História Truly, Madly, Deeply in Love - Everything you have

PoV Niall

Enquanto Louis e Richard estavam aqui, eu não havia escutado a mensagem da Stela, porem quando eles saíram em não resisti, sentei no meu sofá e apertei o play sentindo meu coração apertar cada vez mais.

-Niall – ela começa com uma voz fraca, eu sabia que ela estava sofrendo tanto quanto eu – Imagino que nessa hora você já deva estar sabendo – ela faz uma pausa e escuto sua respiração, eu já sentia a minhas lagrimas escorrerem mais uma vez – A gente não pode ficar juntos, não mais, eu sinto muito, de verdade. Acho que somos de mundo diferentes e por mais que eu te ame, as vezes isso não é o suficiente – eu não acreditava em nenhuma daquelas palavras, se Justin não tivesse enchido sua cabeça de mentiras ela estaria aqui comigo, ela não se sentiria obrigada a dizer tudo aquilo e eu não estaria aqui ouvindo. Sua voz embargada me dizia que ela estava chorando tanto quanto eu – Mas é melhor assim, você tem a sua carreira e eu não posso deixar que você a perca dessa forma. Não se eu puder evitar que isso aconteça. Eu sinto muito – o áudio acaba e eu encosto minha cabeça e me sinto impotente, eu queria ajuda-la piorei tudo, agora ela não estava mais aqui comigo.

Tento novamente ligar para ela, mas mais uma vez cai na caixa postal. Aquele silencio estava acabando comigo. Eu não sabia onde ela estava, eu só queria vê-la e dizer que tudo ficaria bem, contanto que ficássemos juntos.

-Stela – começo novamente, eu já tinha perdido as contas de quantas mensagens eu já havia deixado – Eu sei que você está tentando me ajudar, mas confie em mim, nada do que o Justin te disse é verdade – respiro fundo tentando pensar, eu estava desesperado, eu precisava dela ali comigo, depois de tudo o que passamos eu me recusava a pensar que aquele poderia ser nosso fim – Princesa eu te amo, volta para casa, por favor, eu... – respiro fundo novamente – Eu não aceito o seu pedido para terminar comigo. O Justin não pode acabar com o que nós dois sentimos um pelo outro – o celular faz um barulho me dizendo que o tempo estava acabando e a ligação iria ser finalizada – Só volta para casa, vamos resolver isso juntos, por favor – finalizo a ligação, jogo meu celular em algum lugar do sofá, e coloco a cabeça entre minhas mãos, já eram mais de dez horas da noite, eu estava louco de preocupação, acabado emocionalmente, rezando para que minha namorada me retornasse as dezenas de ligações e mensagens que eu havia deixado.

***

Já havia amanhecido, nenhum sinal da Stela e a cada minuto que passava eu me sentia ainda pior. Eu não havia dormido a noite toda, nem se quer consegui fechar os olhos um minuto se quer. Tudo me fazia lembrar dela, cada centímetro da casa eu podia arrumar alguma história para contar, mesmo no quarto escuro eu me pegava preso em alguma lembrança, a cama parecia grande demais sem ela, e esse acumulo de lembranças estava me deixando ainda mais esgotado.

As cinco horas eu decido que era hora de levantar, se eu não conseguia dormir eu precisava ocupar minha cabeça com alguma coisa. Levanto, tomo um banho e me deixo ficar embaixo do chuveiro mais do que o necessário, as lagrimas se misturavam com a agua que caia do chuveiro, mas me permitir, mais uma vez, por tudo para fora, até não ter mais lagrima para ser colocada para fora.

O dia ia clareando lá fora, mas aqui dentro eu me afundava ainda mais na minha angustia, eu via o raio de sol atravessar a janela, mas meu humor se assemelhava a um dia completamente nublado. Eu estava sem fome, sem ânimo para nada, eu apenas estava vivendo aguardando meu celular tocar, mas isso não estava acontecendo, me deixando cada vez mais louco.

POV Stela

Se eu dissesse que havia conseguido dormir durante toda a viagem eu com toda certeza estava mentindo, eu parava de chorar por alguns minutos, mas era me lembrar do Niall e tudo voltava como uma avalanche, eu me perguntava como ele estava, queria saber se o coração dele estava partido tanto quanto o meu, imagino que estava até mais.

Quando o avião pousou em solo brasileiro, eu estava esgotada, não havia dormido, chorado a viagem toda. Shawn ficou ao meu lado todo o tempo, mas diferente de mim ele havia conseguido dormir um pouco, o que era bom, pois pelo o que o pessoal estava conversado durante um período da viagem eu sabia que ele havia um dia cheio.

Ele acordou e apenas apertou minha mão, sem dizer uma palavra, mas eu sabia o que aquilo significava “vai ficar tudo bem”. Eu dou sorriso amarelo, nem um pouco convencida daquilo. Quando descemos do avião escuto alguém dizer que eram cinco da manhã aqui no Brasil, se as horas sem dormi não estavam me deixando muito louca, em Londres era por volta das nove. Mais uma vez meu pensamento é levado de volta a Niall, e novamente me pego pensando como ele deve estar.

Caminho um pouco afastada dos demais, minha cabeça não estava funcionando direito, demorava um pouco para que eu processasse tudo o que estava acontecendo em minha volta, inclusive demorei para lembrar que eu não precisava passar pela imigração como os demais, por ser brasileira, era só apresentar meu passaporte no outro portão de desembarque.

Confusão desfeita, eu estava pronta para agradecer pela viagem, mas escuto Shawn me chamando enquanto caminha até mim.

-Shawn – começo quando ele se aproxima, mas ele me interrompe.

-O aeroporto está cheio de gente, os seguranças acham melhor nós sairmos por outro lugar, já tem uma vã esperando a gente.

-Eu não quero atrapalhar, você já fez tanto por mim me trazendo até aqui – comento e ele sorri.

- Sou amigo do Niall e com isso podemos ser amigos também, por isso eu não vou deixar você sumir por ai, não nesse seu estado, se algo acontecesse eu não me perdoaria, por isso vou cuidar de você – ele diz – Vamos, antes que o pessoal descubra qual a saída vamos usar.

Decido não discutir e o acompanho.

***
 

Assim que chegamos ao hotel, descobri que Shawn tinha fechado dois andares, para ele e sua equipe, e com isso, como ele havia me contado, sempre fica algum quarto vago, por isso eu não precisei dar entrada no hotel, até porque, por ser um hotel de luxo da cidade do Rio, eu duvidava que poderia pagar por uma noite ali. Mas mesmo assim, eu não estava confortável estando ali sem poder pagar por nada daquilo. Mas novamente, eu estava exausta e sem forças para argumentar alguma coisa.

Shawn e sua equipe saíram do hotel por volta das oito da manhã, como eu havia escutado no avião ele havia um dia cheio. Eu por outro lado, havia ficado o dia todo no quarto olhando para o nada, sem forças nem para comer. Eu não fazia ideia de quantas horas haviam se passado, porem uma batida na porta me assusta e me faz perceber que o quarto já estava ficando escuro e eu ao menos havia notado tal fato. Me levanto com certa dificuldade, minha cabeça latejava, talvez pelas horas sem dormir, ou pelo excesso de choro ou ainda por não ter comido algo, sabe lá desde que horas. Talvez fosse todos esses motivos juntos.

Abro a porta e vejo Shawn do lado de fora, ele tinha um carrinho de serviço de quarto do hotel, olho toda aquela comida ali e volto a olhar para Shawn sem entender absolutamente nada.

-Eu não pedi nada disso – digo somente. Ele sorri.

-Eu sei. É que eu conheço uns fofoqueiros – ele aponta para um dos seguranças do andar – Eles me contaram que você não comeu nada desde que chegamos.

-Não estou com fome – respondo somente.

-Infelizmente eu não aceito essa desculpa – ele diz brincalhão – Sabe, são praticamente onze da noite lá em Londres, você está praticamente um dia sem comer absolutamente nada, eu disse que cuidaria de você, então – ele me olha como quem me pedia para abrir a porta para ele passar com o carrinho e eu mais uma vez, exausta, sedo.

Shawn entra, para o carrinho próximo da cama e me observa, enquanto encosto a porta e caminho me aproximando da janela e me sentando no chão, eu não estava com fome, não queria comer nada, pois eu sabia que nada iria fazer com que aquela dor que eu estava sentindo o dia todo fosse passar.

-Como você está? – ele pergunta preocupado.

-Sinto como se meu coração estivesse destroçado em milhões de pedacinhos – respondo sem forças.

-Quer conversar? – ele pergunta se aproximando e se sentando ao meu lado no chão.

-É uma história tão longa que eu nem sei por onde começar – falo em meio a uma risada desesperada.

-Porque não começa do começo? – ele pergunta – Talvez você colocar para fora tudo o que você está sentindo, em forma de palavras, talvez ajude – ele sugere, e eu o observo – Eu falo, porque quando não me sinto bem eu escrevo uma música sobre isso – pondero entre falar ou sofrer sozinha, Shawn não podia fazer nada a respeito, mas ele estava me ajudando tanto, que me parecia ser injusto não contar a ele o que estava acontecendo.

Então quando percebo eu estava contando tudo para ele, desde como havia conhecido o Niall, falado do acidente, da perda de memória, do projeto do Justin, de como Deysi havia parado de falar comigo, da Selena, da ameaça do Justin, do processo, até deixei escapar que o Niall morria de ciúmes dele comigo, o que o fez rir. Eu fui contando tudo, até chegar na proposta do Justin:

-Eu preciso proteger ele Shawn, Niall faria o mesmo por mim – termino por fim. Shawn olhava para o nada como se ponderasse cada palavra que eu havia despejado sobre ele.

-Eu ainda acho que fugir não é a resposta – ele comenta por fim – Olha eu também estou nessa indústria a um tempo e posso te garantir que se o Justin tivesse feito isso mesmo, essa queixa jogada na imprensa não iria acabar com a carreira do Niall. Está certo que a mídia iria explorar isso ao máximo, mas o Niall podia muito bem vir a público e dizer o que ele fez na festa beneficente e tudo isso seria voltado contra o Justin. Era ele que estaria com a carreira por um fio e não o Niall. E olha nem assim o Justin ia conseguir acabar com a carreira dele. Tem pessoas que fazem coisas piores e estão com a carreira numa boa até hoje.

-Mas não tem como ter certeza, não é? – pergunto e Shawn me olha em duvida.

-Eu acho que você devia pensar sobre isso, você não pode jogar tudo fora o que você e o Niall viveram. Eu entendo que você fez isso com a melhor das intenções, mas devia pensar sobre isso.

Eu fico em silencio olhando para o nada, eu não sabia o que pensar a respeito. Eu tinha certeza que Niall devia estar sofrendo tanto quanto eu, mas eu também queria protegê-lo. Eu não sabia o que fazer. Demoro para notar que Shawn já estava se levantando.

-Aonde vai? – pergunto quase em um sussurro.

-Você precisa pensar – ele responde com ternura – Vê se come e descansa um pouco – ele diz com um sorriso – A gente se vê amanhã ta legal?

-Tudo bem – respondo voltando a olhar o nada, eu realmente tinha muito o que pensar. Escuto Shawn abrir a porta, mas ele para por um instante.

-Aproposito – ele começa com uma voz divertida – Eu me sinto até lisonjeado pelo Niall ter ciúmes de você comigo, mas vendo a forma como vocês se olham, ninguém tem nem chance de te conquistar – ele brinca mais uma vez – E é por esse motivo que eu acho que você não devia jogar tudo o que vocês têm fora, por causa do Justin. Não vale a pena – ele sorri mais uma vez e sai do quarto. E eu fico ali pensando.

POV Niall

Meu dia havia sido péssimo, eu não conseguia me concentrar em nada no estúdio, a cada notificação no meu celular eu achava que era a Stela, e a cada vez que eu via que não era, eu sentia meu coração se quebrar mais um pouco. Os meninos tentavam me animar, Louis se esforçava a cada minuto, mas eu não conseguia me sentir bem com nada, eu precisava de algum sinal da Stela, qualquer coisa, eu precisava saber onde ela estava, se estava bem. Eu estava péssimo.

Mais uma noite eu estava deitado no escuro olhando para o nada, a cama parecia ainda maior do que ontem, mais gelada também. Provavelmente era algo da minha cabeça, mas a sensação de solidão estava acabando comigo.

Mas era por volta da uma da manhã quando escuto meu celular tocar, preenchendo o silencio me fazendo levantar em sobressalto achando que podia ser a Stela, mas mais uma vez eu me frustro, não era ela. Atendo o telefone meio sem vontade, apenas porque falar com alguém poderia me ajudar a distrair um pouco.

-Alô Niall – a voz do outro lado diz para mim, parecia estar ansioso.

-Oi Shawn – respondo voltando a me deitar, pressiono os olhos, minha cabeça queria explodir.

-Desculpa te ligar a essa hora, o fuso horário é uma droga, mas eu imaginei que você não estivesse conseguindo dormir.

-Não sei se você tem uma bola de cristal Shawn, mas eu realmente não estou dormindo – brinco pela primeira vez hoje – Onde você está? Canadá?

-Estou no Brasil – ele responde do outro lado – Mas não era de geografia que eu gostaria de falar com você.

-Sobre o que é então? Algum problema?

-Imagino que sim - ele começa - Eu gostaria de dizer que eu sei onde a Stela está...