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História Toxic - Maybe


Escrita por: oodal

Notas do Autor


ALÔ ALÔ MARCIANOOOOOOOOOOOS
AQUI QUEM FALA É DA TERRA
E PRA VARIAR ESTAMOS EM GUERRA

PROVAVELMENTE MUITA GENTE QUEREM ME MATAR, QUEREM MANDAR UMA BOMBA PRA MIM PELO CORREIO, E EU NÃO TIRO A RAZÃO DE VOCÊS. MAAAAS, TOXIC SAIU DO HIATUS! ANTES DE TARDE DO QUE NUNCA, NÃO É MESMO? E, COMO PEDIDO DE DESCULPAS, ESTÁ AÍ UM CAPÍTULO PRA LÁ DE ESPECIAL, O MAIOR QUE EU JÁ ESCREVI, COM MAIS DE 4 MIL PALAVRAS, E UM CAPÍTULO MUUUUITO PROFUNDO.

— Agora é sério, esse capítulo é realmente especial e IMPORTANTE no desenvolvimento da Fanfic, então prestem atenção em todas as partes, principalmente nas partes em itálicos ou negrito, porque todas têm algum significado por trás.
— Se alguém entender o que eu quis passar nessa cap, POR FAVOR, digam nos comentários porque eu tô louca com medo de ninguém entender.
— Esse capítulo da início aos acontecimentos, então, sim, vai começar a acontecer mais coisa nos próximos caps.
— Vou tentar sempre trazer um capítulo grande, porque, além de muita gente reclamar dos capítulos pequenos, eu tento sempre dar uma aumentada a cada capítulo, se perceberem.
— Ah, outra coisa galerous: não vou demorar tanto pra postar o próximo cap. (OUVI UM ALELUIA?)
— Capítulo revisado por: @incompleta

— Músicas do capítulo: This Town - Niall Horan e Down - Jason Walker (Link da playlist nas notas finais).
— Agora a Fanfic têm dois Trailers (porque eu acabei pedindo o primeiro, e a designer demorou demais e acabei achei que não iria mais fazer, aí pedi um pra uma amiga minha)! Queria agradecer as designers Kami e Onikua pelos dois trailers M-A-R-A-V-I-L-H-O-S-O-S! Eu realmente os amei DEMAIS! Os links dos dois estão nas notas finais, espero que gostem tanto quanto eu.

— Enfim, espero que gostem! E me perdoem, novamente, pela demora com o hiatus <3
— Boa leitura a todos :)

Capítulo 4 - Maybe


Fanfic / Fanfiction Toxic - Maybe

— Tudo estava bem ontem, e então o diabo levou seu último suspiro, e agora, estamos aqui, sofrendo…

Um segundo. Um minuto. Uma hora. Justin não sabia mais quanto tempo havia passado, só sabia que estava doendo ver os dois juntos.

Maxon estava certo, America e Calvin não se desgrudaram um segundo. Até parecia que a garota não tinha notado a presença do melhor amigo na sala de espera. Agora ele sabia que eles não haviam terminado, e, sim, que estavam mais juntos do que já estiveram. Os dois estavam abraçados, chorando juntos.

Anos atrás, o loiro que estava no lugar do outro, consolando America. Agora até esse papel Calvin havia roubado.

Estavam desligando os aparelhos ligados à avó do namorado da loira, enquanto Justin ficava no canto se sentindo excluído.  Ele não sabia o que fazer, tinha medo de falar algo e sua mãe reclamar, perguntando se não tinha educação e se não via que todos estavam de luto.

O garoto tinha educação e sabia que estavam de luto, mas isso significava que sua melhor amiga, a pessoa que ele mais amava, tinha que ignorar sua presença ali?

Ele pensou em sair correndo, afinal, todos estavam tristes pela perda, ninguém iria perceber.

— Jus? — America, finalmente, havia notado a presença dele ali, no canto da sala de espera. O coração da menina apertou mais ao perceber os olhos de choro do melhor amigo.

Sem pensar duas vezes, ela se separou do abraço do namorado e falou que já voltava, praticamente correndo e abraçando Justin.

— Oi, Meri... — ele sorriu de canto, passando as mãos no cabelo macio da melhor amiga, sentindo aquele cheiro nostálgico de quando tinha tempestade e passavam a madrugada toda abraçados, por conta do medo dela de trovões.

— Faz tempo que chegou? — pergunta, encostando a cabeça no peitoral do mesmo, coisa que ela amava fazer, por conseguir sentir seus batimentos, que a acalmava.

— An? — ele percorreu a sala com os olhos novamente. — Não, acabei de c-chegar — sorriu de lado, tentando disfarçar sua tristeza.

— Ah, que bom — America respondeu, soltando aquela risada baixa, como um sussurro, um segredo só dos dois, que ele tanto amava. — Por um momento me senti mal, achando que tinha chegado faz tempo e que só eu não tinha percebido.

Uma batida do coração de Justin falhou rapidamente. Ele fez bem em mentir. Só de pensar em ver sua garota mal, seu coração dói. Ele preferia mil vezes se machucar, a machucar ela.

— Estava chorando, Jus?

— Sim, fico triste por você e pelo Calvin — mentiu, como era de costume, só pra não vê-la mal.

— Tem certeza que é só por isso? — ela pergunta arqueando as sobrancelhas, tentando parecer séria, mas fica mais fofa do que já é, fazendo um sorriso no canto dos lábios do loiro brotar.

— Tenho sim, minha princesa.

Oh, America, tão ingênua, mal sabia que o motivo dos olhos inchados de Justin era porque ela não perceberá a presença dele na sala, o fazendo se sentir excluído e com vontade de sumir dali. Mas, aquela inocência era o que mais encantava o garoto.

Ela, diferente de grande parte das garotas, tentava ver o mundo da melhor maneira, sempre procurando um lado bom nas pessoas ou uma justificativa para serem "ruins", aos olhos de outros.

America era especial, tão delicada e frágil que Justin chegava até ter medo de machucá-la, porém, ele que sempre saía machucado.

Justin sempre tentava proteger sua melhor amiga, já até quase foi expulso por ser causador de um nariz quebrado e um rosto cheio de sangue de um garoto que havia machucado sua boneca.

Ele a protege de todos, mas quem iria protegê-lo de ter o coração machucado várias vezes pela garota que tanto ama? Tão amada por ele, e, talvez, nem passasse por sua cabeça que o melhor amigo pudesse sentir algo além de amizade.

— Eu sei que hoje foi o primeiro dia que nos vimos depois de quatro anos, mas, Jus… — America suspirou fundo e fez bico, olhando para baixo.

Ela continuava sendo a minha garotinha, mesmo depois de todos esses anos; Justin pensou, se segurando para não rir.

— Pode falar, anjo — disse, passando a mão nos cabelos da loira, rindo baixo.

— Ei! Não me trate como uma criança, Jus! — ela falou emburrada, o que a deixou engraçada e fofa ao mesmo tempo.

Justin colocou a mão na boca, tentando abafar o som da sua risada. Ele sabia que, se alguém ouvisse ele rindo, iriam achar desrespeitoso. Então, olhou para America e viu que a mesma estava mordendo um pouco os lábios para não rir, o que fez a situação do melhor amigo piorar. A risada dela era contagiante.  

— Você sabe que continua sendo minha garotinha — ele falou alguns segundos depois, quando se acalmaram.

— Sim, Jus, só sua — America respondeu e o deixou bravo por um segundo.

Como ela poderia mentir tanto assim para ele? Afinal, Justin sabia que há tempos ela não era somente dele. Calvin havia conseguido o que o loiro não conseguiu em anos, em apenas meses. Sim, Justin tinha que admitir, sentia um pouco de inveja dele. O que aquele garoto tinha que eu não tinha?’ Era o que o mesmo se perguntava todos os dias.

— O que v-você… queria falar? — tentou mudar de assunto rapidamente, quando percebera que America estava o encarando.

— Então, tínhamos combinado de passar essa noite na casa dos meus pais, lembra? — ele assentiu. — Só que ninguém tinha planejado que a avó do Calvin falecesse, e mamãe me deixou passar essa noite com ele, por medo dele tentar fazer algo. Você entende?

— Ah, claro, claro que sim — seu coração doeu, mas ele tentou disfarçar com um pequeno sorriso.

— Obrigada, Jus — ela deu um beijo na bochecha do melhor amigo, que acabou chegando bem perto do canto da boca, o que fez o mesmo se arrepiar e ter momentos nostálgicos dos dois juntos. — Já que ainda estamos aqui na Flórida, vamos ficar em um hotel com meus pais essa noite, em quartos diferentes. Quer vim?

— Acho que sim — Justin estava um pouco distante, não sabia se era melhor ir com eles ou ficar longe, para evitar ver os dois juntos toda hora. — Vou ver com a mãe e depois te aviso.

— Okay, só vamos esperar mais alguns minutos e depois vamos embora — America falou, se encostando na parede atrás de si e suspirando, pela décima vez só nesta noite. — Esse clima todo aqui está me matando, você sabe o quanto eu fico triste em hospitais.

— Logo isso tudo acaba, princesa — ele puxou a mesma para um abraço, depositando um beijo na sua testa. Logo depois, se separaram e America se despediu, voltando até onde seu namorado estava.

Justin estava confuso e, mais uma vez, magoado. Ela fazia de propósito? Ela brincava com o meu coração de propósito? Na mesma hora que isso passou pela cabeça dele, ele se arrependeu profundamente. Claro que não, disse para si mesmo, ela é minha garota, America nunca seria capaz de machucar ninguém de propósito.

Era estranho. Quanto mais ele pensava estar perto de mexer com ela, mais ele estava longe. Estava doendo, mais do que doeu todos esses anos. Justin era acostumado a sofrer por causa de America, mas sofria por não ser correspondido, agora tinha Calvin, agora ele sofria em dobro. Antes ele achava que America não o amava porque não estava pronta para se relacionar com ninguém, e estava disposto a esperar — e ainda está — o tempo que ela precisasse, mas Calvin chegou e mudou quase toda a sua cabeça a respeito de America.

O loiro sentiu algo vibrar no bolso da sua calça e logo puxou o seu celular de lá. Havia uma notificação de uma mensagem de Maxon.

Irmão:

“Ei, brô, tá legal?”

01:23, A.M.

Justin pensou se responderia, não queria preocupar o melhor amigo. Então, deu uma resposta rápida, logo guardando o aparelho de volta.

“Na medida do possível, mano”

01:23, A.M.

Seu celular vibrou novamente, mas, antes de pegá-lo, ele avista sua mãe de longe, o chamando com o dedo. Logo, foi a encontro da mesma.

— America veio falar comigo quando terminaram de conversar… — sério? Justin estava tão perdido em seus pensamentos que nem havia notado. — Ela me falou sobre o hotel que ficará com Calvin e os pais de ambos. Falou também que comentou com você, mas percebeu que estava distante e temeu que esquecesse, por isso veio me informar.

— A senhora quer ir para lá ou prefere outro lugar? — perguntou, tentando disfarçar seu incômodo ao saber que a melhor amiga percebera ele distante.

— Vamos com eles, daqui a pouco iremos embora daqui. Estou cansada e, como me conhece, sabe que eu e seu pai odiamos hospitais — igualzinha a America, Justin pensou.  

Mas, Justin entendia o porquê da mais velha não gostar de hospitais. Desde que a avó materna de Justin, a senhora Charlotte, faleceu e seus pais, Jenna e Will, tiveram que passar uma semana inteira no hospital, sem dormir uma noite sequer, para receber a triste e traumatizante notícia de que ela havia falecido, os dois evitam hospitais sempre.

— Obrigada por ficar comigo, mãe — deu um sorriso, sentando em uma cadeira ao lado.

— Mas, me diga, por que estava distante? — a mãe perguntou, sentando ao lado dele, curiosa.

— Só estava pensando em algumas coisas da formatura, mãe — mentiu logo, para evitar explicações.

— Certeza? Nada a ver com alguma menina que conheceu na faculdade ou, talvez, Am... — foi interrompida pelo filho, antes mesmo de conseguir terminar de falar.

Absoluta — Justin respondeu a mãe, pela primeira vez em muito tempo, de uma forma seca, rude e direta, se arrependendo pela segunda vez na noite. — M-me desculpe, mãe.

— Tudo bem, filho — passou a mão pelos cabelos do loiro, exatamente como fazia quando ele era criança. — Eu imagino o quanto deve estar sendo difícil ver os dois juntos.

— Por que estaria? — engoliu em seco. — Fico feliz por ver que a minha melhor amiga está feliz, fico feliz por ela — tentou mentir, mas falhou totalmente por causa da sua voz tremula.

— Eu conheço você bem, Justin Bieber, você é meu filho há vinte e um anos.

— Precisa lembrar que já estou ficando velho? — ele perguntou, rindo.

— Cala a bouca — a mãe brincou. — Sua vida está começando agora, de velha aqui só tem a sua velha mesmo.

— Cinquenta e nove, não é?

— Me respeite, seu safado — se segurou para não se acabar de rir da brincadeira do filho. — Estou velha, mas não é pra tanto. Só são quarenta e três anos de pura gostosura.

— Sua autoestima me encanta, mãe — respondeu, rindo baixo.

— Acho que vou procurar seu pai, ele me falou que ia no banheiro e não voltou já fazem dez minutos, duvido nada que tenha se perdido — se levantou da cadeira que acabara de sentar. — Quando voltarmos, vamos embora, tudo bem?

— Claro.

Justin observou a mãe ir embora pelo corredor em silêncio e fechou os olhos. Ele estava cansado, precisava de uma cama, queria uma cama, mas não sentia um pingo de sono.

Pegou o celular no bolso e começou a jogar um jogo qualquer para passar o tempo, esquecendo de responder a mensagem de Maxon

De longe, ele conseguia observar America confortando a família do namorado e sentiu um aperto no peito. Calvin mal sabia, mas tinha a mulher mais incrível do mundo ao seu lado.

Suspirou, revirou os olhos, olhou as horas no relógio da parede, depois no celular, tentou passar de fase no jogo, mas nem isso ele conseguiu. Realmente, hoje não era o dia do garoto.

Algum tempo depois, sua mãe aparece e o avisa que já vão embora.

— Vai com a America ou com a gente, Justin? — Will pergunta ao filho, após todos chegarem no estacionamento.

Logo o loiro pensou em ir com sua melhor amiga, mas não queria ficar de vela, principalmente dela. Ele nunca iria se acostumar a ter que dividir a sua garota com um cara que ele mal conhece e, mesmo assim, não gostava. — Vou com vocês, estou cansado e quero dormir.

America chegou por trás de Justin e cobriu os olhos dele com as mãos.

— Hum… deixa eu ver — fingiu não ter sentido o perfume dela, só para escutar o riso baixo da loira, igual todas as outras vezes. — Minha garota?

— Poxa, é tão óbvio assim? — ela riu e tirou as mãos dos olhos deles. Justin virou e colocou os braços ao redor da cintura dela, a levantando um pouco do chão.

— Você continua leve igual uma boneca.

— Mentira, eu engordei três quilos nos últimos anos, isso já me deixa feliz — America falou, depois de ser colocada no chão.

— Nossa, e que grande diferença, já pode fazer cirurgia de remoção de gordura — Justin brincou com a cara da melhor amiga, que fez cara de emburrada igual alguns segundos atrás.

— Quando você se tornou tão abusado? Não foi essa a educação que eu te dei — America reclamou, tentando parecer séria, mas acabou rindo, como sempre.

Antes dele responder, alguém abraça a garota pelas costas e logo o loiro percebe que foi Calvin, parando de rir.

America era uma droga. A perdição de Justin Bieber. Clichê, era o nome. Ela, sendo tão pura, ingênua, incapaz de ferir uma mosca, o feria tanto, e nem imaginava que seria capaz de tal coisa. O garoto era só mais um com um caso de amor incorrespondido em meio a milhares de pessoas. Mas, tinha algo diferente, algo que nenhum dos dois ainda não sabiam.

— Você é o Justin, não é? O tão famoso Justin — Calvin começou a falar em um tom simpático. Ele era simpático, Justin pensou, não gostei. — America falou-me de você mais do que falou de si mesma, se eu deixasse, falava até pelos cotovelos. Confesso que senti um pouco de ciúmes no começo.

Ciúmes? Você com ciúmes? Pensou novamente. — Ela é minha garota, eu que estou com ciúmes — o loiro quis dizer, mas sabia que não iria conseguir.

— É mesmo? Eu não sabia — respondeu, forçando risadas baixas. — Sinto muito pela sua avó, meus pêsames.

— Obrigada, de verdade — Calvin, mais alto alguns centímetros que Justin e moreno, agradeceu, fazendo carinho no braço da namorada.

Ele estava tentando me provocar, era isso? Justin perguntou para si mesmo. Seu coração estava doendo tanto em ver os dois juntos na sua frente. As lágrimas já estavam começando a embaçar sua visão.

— Foi um prazer conhecê-lo, mas vou ter que ir agora, estou cansado, até meus olhos estão ardendo de tanto sono — mentiu, outra vez, o que já tinha virado costume. — Até mais, Calvin, até mais, America — ele sussurrou e se virou, sem ao menos abraçar a loira, entrou no carro do pai, no momento, vazio, e deixou algumas lágrima caírem.

Quando escutou a voz dos pais lá fora, tratou de limpar o rosto molhado com sua camisa e pegou o celular, colocando no ouvido e começando a fingir que estava falando com alguém, para evitar possíveis perguntas, afinal, era a primeira vez que ele saía assim.

Estou bem sim, e você? — começou a falar sozinho, assim que entraram no carro. — Também estou com saudades. Faz tempo que não nos vemos, não? — e foi assim, fingindo estar em uma ligação.

Antes de saírem do lugar, ele olhou para America pela janela, ela estava com uma expressão triste e abraçava o super-simpático-detestável-por-Justin namorado dela. Outra vez, seu coração apertou e o garoto se calou, deixando o celular cair de suas mãos no seu colo, quase fora do banco onde estava e suspirou alto. Ignorou o fato de que seus pais estavam rindo à sua frente e começou a chorar em silêncio, já que, por estar tudo escuro, eles não iriam conseguir ver.

Continuou sofrendo em silêncio, como fazia nos velhos tempos; quando dormia com sua melhor amiga e a observava dormir a madrugada toda — com uma respiração calma e os cabelos bagunçados —, com lágrimas nos olhos por não poder acordá-la e distribuir beijos pelo seu rosto, e dizer o quanto a amava.

Depois de longos minutos, torturantes para ele, se passarem e chegarem no hotel, Justin saiu do carro, sem se importar de esperar os pais e entrou na portaria, caminhando até a recepção, que estava vazia por já estar tarde demais.

— Um quarto, por favor — pediu, com a cabeça baixa.

— Está tudo bem, senhor? — a recepcionista perguntou, conseguindo notar as lágrimas que desciam até o seu pescoço.

— Um quarto, por favor — repetiu, ignorando a pergunta.

— Tudo bem — ela percebeu que ele não queria falar. — Qual é o seu nome? Quantos anos tem? Está com identidade?

— A-an... — Justin logo se lembrou que não estava com nada, só o celular no bolso. — Está vendo aqueles dois lá fora? — perguntou, apontando para seus pais. — Eles são meus pais, Will e Jenna, devem está esperando os pais da minha melhor amiga chegarem e só irão entrar daqui a pouco. Eu estou cansado, tive um dia longo, acabei de voltar de um hospital, onde a avó do namorado da minha melhor amiga morreu. Não tem como eu pegar a chave de algum quarto e depois meus pais acertarem tudo com você?

— Okay, calma aí — a moça, de aparência jovem, que o crachá mostrava se chamar Madson, estava tentando entender direito e o encarando, para ver se ele tinha cara de quem estava mentindo. — Me diga, pelo menos, o seu nome.

— Justin. Drew. Bieber.  — falou, pausadamente, enquanto a via escrever em um papel.

— Prefere ficar em um quarto perto deles ou mais afastado, que já tem gente ocupando os quartos ao lado?

— Mais afastado… por favor — ele nem precisou pensar. Não queria, mesmo, correr o risco de escutar algo vindo do quarto de America e Calvin.

— Tudo bem — a mulher respondeu, se virando de costas para ele e pegando uma chave em um porta-chaves grudado na parede. — Quarto quinhentos e vinte e seis, quinto andar, última porta à direita.

Antes do loiro pegar a chave da mão dela, a mesma o interrompeu: — Ah, o elevador fica logo ali — apontou para o final do corredor à sua esquerda. — E, se quiser, duas e cinquenta é meu tempo livre, estarei no terraço, caso queira conversar — ela falou, por fim, dando um sorriso discreto.

Justin assentiu e olhou pela última vez para a porta, conseguindo ver que America já tinha chegado e estava começando a descer do carro. Ele apressou os passos até o elevador, e, chegando lá, entrou no mesmo, apertando rapidamente o botão do quinto andar.

Encostou seu corpo no lado do elevador e deixou suas costas deslizarem até o chão. Ele estava cansado, sem forças, e, por ele, desabaria ali mesmo.

Como as pessoas podiam mudar de humor tão rápido? Ele estava tão feliz na formatura, só foi sair de lá que tudo começou a desmoronar. O garoto já estava esquecendo o quanto o machucava ver America com algum garoto, mesmo se fosse apenas um amigo.

Lágrimas para lá, lágrimas para cá; quando finalmente o elevador se abriu, ele se levantou, com a camiseta toda molhada e soluçando baixo. Estava tudo escuro, só uma luz no final do corredor estava acesa, mas ele não se importou ou sequer sentiu medo, estava esgotado até para isso.

Caminhou até o quarto quinhentos e vinte e seis, última porta à direita, como a moça havia lhe dito, e girou a chave na maçaneta. Assim que entrou, as luzes se acenderam automaticamente e Justin teve um déjà vu da sua primeira noite no campus, quando conheceu Maxon e ficaram discutindo sobre a luz que acendia sozinha, um achava que podia ser espíritos e o outro que seria apenas tecnologia.

Ele soltou um riso nasal e avistou uma cama de casal, com dois travesseiros e um, aparentemente, confortável grandre edredom branco com listras azuis. Justin foi até lá e se jogou na cama, suspirando forte e deixando as últimas lágrimas, no momento, caírem.

Tirou o celular do bolso, a calça e o sapato, jogando tudo — menos o primeiro — no chão ao lado da cama, se ajeitando na mesma.

Ele estava cansado, mas sem sono. Estava triste, mas sem forças para chorar mais. Fazia tempo que não comia algo, mas estava sem fome. Ele estava esgotado, mas sem ninguém para desabafar.

Ficou algum tempo deitado na cama, encarando o teto, que parecia a coisa mais interessante agora, até pensar em ligar para Maxon e pegou o celular. Antes de entrar no aplicativo de mensagens, olhou as horas: duas e quarenta e três. No mesmo segundo, lembrou da recepcionista que o chamou para conversar no terraço e se levantou.

Como estava escuro, Justin pensou em ir sem calça mesmo, mas passou por sua cabeça que a mulher poderia se sentir incomodada, e ele desconfortável, então foi até o banheiro no quarto e enrolou uma toalha na cintura, já que estava com a camisa. Repetiu o mesmo percurso que fez para chegar ali, ao contrário, mas, ao invés de apertar quinto andar, apertou o botão que levava ao terraço no elevador.

Estava tudo apagado e a única coisa que ele conseguia ver era as luzes lá embaixo. Foi até a ponta do terraço e se encostou na proteção que evitava que as pessoas caíssem de lá.

— Que frio — sussurrou para si mesmo, apertando os braços no próprio corpo, observando a vista.

Realmente, estou congelando, Jus — ele ouviu uma voz e se virou rapidamente surpreso, vendo America há alguns centímetros de distância.

— Quando você chegou, Meri? — o garoto perguntou, quando a menina parou ao seu lado.

Tempo o suficiente para impedir que você pule daqui — disse, rindo seca, coisa que Justin não via há anos.

— Eu nunca faria isso, só estava obs…

— Ei, calma, só estou brincando — ela o interrompeu sem emoção, colocando as mãos no bolso do moletom em que estava vestida, que passou pela cabeça de Justin ser do Calvin.

— Por que está aqui? — Justin perguntou, quando começou a lembrar dos dois se beijando na sua frente e começando a ficar com vontade de chorar novamente.

— Por que você está aqui? — arqueou a sobrancelha direita — coisa que Justin não conseguia fazer, mesmo que tentasse por horas — olhando para baixo.

— Você está estranha, America — ele falou, ignorando a pergunta e se sentindo pior do que já estava.

— Estranha como? — o encarou, com uma expressão vazia. — Menos alegre? Calada?

— Exatamente. O que aconteceu, princesa?

— Ninguém é feliz o tempo todo, Justin — pela primeira vez, em anos, ou quase uma vida toda, que se conheciam, ela não o chamou de Jus, então ele percebeu que ela realmente não estava bem, o que o machucou mais ainda. — A America feliz que todo mundo conhece, ou acha conhecer, é só uma máscara na metade do tempo.

— Eu achei que isso tinha acabado…

Pessoas tristes deixam pessoas tristes, pessoas felizes deixam pessoas felizes — ela repetiu a mesma frase de oito anos atrás. — Eu estou bem, só cansada. O único que me conhece de verdade é você, Jus. Calvin ama o meu lado feliz, ele nunca me viu triste de verdade, e nunca verá — America fez uma pausa, respirando fundo. — Sabe, esses últimos anos foram complicados para mim também. Não ter você do meu lado todos os segundos e, principalmente na hora de dormir, foram horríveis. Tinha noites que eu não conseguia dormir de tanto que eu chorava.

— Meu Deus  — seu coração apertou e Justin a puxou para um abraço.  — Por que nunca me disse nada?

—  Porque você me trata como uma garotinha e eu sei que você iria sair correndo de lá, iria desistir dos seus sonhos só por mim, e eu não seria egoísta a esse ponto, Jus  — ela falou, dando risadas baixas e sentindo um cheiro do perfume dele.

Você é minha garotinha, amor — ele falou, beijando a testa dela.

— Eu sei — ela deu aquela risada gostosa que só ela sabia dar de novo. Já estava voltando ao normal, Justin pensou. — É capaz de você ser mais meu pai do que Jason — ela riu novamente, abrindo um grande sorriso.

Mas, ele não achou graça. Ela a comparava com tudo; melhor amigo, irmão e até pai… será que Justin como namorado dela não se passava por sua cabeça nunca?

Eu te amo mais do que tudo, Jus — America falou, se separando do abraço, mas ficando muito próximo a ele. Ela o encarava. — Você me ama também, não é? Eu fiquei com muito medo de perder você — fez bico.

— Claro que eu te amo, princesa — ele sorriu e percebeu que ela se aproximou.

Justin acabou indo um pouco para trás por impulso. Começou a ficar nervoso, não sabia o que ela estava fazendo ou se era apenas coisa da sua cabeça.

— Eu estava com saudades, Jus — a loira falou, a menos de dois centímetros do rosto do melhor amigo.

— Princes....

Antes dele terminar de falar, a última coisa que ele imaginaria aconteceu. America estava com os lábios nos seus. Sim, ela estava o beijando. Ela. Justin não pensou duas vezes em retribuir, com uma felicidade maior do que ele poderia imaginar ter um dia.

Colocando uma mão na cintura dela e uma no queixo, começou a conduzir o beijo com mais intensidade. Céus, o beijo dela continuava o melhor de todos. Sua boca tão macia, e aquele gosto de bala de morango, a preferida dos dois, na sua língua, só melhorava tudo.

Justin estava tão feliz que nem conseguia pensar direito. A única preocupação dele agora era aproveitar todos os segundos beijando a pessoa que mais amava.

A esperança do seu amor talvez ser recíproco voltou no mesmo segundo e na mesma sintonia intensa que o beijo dos dois. Ele não se preocupava nem com Calvin, o atual namorado dela.

Após alguns segundos, tiveram que se separar pela falta de ar. Mas, por Justin, poderiam continuar assim para sempre.

— Me… — quando America iria começar a falar, ele a interrompeu.

Eu te amo muito, anjo — sorriu para ela, observando sua boca um pouco borrada pelo resto do batom.

Eu também te amo muito, Jus — respondeu, o abraçando forte novamente.

— Você ainda me deixa nervoso quando chega, aquelas borboletas no estômago, elas voltam quando estou perto de você. E, mais uma vez, a única verdade é que tudo se resume a você.


Notas Finais


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— Link da playlist (ATUALIZADA): https://open.spotify.com/user/2227pua5x4kabv7iftkw43b6a/playlist/7g4zFtpqvHjmwsFwI9M3VY
— Link do Style da Fanfic (Estarei seguindo todo mundo que usar ❤): https://spiritfanfics.com/personalizar/style/barbara-palvin-toxic-8732340

— LINK DO PRIMEIRO TRAILER DA FANFIC: https://www.youtube.com/watch?v=28y9k-udYmg&t=
— LINK DO SEGUNDO TRAILER DA FANFIC: https://www.youtube.com/watch?v=S7AE7kS3O_0&feature=youtu.be
(Assistam os dois, um tem mais cena do que o outro, mais falas, ou seja, mais spoilers pra vocês)

Espero que tenham gostado!
Até o próximo <3


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