História Trouble boy (Imagine Inosuke Hashibira) - Festival

Algumas semanas se passaram desde o meu encontro com Inosuke, e por incrível que pareça, nós acabamos nos aproximando um pouco mais desde então. 

O dia do festival da escola havia finalmente chegado. 

Todos pareciam entusiasmados com o tal evento. Admito que até mesmo eu estava um pouquinho animada, já que festivais não eram tão comuns na nossa escola. 

Antes eles ocorriam todos os anos, até que... Um acidente aconteceu. Um acidente que marcou a escola Slayer, para sempre. 

Foi um pouco antes de eu entrar para essa escola. Estava tendo um festival sobre as matérias escolares que os alunos aprendiam. 

No laboratório de química, enquanto um aluno tentava fazer um experimento com o auxílio de um professor, acabou misturando algumas substâncias altamente inflamáveis que juntando com outros componentes, causavam reações explosivas. 

E assim, a parte oeste do prédio da escola foi tomada em chamas. 

Aparentemente ninguém morreu, e se morreu, eles não divulgaram na mídia. Apenas divulgaram que diversas pessoas sairam com ferimentos graves. 

Bom, acredito que após anos depois do ocorrido, a escola está pronta e preparada para fazer um festival novamente. 

Este festival, em específico, é sobre as culturas de outros países. 

Minha sala acabou ficando com a cultura da Austrália. 

Eu não achei tão ruim assim. Amo saber que tudo que vem de lá é projetado para matar, como aquelas aranhas gigantes, ou os lagartos.. mas tem os fofos também, como coalas, ou as calopsitas. Fofo, fofo!!

Estava caminhando pelos corredores lotados de pessoas, junto de Tanjiro, Zenitsu, e é claro, Inosuke. 

Estávamos indo atrás da sala da Nezuko para podermos ver como havia ficado as decorações. 

Como a garota é dois anos mais nova que nós, ela está na nona série, enquanto nós estamos no primeiro ano do ensino médio. 

A sala da Nezuko ficou com a cultura norte americana, o que me fez ficar com um pouquinho de inveja. Embora não goste muito dos Estados Unidos, a cultura é até que interessante, sem falar na gastronomia maravilhosa e nem um pouco saudável. 

Eu amo um bom prato típico japonês, mas céus, eu poderia muito bem trocar isso para comer batata frita e hambúrgueres todos os dias. 

Brincadeira, brincadeira, não quero morrer aos trinta anos de idade. 

Estava me deliciando com as amostras gastronômicas da sala da Nezuko. Se me deixassem, eu ficaria a tarde inteira ali, só para comer sem parar. 

Enquanto eu estava comendo delicadamente, eu me viro para Inosuke e vejo o mesmo enfiando um punhado de batatas fritas na boca, ainda mastigando tudo de boca aberta. 

Eu iria o corrigir, porém, Tanjiro fez isso primeiro, fazendo aquele mesmo discurso de sempre, dizendo para ele ter modos e.. enfim, o mesmo de sempre. 

Nós ficamos a tarde inteira indo de sala em sala, provando pratos diferentes, tirando fotos, interagindo com pessoas. 

Foi um evento divertido, porém cansativo. 

No final do dia, eu já não estava mais aguentando minhas pernas, e acredito que os garotos ao meu lado também não. 

Estávamos todos do lado de fora da escola, esperando todos os convidados irem embora para que pudessemos ajudar a arrumar a escola. 

Eu me sentei num banco abaixo de uma árvore de Glicínia. 

Inosuke fez o favor de se sentar bem ao meu lado e me usar de travesseiro. Em questão de poucos minutos, ele estava dormindo. 

Por mais que eu queira o atirar contra o chão por ser um folgado, ainda sinto uma leve compaixão por ele, e sei que ele está tão cansado quanto nós estamos. 

Zenitsu, por sua vez, se sentou aos pés de uma árvore ali perto e pôs-se a tirar um cochilo. 

Os únicos que não estavam dormindo ainda eram eu e Tanjiro. 

O garoto ruivo não poderia pegar no sono no momento, por estar carregando Nezuko adormecida em suas costas. 

— Eu não acredito que ainda vamos ter que ajudar a limpar depois que todo mundo for embora. — Digo desanimada olhando para Tanjiro, o mesmo assente com a cabeça. 

Ao menos nós tivemos alguns bons minutos para descansar. 

Assim que todos os convidados foram embora, o professor Tomioka veio nos chamar para irmos ajudar a limpar nossa sala de aula. 

Lá fomos nós, todos desanimados e esgotados, sem nem um pinguinho de vontade de ter que arrumar aquela sala de aula que muito provavelmente estava uma zona. 

Estávamos quase adentrando de volta no prédio da escola, quando o professor Tomioka nos chamou, nos fazendo parar onde estávamos. 

Ele propôs que nós voltássemos para casa e ele daria um jeito de arrumar tudo sozinho, provavelmente por ter ficado com pena de nossas faces exaustas. 

Mesmo com este ato de gentileza, eu não acho que isso seja justo com ele. Mesmo que eu esteja cansada, eu consigo sim ir até lá e arrumar tudo. 

Eu fico com pena de Tanjiro e Nezuko, que além de ter sido um dos alunos que mais ajudou na apresentação de hoje, ainda está carregando Nezuko nas costas só para que a mesma pudesse dormir em paz. 

Zenitsu também trabalhou duro hoje, embora tenha ficado boa parte do tempo se escondendo atrás de mim, dizendo que estava com medo de apresentar a história da Austrália na frente de um monte de gente, ele deu duro para ajudar com as decorações da sala, tanto que até o vi carregando duas mesas de uma vez só. 

Os únicos que não haviam feito nada de mais eram eu e Inosuke. Claro, que original. 

— Professor Tomioka. — Levanto minha mão no intuito de chamar sua atenção. — Eu e o Inosuke vamos ficar para limpar a sala. — Digo com uma expressão séria. 

— É o quê??? — Questiona o menino, já revoltado pela minha sujestão. 

— Eu e ele não fizemos nada de mais durante as apresentações da nossa sala, e eu não acho justo o senhor ter que arrumar tudo sozinho. 

O maior apenas assentiu com a cabeça, parecendo não se importar muito com a minha  decisão, mas talvez no fundo ele estivesse contente com aquilo. 

A sala já estava quase totalmente arrumada, só restava colocar mais algumas mesas nos lugares. 

Todos os outros alunos que haviam ficado para ajudar já haviam ido embora por já terem terminado a sua parte. 

Os únicos imbecis que ainda não haviam terminado eram eu e o maldito Inosuke, que parecia ter um ímã em mim, pois para onde eu ia, ele ia atrás. 

Estava varrendo o chão enquanto ele arrumava as mesas. 

Por mais que varrer o chão não fosse nada de mais, estava me dando um sono desgraçado. 

De repente eu me vi parada no meio da sala, apoiando minha bochecha no cabo na vassoura, meus olhos foram ficando cada vez mais pesados, até que eu estivesse dormindo em pé. 

O moreno acabou notando eu ali, dormindo em pé no meio da sala. 

Se fosse algum garoto gentil e talvez até com um cérebro, claramente iria me acordar com ao menos um pingo de gentileza, mas Inosuke não era assim, ele me acordou agarrando meus ombros e me chacoalhando como se eu fosse um chocalho. 

Eu automaticamente acordei assustada, olhando para aqueles malditos olhos esverdeados que me encaravam constantemente, enquanto seus lábios projetavam um maldito sorriso de alguém que havia adorado o que havia feito. 

Eu odeio esse garoto com todas as minhas forças. 

— Pra casa, nanica!! — Ele exclama. Para alguém que estava a mais de dezesseis horas sem dormir, ele estava totalmente animado e entusiasmado. 

Eu o segui a passos lentos até a estação de trem, já que estava quase dormindo enquanto caminhava. 

Já no vagão de trem, indo em direção a estação que ficava perto da minha casa, eu acabei adormecendo mais uma vez. 

Minha cabeça acabava pesando e me fazendo quase cair da maldição do banco do trem. 

Fiquei assim por alguns minutos até que Inosuke, por incrível que pareça, teve a gentileza de encostar minha cabeça em seu ombro, assim permitindo que eu pudesse dormir tranquilamente. 

Ok, talvez eu não odeie ele tanto assim...