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História Tormento - Fim da Cirurgia


Escrita por: trishakarin

Notas do Autor


Sem spoilers!!!!

Capítulo 43 - Fim da Cirurgia


Clara estava desnorteada. A cirurgia durou cerca de cinco horas e ela ficou de pé desde seu início. As portas da recepção se abriram e Camila passou por ela com os olhos vermelhos e densas olheiras cobrindo seu rosto. Atrás dela uma senhora tão parecida, que podia jurar ser sua mãe. Logo atrás, com uma expressão abalada e bastante cansada, vinha Sarah, não muito feliz por não haver segurado a cantora por mais tempo dentro do hotel.

A mãe de Lauren olhou para trás e as lágrimas voltaram a escorrer de seus olhos intensamente, antes que a mesma corresse com pressa aos braços da garota. Acariciada carinhosamente pela mãe de Camila, o abraço inicialmente desesperado, agora continha tanto afeto e saudade, que chegava a comover.

- Por que? - Clara não aceitava, continuava balbuciando uma razão para não terem informado que as garotas continuavam desaparecidas e não mortas - Por que? Sinuhe, por que?

Sinuhe, a mãe de Camila, entendia o desespero de Clara. Era inaceitável que a polícia não houvesse procurado mais, se empenhado mais. Elas não eram anônimas para serem tratadas de forma tão banal. Não que isso fosse algo, afinal jamais seria aceitável que um órgão que serve para proteger e honrar com a justiça, abria mão facilmente da verdade, por provas forjadas.

- Calma, senhora Jauregui - pedia Camila docemente - Onde está Lauren?

A cantora procurou por olhos conhecidos ao redor, até avistar Ellen, já sendo abraçada docemente por Sarah. Sua expressão era de exaustão, olhos vermelhos que lutavam contra o sono e uma angústia quase inexplicável. Camila afastou-se das duas senhoras e caminhou em direção a tenente, que com esforço sorriu docemente em resposta ao seu olhar curioso.

- Onde está Lauren, Ellen?

- Ela está em uma nova cirurgia - disse com a voz embargada.

- Outra? Mas por que? - preocupou-se.

- Calma, Camila - Ellen pediu antes de continuar - Infelizmente houve uma complicação e foi necessário que ela fosse levada o mais depressa possível para uma cirur…

- Uma cirurgia que foi um sucesso - a voz do doutor Grandvick disparou pela sala de espera - Estou contente e ter todos vocês aqui para dar esta notícia.

- O que houve?

- Olá, Camila - ele sorriu - Lauren sofreu uma hemorragia comum em suturas mal feitas, como foi realizada na sua primeira cirurgia. Por sorte estamos bastante equipados, com tudo o que ela precisa. A cirurgia correu bem, ela está na sala de recuperação e assim que recobrar os sentidos, chamarei por vocês para que possam visitá-la. Vou adiantar algumas coisas, mas assim que possível virei para responder possíveis perguntas que possam ter. Com licença.

Sequer deu margem para que alguém fizesse alguma pergunta sem espera. Ellen aproximou-se do grande sofá e sentou-se, jogando seu corpo e deixando-o cair sobre o macio estofado do móvel. Sarah permaneceu de pé, olhando ao redor, tomando conhecimento de todas as reações sequentes a notícia. Ainda não era o fim, não havia justiça e muito menos vingança por todo dano que aquelas duas sofreram no México. Lauren por sua vez, enfrentava com a própria vida o que jamais poderia se imaginar no final daquela história e curiosamente, carregava uma força fora do normal, que ninguém esperava que garotas tão jovens, que tudo tem de facilidades, de repente se tornassem vítimas de uma atrocidade fora do normal.

- Eu não entendo, Camila. O que aconteceu com vocês? - Clara insistia.

Sabiam que caso a mãe de Lauren não recebesse logo as respostas que obviamente desejava, teria uma crise de angústia e desespero, não entendendo ou acreditando que ao contrário da notícia que corria, Lauren estava viva.

- Chame aquele desgraçado agora - ouviu-se um berreiro vindo da entrada principal do hospital.

Ellen parecia reconhecer a voz grave e autoritária de Larry. Levantou-se e ao lado de Sarah, preparou-se para iniciarem mais uma disputa de verdades e ofensas. O empresário estava desconcertado, o cabelo bagunçado, a camisa de botão estava aberta até a base do peito, suado e sujo, uma aparência profundamente desnecessária. Nem mesmo as mulheres que enfrentaram sol e chuva em meio a uma mata fechada aparentavam tamanho descuido com a aparência. O homem seguido pela recepcionista, que demonstrava pleno desespero com a situação, entrou na sala de espera da ala de cirurgia e olhou para todos naquela sala com profundo espanto. Estancou o passo e silenciou-se, acabando com os gritos.

- Então ainda estão aqui - disse ele decepcionado e furioso.

- Ah, Larry, então você sabe? - Clara apressou-se em cumprimentá-lo, mas foi impedida por Camila que a segurou pelo braço, puxando-a de volta.

- Não, Clara - disse ela fechando-se - Não cumprimente esse bandido.

- Do que está falando, Camila? Onde estão os seus modos?

- Ela deixou naquela selva - disse Larry limpando o suor que escorria da testa - Ela esqueceu a quem merece um pedido de desculpas e agradecimentos sinceros.

- Agradecimentos sinceros? A você? Sua postura foi covarde e imprópria, sabe muito bem disso.

- O que está acontecendo? - a mãe de Camila intrometeu-se.

- Eu contarei tudo, mãe. Mas você, o que acredito que não há razão alguma para procurar um hospital, visto que está muito bem de saúde, apesar da podridão que se encontra nesse exato momento, pode ir embora.

- Sua menininha mimada.

- Dá pra me explicar? - Clara pediu incomodando-se.

- Esse idiota aí, que pelo visto não vai embora, preocupado com a porcaria da grana, queria que Lauren e eu divulgássemos um vídeo anunciando nossa plena vida.

- E isso é errado? Calma, querida. Vamos conversar, acho que não está muito bem psicologicamente para…

- Exatamente isso, mãe. Não estamos bem. Não estamos nada bem. Lauren acabou de sofrer mais uma cirurgia. Eu estou exausta, estou com dores em cada músculo do meu corpo, acho o tempo inteiro que um daqueles loucos está nos perseguindo e obviamente não estamos bem. Como um desequilibrado como ele acha que estamos pensando na nossa imagem, quando ele mesmo cancelou as buscas sem nem mesmo fazer um exame de DNA nos corpos que provavelmente vocês duas enterraram?

- Ele o que?

- Vocês também não se perguntaram se éramos nós?

Ellen aproximou-se abraçando Camila com força. As mães obviamente não tinham culpa. O desespero com a notícia de que suas filhas haviam morrido não era uma situação muito confortável e nem mesmo o bom senso de verificarem se os corpos eram mesmo delas era algo que uma mãe pudesse fazer. Confiaram na palavra do empresário que aparentemente prontificou-se em resolver todos os empecilhos para que as duas fossem enterradas dando o maior show e ibope pro grupo.

- Tente não culpá-las, Camila. Elas são as pessoas que menos tem culpa aqui, você sabe disso.

- Então… há famílias que perderam suas filhas e não sabem que foram enterradas por engano? Larry, você disse que resolveria tudo, que prepararia um funeral digno… que seus corpos não podiam ser reconhecidos devido a gravidade de como foram encontrados, mas que tinha certeza absoluta serem elas. Minha filha estava viva este tempo todo, sozinha, passando um inferno porque você só se preocupou com dinheiro?

- As pessoas precisavam de respostas. Exigiam respostas que eu ainda não tinha. Eu tinha que me preocupar com meu trabalho acima do meu interesse nas garotas.

- E por causa desse seu trabalho, as nossas filhas poderiam ter morrido de verdade e seus corpos ficado para os urubus, porque jamais saberíamos que elas estavam vivas, é isso? - Clara irritou-se - Você sentenciou as nossas filhas a morte, Larry.

Sim, era a palavra mais correta que poderiam utilizar. Havia sentenciado as duas garotas a dias infelizes de desespero e pura agonia. Camila ficou calada, as mães agora respondiam e rebatiam tudo o que Larry dizia de forma arrogante e imbecil. O empresário agora percebeu o descuido das palavras e que todas sua expressão de bom rapaz havia desaparecido com toda sua arrogância e preocupação com seu trabalho.

- Acho melhor o senhor deixar esse hospital, antes que eu chame a polícia, Larry.

A voz do doutor Grandvick disparou no salão de espera. O empresário olhou para trás, encarando o ex-amigo de frente. A boca entreaberta, os olhos cerrados como quem enfrenta um inimigo e os pulsos fechados, prontos para uma briga corpo a corpo, que logo desistiu ao ver Sarah e Ellen levarem as mãos ao quadril, claramente anunciando que sacariam suas armas sem grande demoras no primeiro instante que o homem resolvesse partir para a agressão física.

Larry, vendo que não teria a menor possibilidade de continuar ali com o último pingo de dignidade que ainda lhe restava. Respirou fundo revirando os olhos profundamente revoltado.

- Você era meu amigo, John - ele disse com a voz embargada - Você devia estar do meu lado…

- Eu estou do lado da verdade e da honestidade, como sempre estive. Por isso éramos amigos, você lembra disso? - o homem colocou as mãos dentro do jaleco - A decepção que tive em saber que se tornou um homem tão frio e ruim, foi demais pra mim. Estudamos juntos, crescemos juntos. Olha no que você se transformou. Eu vou pedir mais uma vez, respeitando os anos de amizade que tivemos. Deixe este hospital ou terei que fazer algo que não quero, que será chamar os seguranças. Assim como a polícia, pois você está dentro de um hospital, amigo. E terá que explicar também, como assinou o reconhecimento dos corpos…

- Você também terá que explicar - ele riu - Adivinha quem foi o médico que confirmou o DNA dos corpos.


Notas Finais


Sempre tem um fdp!!!!!!
Não tem como minha gente, SEMPRE TEM!


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