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História Too Sweet For Me - Yang Jungwon Enhypen - Too Sweet For Me - Part. 1


Escrita por: ElisaElis

Notas do Autor


Ainda não foi revisado, terá uma segunda parte.

Capítulo 1 - Too Sweet For Me - Part. 1


 

Yang Jungwon

- Harper não gosta de atrasos.

- Ok.

- Ela também não tem muita paciência, então não faça perguntas idiotas.

- Hyung, você me acha idiota?

- Não, mas ela pode te achar.

Jay hyung se levanta e vai até a pia para largar seu copo, eu o sigo e me encosto no balcão perto dele. Faz um mês desde que comecei a trabalhar na polícia de Seul, e só agora vou ter a chance de conhecer a tão temida capitã Harper. Pelo modo como todos falam dela, ela deve ser uma senhora de idade bem mal humorada que age de forma indiferente com todo mundo, mas acredito que não vamos ter problemas, eu não costumo ficar perto de pessoas como ela.

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Mordi minha língua.

- Oficial Yang, na minha sala.

Respiro fundo e olho para Jay, ele está com a cabeça abaixada e nem sequer ousa levantar o olhar para ela. A sigo até sua sala e a observo enquanto se senta na cadeira de couro atrás da mesa.

- Feche a porta e sente-se.

Eu a obedeço e me sento, a cadeira parece me morder, e o silencio que ela emite me consome por completo. Tudo na sala dela é minimalista, desde as pequenas cinco decorações sem graça até os quadros mais sem graça ainda, é tudo preto com branco e cinza, parece que entrei dentro de um filme dos anos 40.

- Está gostando?

- Hum?

- Está gostando?

Ela inclina a cadeira enquanto me observa, seus olhos são puxados e a cor de suas pupilas lembram fogo, seu rosto tem uma mistura bem evidente de coreano com algum outro pais que não sei dizer. Eu tinha imaginado uma mulher velha, mas a capitã Harper é só dois anos mais velha do que eu, e ela não é rabugenta, é só muito fechada e exigente pra caramba.

- Responda Yang Jungwon.

- Desculpe. Sim, estou gostando...

- Mas eu nem disse de que, como sabe que está gostando?

Que droga, ela me pegou...

- Yang Jungwon, 25 anos, solteiro, sem filhos, recém formado na universidade Chodang. É uma universidade boa, por que veio pra Seul ao invés de ficar em Muan-Gun?

- Eu acredito que Seul tenha mais oportunidade para mim, Capitã.

- Todos pensam assim. Quem fez a sua entrevista deve ter gostado do seu rostinho bonito, mas quero que me prove que você vale a pena, entendeu?

- Claro!

Endireito minha coluna na cadeira enquanto a observo, ela abre a gaveta e pega uma caneta, preta por sinal, e uma folha de papel. Ela está escrevendo alguma coisa que não consigo identificar. Seu cabelo preto fica um pouco abaixo dos ombros e tem um caimento bem legal, ela parece muito mais uma rockstar do que uma policial.

- Gosta de desenhar?

- Hum?

- Para com isso, para de dizer ‘’hum’’ o tempo todo.

- Desculpe.

- Perguntei se gosta de desenhar.

- Sim, gosto sim.

- Ótimo, estamos com uma deficiência no nosso setor de papiloscopia, você pode ajudar a quebrar o galho enquanto não contratamos alguém.

Ela vira a folha de papel pra mim e vejo seu desenho, em palitinhos, de um cara? usando um boné? Não consigo identificar esse desenho.

- Esse é o máximo que consigo fazer.

- Está ótimo capitã Harper!

Não consigo não sorrir quando vejo o desenho, é engraçado de certa forma, como policiais conseguiriam capturar alguém através deste retrato falado? Cubro o rosto com a mão e quando a olho ela está seria, imediatamente paro de sorrir e abaixo minha cabeça, dei mole agora, não deveria ter rido dela.

- Desculpe, só achei um pouco engraçado.

Ela se levanta da cadeira e faz a volta na mesa, minha respiração parece pesar muitas toneladas e eu não consigo nem olhar para ela de tão nervoso que estou. A capitã se senta na mesa bem ao meu lado e sinto seus olhos me encararem.

- Oficial Yang.

- Sim?

- Olha pra mim, não gosto que evite contato visual.

- Sinto muito.

- Também pare de se desculpar tanto.

Encaro seus olhos e assinto com a cabeça. Ela me observa por longos segundos antes de abrir um lindo sorriso e me desarmar por completo, o que é isso?

- Oficial Yang, eu não sou um monstro, não tenha medo de mim como seus colegas tem.

- Claro que não capitã.

- Ótimo, está dispensado.

Ela põe a mão no meu ombro e se levanta, abre a porta pra mim e eu passo por ela esperando até que a porta se feche. Todos no escritório estão olhando para mim como se eu fosse um fantasma, e sinceramente sinto que morri mesmo, entrei lá esperando um xingamento e sai de lá...apaixonado?

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Hana Harper

- De novo com este assunto? Não é não, ponto final.

- Mas Hana...

- Nada disso, sabe bem que eu odeio quando você banca o teimoso.

Ele dá um soco no saco de pancadas ao seu lado e bufa, odeio quando ele age dessa forma, como um Bebezão, nosso pai nunca o ensinou a agir assim. Heron sempre foi maduro quando nosso pai era vivo, mas depois do assassinato dele as coisas ficaram fora do controle, Heron agora anda com uma cambada de adolescentes idiotas que fumam e bebem todos os dias, ele não faz, porque sabe o que vou fazer com ele se ele colocar qualquer uma destas porcarias na boca, mas já falou várias vezes em ir para Busan para ser um grande ‘’astro do rock’’, eu acredito nele, Heron canta muito bem e toca guitarra com destreza, o problema é que sei o que ele vai passar quando falar da sua família.

‘’ Este é Heron, filho de um policial que foi sequestrado e torturado até a morte por uma facção norte coreana que estava investigando’’

As pessoas não tem dó aqui, e nem se compadecem da situação de pessoas como eu e Heron. Não quero o ver sofrendo por causa do passado da nossa família, por isso até hoje não permiti que ele fosse, mas sinto que ele vai sair de casa assim que completar seus dezoito anos e eu vou perder a cabeça por causa da preocupação.

Heron pega a mochila do chão e caminha até seu quarto, batendo a porta. O barulho a acorda e eu sinto uma imensa culpa, mamãe deveria estar descansando, não ouvindo nossa discussão de novo. Me sento no sofá e apoio o rosto sobre as mãos, sinto seu afagar nas minhas costas e ela se senta ao meu lado apoiando a cabeça no meu ombro.

- Porque não está descansando?

- Vim ver como minha filha está, não posso?

- Claro que pode mãe.

Seguro a mão dela e a encaro sorrindo, ela sorri de volta e meu coração se aquece, abraço ela e respiro fundo, é difícil não lembrar do meu pai quando olho para ela. Nem mesmo minha mãe, que sempre foi muito alegre, conseguiu permanecer a mesma depois da morte do meu pai, tudo na casa lembra ele, mas nos negamos a sair dela, é a única coisa que restou dele para nós.

- Eu tenho orgulho de você Hana.

- Ah mãe...

- Você não deve se culpar por ser dura com ele, Heron cresceu sem um pai, e a única pessoa mais próxima disso pra ele era você. Se seu pai estivesse aqui eles brigariam da mesma forma.

- Se o papai estivesse aqui Heron nem pensaria nessas besteiras.

- Hana, a personalidade das pessoas é algo único delas, Heron iria querer as mesmas coisas independente se seu pai estivesse aqui ou não. Você se tornaria uma capitã com ele aqui ou...não.

- Mãe, você sabe porque me tornei policial...

- Sei, e não concordo nada com isso.

- Mas você viu como todos trataram o caso do papai, como se ele fosse um zé ninguém, ele foi policial por tantos anos e mesmo depois de morrer torturado eles não demonstraram nenhum respeito e ignoraram o caso.

- Hana, sua vida gira em torno da morte do seu pai a sete anos, e você nunca descobriu nada sobre isso. Porque não tenta viver a sua vida um pouco, hum? Fazer amigos, namorar, casar e ter filhos! Eu amaria ter um neto para alegrar esta casa.

- Ah mãe, que isso? Você sabe que eu sou ocupada demais pra isso.

- Hana, a vida corre rápido, você tem 27 anos agora, se esperar demais quando se der conta não conseguirá mais ser feliz. A vida é pra ser vivida agora.

- Se eu sair e me divertir quem é que vai tomar conta da senhora? E do Heron? E as contas? Como ficam os problemas?

- Eu cuido bem de mim mesma, Heron se tornará um adulto em poucos meses, ganhamos o auxílio desde a morte do seu pai e as contas estão pagas, e a vida é feita de problemas Hana, você tem que escolher se vai ser feliz com eles, ou choramingar com eles.

Ela dá um beijo na lateral da minha cabeça e se levanta indo em direção a cozinha. Eu sempre escuto os conselhos da minha mãe, mas sinto uma falta grande do meu pai, ele era tudo na minha vida, sempre fazíamos tudo juntos e eu até o ajudava a resolver alguns casos, ainda me lembro quando o ajudei a solucionar um caso, foi naquela época que descobri que queria ser policial.

14 anos antes

- Pai? Mamãe está chamando para jantar.

- Eu sei meu bem, o papai só está tentando resolver isso aqui...

- O que é?

Espio por cima de seus ombros e ele cobre os papeis com as mãos, ele afasta a cadeira da mesa e me pega no colo enquanto faz cócegas na minha barriga.

- Estas fotos são pesadas demais para uma garotinha de 13 anos.

- A pai, você sabe que eu vejo séries policiais, não é?

Ele respira fundo e então aproxima a cadeira da mesa de novo comigo junto, analiso as fotos, realmente são pesadas, é um homem morto com marcas no pescoço e nos pulsos.

- O que está tentando descobrir pai?

- Que tipo de corda fez isso com ele... testamos vários tipos na perícia, mas nenhuma bateu com as marcas.

- Mas você ta vendo aqui? É uma marca lisa.

- Por isso mesmo que está difícil de descobrir, as cordas tem padrões de desenho, mas no pescoço dele não tem nenhuma.

- É porque foi usado um fio, ele foi estrangulado por um fio.

- Fio? Como assim?

- Pai, aqui nessa foto tem um alicate bem ali no canto, ta vendo?

- Aham.

- O assassino deve ter usado para cortar o fio, vê se na afiação da casa tem algum fio cortado, e também, o assassino deve ser uma mulher.

- Como sabe disso?

- Tem uma unha postiça caída bem ali, olha.

Ele se inclina sobre a foto e eu aponto com o dedo, ele afasta a cadeira e se levanta me jogando pra cima.

- Você é a melhor detetive que eu já conheci Hana Harper!

Ele me abraça e beija minha bochecha.

Atualmente

- Ouviu o que eu disse?

- Hum? Oque você disse mãe?

- Que seu cabelo está fedendo, vai tomar um banho!

- Sem graça.

Corro até ela e a abraço enquanto esfrego minha cabeça em seu rosto, ela grita e ri fazendo força para me afastar dela. Minha vida é sempre privada ao máximo, literalmente ninguém sabe sobre a minha família desde que meu pai morreu a 12 anos. Sei que escolhi exatamente a mesma profissão que matou meu pai, e sei o quão arriscado isso é, mas não posso simplesmente ignorar o fato dele ter sido assassinado e ninguém ter feito nada, então eu mesma vou fazer, eu vou descobrir toda a verdade e vou achar os desgraçados que fizeram isso com ele.

- Hana vai logo tomar um banho, vou preparar o jantar.

- Eu disse que não iria jantar aqui hoje mãe.

- Você já está aqui, coma com a gente e depois vá para o seu apartamento.

- Teimosa.

- Vai logo.

- TÁ!

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Todos nesse escritório parecem congelar quando eu entro, não é desconfortável, mas também não é nada receptivo, grande parte destes idiotas pensam que sou pior do que meu pai, realmente eu sou, meu pai era bem mais simpático do que eu, mas não significa que eles precisem me tratar como...

- Bom dia capitã!

Yang Jungwon, o novato. Seu sorriso bobo e seu rosto amigável quase me pegam desprevenida na frente de todos. Quando voltei de Namyangju na sexta feira foi quase impossível não o notar aqui, ele não tem aparência de policial, ele tem mais cara de criança na verdade. Passo por ele e aceno com a cabeça, ele sorri e eu apenas viro meu rosto, não quero sorrir de volta, na verdade nem sei o que eu estava pensando quando sorri para ele na sexta feira dentro da minha sala.

Me aproximo do meu escritório e abro a porta, consigo ouvir tudo que falam nas minhas costas e isso me incomoda de certa forma, porque sempre falam coisas do tipo ‘’ela me assusta’’ ou ‘’ela é sempre indiferente’’ se eu fosse indiferente, porque escolheria uma profissão que literalmente defende os outros?

- Jungwon, está maluco?

- O que foi hyung?

- Porque está falando com ela?

Os idiotas começam a cochichar no escritório e eu me forço a virar e caminhar até eles.

- Capitã!

Eles se levantam e reverenciam, clássico jeito coreano de mostrar seu respeito falso a mim.

- Bom dia, Oficial Yang.

Viro minhas costas e volto para minha sala, fechando com certa força a porta atrás de mim.

O que foi isso? Porque eu fui até lá para dar bom dia ao novato? Que merda estou querendo provar agora? Que sou legal e simpática? A por favor Hana Harper, não seja tão idiota assim.

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Yang Jungwon

Tomo o ultimo gole do meu café e pego a esponja para lavar a xicara, Jay e Yoonwon se aproximam de mim lentamente e já sei o que eles vieram fazer.

- Saiam.

- A qual é, conta aí, o que você fez pra ganhar o coração gelado da Harper?

- Yoonwon, tenha mais respeito pela capitã.

Jay apenas me olha e sorri, mostrando o polegar levantado em sinal de aprovação, Yoonwon abre a geladeira e pega uma lata de refrigerante, nem sei porque chamei esse idiota pra almoçar comigo, sinceramente.

Eu também não sei o que deu nela hoje pela manhã, ela simplesmente parou no meio do escritório, olhou pra mim e disse ‘’Bom dia, Oficial Yang’’, e foi só isso, nada demais, nada que tenha feito tanto efeito em mim para me deixar pensando até o horário do almoço.

- Yang, na sexta, o que vocês conversaram?

- Não interessa pra você, dá pra parar de me perguntar?

- Vamos lá! Ela é um cão com todo mundo, e com você é simpática, deve ser seu rostinho de bebê.

- Yoonwon vai a mer...

- Um cão é?

A voz de Harper invade a cozinha e todos nós arrumamos nossa postura imediatamente, ela está parada com uma xicara preta na mão, o dizer a xicara é a cara do escritório dela, ‘’work’’. Seu olhar não se desvia nem por um segundo do Yoonwon e sua expressão é séria e realmente aterrorizante.

- Me desculpe capitã!

- Sabe Yoonwon, seria interessante se você me contasse mais sobre o que acha de mim.

- Eu sinto muito mesmo capitã...

Tento ajudar Yoonwon, mesmo que ele mereça se ferrar, mas ela me olha e é como se eu perdesse as palavras que ia dizer, esqueço como se fala, como se respira, esqueço meu nome, mas ela me lembra.

- O que eu disse na sexta feira a você Yang Jungwon?

- Certo...

Recuo o passo e fico ao lado de Jay, que está de pé atrás de Yoonwon. Jay tem uma expressão vazia quando está perto da capitã, ele não aparenta ter medo dela, mas mostra profundo respeito a ela. Tenha curiosidade em saber o porquê de ela ser assim, na verdade, o porquê de ela agir assim, por que a capitã que se apresentou pra mim na sexta não é a mesma capitã que estou vendo aqui hoje.

- Yoonwon, se você me acha um cão por que não me disse antes?

Eu poderia classificar seu tom como de preocupação, seu rosto se transforma em algo misturado com choro e deboche, mas logo volta a ficar sério de novo.

- Capitã eu...

- Não deixe eu te ouvir falando de mim de novo, entendeu?

- Sim...

- Não se esqueça que eu posso reduzir a equipe, e se tiver que escolher entre os Won’s, vou preferir o Oficial Yang ou invés de você.

Ela abre a geladeira e pega uma garrafa de água e enche a xicara preta com café. Ela me encara por alguns segundos e depois sai da cozinha, só consigo ouvir Jay segurando a risada do meu lado, e Yoonwon praguejando Harper novamente pelas costas. Tem algo nela que não consigo explicar, mesmo ela sendo dura e exigente com todos, não consigo deixar de acha-la cativante, ela chama atenção mesmo que não queira fazer isso.

- Ganhou seu favoritismo.

Yoonwon passa por mim e por Jay esbarrando em nós, Jay se encosta no balcão e eu na pia, estamos de frente um pro outro observando quanto aquele idiota se afasta da gente. Jay e eu nos olhamos e caímos na risada, ver um otário feito Yoonwon levar o esporro que merece é muito gratificante, ainda mais quando vem de uma mulher bem mais baixa que ele, mas que tem mil vezes mais competência para estar onde está.

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O trabalho terminou tarde hoje, no final da tarde tivemos uma ocorrência e precisamos sair correndo para atender, o problema é que era só um uma senhora de idade que não estava conseguindo achar o controle da TV, e ligou para a central dizendo ‘’eu não o encontro, não sei onde ele foi parar, me ajudem a acha-lo por favor!’’, mesmo sendo algo bem idiota, eu preciso fazer um relatório e passar para a capitã.

Viro minha cabeça para os lados e alongo meus braços, todos já foram embora, são nove da noite e o escritório todo está no escuro, apenas a minha luminária ainda está acesa, e a dela também, dentro do escritório. Levanto da cadeira depois de horas e analiso o papel à minha frente enquanto caminho até a sala dela.

- Mãe, pare de me dizer para não gastar, você sabe o quanto me importo com você.

Ela está falando no telefone, então não quero atrapalhar ela, seria melhor se eu entregasse o relatório amanhã.

- Mãe, diga a Heron que ele precisa fazer o dever de casa.

Minha mente está mandando meu corpo sair, mas meu corpo está simplesmente congelado na frente da porta dela.

- Eu amo você, entendeu? Agora coma esse Kimbap e vá se deitar, está frio hoje.

Ela desliga o telefone e se levanta, meu corpo entra em pânico e não sei se faço a volta ou bato na porta. Infelizmente não tenho tempo de pensar em nada, ela abre a porta e dá de cara comigo, levando um susto e colocando a mão no peito.

- Yang Jungwon, que droga está fazendo aqui a esta hora?

- Desculpe capitã, quer dizer... ah foi mal.

- Foi mal? Está sendo informal comigo?

- Desculpa... que merda.

Minha língua está enrolada, não consigo falar nada além de ‘’desculpa’’ e ‘’sinto muito’’, pareço um bobão na frente dela. Ela está com os braços cruzados me olhando, tenho certeza que minha gagueira vai irrita-la e fazê-la me odiar por ser tão estupido, mas ao invés disse ela ri, ela está rindo pra caramba.

- Aí, Oficial Yang, você ta nervoso?

Ela limpa os cantos dos olhos que estavam molhados de tanto rir.

- Sinto muito, sério, eu não queria ser informal com você...

- Jungwon.

Ela me chamou pelo meu nome?

- Pode falar comigo informalmente quando estivermos a sós, só não conta isso pra ninguém.

Ela se afasta da porta e volta para sua cadeira atrás da mesa. Sua mão indica para que eu entre e eu o faço. Entro no escritório e vou até ela com o papel na mão, coloco sobre a mesa dela e espero.

- Relatório do dia?

- Sim, espero que você ache completo.

- Você acha que está?

- Sim... eu acho que sim.

- Então está. Foi você que passou o dia nas ocorrências Jungwon, seu relatório é 100% confiável para mim.

Ela pega o papel na mão e seus olhos começam a correr pelas palavras, novamente ela sinaliza com a mão para que sente, e eu a obedeço. Incrível como ela consegue mandar em mim com apenas alguns gestos, me sinto um cachorrinho.

- Perfeito.

Solto a respiração e me sinto aliviado por ela ter gostado, passei horas fazendo isso, se estivesse errado eu iria literalmente me jogar no chão.

- Só está faltando seu nome, não é?

- Meu nome?

- Claro, você escreveu o seu relatório, mas estiver sem seu nome não tenho como saber de quem é.

- Ah, sim. Eu vou colocar.

- Você pode modificar o arquivo e me mandar pelo email, assim é mais fácil, e você pode fazer de casa para não precisar ficar até tão tarde aqui.

- Legal, obrigado capitã!

Me levanto e me curvo para ela, ela sorri e permanece sentada. Seguro a maçaneta da porta e giro, mas só então eu percebo uma coisa, porque ela ainda está aqui? Ela acabou de dizer que tudo pode ser feito pelo email.

- Você não vem?

- Ah eu vou ficar um pouco mais, tenho um caso para resolver.

- Quer ajuda?

Ela se levanta e vem até mim, seu caminhar é atraente e seu olhar agora é muito sensual, consigo ver em seus lábios que tem o mesmo sorriso que vi na ultima sexta. Preciso colocar na minha cabeça que ela é minha capitã, mas meu cérebro parece ignorar completamente essa informação.

- Obrigada Oficial Yang, mas este caso é um pouco mais...pessoal.

Sua mão pousa em meu ombro e ela sorri, seu corpo está próximo e ela analisa meu rosto com calma. Ela é mais baixa do que eu pensava, sua mão passa para as minhas costas e sinto um arrepio quando a sinto.

- Tenha cuidado para voltar, Oficial Yang.

- Obrigado capitã.

- Hana, pode me chamar de Hana.

Sua voz é tranquila, tem alguma coisa nela me enfeitiçando de alguma maneira, ou eu só estou a muito tempo sem me relacionar com uma mulher, mas ela realmente me deixa nervoso, não como os outros ficam, eu fico nervoso porque estou excitado perto dela, e se ela sonhar com isso a minha cabeça com certeza vai rolar.

- Obrigado, Hana. Por favor, tome cuidado também.

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Hana Harper

Certo, Yang Jungwon é um problema.

Estou a uma hora na frente do notebook tentando pensar, mas tudo que passa na minha cabeça é o rosto do Jungwon, a cara envergonhada que fez quando sem querer foi informal comigo foi bem engraçadinha, eu diria até...fofa, mas eu não vou dizer isso, esse garoto precisa sair da minha mente agora mesmo!

Pego minha bolsa e me levanto da cadeira, esse escritório me deixa ansiosa as vezes, tudo nele é sem graça e tedioso, quando meu pai trabalhava nessa mesma sala as coisas eram diferentes, ele tinha cubos mágicos por todas as partes, sua caneca era estampada com uma foto minha com o meu irmão no colo, ele tinha fotos da mamãe grudadas na tela do computador e também tinha um frigobar só para ele embaixo de sua mesa, cheio de doces e refrigerantes.

Somente a minha mãe diz que eu sou parecida com meu pai, mas isso porque minha mãe me conhece desde sempre praticamente, e ela vive comparando a Hana de 13 anos com a Hana de 27, mas não sou mais a mesma desde que meu pai se foi, para mim a vida perdeu a graça completamente sem ele, e não me sinto no direito de ser ‘’alegre’’ quando meu pai é quem deveria estar vivendo uma vida alegre.

Tem pelo menos três chamadas não atendidas da minha mãe, ela sempre me liga para me mandar ir dormir, mas não atendi porque tenho medo dela me fazer a famosa pergunta de mãe.

‘’O que aconteceu?’’

Ela perguntaria. E eu diria:

‘’Tem um cara no trabalho que é legalzinho.’’

Aí ela responderia:

‘’E quando vai me apresentar a ele? Quando terá filhos com ele?’’

E eu provavelmente desligaria na cara dela porque ficaria envergonhada demais com todas essas perguntas.

Apago a luz o escritório e me dirijo para fora, mas estou ouvindo um som estranho, parece que tem alguém na cozinha, e também tem uma luz vindo de lá, então pode ter alguém mexendo na geladeira. Se for um mendigo que entrou no escritório eu vou...

- Yang Jungwon?

- Capitã! Desculpa, é que eu esqueci pote aqui.

Eu estou com vontade de bater nele, pra machucar. Ele não está vestido como uniforme, está usando uma moletom amarelo e uma calça jeans preta, de alguma forma isso combina bastante com ele, eu prefiro cores escuras, mas nele fica bem. De qualquer modo, estou irritada de ver ele aqui.

- E você só tem um único pote?

- No momento sim.

Ele fecha a porta de geladeira fazendo a cozinha ficar escura, agora não estou mais o vendo, só consigo ouvir seus passos na minha frente.

- Jungwon, onde é que voce está?

- Bem na sua frente, capitã.

A luz se acende e dou de cara com Jungwon bem na minha frente, seu corpo está inclinado para a minha direção, seu braço está esticado e toca no disjuntor na parede, consigo sentir o perfume dele pois seu rosto está logo acima do meu. Meu sangue ferve, mas não sei se é de raiva, estou...nervosa.

- O que está fazendo?

- Acendendo a luz.

- Jungwon, são quase onze da noite, voce deveria estar em casa.

- Você também deveria.

- Está me dando ordens?

Ele aproxima mais o rosto do meu e sinto sua respiração batendo contra minha orelha.

- Não estamos mais trabalhando, então você não é minha capitã.

Meu corpo congela, minha mãos estão soando e meu rosto está ficando quente, essa reação é nova pra mim, nunca pensei que alguém como ele pudesse agir como um canalha. As mãos de Jungwon encontram meu rosto e assim que as sinto levo um choque térmico, meu rosto está quente demais para as suas mãos geladas.

- Eu vou te matar se não se afastar de mim.

- Está com medo de mim?

Impossível não rir, eu jamais vou ter medo dele, fala sério! Ele é fofo demais pra colocar medo em alguém. Afasto meu corpo dele, ele tira as mãos do meu rosto e as põe no bolso, está me olhando e rindo. Este Jungwon é diferente do que estava trabalhando hoje mais cedo, eu diria que é mais divertido, mesmo que seja perigoso para mim ficar perto dele, é como um imã, e eu não posso ceder a esse magnetismo.

- Você deveria ter medo de mim.

- Você me disse para não ter.

É verdade, eu disse. Reviro os olhos e observo ele, ele faz a mesma coisa, me observa em silencio. Não sei oque está rolando aqui, mas com certeza Yang Jungwon está me testando, talvez ele seja contratado da CIA para me espionar? A CIA é dos Estados Unidos, Hana Harper.

- Pega seu pote e vai pra casa.

- Vou te fazer companhia.

- Não quero.

- Eu não perguntei se queria.

Eu estou desacreditada com esse moleque, ele fala comigo como se fossemos da mesma idade, isso é um desaforo, quero muito bater nele agora mesmo, mas olha a cara dele, que droga não consigo não achar adorável a cara que ele faz!

- Você é metido.

- Noona, não fala assim comigo.

Tenho certeza de que meu coração acabou de travar, errou uma batida, porque sinto uma dor agonizante no peito, quero me jogar no chão e cobrir meu rosto, enquanto grito e esperneio feito uma garotinha. Nem mesmo meu irmão me chama de Noona, ouvir Jungwon me chamar assim me deixa extremamente sem graça.

Viro de costas e saio da cozinha antes que ele veja minha cara de pateta, ouço seus passos vindo atrás de mim, ele é como um cachorrinho, teimoso, engraçadinho, fofo e carismático. Eu gosto de gatos.

- Sabe que eu estou de carro né? Vai ficar me seguindo mesmo depois que eu for embora?

- Te levo até seu carro, eu moro aqui perto mesmo.

- Você é insistente, né?

Viro para olhar para ele, mas seu corpo bate contra o meu, minha bolsa cai do meu ombro e ouço o som de vidro se quebrando, os braços dele estão envolta de mim, os meus braços estão prensados contra o peito de Jungwon, mais uma vez seu rosto está um pouco acima do meu, mas desta vez ele está me olhando fixamente.

- Noona, está bem?

- Jungwon...

- Hum?

Respiro fundo, ficar perto dele assim está me fazendo pensar em coisas que eu não deveria estar pensando, ele é mais novo, ele é doce, doce demais pra mim.

Você não pode se distrair Hana Harper!

- Estou bem, obrigada.

Pressiono as mãos contra seu peito e o afasto, olho para o chão e vejo seu pote estilhaçado em vários cacos. Minha bolsa está no meio dos cacos, o casaco de Jungwon tem alguns pequenos fragmentos de vidro. Me aproximo dele de novo e passo a mão para limpar antes que ele se machuque.

- Não se preocupe.

Ele segura minha mão e fica me olhando. Ele me olha como se eu fosse esquisita, mas o esquisito aqui é ele, fica me tocando, me seguindo, me chamando de coisas carinhosas. Se ele estivesse em casa nada disso aqui teria acontecido.

- Jungwon, para de me tocar.

Ele solta minha mão e se afasta de mim, posso jurar que seu rosto fica igual o do gato de botas, seus olhos ficam cheios e bem redondinhos, sua boca se forma em um biquinho do qual tenho muita vontade de arrancar da sua cara agora.

- Desculpa, Noona.

- E não me chama disso, ninguém me chama assim...

- Eu posso ser o primeiro.

- Não, Jungwon, não faz isso.

- Você não pode mandar em mim fora do horário de serviço.

Ele fala quase como um cochicho, pego minha bolsa do chão e bato no braço dele, ele ri, é minha raiva cresce mais e mais a cada vez que ele age de forma adorável. Dou meia volta e saio andando antes que eu realmente bata nele.

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Tive uma noite de cão.

Não dormi nada, nem mesmo contando carneirinhos adiantou. Depois que Jungwon me levou até meu carro eu simplesmente o deixei lá, nem mesmo carona ofereci porque eu estava, e estou com muita raiva dele.

‘’Mas ele nem fez nada’’ você diria.

Não importa! Ele não deveria estar no escritório àquela hora, ele já estava invadindo minha mente e depois invadiu meu espaço! Tocou em mim, riu de mim, agiu de forma fofa, foi adorável, deixou seu perfume espalhado dentro da minha cabeça.

Yang Jungwon está ferrado comigo.

Entro no escritório e todos se levantam, reverenciam e dão bom dia. É esquisito, nenhum deles nunca fez isso, Jungwon não está, sua mesa está vazia e tem um monte de papeis espalhados por ela, olho para Jay e ele levanta o olhar até a cozinha.

Aceno a todos e eles voltam a se sentar, vou até minha sala e me sento na minha maravilhosa cadeira, ao qual vou passar o dia presa investigando a droga da morte do meu pai. Abro meu notebook e vejo um post-it grudado na tela.

‘’Sinto muito por ter tocado em você, Noona.

Foi inevitável.

Oficial Yang’’

Eu vou mata-lo.

Pego o post-it e jogo dentro da lixeira, levanto da cadeira e pego minha xicara, preciso urgentemente de um café para esfriar a cabeça. Vou até a cozinha e coloco uma capsula de americano expresso na máquina, minha cabeça parece ler e reler o que estava escrito naquele maldito post-it. Alguma coisa esse moleque fez para eu ficar assim, ele deve ter jogado praga em mim certeza.

- Vai almoçar fora hoje porquê?

- Quebrei meu pote ontem, não trouxe almoço.

- E como foi que quebrou seu pote hein, bobão?

Jay bate nas costas de Jungwon enquanto entram na cozinha, me espremo entre a geladeira e o balcão para que não me vejam.

- Não interessa, hyung.

- Aish, você e sua mania de nunca contar as coisas.

Inclino um pouco minha cabeça para poder ver onde eles estão, e Jungwon já está me olhando, não sei como ele me viu, mas seu olhar sobre mim é como se já soubesse que iria me encontrar aqui.

- Hyung, na verdade foi alguém que quebrou.

- Quem?

- Ontem acabei esbarrando numa pessoa, e ela fez meu pote cair, agora estou despotizado.

Ele fala todas as palavras enquanto me olha e sorri, Jay não percebe pois está ocupado fazendo um sanduiche sobre a mesa. Despotizado é uma palavra bem engraçada na verdade, e sem me dar conta estou sorrindo, fecho minha cara assim que percebo a besteira que estou fazendo.

- E em quem você esbarrou, Jungwon?

- Numa mulher, muito bonita.

Meu coração quase salta pela boca. Yang Jungwon está flertando comigo dentro do escritório, descaradamente, arqueio uma sobrancelha enquanto olho para ele e ele sorri, coloca as mãos no bolso e se vira para Jay, batendo em suas costas.

- Vamos almoçar comigo?

- Porque não chama essa mulher muito bonita para comer com você?

- Porque ela ainda é tímida, vou esperar mais um tempo.

A maquina apita e eu pego minha xicara e praticamente saio correndo da cozinha, não olho para trás e nem para os lados, só quero fugir dele. Mesmo que ele espere o tempo que for, Yang Jungwon nunca vai me levar para sair, eu não estou disponível, estou em um relacionamento sério com o trabalho.

Me sento na cadeira e solto a xicara, parece que tem uma bola na minha garganta, tomo o primeiro gole e me xingo internamente, está muito quente.

- Que merda!

- Cuidado, capitã.

Não é possível.

- O que está fazendo aqui? E porque não bateu na porta?

- Vim destrocar as nossas canecas.

- O que?

Jungwon tem na mão uma caneca escrito ‘’Work’’ e na minha mesa tem uma caneca laranja cheia de microfones e com a escrita ‘’Manifesto’’. Eu devo ter trocado as canecas em algum momento e não percebi, ele me olha e sorri. Jungwon pousa a xicara preta sobre a minha mesa e pega a dele na mão, ele toma um gole do café exatamente onde eu havia tomado.

- Eu tomei na sua caneca, deveria lavar antes de colocar a boca aí.

- Porque eu faria isso?

- Você...me tira do sério.

- Tenha um bom dia de trabalho, capitã Harper.

Ele sai da minha sala e fecha a porta, esfrego as mãos no rosto e respiro fundo para manter a calma. Encaro a xicara a minha frente e percebo que tem um papel embaixo dela, a levanto e tiro o outro post-it que está preso.

’Está me devendo um pote

Oficial Yang’’

Reviro os olhos e encaro o papel por mais alguns segundos. Pego a lixeira e procuro o post-it que joguei fora, eu o acho que junto com o outro, coloco dentro da gaveta da mesa, tomo um gole da minha xicara e percebo que não é um americano expresso, é um mocaccino com chocolate, fazia anos que eu não tomava nada com chocolate, eu tinha até me esquecido do gosto, está uma delícia, mas só me irrita mais o fato de eu gostar de algo que ele fez pra mim.

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Minha mente me xinga de segundo em segundo, me dizendo ‘’porque você está aqui?’’ e ‘’vai mesmo comprar um pote pra ele?’’ sim, eu vou comprar um pote pra ele, afinal de contas, o pote quebrou porque eu esbarrei nele, e também porque não gosto de ficar em dívida com ninguém.

- Esse parece bom.

Pego qualquer pote de vidro e coloco na cesta de compras, vou até o setor de bebidas e pego água, refrigerante, Katsu, ramyeon e um uma barra de chocolate. Entro de novo no corredor dos potes para ir até o caixa, meus olhos correm pelas prateleiras e eu avisto um pote de vidro com detalhes em laranja, não que eu me importe muito com os gostos dele, mas a julgar pela cor da xicara de mais cedo, ele deve gostar de laranja. Troco os potes e vou até o caixa para pagar.

Coloco o pote e a barra de chocolate dentro de uma sacola e escrevo um post it para colocar em cima. Odeio admitir, mas estou dando uma importância desnecessária para isso, quando na verdade eu deveria estar me importando com o meu trabalho.

“Não te devo mais nada”

Vou colocar em cima da mesa dele depois do expediente, assim ninguém verá e não poderão ficar fofocando por aí. Sinceramente vou odiar se qualquer pessoa souber oque aconteceu a noite passada, mesmo que seja algo inocente e comum. Se souberem que eu e Jungwon estamos ‘’trocando post it’’ vão afirmar que temos um caso, e eu com certeza não quero rumores falsos sobre mim, muito menos desse tipo.

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Yang Jungwon

Ela realmente comprou outro pote pra mim.

E ele é laranja, e tem uma barra de chocolate dentro do pote com um post it.

Não que eu esteja me gabando, mas meu plano está dando certo. Pensei que se eu fosse um pouco mais ‘’cara de pau’’ perto dela, talvez ela se soltasse um pouco mais, confesso que foi difícil naquele dia, quando ela me mandou não tocar nela, mas está dando resultado.

Tenho que rir do post it, claramente foi escrito com raiva, mas a julgar que a cor do pote é especificamente minha cor favorita e que ela comprou uma barra de chocolate pra mim, acho que a raiva dela é só uma forma agressiva de reagir as coisas. No final, Hana Harper é uma mulher doce, que não sabe como expressar as coisas, ela conversa com a mãe, aparentemente tem um irmão, e é boa em observar os detalhes.

- Pote legal, Favorito.

- Valeu, Yoonwon, foi um presente.

- Da mulher muito bonita?

Jay pergunta e eu concordo, os dois babacas ficam cantando ‘’Jungwon está apaixonado’’ por dois minutos. Harper sai da sala dela e vem diretamente em direção a mim, seu rosto sério como de costume, bolsa na mão, telefone no ouvido.

- Oficial Yang, Oficial Park, venham comigo.

Eu e Jay nos levantamos e seguimos ela até o estacionamento, quando levei ela até seu carro na segunda-feira até memorizei a placa do carro dela, estranho eu sei, mas caso um dia eu precise, sei lá. Ela desativa o alarme do carro e para na frente dele, desliga a chamada em que estava e se vira para nós.

- Jay você vai ficar responsável por este novo caso ok? Jungwon, você seguirá os comandos o Jay, e fará o retrato falado do foragido, entenderam?

- Sim capitã.

Eu e Jay dizemos juntos.

- Harper, por favor, me chamem de Harper tá?

Concordamos e vamos até as portas de trás do carro. Ela trava o carro e fica olhando para nós, eu e Jay nos olhamos sem entender oque aconteceu, então ela destrava e vai até a porta do carona, joga a chave pra mim e entra no carro. Jay me olha e sorri enquanto sussurra ‘’favorito’’.

Entro no lado do motorista e me ajeito no banco, ela permanece olhando o telefone, aparentemente as fotos do acidente, Jay está na parte de trás e aparentemente recebeu o material do caso por email, pois também está com a cara enfiada no telefone, eu não sei onde ir por que não recebi endereço nenhum, então fico aguardando até algum deles me dar as coordenadas.

- Porque está parado?

- Qual o endereço?

- Jay, não passou o endereço para ele ainda?

- Estou analisando o material ainda, desculpe.

- Ah, tá. Aqui Jungwon.

Ela põe o endereço na tela inteligente do carro e enfim posso começar a dirigir. O caminho não é longo, o acidente aconteceu apenas a seis quilômetros do escritório, tem um corpo no chão, coberto, e um carro cheio de buracos de bala. Na frente do corpo tem uma senhora de idade chorando e gritando o nome ‘’Young Jil’’. É uma cena dolorosa pra caramba, e me faz lembrar da minha própria avó.

Quando minha irmã sofreu um acidente de carro ela fez a mesma coisa, se ajoelhou ao lado do corpo da minha irmã e gritou pelo nome dela, mas é claro, ela não reagia porque já estava morta, eu tinha 14 anos na época e tudo me afetou pra caramba, principalmente saber que a pessoa que bateu nela podia ter salvado ela se não tivesse fugido.

Crime por omissão de socorro.

Foi o primeiro que comecei a estudar. No começo eu queria ser advogado, mas aí percebi que teria que pegar vários outros casos trabalhistas chatos e outras coisas sem graça, e meu verdadeiro interesse é em crimes, acidentes e assassinatos, gosto de resolve-los e colocar os desgraçados atrás das grades.

- Pode parar ali.

Estaciono o carro e ela me entrega seu telefone com o material do caso. Descemos e vamos até o carro cheio de buracos, é um Kia Sorento, preto, 4 portas, no lado direito tem pelo menos 10 buracos de bala, os vidros são completamente escuros e o teto está aberto.

- Jay, comece a pericia no carro, eu e Jungwon vamos falar com o familiar.

Jay se afasta e vai buscar os materiais de pericia no carro, ele já deve estar acostumado a trabalhar com ela, pois sabe exatamente onde achar cada coisa, que inveja. A sigo até a senhora que permanece no chão, ao lado do corpo, chorando bastante.

- Jungwon, a vitima é um rapaz de 19 anos, ele estava na parte de trás do carro e recebeu 5 tiros pelo corpo e cabeça.

- O motorista do carro, alguém sabe?

- As testemunhas disseram que os atiradores levaram o motorista.

- Certo.

- É bom com palavras?

Ela para de andar e me encara.

- Um pouco, eu diria que sim.

- Então fale com ela. Vou pedir para retirarem o corpo.

Ela se vira para ir até a ambulância, mas eu a paro, estou segurando seu pulso com firmeza, ela me olha e depois encara minha mão.

- Espera. Quero ver como você faz isso.

Ela olha para a senhora, e depois olha para mim e suspira, eu solto seu pulso e sorrio para ela.

- Eu nunca consigo negar nada pra você, seu pirralho.

Ela me ofende, mas fico feliz com seu xingamento, de certa forma indica que meu charme ainda funciona.

Harper vai até a senhora e se abaixa ao lado dela, sua mão encontra as costas da mais velha e afaga carinhosamente, a senhora encara Harper por alguns segundos antes de se atirar nos braços dela e chorar mais. A capitã a abraça com força e consigo ver que está dizendo algumas coisas, mas não consigo escutar. Faço sinal para os paramédicos retirarem o corpo e eles pegam gentilmente, a senhora agarra a maca e se nega a soltar o corpo do garoto.

- Senhora Han, precisamos levar o corpo do seu neto para análise.

- Não quero que mecham no corpo dele! Deixem meu Young Jil aqui!

Harper segura a mais velha enquanto os paramédicos colocam o corpo na ambulância e vão embora. A senhora grita e chora, é realmente agoniante ver a cena de uma morte assim, mas todos passamos por perdas, e precisamos aprender a conviver com elas, eu perdi minha irmã e ela era tudo pra mim, éramos inseparáveis, mas acredito que tudo ocorra por um bem maior.

- Jungwon me ajuda!

Harper grita e quando percebo a senhora está caída ao chão, com a mão no peito, a pego no colo e sigo Harper até o carro, coloco a senhora no banco de trás e entrego as chaves para a capitã. Ela entra no carro e arranca com tudo, levando a senhora para o hospital.

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Eu e Jay passamos a tarde inteira na cena do crime coletando provas e analisando todos os detalhes que conseguimos. Minhas costas estão doendo pra caramba e minha cabeça parece que vai explodir, Jay está pronto para ir e está me chamando, mas acabei de receber uma mensagem pro email da capitã solicitando que eu me apresente na sala dela antes de ir.

Me despeço dele e as luzes se apagam, novamente só tem eu e ela no escritório. Me levanto e vou até a sala dela, bato na porta e entro quando ela permite. Ela gesticula para que eu me sente e eu o faço, sua cara não é nada boa, ela esfrega as têmporas com certa pressão e depois respira fundo e me encara.

- No que estava pensando mais cedo?

- Mais cedo? Como assim?

- Eu gritei seu nome três vezes Jungwon, e você ficou olhando pro nada ao invés de me ajudar.

- Me desculpe Harper...

- Se fizer isso de novo eu acabo com você!

Ela bate a mão na mesa e me assusta um pouco, mas não me sinto disposta a aceitar isso dela.

- Porque está gritando?

- O que foi que você disse?

- Me perguntou no que eu estava pensando, então me deixe responder.

- Ótimo! Responda!

- Eu lembrei da minha irmã, ela morreu com a mesma idade daquele garoto.

- Você não pode deixar seus sentimentos interferirem no caso, Yang Jungwon!

- Eu sei! E eu já pedi desculpas ta bem?

Permaneço falando baixo, a respiração dela está descontrolada, parece que ela vai avançar em mim a qualquer momento, ela se levanta e caminha até a janela do escritório, a vista é bonita e mostra a cidade de Seul de cima. Me levanto e vou até ela, paro ao seu lado e coloco as mãos nos bolsos.

- Me desculpa tá?

- Que?

- Me desculpa por gritar com você, fui bem idiota agora.

- É... foi mesmo.

Ela me encara e coloca as mãos na cintura enquanto ri, sua dualidade é incrível, a pouco estava furiosa e agora está rindo para mim. Tem algo no seu cabelo, e está me incomodando, então estico meu braço e delicadamente tiro o pontinho branco que me incomodava. Ela se afasta de mim subitamente e passa a mão pelos cabelos.

- Porque você fez isso?

- Tinha algo no seu cabelo.

- Jungwon eu disse para você não me tocar.

Porque não posso toca-la? Ela tem algum tipo de alergia? Ou só tem medo de mim? quero descobrir os porquês dela, é impossível que uma mulher assim esconda tantos segredos.

- Porque, capitã Harper?

Caminho em sua direção e ela se afasta gradualmente.

- Porque eu não gosto que me toquem.

- E porque não gosta?

Suas coxas batem contra a mesa e ela apoia as mãos na mesma. Seus olhos mergulham nos meus e posso jurar que os vejo pegar fogo, seu rosto está vermelho e ela balbucia palavras sem sentido nenhum. A luz da luminária ilumina somente a mesa e seu rosto ainda está um pouco escuro, algo me avisa para não continuar, é ela, mas seu corpo não parece reagir mal quando toco seu braço.

- Yang Jungwon, estou avisando.

- E eu estou ignorando seus avisos.

Ela encara minha mão em seu braço e depois olha para mim de novo, realmente nossos rostos estão bem próximos agora, e se ela quisesse poderia me dar uma cabeça e ou me empurrar, Harper é forte, e eu sei disso, mesmo depois de só 3 dias trabalhando com ela. A forma como ela respira está me deixando excitado, é como se ela estivesse me puxando para si só com o olhar, estou me perdendo em você Hana Harper, tanto que nem consigo mais controlar o que estou fazendo...

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Hana Harper

Eu deveria estar em casa, deveria estar deitada e pronta para dormir, mas estou aqui, dentro do meu escritório, Yang Jungwon está tão próximo de mim que não tenho espaço para pensar no que estão fazendo, sinto novamente do cheiro do perfume dele, a forma como ele acaricia gentilmente meu braço me deixa mole, me sinto vulnerável e desarmada quando ele me olha desse jeito. Minha mente passa como filme os três dias que passaram, ele na minha sala na sexta, ele me abraçando na cozinha, depois ele dizendo que sou uma ‘’mulher muito bonita’’, minha mente está uma zona e só consigo imaginar a sensação de tê-lo para mim, minha mente jogou longe qualquer partícula de sanidade que eu tinha.

- Gosta de quebrar regras?

- Às vezes, sim.

- E o que pretende com isso? Hum? Vai ficar só latindo ou vai morder?

Ele me encara e aproxima mais o corpo do meu, sua mão sai do meu braço para a minha cintura, ele a acaricia da mesma forma, seus lábios fazem rodeios., ele os roça na minha bochecha, contra minha orelha, e depois deposita selares por toda a extensão do meu rosto. Estou tão nervosa agora que minhas mãos suam, meu corpo inteiro parece tremer e meu rosto está mais sensível agora do que já esteve em toda a minha vida.

Ele usa a mão esquerda para empurrar as coisas da minha mesa para trás, suas mãos pressionam meu corpo contra me fazendo sentar sobre ela. Quero muito mesmo que ele acabe logo com isso, me devore ou me deixe em paz de uma vez por todas, não me importo se agora estou sendo só um brinquedo, estou permitindo que ele brinque comigo o quanto quiser.

Ele solta minha cintura e agora segura meu rosto com as duas mãos, elas são grandes e consigo sentir as pontas de seus dedos gelados tocando minha nuca e seu polegar acariciando minha boca, seu nariz roça no meu e sinto que estou perdendo meu controle, Yang Jungwon está me fazendo perder o controle.

- Meu deus, como eu quero você...

Sua boca finalmente encontra a minha e a sensação é de perdição, ele sabe como fazer isso, sabe como tomar o controle sobre mim, ele continua me beijando e gemendo ao mesmo tempo, sua língua toca meus lábios e eu os abro mais, puxo seu corpo contra o meu e sinto sua ereção roçar nas minhas coxas, quero ele mais perto de mim.

Eu vejo homens de uniforme policial todos os dias, mas Jungwon fica sexy quando o usa, define bem seus músculos e sua cintura fina, uso minhas mãos livres para tirar o coldre de seus braços e depois começo a abrir sua camisa. Ele segura minhas mãos e separa sua boca da minha, respirando fundo, com os lábios inchados.

- Não podemos fazer isso aqui...

- Cala a boca e só faz, você não vai ter outra chance.

Ele me olha por alguns segundos e volta a me beijar mais intenso do que a primeira vez, seu corpo cola completamente no meu e a ereção se esfrega contra mim, é como se estivéssemos fazendo sexo só que ainda com roupas, mas eu quero sem.

Suas mãos puxam minha cintura contra si, ele beija meu pescoço e morde de leve em vários lugares, ele é cauteloso, sabe que não podemos deixar marcas aparentes. Abro sua camisa por completo e ele libera as mãos para que eu possa tira-la, ele é completamente magnifico, eu poderia assisti-lo trabalhar assim todos os dias. Jungwon coloca a mão direita na minha intimidade por cima da calça, me fazendo levar um pequeno susto, ele beija calmamente minha boca enquanto usa a mão esquerda para massagear minha coxa. Seus dedos encontram o botão da minha calça e ele o abre, ele brinca com a barra da minha calcinha e sorri.

- Imaginei que você estaria usando essa cor.

- Me imaginou pelada, Oficial Yang?

- Dentro desses três dias? Muitas vezes.

Apoio minhas mãos na mesa e levanto o quadril para que ele possa tirar ambas as peças de roupa, ele faz isso lentamente enquanto me observa com cuidado, ele joga minha calça em cima da minha cadeira e volta e se aproximar de mim. Passo os dedos pelo seu peito, sentindo cada pequena curva que tem seu abdômen, ele aproxima o rosto da minha orelha e seus dedos encontram novamente minha intimidade.

- Noona, posso brincar um pouco com você?

Ele coloca os dedos dentro de mim e minhas unhas cravam em sua nuca, ele os movimenta e me sinto zonza, meu corpo pulsa e sinto que vou gozar, mas ele para.

- Eu posso ou não?

- É uma ordem, Oficial Yang, faça comigo o que quiser.

Seu rosto se esconde nos meus cabelos e sua mão livre faz a volta na minha cintura, me puxando contra seu corpo, afundando mais os dedos em mim, contenho meus gemidos por que existem outras salas comerciais ao lado do escritório, mas ele não parece gostar, pois está resmungando contra o meu ouvido.

Seus dedos saem de dentro de mim e ele os chupa, Jungwon se ajoelha na minha frente e segura minhas coxas, deixando-as apoiadas sobre seus ombros, sua boca encontra minha intimidade e ele lambe toda sua extensão, sua língua vai lá dentro e depois sai, e ele repete esse movimento varias e varias vezes, e é delicioso, mas chego no meu auge quando ele me chupa, e eu gozo em sua boca.

Ele lambe o restante de gozo e depois se levanta, ficando de frente para mim de novo, ele me beija e consigo sentir meu próprio gosto misturado com seu beijo. Suas mãos vão direto para de baixo da minha camisa, ele desata meu sutiã e depois tira as mãos para desabotoar os botões.

- Se importa se eu...

- O que?

- Se importa se...

Ele aproxima mais o corpo de mim me fazendo sentir de novo sua ereção, e entendo o que ele quer dizer.

- O que eu mandei você fazer?

- Mandou-me fazer o que eu quisesse...

- Então, faça.

Ele tira minha camisa e arranca com ela meu sutiã, agora estou completamente nua na frente dele, suas mãos seguram meus seios enquanto ele beija minha clavícula, seus polegares brincam e massageiam ambos ao mesmo tempo. Uso minhas mãos para abrir o fecho da calça dele e a deixo cair em seus pés, posso ver seu membro pulsando dentro da cueca. Jungwon beija meu nariz e depois abaixa sua cueca, me deixando deslumbrar seu corpo por completo, ele está tão ereto que automaticamente bate em minhas coxas quando se aproxima. Ele afasta minhas pernas e se encaixa bem no meio delas, consigo ver que está tenso e um pouco nervoso, então seguro seu rosto o fazendo olhar para mim.

- Relaxa...

Beijo seus lábios e uso uma das mãos para segurar seu membro ereto, encaixo ele em minha intimidade e me aproximo mais, sentindo a ponta quase entrar dentro de mim. Jungwon geme meu nome contra minha boca e então passa seus braços entorno da minha cintura e me puxa com tudo, me preenchendo de uma vez por todas e me fazendo gritar. Seu corpo se move para frente e para trás, para baixo e para cima, mesmo com a cara dócil e inocente, ele vai fundo e não perdoa quando se trata de fazer com força. Seu rosto se esconde no meu pescoço e ele respira fundo enquanto geme, adorei isso, ele não tem vergonha de gemer. Envolvo sua cintura com as minhas pernas e aperto ele contra mim, o forçando a parar de se mover.

- O que foi?

- É bom assim...

Ele relaxa o corpo e eu relaxo o meu, estamos conectados um ao outro, suados e o escritório está uma bagunça completa, Jungwon segura minhas coxas e me levanta, me levando até a chesi e se sentando comigo sobre si. Ele carinhosamente arruma meu cabelo, e encara todo meu rosto, seu sorriso é algo que invade minha mente e tenho certeza que depois de hoje estou ferrada.

- Está cansada?

Nego com a cabeça e acaricio sua nuca, Jungwon abraça minha cintura e eu me movimento, faço movimentos lentos e apoio as mãos contra o vidro da janela, ele vira a cabeça me deixando ter o vislumbre de seu prazer, beijo seu pescoço e o mordo, uso minhas mãos para arranhar suas costas e ele resmunga enquanto aperta meu corpo contra o seu.

- Mais rápido, Noona.

Quando ele me chama assim meu corpo ferve, me movimento mais rápido e rebolo sobre ele, consigo ver que ele está se esforçando para não gozar, ele é adorável e sexy ao mesmo tempo, simplesmente Yang Jungwon.

- Eu acho que eu vou...

- Goza, eu deixo.

Ele me olha e ataca meus lábios mais uma vez, suas mãos agora controlam meu corpo e fazem com que ele suba e desça mais rápido, o prazer que estou sentindo não é comum, parece que estou vendo estrelinhas.

- Não para.

Ele ordena, e eu obedeço, não paro de me movimentar até sentir que ele está se desfazendo dentro de mim, é quente e me deixa ainda mais excitada, e quando percebo, acabei gozando junto com ele, e agora minha chesi preta está toda molhada.

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Eu já deveria ter ido embora, mas estou sentada no colo de Jungwon, enquanto ele acaricia meus cabelos, limpamos todo o escritório, colocamos nossas roupas, mas ele me puxou para isso e simplesmente não consigo sair seu peito é confortável e quase me faz pegar no sono.

- Me desculpa por hoje mais cedo tá?

- Do que está falando Jungwon?

- Eu fiquei pensando em outras coisas e não vi você me pedindo ajuda.

- Ah, você trás esse assunto logo agora?

Ele ri e beija o topo da minha cabeça, sua respiração bate contra minha bochecha e ele beija meu rosto. Suas mãos percorrem meu corpo e acariciam gentilmente, Jungwon é como um príncipe encantado, o problema é que eu me sinto uma Fiona, sou bruta, grossa, curta e muito sem graça. Ele é doce como açúcar, e eu sou como um café preto bem amargo.

Cobrei dele que não deixasse suas emoções interferirem no trabalho, mas o que estou fazendo aqui? Trabalho na policia a sete anos e só o que sei fazer é investigar a morte do meu pai, e muitas das vezes acabo sendo grossa com outras pessoas porque estou estressada com isso. Fui hipócrita quando disse aquilo para ele, eu que devo desculpas.

- Me desculpa também, falei besteira pra você mais cedo.

- Hum, só te perdoo se aceitar jantar comigo no próximo final de semana.

Não, nem pensar, sem chance.

Não posso sair com ele, isso não é um relacionamento, isso que aconteceu hoje na verdade foi apenas um grande deslize da minha parte, eu deveria ter resistido a ele. Como que eu vou dizer isso a ele? Como vou dizer que foi a melhor noite da minha vida, mas que não posso mais voltar a fazer isso com ele?

- Jungwon olha...

- Hana, eu não quero que me trate como um estranho. Transamos, mas quero que saiba que nada disso aconteceu só porque eu sinto atração física por você, eu realmente te acho uma mulher incrível, e quero continuar te conhecendo, então, aceita vai.

Sua boca sela meu pescoço e sua mão encontra a minha, entrelaçando nossos dedos. É impossível dizer não para ele, mas eu preciso tanto fazer isso...

- Eu não sei, eu sou sua chefe e...

- Eu não transei com a minha chefe, eu transei com Hana Harper. Minha chefe trabalha das oito da manhã até as dezenove da noite.

Ele está certo, estou pensando como sempre pensei, como Capitã Harper. Mas o que a Hana Harper quer?

- Eu te dou uma chance, faça valer a pena.

- Vou te fazer esquecer dos seus problemas, meu bem.



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