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História Trouble - Garoto Problema


Escrita por: redvante

Notas do Autor


Olha eu aqui de novo nesse mundo sem volta. É uma TwoShot porque adoro fazer capítulos enormes e detalhados então não deu para colocar tudo em um só.

Banner e Capa feitas por @zartha. Deem muito amor ao projeto Taekookers também, só tem gente talentosa por lá.

Capítulo 1 - Garoto Problema


Fanfic / Fanfiction Trouble - Garoto Problema

O problema dos erros, é que as vezes eles vêm acompanhados de lábios carnudos, pele tão branca como a neve que te faz querer marcar instintivamente e um corpo tão perfeito que chega a doer de tão gostoso. O erro de Taehyung, tem nome e sobrenome. Jeon Jeongguk.

O porquê de ser um erro? Vamos por partes:

Primeiro, ele é praticamente uma criança, tudo bem, é exagero. Está no último ano do ensino médio, então já é bem grandinho. Entretanto, para Taehyung, é necessário ter uma desculpa coerente para não agarrar o garoto sempre que o vê, e a maneira que encontrou é se convencer de que se fizesse seria preso. Plano inteligente.

Segundo, ele não dá a mínima para o bocó que o olha como se fosse um filé saboroso. É triste, mas Taehyung sabe que nunca teria chances com o garoto, ou acha que sabe. Ele nunca saberá o que se passa naquela cabecinha linda, onde já teve o prazer de fazer carinho nos cabelos negros e cheirosos.

E terceiro, mas não menos importante. Jeongguk é seu primo, o que constrói uma barreira gigantesca para Taehyung realizar seu sonho de provar um pouco do seu dongsaeng.

Esse sentimento o corrói por dois anos inteiros, e a única coisa que o conforta e não deixa a culpa o tomar por completo é saber que o garoto não é realmente seu primo, não tem sangue os ligando, o pai do Jeon faleceu quando o mesmo tinha apenas cinco anos, deixando o pequeno e sua mãe desolados, foram cinco anos terríveis até Yeoreum conhecer o tio de Taehyung, Eunji. Taehyung tinha apenas 12 anos quando conheceu o menino magricela e tímido, era a coisa mais fofa que já tinha visto na vida com aquelas bochechas enormes e os cabelos pretos caindo na testa, seu jeito extrovertido foi o suficiente para rapidamente conseguir a confiança e os sorrisos adoráveis do menino. Mesmo pequeno, o Kim sabia que Jeongguk passava por um momento difícil e sempre estava por perto para apoiar o pequeno, eram tão inseparáveis que choravam quando um tinha que ir embora, já que só se encontravam nas datas comemorativas onde a família se reunia.

Os problemas começaram a aparecer quando o mais novo completou dezesseis anos, antes disso, Taehyung nunca pensou na possibilidade de olhar diferente para o garoto, ele via apenas alguém adorável demais, inocente demais, intocável demais. Apenas alguém para se admirar, mas então veio a maldita adolescência, presenciou o garoto crescendo — literalmente — assistiu de perto quando Jeongguk quis dar atenção a recente paixão por dança e começar a praticar, viu quando começou a se interessar por esportes e se tornar um dos melhores jogadores de baseball da sua escola, e com essas mudanças vieram as transformações, principalmente em seu corpo.

Já não havia mais aquele ar inocente, por mais que seu rosto tivesse um tom angelical demais que não condiz com o corpo desenvolvido, estava da altura de seu hyung, as roupas que antes faziam seu corpo pequeno desaparecer em meio a elas, agora apertavam partes que Taehyung nem imaginou que Jeongguk pudesse possuir, tipo aqueles braços musculosos na medida certa, que dava vontade de morder para sentir a textura, ou aquele par de pernas grossas e trabalhadas que Taehyung não se importaria nem um pouco em sentar. Por um tempo ele conseguiu lidar bem com essas mudanças de seu dongsaeng, apesar de tudo, Jeongguk nunca mudou com ele, não havia motivos para mudar com o garoto apenas porque agora o achava um gostoso do caralho.

Mas claro que isso acabou naquela fatídica tarde onde Taehyung tinha ido para a casa da tia em mais um daqueles almoços de domingo, primeiramente estranhou não encontrar o primo na sala, como sempre encontrava quando vinha. Então Yeoreum pediu que o Kim fosse ao quarto do rapaz para chamá-lo, alegando que o mais novo tinha acabado de chegar do treino e estava tomando banho, porém demorava demais. Taehyung foi na maior inocência ao encontro de Jeongguk. Só não esperava abrir a porta e ver aquela imagem.

Saindo do banheiro com uma toalha enrolada na cintura, enquanto outra era usada para enxugar os cabelos, Jeongguk estava de olhos fechados então nem percebeu o intruso em seu quarto e muito menos o olhar abobado que lhe era direcionado, Taehyung petrificou com a mão na maçaneta, seus olhos teimavam em olhar aquele corpo maravilhoso detalhe por detalhe, mal se importou se o garoto o pegasse no flagra, estava mais interessado em seguir aquela gotícula de água travessa que ousava percorrer o caminho entre os gominhos e se perdia no limite da toalha.

Taehyung sabia que o mais novo possuía um corpo bem trabalhado, bonito e saboroso, mas nunca tinha o visto sem as roupas largas que já eram sua marca registrada. Mal sabia ele que depois daquele dia, nunca mais veria as calças moletom que Jeon adora usar, ou as calças jeans absurdamente justas da mesma forma. Naquele dia, Jeongguk nem ao menos ficou surpreso por vê-lo ali, com um olhar de desdém o cumprimentou como sempre e como se não tivesse reparado no olhar luxuoso do mais velho, caminhou até o guarda-roupa.

Taehyung supôs que não era novidade alguma para o mais novo receber esses olhares nada castos, um a mais não faria diferença alguma. Coçando a garganta em um gesto nervoso, o Kim forçou-se a falar sem gaguejar:

— Sua mãe pediu para te chamar. — falou rápido por medo de travar no meio da frase, Jeongguk estava de costas para si exibindo os músculos bem delineados daquele local, até as pintinhas espalhadas pela pele leitosa era uma provocação a sanidade do Kim.

— Diga que já estou indo. — respondeu simplesmente virando apenas a cabeça para encarar o mais velho, sorriu levemente de lado e foi o bastante para Taehyung ter um mini ataque cardíaco. — Obrigada, hyung.

— Claro...

Taehyung sabia que deveria sair do quarto e ir para a segurança dos pais e de seus tios na sala, onde não havia um Jeon Jeongguk testando seu autocontrole, mas seus pés simplesmente não queriam sair dali. A imagem do garoto concentrado em encontrar uma roupa no guarda-roupa era mais tentadora do que qualquer outra coisa, ficar ali se tornou uma ótima ideia de repente. Voltando a admirar todo aquele físico perfeito, que o fazia sentir um pouquinho de constrangimento por ter uns pneuzinhos na barriga e mesmo assim nunca cansar de se empanturrar de comida gordurosa e refrigerante, era um sedentário assumido, mas estava tudo bem com isso. Só o fazia se questionar como um pirralho de dezesseis anos podia ter esse corpo.

Sim, Taehyung estava encarando descaradamente a bunda marcada pela toalha branca, por isso nem percebeu quando o garoto fez menção de tirar a toalha para começar a se vestir, só não fez pois foi pego de surpresa pelo mais velho que ele achava já ter saído.

— Hyung! — chamou Jeongguk, fazendo o pobre primo piscar os olhos desorientados e focar no rapaz que o olhava de sobrancelhas arqueadas, torcia mentalmente para que não tivesse deixado má impressão para o mais novo. — Deseja mais alguma coisa?

Pateticamente, Taehyung não respondeu de imediato, ainda teve a audácia de olhar mais uma vez para o abdômen do outro, engolindo em seco ao constatar que desejava muitas coisas, principalmente ele próprio.

— Não... por que? — perguntou o mais velho, sabia que era muito provável estar com uma cara de idiota, mas não conseguia se recompor tendo os olhos grandes do primo em si.

Jeongguk soltou uma risada baixa, o que atingiu em cheio o maior que já se sentia mais que atacado desde que entrara naquele quarto.

— Preciso me trocar, a não ser que queira um showzinho particular, é melhor sair. — tinha um tom de brincadeira na voz do moreno, mas Taehyung quase que levou bem a sério e se sentou na cama para aproveitar o espetáculo.

Porém, é claro, o garoto ainda tinha bom senso e rapidamente pediu desculpas e saiu do quarto fechando-a atrás de si, correu para o andar do debaixo como o diabo foge da cruz, e não soube explicar para a mãe preocupada o porquê de ele ter decido tão ofegante, suando frio e tão branco quanto o fantasma que a progenitora pensou que o filho tinha visto.

∴ ❈ ∴

Fazia dois anos desde aquele acontecimento, e desde então Taehyung vem vivendo em um inferno pessoal, onde se culpava por olhar para o primo e desejar jogá-lo na parede e fode-lo como se o mundo estivesse acabando, e depois olhar para os tios como se nada estivesse acontecendo em seu interior, era uma falta de respeito ter esses pensamentos quando os mais velhos o convidavam para sua casa, pois diziam que o Kim era uma influência mais que positiva para o filho adolescente. Mal sabiam que Taehyung era a pior delas.

E naquele ano não foi diferente para o pobre Kim que fora obrigado a comparecer no jantar de sábado da família, viajou por trinta minutos da universidade onde estudava e morava até o outro lado da cidade, mas também não tinha escolha, a mãe o mataria se fizesse essa desfeita, depois que o mesmo descaradamente começou a inventar compromissos durante três meses apenas para não precisar comparecer, ela começou a usar chantagem de mãe. Aquele drama que todas fazem, e os filhos caem perfeitamente.

Taehyung passou o caminho todo se preparando para aquela noite, três meses que não via o primo, apenas conversava de vez em quando por mensagem, mas somente assuntos banais tipo os lançamentos dos jogos, os filmes em cartaz no cinema, ou apenas conversando sobre o dia deles. O Kim estava bem com isso, se relacionar com o mais novo a distância, sem precisar esconder a ereção por baixo da almofada sempre que o mesmo parecia propositalmente o provocar passando a língua nos lábios a cada cinco segundos, ou a bunda empinada sempre que se curvava para frente para pegar algo na mesinha de centro da sala. Realmente, Taehyung estava muito mais seguro a quilômetros de distância daquele diabo.

Mas naquele fim de semana realmente não teve como fugir e lá estava ele com o carro estacionado em frente à casa dos tios tomando folego e coragem para entrar. Depois de cinco minutos vegetando dentro do automóvel, decidiu sair do carro e respirando fundo bater na porta.

Quando a mesma se abriu, abriu um sorriso envergonhado para a tia por aparecer ali depois de tanto tempo na maior cara lavada, mas a mulher apenas abriu um sorriso caloroso e o puxou para dentro ao mesmo tempo que o abraçava apertado. Não foi difícil o Kim rapidamente considerar a mais velha como realmente sendo sua tia, era maravilhosa e o mimava demais quando pequeno.

— Querido, Taehyung chegou. — gritou a mais velha, e Taehyung olhou confuso para onde Yeoreum apontava.

Prendeu o folego um momento enquanto assistia um corpo esbelto descendo a escada, as mãos estavam no bolso da calça de moletom cinza, e a parte de cima a manga estava dobrada até os cotovelos, Taehyung se perdeu um pouco mais naquela parte, sempre teve um fetiche pelas veias saltadas dos braços do mais novo. Jeongguk estava decidido a acabar com a sanidade do Kim com aquele cabelo bagunçado, como se tivesse o remexido várias vezes durante horas e a cara de tédio de quem preferia mil vezes estar no quarto jogando vídeo game.

— Seus pais estão na cozinha com o Eunji. — a Sra. Jeon falou, mas o Kim estava mais interessado em fitar o rapaz que agora devolvia o olhar.

Respondeu apenas com um aceno sendo o suficiente para a mais velha que saiu para a cozinha sorridente dizendo que agora a família estava completa e o jantar poderia começar, ao passar pelo filho apertou a bochecha robusta do mais novo e  deixou um beijo do outro lado, recebendo um sorriso acanhado de Jeongguk, que para Taehyung, não poderia ter sido mais adorável.

Sozinhos na sala, o Kim estava nervoso, Jeongguk tinha se sentado no encosto do sofá e observava o primo estático no lugar com diversão.

— Parece tenso, hyung. — Jeongguk murmurou reprimindo um sorriso, Taehyung sorriu forçadamente, sentiu as pernas fraquejarem e a única saída que encontrou foi se sentar no sofá mais afastado do mais novo. — Se está com medo de eu estar magoado por ter ficado três meses sem vir me ver. Fique tranquilo, Tae.

— Não está bravo? — indagou o mais velho recebendo um sorriso fofo de Jeongguk.

— Claro que não. Só um pouco decepcionado. — aquela confissão foi direto ao fraco coração do Kim que abaixou o olhar imediatamente xingando-se mentalmente.

— Decepcionado? — Jeongguk assentiu, se levantou e voltou a colocar as mãos dentro do bolso.

— Achei que soubesse lidar com as coisas que te incomodavam, nunca pensei que fugiria.

Okay, aquilo foi estranho, e a cara de bobo que Taehyung dizia que não tinha entendido nada, franzindo o cenho abriu a boca em um biquinho que foi bem apreciado pelo moreno.

— Do que está falando? — Jeongguk riu fracamente.

— Sabe do que eu estou falando, Kim.

E saiu em direção a cozinha, onde os murmúrios enfim foram ouvidos por Taehyung, estava tão entretido sendo um idiota em frente ao primo que mal se importou em ir cumprimentar os pais. Ele não saberia dizer quanto tempo ficou parado que nem um bobo na sala, sozinho e pensando nas palavras do Jeon, no final, quis bater com a cabeça na parede ao constatar que esse tempo todo Jeongguk sabia sobre a pequena — grande — queda que ele possuía por si. Tinha certeza que não fora nem um pouco sutil nos olhares desejosos em cima do garoto, o coitado precisaria de muita água para repor o quanto Taehyung o secava.

Coçando a garganta e pegando o restinho da dignidade que possuía, foi para a cozinha, encontrando os pais aos risos de algo que Eunji falava, a mãe de Jeongguk estava no fogão terminando de preparar o jantar e o dito cujo estava encostado na pia enquanto mexia no celular, mal levantou os olhos quando o Kim entrou no cômodo, diferente dos pais que rapidamente se levantaram e foram o abraçar.

O jantar foi normal na medida do possível, os mais velhos eram os que mais falavam, Jeongguk e Taehyung apenas abriam a boca para responder alguma pergunta, e quando a atenção não estava neles, ficavam se encarando. Taehyung não tinha certeza, mas havia um certo desafio naqueles olhos de jabuticaba, como se dissesse "eu te desafio a fazer algo", "eu te desafio a parar de ser covarde". A tensão entre os dois era quase palpável, o acastanhado estava gostando muito de estar recebendo aquele olhar do mais novo, pela primeira vez estava sendo correspondido de algum jeito, pela primeira vez não recebia apenas sorrisos inocentes ou olhares indiferentes como se não fizesse ideia do que se passava na mente do primo mais velho. O que agora deixou bem claro para Taehyung, que sim, ele sabia sobre tudo.

Em certo momento da noite, quando o jantar já tinha acabado, todos foram para a sala para conversarem um pouco mais, os dois mais jovens ficaram para trás, sendo os últimos a se levantarem da mesa. Jeongguk olhou para o acastanhado e apenas gesticulou com a cabeça para que ambos fossem para o andar de cima e imediatamente o Kim aceitou, sentindo a expectativa tomar conta do seu exterior. Os mais velhos ao menos perceberam quando os dois meninos passaram pela sala e subiram a escada em direção ao quarto do mais novo.

Subiram em silencio, e quando adentraram o cômodo também não ousaram falar nada. O Kim já tinha dormido tantas vezes ali que já conhecia cada cantinho do local, estava do mesmo jeito, desde as paredes em um azul quase cinza, até a prateleira em cima da cama onde o Jeon exibia sua coleção invejável de jogos de vídeo game.

Deu um sobressalto quando ouviu a porta batendo atrás de si e se virou vendo que foi o Jeon o autor, o garoto passou por si e foi direto para a mesa de estudos onde um computador estava ligado em um jogo pausado. Sem saber como agir, Taehyung apenas se sentou na cama do moreno e juntou as mãos em cima das pernas. Um homem de 20 anos não sabendo como portar diante de um adolescente que nem completara 18 ainda, um adolescente absurdamente gostoso, mas ainda sim um pirralho que nem saiu do ensino médio.

O moreno esperava uma atitude dele, certo? — Taehyung se perguntava, quem olhasse para ele naquele momento veria o cenho franzido, os olhos presos no carpete do quarto e o biquinho inconformado nos lábios de quem não está entendendo mais nada na sua vida.

— Se pensar demais vai acabar saindo fumaça da sua cabeça. — ouviu a voz do moreno e piscou, estava mais distraído naquela noite do que já era normalmente.

Jeongguk estava sentado na cadeira do computador, observando o primo se matando de pensar e aquilo o divertia.

— O que?

O mais novo rolou os olhos.

— Esse é o seu problema, Kim. — falou recebendo total atenção do mais velho. — Você pensa demais.

Taehyung respirou fundo, Jeongguk nasceu para infernizar sua vida e não deixar o coitado pensar direito, ele tinha que começar a raciocinar, sentia que o moreno tinha tudo sob controle, que ele sabia exatamente o que se passava na cabeça do pervertido do primo e se divertia com isso.

Com uma coragem que nem sabia que possuía, acordou do pequeno transe e virou-se para o indivíduo que só tinha um rosto angelical, mas a mente era da mais demoníaca possível, tinha certeza disso depois de ver aquele sorriso sacana dançando em seus lábios rosados. Malditos lábios rosados.

— Por que sinto que espera que eu faça algo, Jeongguk? — talvez fosse uma pergunta bem idiota, estava bem claro que era exatamente o que o moreno queria, mas aquele momento estava servindo para colocar todas as cartas na mesa, falar abertamente era a melhor opção.

— Porque talvez eu queira que faça algo.

 Isso só pode ser um daqueles meus sonhos malucos — sussurrou passando as mãos no rosto nem ao menos ligando se Jeongguk o visse como um doido lavado. — É a única explicação.

Taehyung já não conseguia se manter quieto, então se levantou, mas não para fazer o que o menor queria, e sim para tomar ar. O Kim nunca foi muito de atitude, embora fosse tão cara de pau a ponto de fazer amizade até com uma árvore, é um garoto naturalmente sociável e sorridente, mas isso não vale de nada na hora da conquista, é muito diferente você se aproximar de uma pessoa pensando apenas em sua amizade, e chegar em uma pessoa que você está interessado. As inseguranças o atingem em cheio, começa a imaginar que agir como si mesmo não é lá uma boa ideia então normalmente, Taehyung sempre desiste, é um milagre que não seja virgem, e um milagre também que tenha sempre pretendentes à disposição. Apesar de tudo, Taehyung é bonito, então não prestam muita atenção em detalhes, tipo seu jeito "estranho" como Hoseok, seu amigo intitulou tão carinhosamente.

Portanto, obviamente ele não sabe realmente como tomar a atitude que o moreno claramente esperava. Ele queria muito Jeongguk, já não aguentava apenas imaginar como seria toca-lo, rodear aquela cintura fina com seus dedos longos, ou apertar aquela bunda maravilhosa. Como seria afundar o nariz em seu pescoço e respirar o cheiro de morango sem parecer um pervertido aproveitando um abraço inocente em uma despedida depois de mais um almoço em família. Pensando agora, os toques e abraços que davam, nunca fora realmente ao todo inocentes. Jeon estava apenas amaciando o local, estudando as atitudes e reações do mais velho somente para ter certeza que se ele fizesse algo seria correspondido. Taehyung passou no teste com louvor.

Taehyung estava tão absorto em seus próprios pensamentos que ao menos percebeu quando Jeongguk se levantou e perigosamente começou a se aproximar. Só foi se dar conta da presença tão próxima quando ouviu a voz melodiosa em seu ouvido sussurrando:

— O que acontece em seus sonhos, hyung?

Ele nem tinha percebido que tinha falado em voz alta, mas também não ligava, já estava ferrado mesmo. Como ele estava de costas para o Jeon, fora obrigado a se virar e dar de cara com aquela perfeição em forma de homem, nem aquele rosto angelical e infantil era capaz de sobressair a sensualidade e o perigo que Jeongguk representava. O garoto não sorria, estava sério encarando a íris castanha sem vergonha e em desafio.

— Diga, TaeTae. — o apelido fofo e carinhoso nunca pareceu tão pecaminoso saindo dos lábios desenhados daquela peste.

Ele deveria dizer algo, certo? Então por que nada saia de sua boca? Por que estava dando passos para trás quando o moreno vinha em sua direção como um animal selvagem rondando sua presa? Ele não sabia responder, a única certeza é que estava sendo intimidado pelo olhar felino de Jeongguk, e só queria sair do quarto para respirar, mas soube que não seria possível quando seus passos foram barrados e suas costas sofreram um baque no guarda-roupa do moreno. Estava encurralado entre o móvel e um homem que parecia querer engoli-lo. No seu interior ele berrava em suplica para fazê-lo.

— É engraçado te ver fugindo do meu olhar, quando nunca teve constrangimento em me observar antes. — murmurou, não era necessário erguer a voz, estavam tão próximos que Taehyung sentia o hálito do outro no rosto, mordeu o lábio inferior nervosamente, ato que não passou despercebido pelo moreno.

— Não sei do que está falando, Jeon. — fora um milagre não ter falhado ou gaguejado ao falar.

Jeongguk riu, passando a língua no lábio para umedece-lo — prendendo a atenção do castanho em si sem ao menos perceber — levantou o braço esquerdo e apoiou no guarda-roupa atrás de seu hyung, na altura da cabeça do mesmo.

— Você fica ainda mais bonito se fazendo de sonso. — Jeongguk não deu tempo ao pobre Taehyung para responder, aproximou a boca do ouvido do castanho e sussurrou: — Fico tão quente quando você me olha como se quisesse me devorar, você é quente, hyung.

Taehyung já não sabia como respirar, não desejava mais fugir para buscar folego, na verdade tendo agora o calor de seu primo tão perto, aqueles lábios macios tocando carinhosamente seu ouvido, lhe provocando e dizendo aquelas coisas aos sussurros, ele só queria calar a boca dele com a própria e jogá-lo naquela cama, o fode-lo para deixar de ser esse pirralho arrogante. Entretanto, no momento ele se contentou em ficar parado apenas ouvido o que o menor tinha a falar, ele queria ver até onde aquele abusado chegaria.

— Eu gosto quando você passa a língua nos lábios quando me vê sem camisa, não sei se você percebe, mas é tão sexy. Você não tem ideia, Tae. — voltou a sussurrar, o Kim respirava com dificuldade, mas não fazia esforço algum para cessar, apenas aquele monólogo excitante em seu ouvido era capaz de deixa-lo duro, quem seria Kim Taehyung a reclamar? — Ou quando você tenta disfarçar a ereção depois de ser provocado... gosta de ficar duro por mim, hyung? Pois eu gosto de ver que te deixo assim.

A última frase foi dita ente ao lóbulo do ouvido do outro, seguida de uma mordidinha no local que fez até os pelos da nuca do Kim se arrepiarem, mal conteve o suspiro sôfrego e o instinto de fechar os olhos para aproveitar a sensação.

Taehyung ofegou desesperado quando sentiu a mão livre do moreno pousar em sua cintura calmamente, não apertava ou se movimentava, apenas descansava ali, mas o surto dentro do mais velho transformava aquilo em uma enorme coisa, tanto que o arrepiou todo. E acompanhado do lábio do rapaz que descia para seu pescoço, era um conjunto perigoso.

Jeongguk não parecia incomodado pelo outro não ter respondido nenhuma das suas perguntas ou provocações, o silêncio do primo apenas significava que estava afetado e que seria questão de tempo até perder o controle.

— Não se preocupe, Tae. — deixou um beijo no pescoço alheio, soltando uma risadinha baixa ao vê-lo tremer em seus braços. — Eu fico do mesmo jeito por você.

— Fica? — Taehyung perguntou no mesmo tom, saiu como um suspiro, mas não estava se importando.

Ele sabia o que aconteceria ali se continuassem, naquele momento não pensou nos pais e nos tios no andar debaixo, ou se poderiam ouvir algo comprometedor. Foi muito tempo reprimindo aquele desejo que agora sabia ser reciproco, só queria saber da mão em seu quadril fazendo caricias sutis e nos lábios que o beijavam no pescoço. Pela primeira vez teve coragem de tocar naquele que sempre foi protagonista dos seus sonhos mais sujos, primeiro foi antebraço que estava em sua cintura, subiu para os ombros querendo retirar o moletom para sentir melhor a pele quente em seus dígitos.

— Uhum... — moreno respondeu manhosamente, a mão que apoiava atrás de Taehyung tocou a nuca do mesmo, sentindo os dedos longos dele tocando seu antebraço em expectativa, deslizou os lábios do pescoço amorenado até a bochecha e pressionou ali um selinho. — Você me enlouquece, hyung. Só consigo imaginar você me pegando com essas mãos grandes, você também quer isso? Quer me foder? Já imaginou como seria eu gemendo seu nome todo manhoso?

Movido pelo tesão, Taehyung abriu os olhos e sorriu ladino, sabia que mexia com fogo caindo na lábia daquele garoto, mas desde que começou a olhar para ele com esses olhos não se importava muito o quanto sairia queimado caso fosse correspondido. Tudo bem que ele se culpava em pensar nessas coisas pelo respeito por Yeoreum e Eunji, mas nunca, em hipótese alguma se arrependia de desejar o primo. Não se importava mais como era errado o que aconteceria ali, ele apenas queria que acontecesse e sabia que ficar parado como uma estátua apenas sentindo o garoto provocando-o daquela maneira, não sairiam dali.

— Em todo momento. — sussurrou de volta, enfim levando as mãos para a cintura do outro e apertando com vontade enquanto o trazia para mais perto, o gesto foi bem visto pelo moreno que sorriu contra pele do castanho.

Em um movimento ágil, Taehyung decidiu que agora seria ele a tomar as rédeas da situação, então foi rápido em rodar o corpo malhado de Jeongguk e o prensar onde ele mesmo estava segundos atrás. O garoto foi pego de surpresa, mas assim que se atualizou sorriu malicioso por ter conseguido o que tanto queria.

— Isso é tão errado... — o Kim sussurrou, suas palavras soavam contraditórias levando em conta que não parecia acreditar nisso pela maneira que segurava o Jeon pela cintura e o deixava preso com a coxa entre as pernas grossas do moreno, o mais novo estava sofrendo em antecedência por ter o membro roçando na perna do outro, mas ele conseguia aguentar contanto que Taehyung terminasse o que começara. — Você é meu primo.

Ouviu quando Jeongguk bufou baixo, ele estava ocupado enfiando o nariz na curva do pescoço branco então não viu o revirar de olhos que o outro deu. Em um movimento brusco, o moreno puxou o rosto que se enfiava em seu pescoço e o obrigou a encara-lo. Taehyung não saberia dizer o quanto seu corpo esquentava com a visão do menor lhe olhando de modo tão intenso, as pupilas dilatadas, o lábio vermelho de tanto ser mordido, a bochecha corada e nem um beijo trocaram ainda. Quando se fundissem finalmente aquele quarto pegaria fogo.

— Eu não sou seu primo. — falou seriamente, a voz saiu rouca e profunda, Taehyung sentiu um calafrio pelo corpo indo direto para um ponto bem especifico. Então o moreno entortou o canto dos lábios enquanto aproximava da boca do outro sem tirar os olhos daquele que o encarava com tanta luxuria. — Mas mesmo que eu fosse, me desejaria do mesmo jeito, estou errado?

Kim não respondeu, nem precisava, o jeito que ele fitava os lábios do menor já era o suficiente, a maneira que roçava o lábio no do outro provocadamente, Jeongguk sorria maldosamente a cada contato desejando beija-lo logo de uma vez.

— Faça o que tem vontade, Kim. — sussurrou Jeongguk, os dedos faziam um carinho leve nos ombros do mais velho, ele queria apressar as coisas, mas também queria que Taehyung se soltasse mais e realmente fizesse tudo que quisesse consigo sem temor. — Vai ser nosso segredo.

Aquilo pareceu ser o estopim para a perda de controle de Taehyung, um rosnado saiu da sua boca então agarrou possessivamente a cintura do moreno o prensando ainda mais contra o guarda-roupa com o próprio corpo, o ato fez com que Jeongguk ficasse nas pontas dos pés e precisasse se apoiar nos ombros do rapaz. O Kim estava cego de desejo, e precisou apenas olhar o mais novo para não conseguir mais se conter e beija-lo como sempre quis.

Estavam tão necessitados um do outro, o beijo demonstrava perfeitamente o quanto precisavam de mais contato, já não tinha mais toques experimentais ou contidos, Taehyung levantou um pouco do moletom de Jeongguk para enfim conseguir tocar a pele quente, já o moreno agarrava os fios da nuca do mais velho enquanto correspondia o beijo afoito. Suspiros e gemidos eram ouvidos sempre que uma mordida sensual era dada no lábio do outro, acompanhados de mãos atrevidas por todo o corpo do moreno, Taehyung nunca fora santo, não daria de casto naquele momento, suas mãos muito menos, elas apertavam a bunda do menor com vontade e distribuía beijos no pescoço branco sim, sem vergonha alguma, e sem receio se deixaria marcas.

— Você é um demônio, Jeongguk. — murmurou o Kim entorpecido demais para pensar o que saia da sua boca no momento, delirava com os suspiros e gemidos do garoto em seus braços, afastou o rosto para fitar o menor e gostou da imagem que tinha, mordeu o lábio satisfeito. — Você é um problemão. Um erro delicioso.

Sorrindo safado, Jeongguk rodeou os braços ao redor do pescoço do castanho e aproveitando a proximidade exagerada do corpo do outro, apenas levantou as pernas e fez o mesmo no quadril do mesmo, viu o mais velho gemer contido com o atrito entre seus membros cobertos e sorriu.

— Erre bem gostoso comigo essa noite, TaeTae... — murmurou manhosamente apertando as coxas ainda mais em torno dos quadris de Taehyung, que diante daquilo fincou as unhas curtas naquela bunda linda.

Aquilo já era demais para o pobre Taehyung, já estava no limite, tinha em seus braços o garoto que deseja a tanto tempo que já estava se contentando em admirar a distância apenas. Jeongguk queria e ele também, não havia barreira alguma naquele momento — literalmente — não tinha perigo dos pais nem dos tios os incomodarem, sabiam que os dois perdiam horas em frente ao vídeo game e nada era capaz de tirar a concentração de ambos. Quanto ao som, quando os quatro se reuniam, bebiam e conversavam alto demais, parecia até uma disputa de quem falava mais alto, sem falar que era impossível que alguém lá embaixo ouvisse qualquer coisa que acontecesse em qualquer cômodo no segundo andar.

Tudo estava a favor de Taehyung e seu enorme tesão pelo primo.

Com isso, ele não tardou em sorrir e dar ao moreno o que ele queria — não tanto quanto ele próprio, claro — mal podia esperar para enfim realizar todas suas fantasias mais pecaminosas, aquela noite Jeongguk seria de Taehyung, já que a muito tempo Taehyung aceitara que sempre foi de Jeongguk.


Notas Finais


Se sobreviveu até aqui, beijinhos!!


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