História Trouble boy (Imagine Inosuke Hashibira) - Cuidados

Eu estava estatelada no chão, olhando para cima e vendo um garoto extremamente alto olhando e rindo para mim. 

Minhas coisas estavam espalhadas pelo chão, desde minha mochila, até o milkshake que estava tomando no caminho para a escola e o meu celular. 

O garoto continuou zombando de mim e me chamando dos piores nomes possíveis. O motivo? Eu me recusei a passar meu número de telefone para ele, para que o mesmo pudesse receber as respostas de um trabalho que deveriam entregar hoje. 

Eu achei que iria desferir mais um tapa em meu rosto, pois o vi afastar sua mão para tomar impulso e fazer com que fosse mais doloroso. 

É claro que eu tentei me defender, e foi assim que vim parar ao chão, sem nem ao menos ter o que fazer mais para fazer aquele imbecil se afastar de mim. 

De repente, o meu desespero esvairou-se no ar, após ouvir a voz alta e grossa de Inosuke ecoando pelo corredor. 

Foi como se eu tivesse piscando e uma briga feia entre o garoto que me agrediu e Inosuke tivesse se iniciado. 

Eu arregalei minhas orbes (cor) ao ver o garoto moreno, vulgo Inosuke Hashibira, receber um golpe diretamente no estômago. 

Antes que eu pudesse ver o desfecho daquela briga, eu já estava sendo levada para outro lugar aos prantos com a ajuda de Tanjiro e Zenitsu, que seguravam minha mão e me guiavam para andar só para frente, me impedindo de olhar para trás. 

Os dois me levaram até o cantinho das árvores de Glicínia onde sempre passava os intervalos, acreditando que aquele lugar me acalmaria ao menos um pouco. 

Alguns minutos depois, ao aparentar estar menos nervosa e tensa, os garotos iniciaram uma sessão de perguntas sobre o que havia acontecido. Respondi tudo da melhor forma possível para que eles compreendessem. 

Após as aulas se iniciarem, eu não pude ver se Inosuke estava bem, pois ele não estava na sala de aula. 

Pude ouvir alguns alunos murmurando que ele havia ido para a diretoria, já outros diziam que ele havia ido parar na enfermaria. Eu não sei exatamente em quem acreditar, apenas fico na expectativa do intervalo chegar logo para que eu possa ir atrás dele. 

Enquanto estava perdida demais em meus pensamentos, sem parar de me questionar se ele estava bem, tive a brilhante ideia de mandar mensagem para ele. 

Acabou por ser inútil, já que ele não me responde, nem ao menos visualiza minhas mensagens...

As três primeiras aulas que tínhamos antes do intervalo pareceram durar uma eternidade. Por conta da minha ansiedade, eu olhava o relógio do meu celular de minuto em minuto só fazendo com que demorasse cada vez mais. 

Finalmente quando o sinal tocou, eu saí daquela sala de aula numa velocidade absurda, deixando Tanjiro e Zenitsu se entreolhando com um leve olhar de preocupação. 

Eu comecei a andar pelos corredores de todos os andares, porém aquele imbecil não estava em lugar nenhum.

Cheguei a perguntar para algumas pessoas que o conheciam, mas ninguém havia visto o garoto com cabelos de egirl. 

Estava extremamente preocupada e frustrada por não conseguir achar ele e por nem ao menos saber onde ele estava. 

Eu cheguei ao último andar da escola, o terraço, onde algumas pessoas costumavam ir para passar o intervalo, mas era bem mais vazio que o pátio. 

Ao cruzar a porta acinzentada com uma pequena janelinha de vidro para visualizar o lado de fora, eu abri um sorriso ao vê-lo encostado na grade de proteção do terraço, que impede que algum aluno louco se jogue lá de cima. 

— Te achei! — Ainda com um sorriso, eu fui a passos rápidos até ele. 

Estranhei o fato dele estar milagrosamente com seu uniforme escolar abotoado, mas segui até estar de frente para ele, olhando em seus olhos, e talvez, as vezes desviando o olhar para seus lábios sem que nem mesmo eu percebesse. 

Ele estava com um corte pequeno no canto dos lábios, juntamente com a bochecha direita e os punhos ralados. 

— Você... está bem..? — Não me controlo em levar minha mão delicadamente até sua bochecha esquerda, onde não estava machucado. 

Ele não me responde, fica em completo silêncio com os olhos vazios olhando para o nada. 

— Fica aqui, eu já volto. — O deixo ali e vou correndo atrás de minha mochila, onde haviam alguns band-aid e mais alguns itens para tratar de machucados. Por que eu tenho isso na minha mochila? Quando era mais nova, eu era o cúmulo do desastre, vivia caindo e me ralando inteira, portanto comecei a levar esses kits para qualquer lugar que eu fosse. Quando percebi, havia virado um hábito, e de qualquer forma, é útil de vez em quando.  

...

— Ai!!! Tá doendo!!! — Resmunga ele enquanto passo um algodão com álcool nos ralados de seu punho. 

— É claro que vai doer! — Puxo sua mão para continuar passando o algodão com álcool. — Fica com a mão parada!

— Não! — Ele continua puxando sua mão, quase me derrubando do banquinho onde estamos sentados agora. 

— Para de ser mole, Inosuke, isso não é nada. 

— Eu não sou mole!!! — Ele estendeu sua mão e passou a aguentar a dor caladinho. 

Eu continuei limpando os machucados dele, enquanto perguntava sobre a briga de hoje mais cedo. 

Ele disse que após alguns poucos minutos de briga, alguns alunos do terceiro ano separaram ele do garoto que me bateu, pois ele mesmo já estava exagerando na quantidade de socos que estava dando no bastardo. Vendo o estado de seu punho, eu acredito nele. 

— Ele te deu um soco no estômago, não foi? — Questiono calmamente enquanto limpo os machucados de sua bochecha. 

O moreno ficou mais sério e desviou o olhar, antes de confirmar e desabotoar seu uniforme, mostrando um belo hematoma na região de seu estômago. 

— Aquele bastardo... — Ele para de falar ao me ver colocando um band-aid com estampa da Hello Kitty no local do hematoma. O garoto ficou totalmente calado por alguns segundos e encarou o band-aid. — Que merda é essa, (S/n)??? — Ele grita, me fazendo rir alto, colocando as costas da mão a frente da minha boca. 

— É fofo, combina direitinho com você. — Digo entre risos, fazendo ele ficar mais bravo ainda. 

— Tira isso de mim!! Tira!!! — Ele mesmo arranca o band-aid, logo resmungando de dor por conta de ter retirado muito rápido. — Culpa sua!!!

Eu levo minhas mão até a barriga, estava rindo tanto que a fez começar a doer. 

— Para de rir!!! 

— Desculpa, desculpa... — Eu tento me recompor, mas a cara dele irritada só me faz rir mais ainda. 

Depois de provavelmente mais um minuto tentando parar de rir, falhando miseravelmente, eu finalmente consegui me recompor, limpando os cantos dos olhos cheios de gotículas de lágrimas, sim, eu chorei de tanto rir. 

Meu peito subia e descia por conta do cansaço de ter rido sem parar por alguns minutos. 

Eu olho para Inosuke, ele estava emburrado e olhando para o lado. 

— Você 'tá bem? — Me aproximo um pouco mais dele, cruzando minhas pernas, apoiando meus cotovelos nos joelhos e apoiando o queixo nas mãos. Parecia olhar para ele com um olhar de quem estava o provocando e desafiando para uma briga, mas eu realmente só queria saber como ele estava. 

— Eu 'tô bem! — Ele diz de forma rápida, sem olhar para mim.