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História Total Eclipse of the Heart - Maestra


Escrita por: EloisaLaura23

Capítulo 37 - Maestra


Victoria passava as mãos no cabelo enquanto Ryle saiu, havia percebido uma movimentação lá fora, para ele um cheiro familiar. Victoria andava em círculos, perturbada, quase louca. Porém as vozes que vieram lá fora chamaram a sua atenção.  Ela parou de andar, se concentrou, teria outra voz além da de Ryle, por um lado isso aliviou um pouco, quer dizer que não era algum tipo de ameaça. Victoria manteve a atenção quando Ryle se pronunciou novamente: 

-Não deveria ter vindo aqui...--Ryle disse nervoso, agora estava perturbado também--

-Precisa me escutar sobre o que descobri a respeito do sol...--outra voz masculina saiu dali-- 

O olhar de Victoria quase dilatara, um rosnado rouco saiu entre seus dentes, devia de ser um dos recém-criados, nervosa de somente pensar que seus planos poderiam dar errado, Victoria saiu daquela casa feito uma leoa indo atacar qualquer um que entrasse em seu território. 

Quando a porta bateu com força, Ryle dirigiu seu olhar a ela, sabia que nesse momento a vida de Diego estava em risco, torcia que com a visita dos Volturi Victoria poderia reconsiderar e deixar Diego vivo, mesmo que o olhar de Victoria lhe contasse outra versão bem mais escura das ações que ela tomaria.

Quando Ryle ia abrir a boca para dizer algo, Victoria ergueu a mão, fazia um sinal para ele calar a boca. Foi ali que o olhar de Diego se dirigiu a ela, era essa ruiva? era ela por trás de toda essa orquestra de terror e chacina?  Victoria era a maestra de toda uma orquestra, mesmo que "indiretamente" ela quem comandava todos aqueles recém criados. 

-Entrem os dois --a voz de Victoria saiu forte, o que fez Ryle perceber que o assunto se tornaria sério-- 

Victoria teria inventado uma desculpa para os dois vampiros que ela matou por terem feito a mesma descoberta que Diego, quanto Steve e Shelly, ela teria contado a mesma versão, sendo que apenas fugiram. 

Ryle entrou com Diego, Victoria seguiu atrás, o olhar de Diego a observava, talvez não pensara que sua criadora era portadora de uma beleza extraordinária, e de olhar tão frio quanto sua pele, tentava de certa forma decifrar ela.

-Querida seja benevolente...--Ryle parecia ter algum tipo de medo ao se pronunciar--

Victoria deu uma risadinha, o ódio lhe trouxe um sentimento que poucas vezes teve, capacidade de oprimir, a cada dor, a cada ferida reaberta, cada medo, opressão, matavam a Victoria doce, a que não era má, deram lugar para uma cheia de ódio, com sede de calar os seus demônios, ela queria calar os seus gritos internos, estava cansada de gritar e saber que isso não teria fim. 

-Você reconhece esse cenário, o que foi Ryle? Por que agora seria diferente? --Victoria o encarou--

Ryle olhou para Diego, o mesmo desviou o olhar da ruiva, a voz de Victoria tinha chamado a sua atenção, mais combinava com algo doce, inocente, do que com uma assassina, maníaca. 

-Você sabia sobre isso? --Diego interrogou, agora encarava Ryle, o moreno estava justamente ali para o alertar sobre a mentira que acreditava que Ryle também deveria acreditar -- 

Ryle apenas abaixou a cabeça, Victoria tomou passos firmes até ele. 

-Vamos...fale...você sabe onde isso irá dar --Victoria ergueu a cabeça novamente-- 

Ryle apenas concordou com a cabeça, Diego o olhou com um tipo de magoa no olhar, Ryle mentiu esse tempo, com aquela mulher por trás de tudo. Como ele poderia ser tão cego? 

-Diego...--Ryle ia se pronunciar e um olhar de ódio vindo de Victoria o fez calar a boca--

-Não diga mais nada --Diego falou e encarou Victoria-- 

-Você quem falará --Victoria mexia nas suas feridas para criar coragem, lembrava de quantas vezes homens haviam a encarado com desdém, mas dessa vez isso não se repetiria-- De que lado você está? ME FALA RYLE --O olhar dela se voltou ao seu "companheiro", a sua última frase dita em um tom agudo, coagiu Ryle-- 

Ryle olhava Diego com algum tipo de piedade, sentimento que ainda lhe restava da vida passada, que pelo visto já estava mais do que morto em Victoria. 

Diego olhava os dois, Ryle era tão manipulado por Victoria, os pensamentos de Diego referente a Victoria portavam xingamentos, aquela mulher mais parecia ser a mulher do próprio diabo. 

-Você tem duas opções...--Victoria optou pelo apelo, manipulação, ela se garantia nisso, aprendera a fazer isso com maestria--Pode salvar a vida do seu amiguinho, mas me esqueça, acabamos exatamente aqui!

Diego olhou para Ryle, e suspirou, sabia que sua vida acabaria ali. 

Quando ouviu isso as emoções de Ryle ficaram completamente abaladas, seria mesmo capaz de matar seu amigo por amor a Victoria? 

-Ryle você não tem que fazer isso...--Diego falou em um tom meio rouco, mal teria começado uma vida, e deixaria alguém que amava para trás-- 

-A escolha é sua...vamos Ryle, me ama mesmo? --Victoria foi por trás de Diego, os anos com James, lhe despertaram um lado cruel, um lado capaz de amar os gritos de dor de outro ser, outros gritos que não fossem o de si própria-- 

-Diego eu não posso --Ryle se pôs ao lado dela-- 

No fundo Ryle lutava tentando convencer a si mesmo que teria tomado a decisão certa, por amor, acreditava que sim. O seu olhar se dirigiu exclusivamente a Victoria, o desejo de tê-la, de mantê-la, o amor que tinha por ela o fez escolher a pior decisão.

Nervosa, com medo, paranoica, Victoria queria arrancar toda e qualquer informação que Diego viesse a saber, suas mãos chegavam a tremer de tensão, ela as apertava, os anéis raspavam um no outro. Victoria olhou para Ryle, ainda não estava satisfeita. 

-Não me decepcione --Victoria o encarou, um olhar que carregava tanto peso, energia de quem estava morta por dentro-- 

Ryle concordou com a cabeça e segurou Diego, o mesmo nem se quer tentava fugir, sabia que Victoria não o encostaria, no fundo de toda aquela mulher má, aquela frieza, tinha uma garotinha encolhida no canto, com as duas mãos no rosto sentindo as lágrimas do seu pranto. 

-Comece a falar, não tenho todo o tempo do mundo --Victoria encarou Diego-- 

Diego a encarou novamente, sabia que poderia comprometer a sua companheira conforme com o que falasse. 

-Nada além de que você é uma mentirosa --Diego respondeu-a, sabia que iria perder a vida-- 

Victoria rosnou e encarou Ryle, o mesmo nem ousaria em se recusar a tomar alguma atitude, por mais que lhe trouxesse remorso. Victoria sorriu, fracamente, quando os dentes de Ryle rasgaram uma parte do braço de Diego, os berros do mesmo lhe preenchiam o seu tão machucado ego.

Victoria fazia Ryle o torturar enquanto ela coletava informações, estava tão serena, que Ryle se questionava se isso era normal ou se Victoria realmente teria perdido por completo a sua sanidade. Talvez essas horas tivessem sido umas das piores para Ryle, contra sua vontade ele tortura quem um dia chamou de amigo.

-Tem mais alguém que sabe disso? --Victoria o encarou, Diego hesitava em falar para ela--

Quando Ryle ia dar continuidade a tortura Diego concordou com a cabeça, queria pelo menos uma pausa de todo aquele sofrimento. 

-Quem? E o que sabem? --Victoria interrogava como uma detetive atrás de evidências-- 

Diego hesitou novamente em falar, pagou caro, com sua mão, Victoria escutava os berros, lhe satisfazia, mas estava mais a fim de ouvir sobre respostas. 

-Bree...Desconfiamos que o sol não faz mal...para os vampiros --Diego falou pausadamente, a dor deixava sua voz pesada e rouca--Desconfiamos que você mente...mente para todos...e queríamos saber...se engana Ryle, tanto quanto nós...

Victoria soltou uma gargalhada, de forma maléfica, não alegre, Ryle nunca tinha a visto desse jeito, franziu o cenho, olhando-a, talvez esse fosse o pior lado de Victoria. Involuntariamente Ryle tentava "se divertir" com essa situação, tanto quanto Victoria, mas era uma missão tecnicamente impossível...Diego era seu amigo, e agora ele o fazia gritar de dor, Ryle reprimia seus sentimentos. 

Victoria arrancou tudo que podia de Diego, a base de tortura, de berros agoniantes, e de satisfação por ver até onde Ryle poderia chegar por ela, isso teria sido uma grande de uma vitória, realização para ela. 

-Acaba com o teatro...creio que o espetáculo já foi ótimo --Victoria olhou para Diego, seu olhar não tinha nem ao menos um pingo de piedade sobre o vampiro que urrava de dor--

A única preocupação de Diego era que Victoria pudesse ter a mesma atitude com Bree. 

-Ryle...--Diego o chamou quanto o mesmo lhe arrastava--Diga a Bree que eu já pensei no nosso cumprimento e mostro pra ela daqui quatro dias...aquela garota é muito esperta 

Ryle apenas concordou com a cabeça e acabou com o serviço. Victoria observava pela abertura da porta, o fogo refletia no seu olhar, ela sabia que não era metade do que demonstrou a ser, mas...que permanecesse a imagem de uma mulher forte. 

Respirando fundo, Victoria sentiu um pouco mais de confiança para contar a Ryle o que realmente aconteceria naquela batalha, ou lhe contaria quase tudo. Acreditava que ele teria provado sua lealdade com um ato tão cruel, porém necessário.

-Ryle...--Victoria o chamou--

O mesmo se dirigiu até ela sem olhar para trás, sem dar uma palavra, parou em sua frente. O olhar de Victoria foi de encontro ao dele. 

-Tem algo que eu quero que você saiba...--Victoria tentava ao máximo parecer recompensar ele pela lealdade, então acariciou seu rosto-- 

-Conte-me...--Ryle deu um beijo na mão gelada dela-- 

-Bem...quero que saiba que na guerra, a maioria desses recém-criados serão mortos, até que os Cullen estejam destruídos --Ela deu uma pausa, não para demonstrar algum sentimento falso, apenas para ver a reação de Ryle perante a isso, sendo neutra--

-Participará da guerra?--Ryle olhou em seus olhos, agora estavam ficando em uma tonalidade mais forte, não chegavam a um tom completamente preto--

-Eu não participarei da luta, irei apenas observar, me certificar que tudo ocorrerá como o esperado, se houver alguma chance...eu posso agir...--Victoria não queria se envolver em guerra, seu corpo repulsava só em pensar nisso--

-E quando tudo acabar? --Ryle acariciou seu rosto-- 

-Eu e você fugimos até os Volturi desistir de nos perseguir--Victoria mentiu na cara dura, obviamente queria que Ryle morresse, e não pouparia a chance de matá-lo se isso significasse liberdade para ela e a sua filha--

Ryle concordou com a cabeça e lhe afagou os cabelos, Victoria omitiu sobre o verdadeiro alvo : Bella. Sua garganta não coçava pelo sangue da humana, apenas seu ódio cobiçava a sua morte, sua dor, ela amaldiçoava cada fio de cabelo daquele bichinho de estimação, talvez no fundo...Victoria via em Bella tudo aquilo que ela não teve, e isso aumentava agradavelmente a sua raiva. Aquela humana tinha seu príncipe encantado, um pai, uma mãe, uma família...e até um cachorro que era petulantemente encantado por ela.

Enquanto Ryle lhe afagava, uma parte dela queria fugir, outra se sentia parcialmente segura...Ryle não era ruim, ele realmente a amava, mas o amor dela por outro não fazia enxergar isso...o maior amor de Victoria foi o que lhe estragou e lhe destruiu. 

(...) 

No clarear da áurea lá fora, Ryle saiu, Victoria também não hesitou em sair, a única coisa maior que o seu ódio, era o amor pela sua filha. Ver seu olhar ingênuo, seu corpo tão pequeno, seu parecer tão indefeso, entregava a Victoria uma parte do amor, ternura, doçura que lhe fora tirado, Héloïse era completamente inexplicável, nascida de uma vampira...com aparentes poderes que mal começaram a se manifestar...Victoria poderia estar quebrada, arrasada, mutilada, e isso não só por essa vez, mas por muitas, mas pela filha, ela usaria a voz, ela lutaria, e não deixaria que ninguém ganhasse essa guerra dela.

 



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