Zelda encostou Victoria contra a parede, agora pôs a outra mão na nuca da ruiva, saboreou cada canto da boca da vampira, mesmo na frieza era doce, prendia. Victoria só beijou um homem por livre vontade, e agora...pareceu diferente, ela não sentiu medo, sentiu segurança, mordeu de leve o lábio de Zelda enquanto as duas línguas travavam uma guerra.
Quando Zelda começou a ficar sem ar as duas foram parando, Victoria olhou Zelda confusa, sentia vontade de fugir, mas queria ficar, parecia que sentia necessidade de ficar.
-Zelda...--A voz de Victoria quase saiu fraca--
-Não fale nada...--Zelda pôs uma mecha de cabelo de Victoria para trás da orelha dela--Apenas fique...
Victoria negou com a cabeça, se fosse humana estaria chorando nesse exato momento, suas mãos tremiam, tinha medo de se entregar novamente...mas por que que com Zelda as coisas pareciam que seriam diferentes?
-Não posso...--Victoria disse rouca, estava com medo--Não posso...--abaixou a cabeça--
-Victoria, olhe pra mim --Zelda pegou no queixo de Victoria, ergueu sua cabeça--Você pode, se não quiser relações...tudo bem, mas não se machuque pelo medo que sente, nem machuque sua filha por isso...
*
Hilda que espiava tudo, sorriu, riu, deu pulinhos de alegria, enquanto segurava uma colher de madeira que usava para mexer o jantar que fazia em uma grande panela.
-Briina --Hilda foi até lá pulando--Ambrose, um minutinho
-Podem ir, prometo que juro que fico quietinha aqui --Hèloïse cruzou os dedinhos sobre a boca e deu um beijinho--
-Já volto meu bem --Sabrina foi até a tia--
Hilda esperou os dois virem, eufórica, ela se agachou e disse:
-Zelda beijou a vampira --Se levantou dando pulos pequenos de alegria--
-AAAAAAAAAAAAAA --Sabrina disse eufórica e bateu os dedos junto os da tia--
-Bissexualidade cheira a essa família --Ambrose disse sorrindo--
-O que é bissexualidade ? --Hélo veio até ali e perguntou curiosa--
-Ah Hécate --Sabrina disse e colocou a mão na boca pensando em alguma resposta--
*
Victoria parou para pensar, o que teria a perder se ficasse ali? Ela poderia muito bem dar um jeito em caçar, e Zelda...mexeu com uma parte dela que ela nem sequer sabia que existia dentro dela.
-Está bem...--Victoria respirou fundo enchendo o peito de coragem--
Zelda deu um sorriso, de felicidade, tanta que encheu os olhos de lágrimas.
-E quanto a rela...--Quando Zelda ia terminar a frase...--
Victoria tomou os lábios de Zelda novamente, um beijo breve, mas foi com sentimentos e sinceridade, deu o final do beijo devagar.
-Seja o que Hécate quiser --Victoria deu um sorrisinho--
Zelda encostou a testa na testa de Victoria e sorriu. Abraçou-a com ternura, talvez, enfim tivesse encontrado alguém.
*
-Você faz perguntas muito complicadas pra sua idade --Hilda disse se escapando de responder enquanto se dirigia para as panelas--
-Mas o que é isso?--Hélo interrogou novamente--
-Ambrose, você sabe mais que eu --Sabrina olhou para o primo e a campainha tocou novamente--
-Ah mas você que explica, o gongo me salvou --Ambrose se esguiou para a porta--
Hèlo ficou olhando fixamente para Sabrina.
-Só resta você, Brina --A pequena cruzou os braços--
-Vou tentar explicar...bem, é quando você gosta...ah nossa que complicado --Sabrina se abaixou da altura dela e começou a explicar de uma maneira que não confundisse nem sobrecarregasse a cabeça de uma criança--
Hèloïse escutou atenta a cada palavra de sua meia-irmã e se esforçou fortemente para entender o que ela falava.
-Não é complicado, é legal e bonitinho --A pequena sorriu --
Sabrina suspirou aliviada.
*
Ambrose aproximou-se da porta, Victoria e Zelda se dirigiram para a cozinha, ele as olhou e deu um sorriso, fez um sinal para a tia como se fosse "yeeeees, that's my aunt", Zelda deu um leve risinho.
Ambrose abriu a porta e deu de cara com sua ex, Prudence estava ali.
-Vim falar com a diretora da Academia --Ela logo foi entrando e fez uma cara de espanto ao ver uma vampira na cara dos Spellman--Vampiros??
-Longa história --Ambrose disse pondo as mãos no bolso--
Sabrina veio até Ambrose com Hèlo pega na sua mão. Prudence quase caio para trás ao ver ela.
-Não...não acredito --A boca de Prudence estava escancarada--
-Quer discutir os problemas primeiro ou saber dessa história? --Sabrina ergueu uma sobrancelha--
-Primeiro a Academia...--Prudence engoliu seco--
-Quem é você? Qual seu nome? Eu gostei do seu cabelo --Hèloïse disse rapidamente --
-Falante a pequena, hein. Sou Prudence, e sou bruxa, vim tratar de assuntos que pequenas miniaturas como você não entendem
*
Zelda e Victoria foram a cozinha, Victoria se manteve em pé ao lado da porta que levava a dispensa, enquanto Zelda se sentou a mesa.
-Fala Hilda, eu sei que você viu, eu sei que você quer falar. --Zelda disse, reconhecia muito bem as feições da irmã, percebia euforia nela--
-Vocês duas são tão lindas juntas --Hilda desligou o fogo do fogão, a comida já estava pronta--Não sabe quanto eu estou feliz por isso
Victoria sorriu fraco, no fundo ainda temia alguma decepção, ou que não pudesse amar, a sombra de James agora estava se tornando mais fraca, mas a ferida que ele lhe causara, ainda a deixou com uma cicatriz que poderia ser facilmente aberta.
-Vamos com calma irmã, não queremos nos precipitar --Zelda levantou-se e foi por os pratos na mesa--
-Daremos um passo de cada vez...--Victoria sentiu a garganta coçar, sinal de que precisava de sangue--
Zelda notou os olhos negros da ruiva.
-Pode ir caçar --Zelda pôs pratos na mesa--
-Vou levar Hèloïse comigo --Victoria respondeu dirigindo-se para a sala--
-Tudo bem --Zelda devolveu um prato na prateleira --
Victoria dirigiu-se até onde a filha estava. A pequena veio correndo ao encontro da mãe.
-Mamãe essa é a Prudence, ela é amiga da Sabrina e acho que foi namorada do Ambro --Hèlo disse--
-Como sabe??--Prudence encarou-a, em estado de choque--
-Sinto na energia de vocês dois --disse sorrindo--
Ambrose ficou levemente sem graça.
-Vai caçar?--Sabrina interrogou--
Victoria concordou com a cabeça, após Hèlo abanar a mãozinha para cada um que estava ali, Victoria retirou-se com a filha noite adentro.
A ruiva fez vítima uma mulher que andava sozinha, um pouco distante de onde alguém poderia ouvir seus gritos, Victoria não brincava com a vitima quando a filha estava junto, gostava de acabar o trabalho o mais rápido possível.
-Não gosto disso...--Hèloïse disse limpando a sua boca suja com o sangue da mulher--
-Não faremos mais se você não quiser --Victoria pegou a manga da sua camisa e passou delicadamente sobre os lábio da filha--
-Prefiro comida, mamãe, a que a tia Hilda estava fazendo tinha um cheiro tão bom, não acha? --a pequena levantou a cabeça para olhar a mãe--
-Acho meu bem, se quiser pode comer depois --Victoria diminuiu um pouco o passo--
"E se fugirmos agora?" Ela sentiu muita vontade, de escapar de um relacionamento, tinha medo de lhe causar outra ferida ainda maior.
-Mamãe...eu quero ficar...--Hèlo pegou na mão da mãe e pode ler claramente seus sentimentos--Não precisa ter medo, mamãe. Agora temos um lar
Victoria parou para refletir, deu total razão a filha.
-Um lar...--Victoria refletiu docemente e pegou sua filha no colo, dando meia volto do caminho que ela quase tomara para ir embora--
*
Zelda andava pela cozinha, de um lado para o outro visivelmente nervosa, preocupada.
-Desse jeito você vai criar um rombo no piso --Hilda acompanhava com o olhar a irmã que não parava se quer um segundo--
-Olha o tempo que ela saíram! --Zelda acendeu outro cigarro e pôs na boca e tragou a fumaça--E se...--um longo suspiro preocupado veio--E se ela decidiu partir? E se não quis mais ficar?
-Zeld...--Hilda não teve tempo de terminar a frase que a porta se abriu.--
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