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História Tracker - No more


Escrita por: Anadgc

Notas do Autor


Oi meus preciosos tesouros <3
Voltei, eu sei, eu sei, não são horas mas eu voltei.
Queria ter postado mais cedo mas se eu explicasse todos os porquês existentes que me limitam de escrever...Não sairíamos daqui hoje.
Bem, fiquem com o capítulo e deixem a vossa oipinão <3

Capítulo 11 - No more


Fanfic / Fanfiction Tracker - No more

 

Com ele por perto, envolvida no seu abraço, encostada a seu peitoral, senti-me protegida, envolvida por muralhas que não deixavam que mal nenhum me tocasse. Senti como se realmente houvesse sim, um propósito para viver. Costou-me  saber que ele não tinha a atenção que merece por minha parte. Culpo-me por isso todas as vejas que eu vejo a segurar o meu rosto e a dizer todas aquelas palavras que mostram-me o verdadeiro significado de estar aqui, a fazer parte deste mundo.

- Obrigada. - a minha voz saiu abafada pelo casaco de Stan.

Ele não respondeu nada, somente me abraçou mais forte como se fosse um "de nada". Era disto que eu precisava. Precisava que alguém me tratasse assim, tão docilmente.

- Obrigada mesmo, irmão. - murmurei, bem baixinho que possivelmente ele não ouvira.

 

:: 10:00

 

- Então amiga, como foi o teu dia? - Maise perguntou, levando de seguida o garfo à sua boca.

- Hum...nada de mais. Só estive na biblioteca, e tu?

- Bem, eu estive com o Malcon. Ele é muito fofo, olha só! - Maise gabou-se, mostrando-me um ursinho pequeno e castanho claro de pelúcia que segurava um pequeno coração que dizia: " Love U".

Achei um ato muito carinhoso. Era deste gênero de coisas que eu queria partilhar com Bram mas, provavelmente, ele me atiraria com o peluche à cara.

- Hum...foi muito querido da parte dele. - mencionei, olhando para o peluche.

Maise abraçou alegremente o urso e eu fiquei observando-a, toda contente. Sinceramente, só espero que aquele seu sorriso infantil nunca saia da sua cara.

- E tu amiga, já desencalhas-te? - Maise falou, como se que pudesse levar esse assunto para o lado mais brincalhão.

Parei um pouco para pensar. "Desencalhar", era isso mesmo que se passava comigo? Será que eu não passo de uma encalhada?

De qualquer maneira, aquelas palavras abateram um pouco do que restava da minha auto estima e, ao perceber o meu estado, Maise apressou-se a retirar o ar de gozo, aproximou-se de mim e pousou uma mão sobre o meu ombro.

- Ei...Estava a brincar. Não era a sério aquilo. Tu não és nenhuma encalhada. - ela falou, olhou para mim para ver se obtinha alguma expressão um pouco mais alegre.

Pendi a cabeça para o chão e deixei-me pensar no vazio. Realmente, ela tinha razão. Já à muito tempo que não namoro, aliás, nunca ninguém presenciou um facto romântico meu nesta escola então, sim, eu paço por encalhada. Um leve peso caiu sobre meus ombros e notei que eram as mão de Maise.

- Ei...Levanta a cabeça. - disse, levantando o meu queixo com seus dedos - Pára de "mimi" e levanta essa cabeça. Nem uma piada podes ouvir a respeito de relações que já ficas toda sensível e atingida. Como é?! Tens de ser feliz com o que és e com quem és, não interessa se estás solteira, acompanhada, casada, divorciada ou o caralho a quatro! Tens de enfrentar o touro pelos cornos, amiga! - ela meio que gritou todas esta palavras, acompanhando um sorriso encorajador.

Sorri fracamente só para não a deixar ficar mal, mas, a minha vontade era começar a chorar, gritar, deprimir...Como sempre me sinto quando a imagem daquelas mãos entrelaçadas aparece como que flash na minha mente, invadindo os meus sentimentos e preenchendo-os com angústia e sofrimento.

- Eu sei que estavas a brincar, não te preocupes. - disse, com uma fraca voz e de olhos fixos dos azulejos esbranqueçados do chão frio do pavilhão.

- Preocupo-me sim, eu sei que, apesar de não quereres demonstrar, és psicologicamente abalável.

Sim, é uma verdade. Deixo-me ir abaixo facilmente com um simples "Ai, hoje estás feia" ou "Estás mais gorda" ou ainda " Não entendes nada, sua pirralha...". Sim, abalo-me com coisas fúteis e sem sentido, talvez, esse seja a verdadeira razão para lhes dar valor.

Estou tão preocupada com o que os outros digam de mim que me esqueço que sou eu a quem eu tenho de agradar. É a minha própria!

- Eu sei. Talvez devesse começar a amar-me um pouco mais. - murmurei, para mim mesma mas presumo que Maise também o ouvira.

- "...um pouco.."? Não, querida, tu tens de te amar por completo! Se não tiveres confiança e amor próprio ninguém te vai levar a sério. Tu própria tens de saber amar-te para que os outros te possam amar também. E não é com um pequeno insulto de bosta que vais logo abaixo! Não tens que ligar aos invejosos que não têm mais nada que fazer a não ser criticar a vida alheia. Autoestima querida! - Maise aconselhou tudo isto com um motivador sorriso.

Chega quase a ser convincente as suas palavras mas, nem tudo era assim tão simples, apesar de eu ainda tentar dizer "Sim, eu terei mais amor-próprio". Para mim, não se trata de amor próprio e sim mais o facto de teres que aceitar conviver diariamente com uma pessoa que adoras e outra que odeias, e para que ainda não bastasse, essas duas pessoas adoram-se e não escondem esse facto. Como é que alguém se sentiria? Eu sinto na pele as duas sensações (de amar e de odiar). É como se doesse no meu interior. Quando os vejo juntos penso em sacar uma pistola e cravar uma bala no crânio da enjoadinha de sua namorada. Quero tanto saber o que ele vê nela. Será beleza? Humor? Afeição? Não... de certeza que ela lhe lançou alguma poção de encantamento ou algo de gênero porque não, não é possível haver um mínimo detalhe de interesse naquela vagabunda. Nunca pensei em seguir verdadeiramente os meus sentimentos, e agora que penso, acho que era melhor eu não ter seguido.

 

:: 15:00 - Biblioteca

 

- It´s not there, boy. You´re by my side, the ball is under the table and your hand is touching the wall (Não é aí, rapaz. Estás ao meu lado, a bola está debaixo da mesa e a tua mão está a tocar a parede) - proferia com claresa para que Stan percebesse.
- Sorry (Desculpa), but the ball isn´t in the place you said (mas a bola não está no sítio onde disses-te).  ele respondeu, olhando para o livro enquanto articulava, com certa dificuldade, as palavras.

- Boa! Pode ser que venhas a tirar uma excelente nota no exame, Stan. Mas, se queres mesmo tirar boa nota, aconselho-te a estudares este conteúdo aqui. - entreguei-lhe para a mão algumas fichas para que ele resolve-se posteriormente. E logo ele torceu um pouco o nariz, de insatisfação.

- Vá lá...Mais fichas!? Vou morrer de tanta ficha! Mais valia assistir uns vinte filmes sem legendas que aprenderia facilmente inglês. - Stan respondeu, com um olhar preguiçoso para as fichas.

- Huhum. Claro, mas nem tudo é assim tão fácil. Por exemplo, para aprender inglês levei sete anos a ver séries americanas com a minha irmã então, não reclames nem penses que é tudo tão fácil assim.  

Stan bufou insatisfeito com a situação e limitou-se e cruzar os braços e olhar-me de canto, como forma de provocação.

- Vais ficar amuado, é? - brinquei

- Aff...sério. Se eu tirar uma negativa a inglês eu mato-te na hora! - ele gritou levemente para pegar ainda mais comigo.

- Porquê?! - dramatizei, pondo a mão no peito - A mim? Matarias-me assim tão violentamente senhor Stan?! Conhecemo-nos à tantos anos e é assim que tudo acaba?! Eu morta porque tiras-te nega?! - continuei a dramatizar de um jeito ridículo e agudo - Owm...vá lá. Estuda isso e verás que não te vais arrepender.

- É fácil falar. - ele falou, amuado.

- ri levemente - Haha...calma, zero não tiras. - brinquei.

Stan revirou os olhos e pareceu esquecer a onde de provocações. Do nada, parecia estar um pouco mais sério.

- Rosei, ainda gostas desse tal de Bram?

Quê? Mas...porque...porque é que ele me perguntou isso?

- E-eu? - hesitei com tal súbita pergunta - S-sim porquê?

- Ham, por nada. Só quis confirmar o quão burra és e continuarás a ser. - ele falou com indiferença e olhando para um lugar aleatório.

- Como assim "burra"? O que queres dizer com isso? - perguntei, já tirando as minhas próprias conclusões.

- Stan deu um suspiro e concentrou-se um pouco mais na conversa, olhando profundamente em meus olhos. - Quanto precisarás de sofrer para perceberes que o Bram não gosta de ti? - ele falou calmo e sério - Abre a pestana, miúda. Ele não quer nada contigo, segue em frente! Sê inteligente pelo menos uma vez na vida e esquece-o. Ele não te merece.

...porquê...porquê agora isto? O que ele quer tentar dizer? Porque ele está a dizer-me uma coisa que eu já sei? Ele deve achar que é fácil esquecer assim uma pessoa.

Não sei a razão, mas uma raiva tomou conta de mim, fazendo levantar-me involuntariamente e acertar a minha mão com força na face direita de Stan que permaneceu com a cara virada depois do estalo.

- Nunca mais te metas nos meus assuntos. - falei, entre os dentes. Não senti raiva no momento seguinte, porém, ao invés disso senti-me desapontada comigo mesma.

Corri biblioteca fora em direção à casa de banho afim de me refugiar num local vazio e pensar em silêncio.

 

:: Casa de banho

 

Passei o rosto por água fria. Olhei para o espelho e vi-o, ensopado de água que escorria pela cara. O meu rosto refletido no espelho dava-me a visão clara de uma miúda insegura e idiota que, ao invés de seguir bons conselhos, acabar sempre por arruinar tudo.

Dei um forte murro na pia feita de mármore da casa de banho para descontar um pouco a raiva de mim mesma contida em todo o meu pensamento. "Porque raio eu continuo a ser a mesma ignorante de sempre" - pergunto-me. Não consigo entender a parte de ainda conseguir ter um único amigo que me tente abrir os olhos. No fundo eu sei que estou errada e sempre estive. Só não consigo de não ao amor não correspondido. Não dá, não sou capaz de o fazer... Ou será que sou?

 

Assim que passou toda a minha fúria, saí lentamente da casa de banho e dirigi-me ao pátio para descansar um pouco o meu corpo e a minha mente. Foi quando algo me chamou à atenção bem atrás de uns arbustos rasos que deixavam escapar uma pessoa. Não conseguia ver direito àquela distância mas parecia um rapaz com cabelo castanho. O cabelo e o formato da cabeça meio que me eram conhecidos, por esse tal motivo, a curiosidade falou mais alto e levantei-me para me aproximar e ver quem estava por detrás daquele arbusto. Pé ante pé ia avançando. Suave e cuidadosamente para não fazer o mínimo barulho. À medida que me ia aproximando, consegui perceber que aquela misteriosa pessoa era Bram. Ele parecia estar a fumar. Não fazia a ideia que ele fumava, mas para mim é me indiferente.

O meu coração apertou subitamente e pensei que ia morrer de infarte miocárdio na hora, por isso, decidi recoar. Porém, nesse mesmo momento, pisei um galho involuntariamente e o barulho ecoou pelo jardim, fazendo Bram virar-se assustado para mim.

- O que estavas aí a fazer? Estavas a espiar-me? - ele perguntou, deitando de imediato o cigarro ao chão e recompondo-se, falando de forma grossa.

- N-não! - gaguejei - Eu só estava... - pensei numa desculpa -...a estudar um pouco cá fora quando uma folha voou em direção a este arbusto. Desculpa se te incomodei. - finalizei, virando costas e saindo naturalmente de cabeça baixa.

- Espera. - ele falou - O que se passa contigo? Não pareces  a mesma desesperada de sempre. - ele proferiu com um ar preocupado que, de certa forma não me alegrou como deveria.

- Olhei para ele por cima do ombro - Talvez eu devesse deixar de te stalkear. Tu não mereces que eu te atazanasse a vida, não é mesmo?

- Claro mas, tu não estás a mesma de sempre. Costumas sorrir mais, chatear mais, ficar mais no pé das pessoas.

- É eu sei. Talvez me tenha caído a ficha. Talvez eu agora perceba o que realmente tu sentes em relação a mim, não é mesmo?

- Como assim? - ele questionou, confuso e de sobrancelhas carregadas.

- A Briana e tu namoram. Meter-me contigo era muito mau. Já chega de me humilhar por ti, Bram.

 


Notas Finais


Será que realmente as coisas vão ficar daquele jeito?
Será que finalmente ela parou com a sua própria condenação?

Esperem até ao próximo para descobrirem...


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