Hikari estava almoçando com seus colegas, quando uma das grandes televisões do refeitório mostrou aquele rosto e aquele nome que ela nunca seria capaz de esquecer. O rosto do homem que a estuprara aos seus 12 anos, aquele a qual ela tivera que ver no julgamento, pois era necessária a presença dela para o prender. A notícia dizia que ele fora encontrado morto em sua cela, sua cabeça cortada fora. A culpado fugira, e ninguém sabia como ele sequer entrara, mas as câmeras o flagraram de leve mostrando que ele usava as roupas de Tornado, as mesmas que foram roubadas da mansão Inazuma.
Hikari chorara quando recebera a notícia da morte do pai, e se não fosse pela ajuda de Hawks não teria conseguido planejar o funeral dele e Apolina. Os dois foram imediatamente para a delegacia explicar o que acontecer, e logo os policiais foram para o laboratório secreto da mulher. Diversos documentos foram encontrados lá, mas nenhum deles comprovava que Gilbert estava vivo, e por isso poucos acreditaram nessa parte, preferindo achar que fora a garota que matara a todos para se defender, já que as marcas nos corpos e os choques que paralisaram o coração de alguns, poderiam ter sido feitas pela individualidade dela.
Uma semana se passara, e essa não era a terceira vítima de Gilbert. Ele estava realmente assassinando a todos que soubera que machucaram sua irmã de alguma forma. Sempre cortando as cabeças, como um Serial Killer marcando seu trabalho.
- Hawks algum sinal dele? – A garota pediu pelo telefone.
Ela perdera a fome, correra para fora do refeitório e imediatamente ligara para o noivo. A garota estava escorada a uma parede com o cabelo desarrumado pelo quanto mexia nele para tentar controlar seu nervosismo.
- Ri-chan, estou usando todos os meus contatos, mas não achei nisso, ainda mais que estou tendo que trabalhar a mais. – O homem respondeu e ela entendia perfeitamente o que ele queria dizer com isso. – Miruko também está procurando, mas ainda não achou nada.
- Essa foi a décima vítima dele... Em uma semana! – Ela exclamou dando voltas no corredor. – Apolina ainda podia ser considerada como defesa, mas agora... Hawks, eu não quero ser separada dele de novo.
- Se acalme, por favor, eu sei que é difícil, mas vamos dar um jeito nessa situação. – O herói tentava acalmar a garota com sua voz. – Preciso ir, te ligo depois.
A garota desligou a chamada, e respirou fundo se agachando e abraçando as próprias pernas, tentando se manter calma. Se deixasse se levar pelo nervosismo iria enlouquecer, mas novamente se questionava, “por que tudo de ruim acontece comigo? ”.
- Hikar... Inazuma. – A voz de Bakugo soou no corredor chamando a atenção da garota. – Eu queria conversar, pedir desculpas.
- Bakugo-san, eu não estou muito bem para conversar agora. – Hikari falou se levantando, mas ele parou em sua frente.
- Eu não tinha o direito de descontar tudo aquilo em você. – Bakugo afirmou mantendo seus olhos no chão, ainda não conseguia encarar a garota. – Independente de se você tinha ou não passado por algo parecido, você foi boa para mim e eu te tratei mal. Eu retiro tudo que disse.
- Obrigada Bakugo-san. – Hikari falou calmamente. – Mas eu preciso de um tempo, para me acalmar... Tem muita coisa acontecendo, e eu preciso resolver isso tudo para voltar a ser como eu era antes.
- Hikar... Inazuma, você acha que temos alguma chance... – Bakugo questionou.
- Não. – Hikari simplesmente respondeu. – Nós somos melhores como amigos, se você aceitar... Podemos tentar voltar a ser amigos... O que acha?
- Ótimo, mas pare de me chamar de “Bakugo-san”. – Falou o loiro calmamente.
- Perfeito, Bakugo! Agora precisamos ir, a aula já vai começar. – Hikari sugeriu docemente.
O resto do dia passou em uma velocidade extrema. Tantos afazeres deixaram todos exaustos, mas mesmo assim Kaminari, Kirishima e Ashido foram os escolhidos para fazerem compras e assim repor o estoque do dormitório da turma 1-A.
No caminho os três iam conversando, assuntos aleatórios repletos de piadas e risadas. Os três costumavam se dizer parte da gangue de Bakugo, junto a Sero e Hikari. Mas desde que os dois haviam brigado, havia ficado um clima estranho, e a garota se afastara deles. Embora que, caso precisassem algo dela, era apenas necessário ir falar com ela.
- Bem que os dois podiam voltar. – Kaminari falou em determinado ponto do caminho.
- Quem? – Kirishima questionou confuso da mudança de assunto.
- Inazuma-chan e Bakugo. – O loiro retrucou.
- Acho difícil. – Ashido opinou. – Ele foi bem cruel com aquelas palavras, né Kirishima?
- Sim, foi a primeira vez que quase a vi chorar. – Kirishima falou com pesar. – Foi horrível, e Bakugo estava tão fora de si na hora, que quase bateu nela.
- Talvez, os dois realmente não sejam bons namorados, apenas amigos. – Ashido novamente falou.
- É... Você tem razão... Mas tomara que eles se entendam logo. – Kaminari novamente falou. – Ela faz falta no grupo.
- Nem me fala, ser a única garota é irritante. – Ashido falou e os três continuaram o caminho para o mercado.
Nem notaram, mas enquanto conversavam, outra pessoa escutou tudo. Alguém que apenas se interessou na conversa quando ouviu o nome “Inazuma”. Alguém, que naquele momento, segurava sua espada, pensando em como iria para a U.A assassinar o menino que machucara sua irmãzinha.
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