1. Spirit Fanfics >
  2. Trouble >
  3. Vamos?

História Trouble - Vamos?


Escrita por: MinniePower

Capítulo 2 - Vamos?


Fanfic / Fanfiction Trouble - Vamos?

— Oh, tia Myra, pelo amor de Deus! - LaRa estava vestida apenas com a lingerie, segurando um longo vestido de seda branca diante do corpo. Olhou para a madrinha, a quem tratava por tia, com uma expressão atônita. — Um acompanhante que eu nem sequer conheço?— indagou.

— Não exagere, meu bem. — Myra sorriu. — Vocês se conheceram quando eram crianças. Será apenas uma noite, e você já iria ao baile de qualquer maneira.

— Só que eu pretendia ir com você.

— Mas eu estarei lá — afirmou Myra. — Dean é um rapaz muito gentil, querida. Um pouco excêntrico, mas muito gentil.— Ela sorriu. — Claro que meus afilhados são pessoas maravilhosas. - Myra continuou sorrindo ao sentar-se na cama e observar a afilhada.  

 — Não tem importância, tia Myra. Como você mesma disse, eu iria de qualquer maneira. — Colocou o vestido com elegância. — Iremos encontrá-lo no baile?

— Ah... — Tentando calcular o tempo, Myra ficou de pé. — Na verdade, ele chegará dentro de poucos minutos para apanhá-la. Irei encontrá-los por lá. Meu Deus, veja que horas são! Meu motorista já deve estar se perguntando por que não apareci ainda.

— Mas...

— Nos veremos no baile, querida. - Dizendo isso, Myra se encaminhou para a porta, com uma agilidade surpreendente. — Oh, e você está linda — falou, antes de seguir pelo corredor sem olhar para trás. LaRa continuou de pé diante do espelho, com o zíper do vestido aberto nas costas.

Típico, pensou com um suspiro. Não esperava uma atitude diferente de sua madrinha. Myra vivia tentando lhe arranjar pretendentes, o que a deixava sempre com a embaraçosa tarefa de rejeitá-los. Casamento era algo que ela considerava estar totalmente fora de seu plano de vida. Depois de crescer em meio a uma família onde as boas maneiras eram mais valorizadas do que o amor, e romances casuais eram polidamente ignorados, não tinha a mínima intenção de acabar tendo esse mesmo tipo de relacionamento com alguém. Os homens serviam como ótimas companhias temporárias, desde que ela estivesse no comando do jogo, claro. No momento, porém, sua carreira era muito mais importante do que ter alguém com quem jantar no sábado à noite. Pretendia continuar sua escalada na carreira e nada a faria desistir disso. Segundo seus cálculos, dentro de dez anos ela estaria apta a ocupar o cargo de gerente executiva da empresa. Essa era sua principal meta. A loja dos seus pais não era apenas uma rede de lojas de departamentos, era uma instituição. Se continuasse solteira, poderia devotar todo seu tempo e energia para manter a reputação e o estilo da empresa. Não queria ser como sua mãe. Definitivamente não, pensou, franzindo o cenho. Senhora Song sempre considerara a loja apenas como uma extensão de seu guarda-roupa, nada mais. Senhor Nam, seu pai, por sua vez, preocupava-se apenas com os lucros da empresa. Por isso, rejeitava as idéias da filha, que vivia tentando inovar e criar novos setores na loja, só que mantendo a tradição e o estilo da conhecida rede de lojas. LaRa sempre tivera idéias muito próprias e isso parecia incomodar a família de alguma maneira. Para ela, era uma responsabilidade, mas também uma fonte de prazer ajudar no crescimento do trabalho de seus pais. Seus colegas de trabalho e a rede de lojas eram sua verdadeira família. Algumas pessoas podiam até considerar a idéia meio decadente, mas ela própria a considerava muito confortadora.

Com um movimento preciso, fechou o zíper do vestido. Uma parte de sua responsabilidade com relação ao trabalho dizia respeito às funções sociais da empresa. Por isso teria de comparecer àquele baile. A outra parte do "trabalho" significava ter um acompanhante apropriado, já que era o que todos esperavam. Pelo menos dessa vez sua tia não demonstrara nenhum interesse real em aproximá-la de seu acompanhante. Ao longo das horas seguintes, tudo com que teria de se preocupar seria em manter uma conversa superficial com Kwon Hyuk. Nada mais, nada menos. De qualquer maneira, tinha um ponto a seu favor: nunca fora tímida para conversar com estranhos. Aproximando-se da penteadeira, pegou um par de brincos com pingentes de pérolas e brilhantes. LaRa ainda pretendia morar ali por algum tempo, até conseguir ter seu próprio espaço. Felizmente, seus pais haviam decidido passar algum tempo em Nova York. Pelo menos lhe restariam alguns dias de paz até que eles decidissem voltar e tentar mandar em sua vida. Essa sempre fora a parte mais difícil que ela enfrentara ao lidar com eles. Enquanto escolhia um dos perfumes, deu-se a liberdade de pensar, ainda que por um instante, em quanto daria tudo para passar uma noite tranquila em casa, vestida com um pijama confortável e lendo um bom livro em sua cama. Havia acabado de sair de um turno de dez horas. Seus pés estavam doendo, sua mente exausta e seu estômago vazio. Decidindo deixar aqueles "meros detalhes" de lado, virou-se mais uma vez para o espelho inteiriço. O vestido longo emoldurava seu corpo com perfeição, deixando-a atraente e feminina ao mesmo tempo. O toque final de sofisticação ficava por conta da parte superior do modelo, que mostrava seus ombros nus. Com cuidado, vestiu o casaquinho bordado com pérolas, colocou os sapatos forrados com cetim branco e verificou o conteúdo de sua pequena bolsa de mão feita de madrepérola. Ao ouvir a campainha, suspirou com desânimo. Pelo menos ele era pontual, pensou. Lembrava-se vagamente de haver conhecido Dean durante a infância. Ao ser apresentada ao pai dele, ficara nervosa e impressionada demais para prestar atenção a qualquer outro detalhe. Porém, ouvira falar dele ao longo dos anos. Dean era um artista, lembrou a si mesma, enquanto descia a escada. E pertencente à escola moderna, que ela nunca fizera muita questão de entender. Suas preferências se voltavam para o clássico em todos os sentidos. Teria sido mesmo verdade que ele e uma bailarina haviam tido um relacionamento escandaloso alguns anos antes? Ou teria sido uma atriz? Bem, não valeria a pena ficar se questionando a respeito disso. De qualquer maneira, ele não devia ser lá muito atraente, já que precisara da ajuda da madrinha para encontrar uma acompanhante para um baile de sábado à noite. Ensaiando seu melhor sorriso, LaRa se adiantou e abriu a porta. De fato, somente os anos de disciplina adquirida em uma escola suíça de freiras impediram-na de arregalar os olhos e ficar boquiaberta. Aquele homem estonteantemente bonito, trajando smoking, com cabelos de príncipe encantado e olhos que pareciam capazes de ler sua alma, precisara mesmo da ajuda da madrinha para encontrar uma acompanhante? Ah, aquela história estava muito mal contada.

— Nam LaRa? - "Só posso estar na casa errada", foi tudo que Dean conseguiu pensar. Aquela mulher, cuja aparência era muito delicada, não se parecia nem de longe com a imagem da menina franzina que ele trazia na lembrança. Os cabelos loiros em ondas sedosas sobre seus ombros. Deus, ele estava diante de um anjo! Justo ele, que se considerava um grande pecador. Talvez o paraíso houvesse decidido lhe dar uma chance. Fitando o rosto de traços perfeitos, e sentindo-se hipnotizado pelo brilho inteligente daqueles olhos, continuou esperando por uma resposta.

LaRa se recuperou da surpresa mais do que depressa e estendeu a mão para ele, mantendo o sorriso. — Sim, sou Nam LaRa. E você é Kwon Hyuk, certo?

— Apenas Dean.

— Dean então. - Normalmente, LaRa o convidaria para entrar e cumpriria o papel de anfitriã por alguns minutos, para terem a chance de ficar mais à vontade na companhia um do outro. No entanto, não se sentiu segura o suficiente para fazer isso com ele. Dean era atraente demais para sua paz de espírito. Deliberadamente, deu um passo adiante e fechou a porta atrás de si. — Vamos?

— Sim, claro. - Enquanto andavam em direção ao carro, Dean passou um lenço discretamente pela testa. Pelo visto, teria uma longa noite pela frente.

Assim que olhou para o excêntrico carro esporte estacionado diante da casa, LaRa se perguntou como conseguiria entrar nele com aquele vestido. Não se lembrava de ter feito nenhum curso de contorcionismo nos últimos tempos. "Oh, tia Myra, o que você foi me arranjar desta vez...", lamentou com um suspiro.

 


Notas Finais


Eu não tenho muito o que falar ~~~
Obrigado aos favoritos ^^ estão gostando??


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...