História Trouxa aos 21 - Park Jimin (BTS) - Nós três.

Por Sophia.

Corria pelas calçadas ainda com o celular em mãos, o chat com Alice aberto, suas mensagens me dizendo que todos estavam voltando para a Coreia hoje. Eu tinha me perdido nos meus "problemas" que sequer lembrava que tínhamos que voltar. Tive muitas conversas com meus pais esses dias, assuntos que nunca imaginaria que um dia fossêmos tocar. Eles foram muito compreensíveis comigo durante toda essa semana e fiquei muito feliz ao ver minha mãe tão animada.

E acabei esquecendo que havia um prazo. 

Hoseok, tínhamos que conversar mais que tudo e eu nem tinha certeza se eles ainda estavam no Brasil ou se eu cheguei tarde demais. Atravessei a rua correndo e parando na calçada esbranquiçada, encarado o portão por alguns segundos, para enfim tomar coragem de abrí-lo e adentrar.

Ele está...

Ele não está...

Ele está...

Ele não está...

Sentia como de todos pudessem ouvir meu coração que batia descompassado a cada passo que eu dava dentro daquela casa. Sentia minhas pernas tremerem por todo esse esforço repentino, passei muitos dias fazendo absolutamente nada em cima de uma cama e correr assim, não foi uma boa ideia.

Os cômodos escuros e o silêncio da casa já respondiam todas as minhas dúvidas...

Ele não estava....

A cozinha vazia e completamente limpa me fez soltar um suspiro de frustação, eu queria tanto vê-lo. Sentei no sofá da sala vazia vendo a cortina da janela se mover com a ação do vento que fazia uma festa lá fora. Olhei para todos os lados me encontrando completamente sozinha e senti um nó se formar na garganta. Peguei o celular e mandei algumas mensagens para Alice:

Eu: " Por quê não disse antes?" - 08:32 am. Recebida.

Eu: " Se tivesse dito eu iria com vocês..." - 08:32 am. Recebida.

A essa hora deveria estar no avião e não pude evitar soltar um grunido de chateação. As coisas continuavam acontecendo da forma errada e me sentia mal por isso, sequer consegui ter uma conversa normal com Hoseok e isso me chateava:

- Hoseok seu idiota... - disse pendendo a cabeça para trás e batendo no estofado do sofá me permiti encarar o teto.

- Eu sei... - sua voz rouca ecoando na sala me assustou de imediato e quase pulei do sofá ao vê-lo entrar no cômodo.

- Hoseok! Você....! - eu estava tão surpresa que as palavras não conseguiam se encaixar direito e meu corpo parecia agir por si, indo em direção ao garoto automaticamente.

Ele me contornou com seus braços largos apertando-me forte contra si, como se quisesse ter certeza que eu realmente estava ali. Afoguei meu rosto em seu peitoral e inspirei seu cheiro, o mesmo perfume amadeirado de sempre, minhas mãos passavam pelo seu corpo lentamente sentindo suas formas. Hoseok beijou minha testa demoradamente e fechei os olhos com seu toque:

- Por quê.... - disse receosa mas continuei. - Por quê ainda está aqui? Achei que tivesse que ir à Coreia....

- Eu não pude ir... Não sem você... - ele diz e sorrio minimamente.

- Nunca mais....- ele sussurrava de olhos fechados assim como eu. - ...fique longe de mim assim outra vez. 

- Hoseok... - disse baixinho afastando nossos corpos para poder olhá-lo nos olhos.

- Me desculpe... por ser tão idiota com você, por ter te feito chorar naqueles dias, eu nem sabia o que estava fazendo... Agi de um jeito tão infantil que me envergonho muito agora. Eu deveria ter respeitado sua decisão, queria ter respeitado seu tempo para pensar a respeito de nosso casamento, mas acabei só dando mais motivos para te fazer desistir dessa ideia.... Me perdoe Sophia...

- Hobi... Me desculpe por estragar seu pedido de casamento... - disse abraçando ele de novo e este me apertou mais forte contra si. - Se eu pudesse teria me casado com você naquele dia, mas fui uma completa idiota e acabei estragando tudo, me desculpe...

- Não..., eu que deveria ter falado para você antes, sobre a ideia, teria sido muito melhor. - ele disse soltando um suspiro de arrependimento.

- Hobi... - disse acariciando seus cabelos da nuca.

- Me desculpe por te ignorar e me afastar de ti, eu achei que você precisava de um tempo para pensar sobre tudo, sobre nós... - ele disse afagando meus fios.

- Eu precisava mesmo... - declaro e um silêncio toma conta daquele cômodo. - Só para constatar que não conseguia ficar sem você por muito tempo, porque eu não conseguia te tirar da minha cabeça, não conseguia ficar em paz sem saber de notícias suas...

- Me desculpe por não estar com você quando ficou doente. Prometi que cuidaria de ti mas no fim não pude o fazer.... - ele disse triste e suspirei.

Nos encaramos por alguns segundos e me aproximei dos seus lábios carnudos iniciando um beijo calmo e delicado, ele correspondeu colocando as mãos em minha cintura, me puxando mais para si. Acariciei seu rosto com meus dedos e o vi esboçar um sorriso ao terminar aquele beijo, deixando nossas testas coladas por alguns segundos enquanto recuperava o ar:

- E aquela mulher? - perguntei e o vi sorri.

- Não se preocupe, eu e ela não temos nada, tudo o quero de verdade envolve você, Sophia. - ele respondeu confiante me olhando nos olhos sem sequer hesitar.

- Se eu souber daquela criatura de novo juro que faço uma besteira, então da próxima vez que ela vir lhe procurar diga que tem uma namorada raivosa... - disse e o vi gargalhar alto com tudo que disse.

- Amor... Você é muito mais bonita... - ele pôs uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. - Muito mais inteligente... - beijou minha testa calmamente distribuindo beijinhos por todo meu rosto. - Muito mais fofa... Muito mais gostosa.... - seus beijos agora desciam meu pescoço e me arrepiavam.

- Hobi... - arfei ao sentir suas mãos apertarem minha bunda com vontade e um sorriso malicioso tomar seus lábios.

- Estamos resolvidos Sophia? - ele pergunta entre beijos me guiando ao sofá me jogando ali.

- Hobi... - disse ao sentir sua língua quente descer pelo decote da minha blusa. - Não...

- O quê? - ele perguntou separando nossos corpos e me encarando confuso. - Fiz algo errado? 

- Não, é que... Eu ainda não te contei tudo... - disse sem graça sentando no sofá corretamente.

- Ah, desculpe... - ele coça o cabelo constrangido.

- Eu... - disse sentindo o coração bater mais rápido que o normal. - Preciso que escute com atenção...

- T-Tudo bem... - ele respondeu sorrindo forçado com aquilo.

Por Hoseok.

Era agora, eu sabia.  Senti minhas mãos suarem com o rumo que nossa conversa de reconciliação havia tomado. Achei que depois de me desculpar tudo voltaria ao normal mas pelo olhar de Sophia sabia que não era bem assim. Sentia um aperto no peito ao pensar que aquela garota não queria casar comigo e me obriguei a deixar um sorriso forçado no rosto já que sabia que aquilo também não era fácil para ela dizer, pois via um suor se formar em sua testa e a demora em falar, talvez estivesse procurando as palavras certas para me dizer aquilo:

- Os dias que passei na casa da minha família foram realmente importantes, Hobi. Eu percebi o quanto aquelas pessoas sentiam minha falta e quanto eu sentia falta deles também. Esse amor de família, sabe? - a escuto perguntar e assinto imediatamente.

Família. É, algo que eu nunca poderia apresentar para ela. Meu pai largou minha mãe quando eu nasci e a mesma me abandonou anos depois, quando já estava maior. Senti aquele nó se tornar ainda maior e desviei do seu olhar para um ponto fixo na sala.

- Eles me ajudaram a entender bem tudo que estava acontecendo comigo, eles cuidaram de mim e me sinto muito grata. Por isso não tenho mais tanto medo de te dizer. Eu sei que não foi bem... O que você.... Planejou? Mas... - ela disse escolhendo as palavras.

- Você é tão gentil... - disse sorrindo e vi um grande ponto de interrogação se formar em cima de sua cabeça. - Mesmo antes de me dizer essas palavras tão complicadas você ainda tenta fazer com que pareçam menos dolorosas e eu admiro isso. Sinto muito não ser o cara que você sempre quis, sinto mesmo... Eu não posso te dar esse tipo de família que você tanto fala e fico triste por isso. Queria poder ser um homem completo. Mas não se preocupe, você não quer casar comigo e iriei respeitar sua decisão...

- Não Hobi... Não é isso! - ela disse imediatamente e arregalei os olhos. - Eu quero me casar com você! Quero muito! Na verdade é o que eu mais quero fazer na minha vida! E não diga que não pode me dar uma família! Você já me deu Hobi! Eu vou ter um filho seu!

Ela diz e sinto algo queimar por dentro de mim, eu estava completamente surpreso com tudo, ela disse mesmo? Sophia vai ter um filho meu?

- C-Como? - perguntei engolindo em seco.

- Eu estou grávida, Hoseok... Eu sei que a gente não planejou nada e... - ela suspirou limpando uma lágrima que escorria por seu rosto.

Ri alto e ela me encarou confusa, puxei a menina para um abraço aninhando a mesma em meus braços. Beijei sua boca com vontade descontando toda a felicidade e saudade que senti durante esse tempo. Ela acariciou meus cabelos da nuca e limpei suas lágrimas:

- Desculpa, eu nem dei tanta importância quando atrasou esse mês e... - ela diz entre soluços. - Só soube realmente porquê minha mãe desconfiou... Eu não fiz de propósito...

- Meu amor, por quê está chorando? Eu nunca estive tão feliz em toda a minha vida! Você vai me dar aquilo que eu mais sonhei, vai realizar meu sonho de ter uma família, Sophia! - eu disse enxugando suas lágrimas no tecido da minha blusa.

- Eu estou com medo... - ela disse abraçando meu pescoço e voltando a chorar. - Se isso atrapalhar seu trabalho, sua vida...

- Não ouse dizer esse absurdo Sophia! - eu disse segurando seu rosto entre minhas mãos. - Eu amo você e amo nosso bebê! Não se preocupe com meu emprego, isso é irrelevante agora! Vou sustentar vocês dois! 

- Me sustentar.... - ela ri limpando as próprias lágrimas. - Se essa criança puxar a você tenho certeza que vai falir... 

- Ah, temos que pensar no nome! - disse animado e ela riu mais ainda.

Ficamos ali aninhados pela resto da tarde planejando nossa vida, e não podia não sorrir ao dizer "nossa" , já que eu e minha futura esposa estávamos esperando um filho.

Por Min Yoongi.

- O que é? - perguntei olhando para o garoto sentado ao meu lado no sofá.

- É que... Eu tenho uma entrevista amanhã... - Leo disse umedecendo os lábios.

- E o que eu tenho com isso? - perguntei seco e o ouvi pigarrear. 

Era engraçado como ele tinha paciência comigo, mesmo eu falando daquela forma tão rude e irritante ele ainda continuava com a mesma expressão de antes, como se minhas palavras não o atingissem. E as vezes me via fazendo de propósito só para vê-lo corresponder, mas era em vão:

- Quero que vá comigo... - ele diz por fim tomando coragem para me encarar como queria. - Sei que parece bobeira mas eu realmente quero que vá comigo. Não conheço ninguém e mal sei falar coreano, fora que estou nervoso, nunca me imaginei dando entrevistas para revistas e jornais ou algo do tipo, muito menos no exterior. Mas desde que minha coleção saiu alguns jornalistas têm me contatado e não quero mais fugir. Logo agora que normalizei tudo no Brasil, sinto que posso respirar de novo e quero aproveitar isso...

- hmm...- disse pensativo vendo-o morder o lábio inferior com certo receio. - Tudo bem... Eu vou... Mas agora vai ficar me devendo uma!

- Devo tantas coisas à você que já nem sei como retribuir... - ele comenta e o vejo sorrir sugestivo enquanto se distanciava do estofado me olhando por cima do ombro. - Hoje às 19:00 estaremos saindo, espero que esteja pronto....

Revista **, 19:35 pm

Achei que Leo tinha falado algo sobre entrevista com uma série de jornalistas que queriam conversar com ele. E não uma sessão de tortura. Pois era isso que estava sendo, uma sessão de tortura! E mesmo com aqueles comentários atrevidos de alguns "profissionais" via Leo com o mesmo sorriso de canto no rosto e me perguntava como ele tinha tanta paciência para ouvir tudo aquilo e ficar calado?

Inicialmente tudo estava indo bem até que um dos homens na plateia levantou a mão e comentou algo sobre um vestido que não tinha combinado nada e questionou a capacidade do Leo para criação, se era ele mesmo ou uma criança de dez anos que estava fazendo tudo por si. O garoto apenas manteve o sorriso no rosto e disse algo como " São minhas criações, e se não achá-las boas o suficiente, não compre. Em vez disso, faça algo melhor." Me senti mal pelo cara e não hesitei em soltar uma risadinha gostosa por vê-lo falar daquela forma. Mas não parou por ai, já que outros indivíduos começaram a questionar sobre diversas outras coisas inclusive sobre sua fala e de repente era um mar de negação em cima do garoto, que mesmo irritado continuou forte.

Assim que acabou fomos até o banheiro e vi Leo jogar água em seu rosto na pia enquanto eu fazia xixi:

- Argg! - solta um grunido de frustação e eu rio baixo.

- Por quê aguenta isso? Poderia simplesmente mandá-los para a puta que pariu... - sugeri e este deixou que as gotas de água deslizassem livremente pelo seu semblante sereno até caírem na escuridão da pia de mármore.

- Eu ainda sou muito novo nisso tudo, preciso me adaptar e aprender com eles. Em vez de Xingá--los preciso ser gentil...

- Que bom que sabe o seu lugar... - vi o mesmo homem de mais cedo dizer assim que entrou no ambiente.  

- Qual é a sua afinal? - Leo se vira para o cara e este o olha com desprezo. - Você também estava no casamento da Alice, está me seguindo? 

- Não seja idiota, eu não perderia meu tempo. Mas não consigo ir com a sua cara mesmo que eu tente, você é um profissional de merda e não consigo aceitar que esteja sendo reconhecido desse jeito, acho que no fim das contas as pessoas perderam o bom gosto...

- Você... - disse irritado vendo-o tratar Leo daquela forma e me aproximei. - Quem pensa que é para falar dele desse jeito, hun? Seu merdinha...

- Min Yoongi... - ouvi a apelação do garoto que agora segurava meu braço.

- Você me chamou de quê, seu ídolozinho ridículo? Acha que eu não posso te bater também? Em você e em seu "amiguinho" também se ele se intrometer!

- Não ouse encostar um dedo no Leo! Ou eu acabo com você! - disse olhando-o furioso.  - Nem que a gente saia daqui direto para a delegacia!

- Ei, ei! Parem já com isso, ninguém vai bater em ninguém aqui! Não vim atrás de briga então pare de me encher antes que eu me irrite de verdade! - ele disse já com a voz alterada, mas alta e forte que o normal. - Min Yoongi! Vamos tomar um ar lá fora...

Ele me puxa consigo e saio do banheiro sem tirar os olhos do homem com um terno preto que permaneceu no banheiro, um sorriso sarcástico rondando seu rosto e minha mão tremendo para não atingi-lo ali. Saímos da área da entrevista e sentamos na mesa perto do bar improvisado. Parecia que iria rolar uma festa nas próximas horas e pedimos algo para beber:

- O que deu em você lá? - ele perguntou abanando o rosto com uma pasta que trouxera consigo. - Podia ter nos metido em uma encreca enorme... 

- E bem que eu queria... - disse soltando um suspiro chateado. - Quem aquele cara acha que era para dizer-lhe aquelas coisas... Ainda disse que poderia te machucar...

- Eu quebraria ele antes que tentasse... - o mesmo comentou jogando uma mexa de cabelo que caiu sobre o rosto. - O que? Eu estou falando sério, sou faixa preta em Taekwondo! 

Formei um pequeno "o" com a boca e o dar uma risada logo em seguida. A garçonete chega com nossas doses parando ao lado da mesa e cumprimentando algo que não dei muita atenção já que passei a encarar um ponto fixo no chão. Vi os detalhes das suas sandálias e ouvi o som do vidro do copo se chocando com o da mesa. Pareciam trocadas, as sandálias, como se tivesse saído de casa rápido e tivesse pego qualquer uma que viu pela frente. Aquilo me fez esboçar um sorriso no rosto. E aquilo me fez lembrar daquela garota que "conheci" no casamento da Alice.

Espera.

Ergui a cabeça para encarar seu rosto mas ela já estava a alguns metros de distância caminhando rapidamente com a bandeja colada ao lado da sua cabeça, me impedindo de ver seu rosto:

- Volto já.... - avisei para Leo que olhou confuso. Ajeitei os botões da camisa e afastando a cadeira atrás de mim sai em direção a ela.

Quando corri para alcança-la mas assim que cheguei perto o suficiente puxei seu pulso e a virei de uma vez, encarando seu rosto assustado que soltou um "tsc" assim que me viu:

- Você... - soltei ao reconhecer seus cabelos castanhos presos em um coque apertado no alto da cabeça.

- Você... - ela revirou os olhos e largou seu pulso de minhas mãos. Respirou fundo procurando paciência e disse ainda de olhos fechados. - Deseja alguma coisa, querido cliente? 

- Han? - perguntei confuso e apenas olhei para a logo da empresa estampada em seu busto e entendi. - Eu... Quero conversar com você, mas dessa vez não serei grosso, prometo...

- Eu não.... - ela começou procurando uma desculpa para a minha proposta.

- É um pedido do seu cliente, tem que cumpri-lo. - disse soltando um sorriso malicioso e a vi erguer a sobrancelha. 

- Ah.... - quase pude ouvir um palavrão sair de seus olhos que se fecharam de novo. - Claro, senhor cliente...

Encarei Leo de longe o vendo beber sozinho e achei que ele não iria se importar se eu sumisse por um tempo. Segui a menina que caminhava até a parte de trás do estabelecimento e paramos em baixo da lixeira:

- Acho que...- comecei. - Te devo umas desculpas por ter sido tão grosso naquele dia. Eu não tive a intenção mas a situação saiu do meu controle e acabei agindo daquela forma. Me desculpe...

- Já acabou? - ela perguntou e pisquei algumas vezes sem entender vendo-a soltar uma risada sarcástica e caminhar em direção a porta.

- Espera.... - disse sem saber muito o que estava fazendo. - Ainda não acabei... Quero que vá a um lugar comigo.

- Não. - ela disse seca e umedeci os lábios vendo-a virar-se de frente para mim. - Conseguir esse emprego foi muito difícil e não quero perdê-lo de novo por sua causa...

- Eu... Me desculpe. - disse soltando um suspiro culpado. - Eu... Posso esperar você... Se precisar...

- O quê? - ela pergunta confusa e repito. - Eu já entendi que está arrependido Min Yoongi então não precisa se dar o trabalho de fazer algo inútil que provavelmente nem está interessado.

- Pode não parecer mas sou um cara que gosta de fazer as coisas da forma correta. Então me deixe fazer dessa forma e prometo que nunca mais irei encher o seu saco...

Ela suspirou pensativa e quando viu que eu não ia sair dali apenas voltou a caminhar:

- Só não me atrapalhe! - ela disse batendo a porta atrás de si e esbocei um sorriso satisfeito.

Hoje conseguiria me desculpar corretamente com aquela garota e não precisaria mantê-la nos meus pensamentos, não teria mais esse sentimento de culpa me acompanhando. Sentei na mesa novamente vendo que Leo já passara das quatro doses:

- Por quê demorou tanto? - ele perguntou assim que me viu.

- Estava resolvendo umas... questões atrasadas. - disse e ele riu soprado ao ouvir.

- Qual é Yoongi, somos amigos não precisa mentir para mim... - ele disse rodando o líquido em seu copo sem tirar os olhos dali. - Ela é bonita...

- Não é nada disso. Você está bêbado nem entenderia... - disse sem querer discutir e ouvi uma gargalhada de sua parte.

- Pobre Yoongi, acha que pode me enganar... - estalou a língua e um silêncio pairou entre nós. - Estou indo embora.

O menino se levantou e deixou algumas notas sobre a mesa e seguiu seu rumo me deixando completamente sozinho naquela mesa encarando seus passos de longe. Observei o teto entediado e deixei a música entrar em meus ouvidos, talvez assim meu coração problemático pudesse se acalmar.