Point Of View Michael Clifford
Dias antes
- Não. Eu não vou fazer isso. - Falei tentando manter a calma.
- Michael, se não fosse realmente necessário eu não lhe pediria. Aliás, não é um pedido, é uma ordem. Luke já testou demais a minha paciência nesse assunto. - Rupert disse e Abigail não tirou aquele sorriso idiota do rosto por um minuto se quer.
- Calma docinho - Ela falou tentando passar a mão no meu cabelo mas a impedi antes de fazê-lo.
- Não toca em mim. - Rosnei e senti a raiva crescendo dentro de mim.
- Mikezinho, meu amor, se vamos namorar eu vou ter que te tocar. Segurar sua mão. Te beijar - A ponta de seus dedos gélidos roçou minha nuca e me afastei ainda mais dela.
- Por quanto tempo? - Perguntei.
- Creio que não mais que três meses. Abigail está entrando no ramo da música e...
- Eu sei pra que serve um namoro falso. - Sacudi as mãos interrompendo a fala de Rupert.
- E então, Michael? Vai aceitar?
Eu não iria aceitar. Não mesmo. De jeito nenhum.
Mas então, como flashes, surgiram em minha mente momentos de Kimberley e Luke juntos que alguém fotografava. Dava para ver que Luke gostava dela pelo modo que descrevia os "passeios" que os dois tiveram juntos. E principalmente, ela parecia feliz. Ele a fazia feliz. Acho que eu não conseguiria fazer isso. Mas também não vou ficar aqui me lamentando pelos cantos. Não posso me dar ao luxo disso. Tenho uma banda, shows, fãs e tudo mais. E tem o Luke. Não posso estragar a felicidade dele se ele e Kimberley estão juntos ou vão ficar juntos.
Tanto Rupert quanto Abigail me encaravam com expectativa. Então, com um murmúrio arrastado, eu disse:
- Tudo bem. Eu aceito.
Point Of View Luke Hemmings
Já fazia tempo que Kimberley, Zoe e Georgia haviam saído e isso estava começando a me preocupar.
- Eu já volto. - Falei para Ashton que assentiu e comecei a procurar as três, já que, aparentemente, ninguém mais faria isso.
Demorou um pouco até que eu avistasse de longe uma figura de cabelos coloridos no bar. Comecei a andar até lá tropeçando em algumas pessoas que estavam sentadas no chão. Logo Zoe apareceu no meio do caminho e começou a caminhar em minha direção.
- Eu já estava indo chamar um de vocês. - Ela estava ofegante e não parecia ter ingerido se quer uma gota de álcool.
- O que aconteceu?
- A Kim está bebendo horrores e não conseguimos tirá-la de lá.
- E por que não?
- Ela quase arrancou o braço da Georgia quando ela foi tentar tirar o copo da mão da Kim.
- E a Georgia ta bem?
- Ta bem sim. Só foi um arranhão. - A cada palavra Zoe gesticulava com as mãos de uma forma quase frenética. - Eu acho que vou procurar a Georgia que sumiu.
Zoe saiu apressada e andei até Kimberley, tocando seu ombro em seguida.
- Kim...
Ela virou-se com um sorriso enorme estampado no rosto e falou:
- Oi Luke. Por que nunca me apresentou seu irmão gêmeo? Ele é um gato. Sou Kimberley. - Riu consigo mesma e estendeu a mão para o espaço vazio a meu lado.
Levantou-se cambaleando e a segurei antes que levasse um tombo feio.
- Oops. - Gargalhou e fechou os olhos se jogando em meus braços que circundavam sua cintura.
- Droga Kim. Você ta muito bêbada.
- Não estou bêbada seu bobinho. Eu só tomei água. - Voltei a levantá-la mas não deixei de segurar sua cintura. - Seu irmão gêmeo é muito engraçado Luke. Como é o nome dele? Will? É um nome bonito, Will. - Ela falava sozinha enquanto eu a levei para fora do pub e nos sentamos em um banco.
- Eu disse que não ia te deixar beber e olha o seu estado agora. Está falando com um tal de Will imaginário. - Falei comigo mesmo e Kimberley foi se aconchegando cada vez mais em meu braços e começou a brincar com meus dedos.
- Aquela garota é namorada do Michael? - Sua voz agora tinha um tom mais baixo e arrastado.
- É, eu acho. Michael não está conversando direito com a gente desde que a Abigail apareceu.
- Eu gosto do Mike e também gosto do Luke. Não é estranho, Will? - Ela voltou a rir mas decidi não dizer nada. Senti uma pontada de decepção mas também uma pontinha de esperança, acendeu-se dentro de mim. - Você é estranho, Will. Não fala mais nada.
Kimberley acabou dormindo em meus braços e a levei até meu carro. Vi que já era quase meia noite então decidi que não seria uma boa ideia levá-la para sua casa. Mandei uma mensagem para Ashton, dizendo que já estava indo embora e espero que ele veja.
Alguma música lenta tocava baixo no rádio enquanto dirigia para a casa que dividia com Ashton, Calum e Michael. Kimberley dormia tranquilamente no banco do passageiro que quando cheguei em casa, não queria pegá-la no colo e acordá-la mas o fiz assim mesmo e ela não acordou. Subi as escadas com Kimberley em meus braços e ela era realmente leve. Soltei-a o mais delicadamente que pude em minha cama e tirei seus All-Star a cobrindo em seguida.
Mas quando eu estava prestes a sair ela disse algo que quebrou em milhares de pedacinhos aquela pontinha de esperança que surgiu mais cedo naquela noite.
"Eu te amo, Mike", foi o que ela disse.
Point Of View Kimberley Caldwell
Acordei sentindo minha cabeça doer e a luz do sol bater no meu rosto. Abri os olhos e vi que estava em um lugar diferente. E se isso não bastasse para me assustar, eu não lembrava de nada e Luke estava deitado a meu lado.
Levantei-me e vi que minhas roupas ainda estavam no meu corpo. Um ponto positivo, não é?
- Bom dia, Kim. - Ouvi a voz rouca de Luke e me virei para ele.
- O que aconteceu? O que eu fiz?
- Nada. Nada mesmo. Você só bebeu muito e eu te trouxe pra minha casa.
- Ahn, obrigada.
- Sem problemas.
Chequei meu celular e vi que o mesmo estava sem bateria. Ótimo.
- Será que pode me levar para casa?
- Claro. Só vou trocar de roupa e aí podemos ir.
Acho que era da minha cabeça, mas Luke parecia estar mais frio. Por que tenho a leve impressão de que fiz ou falei algo que não deveria?
Luke me levou para casa e nem se quer uma palavra foi pronunciada durante o caminho todo. O sol brilhava lá fora mas parecia que estava mais frio. O carro foi estacionado em frente a minha casa, agradeci Luke e entrei em casa. Assim que a porta foi fechada atrás de mim um flashback invadiu minha mente.
"Eu te amo, Mike"
Droga. Mil vezes droga. Eu consigo estragar tudo mesmo. Luke estava lá quando eu falei isso. Claro que eu estava bêbada quando falei isso mas não deixa de ser uma verdade. O que você está falando, Kimberley? Ficou louca?
Me encostei na porta e fui escorregando pela mesma até estar sentada no chão. Abracei meus joelhos e encostei minha cabeça sobre os mesmos, sentindo as lágrimas começarem a cair. A dor que eu sentia antes havia praticamente sumido por completo.
Eu precisava conversar com alguém. Precisava do abraço de alguém.
Como se lesse meus pensamentos, mamãe desceu as escadas com um sorriso no rosto, mas assim que me viu seu sorriso deu lugar a uma expressão de preocupação. Caminhou até mim e envolveu-me em um abraço sem ao mesmo questionar. Me soltou do abraço e secou uma lágrima que caia.
- Não chore.
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