1. Spirit Fanfics >
  2. Trouxa aos 21 - Park Jimin (BTS) >
  3. Merda de pai

História Trouxa aos 21 - Park Jimin (BTS) - Merda de pai


Escrita por: Kymurah

Notas do Autor


Oi♡
Nos vemos nas notas finais...

Capítulo 64 - Merda de pai


Fanfic / Fanfiction Trouxa aos 21 - Park Jimin (BTS) - Merda de pai

Por Valentina.

- Como assim não? Tenho certeza de ter mandado uma mensagem avisando que viria aqui hoje... - eu tentava falar com o moço da recepção.

Eu sabia que essa ideia idiota de visitar meu pai não iria dar certo. Depois de todo esse tempo longe passando por tudo de ruim e ele sequer moveu uma palha para me ajudar. Chegava a doer no peito. De verdade. Ele me trocar assim por aquela mulher ridícula, também conhecida como madrasta, faz eu sentir como se nossa família sequer tivesse existido de verdade. E logo hoje, que queria apresentar Taehyung para ele, me sentia péssima por trazer o garoto em vão naquela tarde. Suspirei pesado, desistindo de argumentar contra o porteiro. Era o mesmo prédio de sempre, na cobertura, mas parece que não tinha mais lugar para mim ali. O barulho do elevador me fez sair dos meus devaneios e então as portas se abriram. Os quatro conversavam normalmente como uma família feliz. Meu pai estava lá, o cabelo grisalho demais do que eu lembrava, o mesmo estilo de roupa de sempre com sua blusa laranja escuro. Ele adora laranja escuro. Deve ser por isso que se apaixonou pela minha mãe, já que ela era ruiva. Assim que nossos olhos se encontraram pude sentir algo a mais se formando em meu peito. Tinha toda a angústia de estar longe de seus braços calorosos por tanto tempo, e bem ali, na minha frente, a chance para finalmente matar toda aquela saudade que sentia do homem. Mas não foi bem isso que aconteceu. Eles pareceram surpresos demais com minha figura projetada em sua frente. Encararam uns aos outros, cochicharam algo entre si e passaram ao meu lado seguindo caminho. Vi meu pai me olhar de canto, um tanto desconfortável com minha presença sem me dirigir sequer uma palavra:

- Como você pode fazer isso comigo? - perguntei chamando sua atenção.

- Ah, Valentina... Por quê não conversamos outro dia, ok? - ele perguntou tentando fazer com que o assunto fosse o mínimo possível, olhando para os lados apreensivo.

- Você concordou em nos receber hoje, lembra? - perguntei tentando acalmar meu tom de voz. Só a presença daquela mulher ordinária já me deixava nervosa.

- Ah, mas hoje temos um compromisso... - ele tentou explicar e foi interrompido por ela.

- Um encontro de famílias do sindicato. Fomos convidados a participar... - ela comentou entrando na conversa.

- Ótimo, vamos juntos. - sugeri tentando aliviar a situação com um sorriso, Taehyung olhando tudo lá de trás.

- Não! - a madrasta quase gritou se pondo entre mim e meu pai. - Quer dizer, é em família e não tem convites para todos. 

- Filha, vamos fazer do jeito que eu pedi, ok? - o velho tentou aliviar o clima ali, procurando as palavras certas para não parecer grosseiro.

- Pai... - eu estava quase implorando para que ele desistisse daquilo e ficasse comigo pelo menos uma vez depois de tanto tempo. 

- Estamos atrassados querido... Vamos? - sua voz azeda me fez querer vomitar enquanto entrelaçava seus braços com os de meu pai, num ato nítido para mostrar sua superioridade. 

- Desculpe, hun? - o homem sorriu minimamente encostando no meu braço.

Após o simples toque eles voltaram a seguir caminho. Os dois filhos da mulher riram de mim, olhando com prazer a cena. Esnobes de merda. A raiva cresceu em meu peito e não consegui segurar as palavras:

- Você mudou tanto que nem te reconheço... - gritei para o velho já longe que olhou para trás confuso, com a mulher ao seu lado apressando-o.

Sumiram dentro de um carro parado na frente do estabelecimento e tomaram rumo. O homem me encarando da janela, sem dizer uma palavra. Nem sabia o que pensar de tudo aquilo, era o meu pai e eu só queria que as coisas dessem certo hoje. Taehyung se pôs ao lado fitando meu rosto cabisbaixo:

- Tudo bem com você? - ele perguntou ouvindo o primeiro soluço.

Taehyung me cobriu com seus braços carinhosos, seus ombros largos me acolhendo como se eu fosse um bebê. Puxou meu rosto contra seu peito para que as pessoas não vissem minhas lágrimas. Era doloroso demais e ele sabia disso, eu poderia dizer tantas coisas e reclamar de tudo, talvez até chutar a primeira lixeira que visse pela frente mas nada parecia tão cosolável como seu abraço. Ele não disse nada, apenas esperou eu me recompor acariciando meu cabelos e cantarolando algo. 

Saímos dali um tempo depois indo até a praia para sentir a brisa do mar, compramos sorvete e ficamos sentados na areia:

- Desculpa por hoje... - disse cortando nosso silêncio. - Eu não sabia que iria ser assim...

- Por quê está se desculpando? A culpa não foi sua, Valentina. Não precisa se sentir assim por minha causa, eu gostaria de ter conhecido ele e ter feito as coisas na ordem certa, mas isso não vai mudar nada. Se ele não me conhecer ou não gostar de mim, eu vou continuar contigo, ao teu lado, eu quero te fazer feliz. - ele beijou minha bochecha me olhando com um sorriso no rosto logo depois.

- V... - apertei seu nariz carinhosamente feliz por suas palavras reconfortantes.

Taehyung era um doce por completo. Sempre dizia coisas bonitas e me tratava bem, mas nada exagerado, era sempre na medida certa. Me fazia rir com suas brincadeiras, eu me sentia segura em seus braços acolhedores, e completa com seus beijos quentes. Não imaginei que depois de tudo eu fosse tornar a gostar de alguém. Mas ele veio na hora certa e transformou minha vida:

- O quê você está olhando? - ele perguntou lambendo o sorvete que já derretia. 

- Para essa sua cara de palhaço! - sujei seu rosto com meu sorvete e ele me encarou surpreso, assistindo-me correr para longe de si.

- Você não fez isso... - ele disse sorrindo incrédulo e se levantando.

- Ah meu Deus! - disse me afastando da sua presença perigosa.

- Você vai ver! - ele me alcançou facilmente pegando-me por trás e me abraçando por completo. - Não vou te largar nunca...

- V... - disse manhosa virando para si e encarando sua boca. Ele mordeu-a para me provocar e ganhou um beijo por isso.

Durante seu estado de distração aproveitei para passar o sorvete pelo seu queixo e saí dos seus braços correndo satisfeita. Taehyung estava sorrindo de longe enquanto tentava limpar o rosto com a blusa:

- Ya! - ele gritou correndo em minha direção.

Durante o caminho para casa ouvi Taehyung cantar algumas músicas enquanto dirigia. Era tão bonito vê-lo concentrado em algo, principalmente quando cantava involuntariamente. Eu acompanhava a melodia com um simples balançar de cabeça olhando a paisagem pela janela. Tudo aquilo quase me fazia esquecer do que aconteceu mais cedo, quase. Meu celular tocou de repente assustando nós dois. O aparelho temia no banco de trás e me estiquei para pegá-lo:

- Alô? - disse confusa sob o olhar curioso de Taehyung. - Quem? Marcos? - tentei lembrar enquanto recebia as informações pelo telefone. - Ah, claro que lembro! 

Ouvi atentamente o que ele dizia e aos poucos o sorriso ia desaparecendo do meu rosto. Marcos estava na tal reunião do sindicato e depois de conseguir meu número com alguém conhecido decidiu me ligar para contar sobre o que anda ocorrendo. Ele disse que meu pai estava com uma dívida enorme com o sindicato porque ele (ela) sempre tirava muito dinheiro da conta, e que por pouco ele não foi expulso. Eu sei o quanto é importante para ele já que foi praticamente a vida inteira se dedicando naquilo. Senti a raiva invadir meu peito novamente, não suportava mais aquela mulher de jeito algum:

- Taehyung nós vamos sair! - disse por fim recebendo um sorriso satisfeito do garoto.

Quebra de tempo.

Enfim chegamos ao lugar da reunião, cerca de uma hora e meia de atraso mas, quem se importa? Minha arrumação breve não era de reclamar. O vestido azul caiu perfeitamente para aquele ambiente tão formal. Taehyung para combinar comigo escolheu um terno azul marinho, e mesmo que estivesse morrendo de calor ainda fez mais aquele sacrifício por mim:

- Deixa eu ajeitar essa gravata direitinho. - disse agarrando sua gola e dando os últimos toques na peça.

Vi sua língua desenhar suavemente uma linha por toda a extensão dos seus lábios, deixando o lugar mais umidecido. O sorriso de canto surgiu em sua boca quando me viu completamente encantada por si, parando aos poucos tudo que estava fazendo para me aproximar dele, em busca de seus lábios:

- A gente não deveria entrar? - ele perguntou me olhando nos olhos.

- Ah, sim! - me afastei de si rapidamente tomando conhecimento dos meus atos e até envergonhada por isso.

Estávamos bem na entrada do ambiente onde algumas pessoas entravam e saiam toda hora, e o engraçado é que a segundos atrás elas sequer pareciam existir para mim quando me perdi nos traços do moreno. Este passou o braço pelo meu e entrou porta a dentro, o saguão espaçoso chamava atenção e olhei a volta por alguns segundos procurando um rosto conhecido. Lá estava ele, Marcos, que me ligara a pouco tempo, com um semblante sério e preocupado:

- Vamos entrar... Eles estam numa mesa bem a frente do palco...

Assim fizemos, sentamos na mesa com Marcos e seus colegas onde, de longe, poderíamos ver os quatro na mesa mais a frente. Os dois filhos mexendo no celular, a madrasta conversando alguma bobeira com uma velha de classe alta e meu pai prestando atenção no que o homem dizia à frente:

- Conheço você e entendo que nunca deixaria isso passar, de forma alguma. Mas temo que se machuque mais ainda por causa dessa história, e eu, mais do que ninguém, não quero te ver chorar... - Tae acariciou meus cabelos delicadamente com um semblante preocupado.

- Tudo bem, não sei como posso impedir isso, mas tenha certeza de que eu vou... - sorri agradecida pela preocupação do maior, encarei a mesa soltando um suspiro para enfim me aproximar. - Olá família!

- O quê você está fazendo aqui? - a maravilhosa madrasta foi a primeira a se pronunciar enquanto todos ao redor me encararam nervosos e surpresos.

- Pare com isso estão todos olhando... - meu pai disse acalmando a mulher que apertava o guardanapo com convicção.

Sentei na cadeira à sua frente e cruzei as pernas, pegando uma taça de champanhe e tomando um gole generoso.

- O quê você pensa que está fazendo aqui? - ouvi a garota loira perguntar assim que tirou olhos do celular.

- Valentina... - meu pai lamentava ao respirar fundo.

- Quanto você quer? - perguntei sem desviar os olhos da mulher avermelhada à frente.

- Do que você está falando? - ela perguntou se fazendo de desentendida.

- Eu perguntei quanto você quer para extorquir outro homem. - depositei a taça sobre a mesa.

- Com quem você pensa que está falando? - meu pai levantou a voz batendo sobre a mesa.

- Com a mulher que você casou, pai. Não sei o que aconteceu contigo, se não entendeu a situação ainda ou se está ignorando porque quer. A gente não tem mais uma relação de pai e filha e até entendo que você não me queira mais por perto, porém, não posso simplesmente te ver indo para o fundo do poço e ficar apenas olhando tudo de longe. Eu não sou tão ingrata a esse ponto... - disse irritada, tentando manter as aparências de uma conversa civilizada por mais que não estivesse funcionando.

- Essa... - a madrasta se pronunciou avermelhada. Abanando o rosto com a bolsa extremamente cara.

- Você não tem o direito de voltar aqui depois de tantos anos e me dizer o que devo fazer ou não da minha vida, Valentina. - ele disse respirando pesado.

- Ela está gastando todo o seu dinheiro com coisas fúteis! - eu disse irritada com sua fala mansa. Como ele pode ignorar o ponto vital da conversa? Eu não sou a culpada aqui! - Não tem doações para caridade ou ONGs, apenas jóias, imóveis e roupas caras! Será que não ver isso?

- Como você tem coragem de vir até aqui para me depreciar? - ela bateu na mesa chamando atenção de todos.

O cerimonialista assustou-se com a ação e pigarreou, tentando voltar ao assunto da reunião enquanto todos ainda olhavam para nossa mesa intrigados e curiosos. Meu pai parecia ainda mais irritado enquanto a mulher vermelha de raiva decidiu se pronunciar alto o suficiente para todos, que ainda nos olhavam, entenderem o que estava acontecendo:

- Essa filha ingrata, nunca visita seu pai e quando vem causa toda essa confusão. Estou tão triste, achei que pudéssemos ter um encontro como uma família normal. - ela suspira melancólica, vaca. - Você precisa entender que seu pai já está mais velho, precisa de cuidados, que não deve se estressar dessa forma e que você já é grandinha e pode trabalhar com suas próprias mãos, conseguir seu próprio dinheiro, ok? 

- Quê? - perguntei confusa ouvindo tudo com a respiração ficando cada vez mais difícil.

- Olha para você atrapalhando uma reunião tão importante como esta! Não tem vergonha pelo seu pai? - vi algumas pessoas ao longe concordando com a cabeça. - Esse comportamento completamente agressivo e impaciente, igualzinha a sua mãe, parece até que não tem educação o suficiente para se portar num ambiente desses... Agora mesmo percebo essa enorme semelhança entre vocês duas...

Inflei o peito em busca de ar e procurei qualquer ação por parte de meu pai, mas este apenas mantinha a cabeça entre as mãos, talvez rezando para tudo aquilo não ser real. Como podia simplesmente ver aquela víbora falar da minha mãe daquela forma e não dizer absolutamente nada? Esse é realmente meu pai? Não é possível...

Tudo parecia nublado na minha mente, uma sensação desconfortável por conta de tantos olhares constrangedores e cheios de reprovação. Eu era a culpada. A sensação angustiante como se um bolo estivesse se formado na minha garganta dificultando a respiração, que parecia quase impossível agora.

  Decepção.

Lembro-me vagamente de seu cheiro adocicado e seus cabelos ruivos sendo puxados pelas minhas mãos minúsculas. Uma mulher tão incrível sendo tratada daquela forma suja. Minha mão automaticamente invade a mesa sentindo a textura macia da toalha de mesa e encontrando a taça gelada de champanhe logo a frente. Meu corpo se ergue de uma vez, empurrando a cadeira para trás num impulso e erguendo a taça. Vi o líquido descer numa cascata alcançando os cabelos loiros e arrumados da mulher abaixo, que agora se encolhera numa tentativa de evitar aquele contato. Todos se afastaram da mesa para não se molhar enquanto as pessoas ao redor se espantaram com minha ação. Meus olhos marejados e a boca quase travada me deixou apenas dizer:

- Não ouse falar dela dessa forma! NÃO OUSE! 


Notas Finais


Eu sei. Eu juro que eu sei. Tudo bem se quiserem me matar agora, mas assim, piedade. 🙇🙇🙇🙇
Faz o quê, uns duzentos anos sem atualização?... ME DESCULPEM!
De verdade eu não fazia a mínima ideia do que fazer, fiquei pensando por um bom tempo e veio provas, trabalhos, tudo enquanto e acabei deixando isso de lado. ;-;
Não farei promessas ou previsões de quando sai o próximo, porque nunca sai como eu quero...
Mas assim vou postar em breve então não desistão de mim! 😢🙇😞
Eu fiquei bastante no casal JiminXalice mas agora vou mostrar um pouco mais o quê está acontecendo com os outros. Vou me esforçar o máximo para fazer capítulos melhores e agradar vocês! 💝
Então é isso... comentem o que vocês acharam e até qualquer outro dia 😔


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...