28 de dezembro de 2016:
Arganzuela:
Pov. Joana Rodriguez:
Eu havia acordado no mesmo horário das meninas, só para conseguir falar com Lucia, ela estava estranha desde o dia que eu encontrei Murilo saindo correndo do prédio. Eu até tentei arrancar alguma coisa dela, mas ela fugiu e eu preferi não insistir naquele dia. Ontem eu fui jantar com Cristiano e quando cheguei ela já estava dormindo com Alice.
- E então Lucia, eu vou precisar ligar para a Georgina para perguntar o que aconteceu? – digo.
Alice foi escovar os dentes, então eu resolvi colocar ela contra a parede.
- Do que você está falando? – ela se faz de desentendida.
- Você sabe muito bem, mas eu não me importo em refrescar a sua memoria. O que aconteceu para o Murilo sair daqui correndo daquele jeito. – falo.
Ela olha para o lado e batuca os dedos na mesa.
- Não foi nada demais. – ela fala.
- Lucia, nós nem somos amigas, somos irmãs. – falo.
Ela suspira.
- Ok. Ele veio aqui me entregar algo que havia comprado para a Alice e acabou me beijando. – ela fala rápido.
Arregalo os olhos.
- Não faz essa cara, porque eu já estou confusa demais. – ela fala.
- Eu estou surpresa. – falo.
- Nem me fale. Imagine o que aconteceu comigo quando ele me beijou. – ela fala.
- E depois? – pergunto.
- Depois eu pedi para ele ir embora e nós estamos agindo como se nada tivesse acontecido. – ela fala.
- Não foi você quem me aconselhou a agir como se tudo tivesse acontecido?
- Pare de usar meus conselhos contra mim.
Dou risada.
- Vocês tem que conversar. Você gostou? – pergunto.
Ela suspira.
- Então Lu, vai em frente, conversa com ele e coloca as cartas na mesa. – falo.
- Você sabe o que aconteceu da ultima vez... – a interrompo.
- Eu sei e por isso mesmo eu te digo que converse com o Murilo, ele não é aquele desgraçado. Nós conhecemos o Murilo, ele é um cara legal e ele sempre foi na dele. – digo.
Ela fecha os olhos por alguns segundos.
- Tudo isso é difícil para mim. -ela confessa.
- Eu sei que é, mas se dá uma chance de pelo menos conhecer o Murilo melhor. – falo.
Ela fica calada.
- Apesar do Cristiano ter feito tudo aquilo comigo, eu levei em conta a atitude dele de me contar a verdade... o Murilo é um cara super legal, muito gente boa, eu acho que seria uma boa você dar uma chance a ele. – incentivo.
Ela me olha e sorri.
- Valeu.
- Sempre que precisar. – digo e pisco para ela.
- Você acordou mais cedo só para isso? – ela pergunta.
- Exatamente.
Nós damos risada.
- Vamos Alice. – ela chama.
- Estou indo, mãe.
- Nem chegou a adolescência e já está assim. – Lucia reclama.
Dou risada.
Elas partem e eu vou me arrumar para ir para o escritório. Como havia acordado mais cedo, fiz tudo sem pressa e ainda sobrou bastante tempo.
Marqués de Riscal:
Eu cheguei ao trabalho alguns bons minutos adiantada, mas foi até bom, conseguiria organizar a agenda de Pedro e colocar os lembretes no mural.
Aqui na Antevenio eu tinha muito mais trabalho, mas ganhava mais e também estava trabalhando na minha área. Eu já consegui fazer alguns colegas e assim que começar a fazer minha pós-graduação eu irei continuar aqui, só que efetivada.
- Dormiu aqui, foi? – escuto a voz de Pedro.
Ele estava sentado na cadeira de Andreas que ainda não havia chegado.
- Acordei mais cedo e resolvi não perder tempo. – falo.
- E a viagem para Portugal? – ele pergunta.
- Cristiano falou que nós embarcaremos no dia 31 mesmo e voltamos pela tarde do dia 1. – comento.
- Hum... tem certeza que eu devo ir? – ele pergunta.
Ele estava indeciso sobre ir ou não.
- Você é da família Pedro, claro que você vai. – digo.
Ele ri.
- Tudo bem. Vai aproveitar esses últimos dias do ano para comprar o carro? – ele pergunta.
Eu estava odiando pegar o metrô lotado e com a folguinha nas minhas finanças eu resolvi dar esse passo.
- Vou sim, está terrível pegar o metrô nesse horário. - Digo.
- Eu te ofereci os meus serviços de motorista. – ele fala.
- Eu sei, mas seria ruim para você, você daria uma volta e tanto... é bom que eu tomo vergonha e compro o meu carro. – falo.
- Vai ver isso quando? As concessionárias estão cheias de promoções. – ele fala.
- Eu estava querendo ir no meu horário de almoço. – falo.
- Quer que eu vá com você? Sei lá, para te ajudar. – ele se oferece.
- Não vai te atrapalhar? – pergunto.
- Não, de forma alguma.
- Então eu vou aceitar sim, eu não entendo nada de carros e é provável que eu compre o primeiro que o vendedor me ofereça. – digo e rimos.
- Estamos combinados, agora eu vou ao trabalho. – ele fala.
- Vai lá, bom dia. – digo.
Volto aos meus afazeres. Por mais pequena que seja a minha função aqui, eu me sinto extremamente feliz. Eu estava trabalhando na minha área e eu sei que só tenho a crescer, porque irei estudar e trabalhar para isso.
Na hora da pausa para o almoço Pedro e eu seguimos para a concessionária mais próxima. O vendedor falava mil e uma coisas e eu não entendia nada, Pedro que simplificava e me dava as informações mais importantes. De todos os carros que ele mostrou o que eu mais gostei e que cabia direitinho nas minhas finanças era um Honda Civic preto. Com as minhas economias e o dinheiro que eu recebi da quebra contratual da Gucci, eu consegui quitar o carro. Para mim foi difícil raspar minha conta e pagar os 12 mil euros no carro, mas foi necessário.
- Daqui a uma semana eu vou querer caronas. – Pedro brinca quando estávamos saindo.
Passamos pouco mais de uma hora escolhendo e assinando o contrato e todo aquele blá, blá, blá.
- Pode deixar. – digo rindo.
- Vamos passar num restaurante rapidinho? – ele pergunta.
- Vamos, eu estou morrendo de fome. – digo.
Fomos para o restaurante e algumas pessoas me reconhecem como a namorada de Cristiano e não disfarçam os cliques que faziam de mim e de Pedro.
- Sério que eles estão fazendo isso que eu estou pensando? – ele pergunta.
- Estão. – digo.
- Deve ser terrível viver no mundo dele. – ele comenta.
- Com toda a certeza do mundo. Ele não tem privacidade alguma.
Eu via as pessoas cochichando e então eu chamei o garçom.
- Você pode tirar uma foto nossa? – pergunta.
- Claro senhora.
Ele bate a nossa foto e depois de pegar os nossos pedidos ele se retira.
- Para que você pediu para ele bater uma foto nossa? – Pedro pergunta.
- Antes que comecem a falar todas aquelas besteiras, eu irei esclarecer tudo. – digo.
Posto a foto no meu Instagram.
Great lunch with my friend.
Depois deixo o celular de lado e voltamos a conversar.
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