiu na frente sem ao menos me chamar, não me importei e segui.

Como eu previa o pátio do lado de fora da escola tinha alguns alunos que devido ao horário do intervalo podiam estar ali, lá dentro tem mais com certeza. O porteiro nem ao menos perguntou algo apenas abriu o portão pelo qual passamos em seguida. Todos os olhares dali se voltaram a mim e a Justin, baixei minha cabeça e aprecei meu passo para seguir ao seu lado.

-Onde fica a sala daquela mulher? – parou por um segundo para perguntar a mim.

-Do outro lado do pátio. - levantei a cabeça para responder.

-Olha tudo que eu falar você vai ter que concordar ouviu? –assenti- E levanta essa cabeça! – segurou meu queixo grosseiramente e levantou minha cabeça, olhei pra ele. – Assim ta melhor, vamos.

Passando pelo curto corredor que da acesso ao pátio principal já podia se ouvir a movimentação e conversas dos alunos. Eu pretendia passar despercebida mas acho que vai ser impossível quando para chegar a sala da diretora tem que atravessar o pátio inteiro. Maldito arquiteto que planejou isso.

Foi questão de segundos, assim que pisamos no pátio os burburinhos pararam dando lugar ao silencio, todos presentes encaravam a mim e a Justin sem o menor pudor, já sentia minha bochecha esquentando e involuntariamente abaixei a cabeça. Parecia que a sala ficava cada vez mais longe a cada passo que dávamos em sua direção.

-Estou me sentindo em um filme de hollywood – Justin comentou baixo e sorriu debochado.

Finalmente chegamos em frente a porta da sala e Justin bateu, escutamos um baixo e abafado ‘’entra’’ e assim fizemos.

-Sr. Bieber, que bom que veio.- disse a Sra. Steele que tinha os cabelos ruivos e curtos, alisados a base da chapinha.

A diretora levantou e lhe estendeu a mão em forma de cumprimento que na hora foi ignorada pelo Justin que logo se sentou na cadeira acolchoada que ali tinha. Eu queria rir e agradecer a Justin por isso, mas me contive. Odeio essa mulher.

-Bom, pode se sentar- disse sem jeito.

-Eu queria pedir que fosse rápida ao contrario do que vocês diretores de escola pensam eu realmente tenho o que fazer.- Justin disse colocando seu óculos na gola da camisa.

-Bom Sr. Bieber , lhe chamei aqui por que Cher não é de faltar tanto e bom ela faltou uma semana inteira e não ligou para avisar nada e..- foi interrompida por Justin.

-Olha ela não pode vim por problemas pessoais, nada que a escola tenha que se meter nisso. – disse Justin.

-Mas é dever da escola ajudar o aluno não só nos estudos mas na vida. – rebateu a ruiva.

-Que belo trabalho de vocês – respondeu com sarcasmo- mas quando eu precisa que interfiram na vida pessoal dela eu aviso ok.- essa doeu até em mim.

Parei de presta atenção na resposta da ruiva quando olhei pra janela ao lado que da visão da cantina e vi Amanda e Austin juntos. Eles com certeza me viram, tanto é que estão olhando pra janela só que não podem ver nada porque estão do lado de fora, só que está dentro consegue ver lá fora.

-É, se me dão licença eu vou ao banheiro. – interrompi aquele bate boca.

-Sim.

-Não.

Disseram juntos.

-Não Cher senta ai. – disse Justin baixo.

-Eu preciso ir ao banheiro. – rebati e olhei pra janela, ele finalmente olhou junto.

-Senta- quase rosnou.

-Com licença. – eu sei que ele não vai fazer nada comigo, não aqui, mas em casa.

Sai dali deixando um Justin soltando fumaça pelas narinas. Dei a volta e finalmente puder ver meus amigos.

-CHER!- Amanda gritou e veio correndo me abraçar.

Retribuir seu abraço e por cima do seu ombro vi um Austin vindo em nossa direção. Conseguir traze-los mais pra trás onde não tivesse na direção da janela para não ter perigo do Justin presenciar essa cena.

-Olá pequena- sussurrou Austin em meu ouvido assim que me abraçou.

Me arrepiei com o ato e sorri.

-Oi Austin. – disse baixinho enquanto ainda desfrutava do seu abraço.

-Porque não retornou minhas ligações? Porque não veio ao aula? – e lá vem a chuva de perguntas.

-Desculpem eu estive meio doente esse tempo, e meu celular descarregou e nem lembro onde ele está agora. – menti.

-Porque não consigo acreditar nisso hein?- não gosto de mentir ainda mais pra minha amiga devido a esses motivos, ela me conhece muito bem.

-Mas devia porque foi isso que aconteceu. – disse.

-Ok vou deixar passar, mas não pense que acreditei nisso mocinha. –falei.

-Você está bem? – soou calmo Austin ao meu lado.

Depois daquela ligação e daquelas palavras eu finalizei a chamada  na hora, sei que devia ter ligado depois dando a ele uma explicação mas eu não consegui e preferi deixar pra lá.

-Sim, estou bem. – menti. Escondi minhas lágrimas e dores com um sorriso falso.

Ele pegou e me puxou para um abraço novamente, transmitia carinho, amor, como se ele quisesse me dizer que estava ali pra mim e quase chorei com isso.

-Senti sua falta - ele colou nossas testas.

Por um minuto esqueci onde eu estava, esqueci da minha amiga que assistia tudo ali, esqueci de Justin que podia sair daquela sala e ver tudo isso, eu esqueci e não me importo.

-Também senti- sussurrei.

Não demorou muito até sentir seus lábios quentes e macios pressionados aos meus, frios e secos, foi um beijo sem língua apenas nossas bocas matando a saudade uma da outra. Meu coração parecia galopar e meu ventre se contorcia em animação, amava poder sentir tudo isso com apenas um beijo que vem dele.

-Casal, sem querer quebrar o clima mas ser vela não é pra mim. – escutamos Amanda reclamar.

Rimos e separamos o beijo com selinhos mas continuamos abraçados sem nos importar com nada.

-Ok, agora sério. Cher eu sei que tem algo acontecendo e sei que você não quer me contar nem contar pro Austin, mas saiba que estamos aqui do seu lado pra qualquer coisa, seja o que for que está acontecendo saiba que terá a mim e a ele, sempre – e logo o clima pesado voltou.

Eu queria poder contar a eles por tudo que passo mas e se ele me odiarem? E se tiverem nojo de mim como eu tenho? Não posso suportar, não posso.

-A gente só que te ajudar meu amor. – disse Austin e beijou minha bochecha.

-Eu sei – sorri fraco- Eu tenho medo, medo de perder vocês pelos meus erros. –desabafei.

-Você só nos perderá se quiser que a gente saia da sua vida. – disse Amanda e Austin assentiu.

Sorri com o carinho e amor dele por mim, eu realmente não mereço os amigos que tenho.

-Obrigada!- sorri e limpei a lágrima solitária que insistiu em descer.

-Cher! – escutei meu nome quase ser cuspido em um voz rude atrás de mim.

-Justin- disse e senti minha visão ficar escura.

Ele encarou friamente o Austin que não me largou por um minuto, não vou mentir eu gostei disso.

-Er..b-bom eu..eu vou indo.Tchau. – sorri para ele que me olhavam com preocupação e tentei mandar a eles meu mais puro olhas para que eles ficassem tranquilos.

P.O.V Austin.

Eu não gostava desse cara, não gostava do jeito que ele falava com ele, não gostava. Até hoje custo a acreditar que eles são irmãos, como pode uma coisa dessas acontecer Jesus? Nada tira da minha cabeça que esse cara maltrata ela em casa e só de pensar isso meu sangue borbulha a todo vapor.

-Se acalma se não você vai explodir.- disse Amanda.

-Não consigo, a vontade que tenho é de ir lá e quebra esse cara na porrada e trazer a Cher comigo. – disse enquanto acompanhava os dois saindo pelo corredor.

-É também não gosto dele, mas não podemos fazer nada Austin, ele ainda é irmão dela.

-Isso não entra na minha cabeça, não tem como.

-Tudo tem um porque, mas se acalma ficar assim não vai ajudar em nada. – me tranquilizou.

-Se ao menos ela nos contasse o que se passa, eu poderia ajudar, eu sei que poderia ajudar.

-Eu sei, eu sei, mas temos que dar o tempo dela, já passamos a confiança que ela precisa, agora é esperar. – disse e pegamos o rumo da sala, o sinal havia batido.

-Eu odeio esperar, parece que quanto mais espero para fazer alguma coisa mais ela precisa da minha ajuda.

-Todo mundo odeia esperar, eu te entendo, ela é minha melhor amiga e em todos esses anos eu nunca soube disso, ela escondeu de mim, ela só está confusa. – disse e passou o braço pelo meu entrelaçando.

Eu e Amanda havíamos nos tornado bem íntimos, ela é uma ótima garota e uma amiga maravilhosa.

-Eu sei. – disse cabisbaixo.

Eu sinto que eu preciso ajudar ela, mas ela também tem nos ajudar. Eu quero tirar ela de perto desse cara, eu não confio nele, pra mim que ele está maltratando minha Cher e só de pensar nisso fico louco de raiva. Jamais vou me perdoar se algo acontecer com ela e eu não tiver feito nada para impedir, jamais.