Prólogo
Experiência traumática faz de qualquer pessoa um organismo em pânico e cheio de adrenalina. O hormônio chamado epinefrina ajuda seu corpo a se preparar para o perigo ou para grandes momentos.
Durante todo o tempo que fiquei no inferno, meu único aliado era minha adrenalina. Meu corpo parecia viciado, por que sabia que a situação de perigo era maior do que poderia suportar.
Entretanto, eu me acostumei a minha situação. Estava com medo e isso era simplesmente logico, mas em algum momento durante aquele tempo passando pelo pior momento da minha existência, entendi que quanto mais eu me acostumasse com minha situação mais fácil seria suporta-la.
Talvez, fossem os filmes de terror que Karin me obrigava a ver. Ou simplesmente minha vontade de viver, eu realmente não sabia o motivo. Por isso, quando acordei em meu quarto, meu corpo não sabia mais como me acostumar com a sensação de segurança.
Poderia ser a descoberta de que nada era como realmente parecia? Ou que eu deveria ter parado de ser uma criança curiosa e me abster de qualquer contato com o mundo espiritual?
Meus irmãos tentaram me avisar. Teimosia era meu sobrenome e os ignorei e quis cada vez mais me aproximar do desconhecido. Onde isso me levou? Um buraco negro de dor física e psicológica, assim como compreensão do desconhecido.
Os pecadores destruíram cada pedaço da antiga Yuzu, somente para reconstruir a sua maneira distorcida. Doía pensar que a Yuzu que seu pai e irmãos amavam estava perdida em algum lugar das profundezas do inferno.
- Doí, gatinha? – O pecador sorriu cruel perante a dor em seu rosto e gritos torturados.
Era horrível finalmente entender e também possuir o poder de ver o mundo espiritual, como tanto desejou.
- Quando finalmente enxerguei os fantasmas... – Sussurrou para seu quarto vazio e frio. – Foi o pior dia da minha vida.
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