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História Truly, Madly, Deeply in Love - Why did you want to see me so much?


Escrita por: 1DFellings

Notas do Autor


Acho que tomei vergonha na cara e sentei para escrever kkkk espero que gostem.

Capítulo 148 - Why did you want to see me so much?


Fanfic / Fanfiction Truly, Madly, Deeply in Love - Why did you want to see me so much?

POV Emily

-Sua mãe esta em Londres – meu pai solta a bomba logo pela manhã, de repente meu apetite havia acabado.

-Eu não sei porque ainda estamos falando dela – resmungo, empurrando minha xicara de café para o lado.

-Emily, ela só quer te ver... – meu pai começa, mas eu interrompo.

-Engraçado que ela teve que esperar dezenove anos, para de repente lembrar que tem uma filha e querer me ver – desabafo, levantando – Perdi a fome, me desculpe.

-Filha, espera – meu pai pede e eu me viro para observa-lo – Eu sei que disse que iria te apoiar em qualquer que fosse a decisão, mas você não quer nem cogitar a hipótese em vê-la outra vez, então como eu posso saber que você está tomando a decisão certa e não irá se arrepender depois?

-Eu não sei se eu quero ver ela, para ser bem honesta, foram dezenove anos pai, desde que ela me abandonou quando eu tinha seis. Então eu não sei se quero me encontrar com ela. Eu sei que ela está com câncer, mas, eu não sei... – desabafo outra vez e respiro fundo.

-Eu vou ter que sair hoje, última reunião do programa antes do Louis viajar, sua mãe disse que estará no The Stafford London, no restaurante do hotel na hora do almoço, se você quiser vê-la, sabe quando e onde.

-Desde quando ela tem dinheiro para pagar uma hospedagem no Stafford? – pergunto com os braços cruzados – Você que esta bancado essa viagem não está?

-Sim. Porque quando ela me disse que estava com câncer e queria te ver, eu disse que ajudaria com a viagem, mas não podia garantir que você a veria. Só pensa no assunto querida.

-Eu não vou prometer nada, ok? Mas vou pensar no assunto por sua causa, não por ela.

-Pensa no assunto, por você – ele corrige e eu assinto e saio da cozinha sem dizer nada.

 ***

Não demora para muito para eu escutar o carro do meu pai partir, e dizer que eu estava completamente sozinha naquela casa enorme. Meu pai estava enganado em relação ao meu encontro com a minha mãe, eu estava pensando, muito mais do que deveria, sobre poder reencontra-la depois de todos esses anos. De qualquer forma, eu sentia que havia um empate, não sabia se devia ou não vê-la.

***

As horas foram se passando rapidamente, quando dei por mim já estava quase na hora do almoço, eu precisava tomar uma decisão o quanto antes. O fato dela estar doente pesava na minha consciência, porque eu pensava que essa poderia ser a ultima vez que eu poderia falar com ela. Será que a menininha de seis anos ficaria contente em rever a mãe, caso tivesse a chance? Provavelmente sim. Então porque eu aqui com meus vinte cinco não sabia se deveria fazer o mesmo? Porque doía tanto pensar nela?

Talvez o fato de ter crescido sem uma mãe presente praticamente tinha me feito esquecer dela, para ser bem sincera eu tinha que me esforçar muito para me lembrar do seu rosto. EU sabia que meu pai tinha mantido contato durante todos esses anos, sabia por ele que Hilary já havia se casado novamente e tinha outro filho. Era engraçado que durante todo esse tempo, mesma mantendo contato com o meu pai, ela nunca tinha nem sequer tentado falar comigo e de repente, de uma hora para a outra, resolveu que precisava falar comigo. Era esse fato que me deixava tão receosa em ir me encontrar com ela, porque só agora ela tinha lembrado que também havia uma filha.

Respiro fundo, olho para o relógio, talvez eu devesse ir e fazer essas perguntas. Ela queria me ver, eu queria respostas. Talvez esse fosse a única chance que eu teria para finalmente virar a página de uma vez.

***

Cheguei ao The Stafford London por volta de meio dia, eu me sentia completamente nervosa, ainda não tinha certeza se estava fazendo a coisa certa, parte de mim queria ir embora, mas a outra queria falar com aquela mulher que havia me abandonado anos atrás.

Vou até o restaurante do hotel, olho envolta e a vejo sentada em uma das varias mesas distribuídas pelo salão. Era engraçado, eu me esforçava tanto para me lembrar de seu rosto, mas ao chegar ali, foi tão fácil reconhece-la depois de todos esses anos.

O lugar era luxuoso, como já era de se esperar, algumas pessoas se encontravam almoçando também, rindo e brincando, mas eu só tinha atenção para a mulher ruiva, assim como eu, que brincava distraidamente com uma taça de vinho tinto. Caminho até ela, com um nó da garganta, enquanto todos os meus instintos me mandavam ir embora, ligavam o sinal de alerta e diziam que aquilo era uma má ideia.

-Oi – falo me aproximando e parando perto da mesa. Ela levanta os olhos castanho e sorri se pondo de pé.

-Querida, eu não acredito que você veio – ela me abraça, meio sem jeito, era tudo muito estranho, esperava sentir algo com aquele abraço, que eu desejava muito quando tinha seis anos e ela havia ido embora, mas estando ali agora, não sentia absolutamente nada. Na verdade, era um vazio ainda maior que tomava conta de mim naquele momento – Você está linda – ela diz ao se afastar me observando – Tem os mesmos olhos que eu me lembro, verdes iguais ao de seu pai – ela sorri e eu continuo muda, não encontrava palavras, pareciam que elas tinham ido embora – Senta-se, vamos pedir alguma coisa – ela oferece animada, voltando ao seu lugar e eu me sento na cadeira, logo a sua frente – Como você está? Me conte sobre você. Seu pai me contou o que aconteceu na festa beneficente, como está agora?

-Estou melhor – falo finalmente, ainda olhava para ela com um aperto no peito, como se encontra-la fosse um grande erro, mas eu não entendia o porquê de sentir aquilo, não era o que eu esperava quando era mais jovem? Poder vê-la outra vez? Falar com ela? Porque aquele sentimento me atingia com força agora? – Ainda estou com os pontos, provavelmente os tirarei em breve, mas já estou bem.

-Que bom, querida, fico feliz em ouvir isso – querida, porque aquela palavra me machucava tanto quando saia de seus lábios? – E como está a vida? Estou acompanhando o programa e fico muito orgulhosa em te ver toda semana – ela continua empolgada e eu me sentia cada vez pior por não sentir o mesmo – Me diz, você e aquele rapaz, como é mesmo o nome dele? Daquela banda famosa, sabe, aquele que divide a bancada com você...

-Louis – comento, simplesmente.

-Louis, isso. Vocês estão juntos?

-Não – respondo prontamente. Eu poderia até dizer a verdade a ela, mas qual diferença faria? Não sabia se deveria lhe contar detalhes da minha vida, depois de todos esses anos – Somos apenas amigos.

-Ah que pena – ela diz aparentemente decepcionada – Quer dizer, ele parece gostar de você, pela forma que se olham, talvez devesse dar uma chance – sorrio apenas, sem dizer nada.

Por sorte o garçom chegou no momento exato, antes da conversa seguir para um rumo completamente estranho. Parecia que eu falava com uma completa desconhecida, e como toda vez que eu conhecia alguém novo eu me tornava envergonhada de repente, aquela situação toda não estava se tornando diferente, na verdade não parecíamos mãe e filha, talvez na aparência, mas não agíamos como se fossemos da família.

No decorrer dos anos eu percebi que o verdadeiro significado de família, era uma palavra usada para especificar quem de fato se preocupava com você, não apenas o laço sanguíneo que você carregava. Meu pai e eu éramos uma família, passamos por muita coisa juntos e continuamos unidos, nós dois contra o mundo. Eu poderia dizer que estava construindo uma grande família com Louis e seus amigos. Desde que começamos a namorar, todos já haviam passado por altos e baixos, e nenhum havia se afastado ou desistido um do outro. Sempre dispostos a ajudar da melhor maneira que fosse, independente do problema. Isso era família. O meu significado de família pelo menos.

Estando ali, sentada com aquela mulher, que eu mal conhecia, e que por um acaso estava com seu nome escrito na minha certidão de nascimento, era completamente estranho. Chama-la de mãe era forçar a barra, não tinha como desenvolver um carinho por ela, se tudo o que eu me lembrava era dela partindo quando eu implorava para que ela ficasse. Era essa a recordação que eu tinha da minha mãe.

Essa mulher sentada a minha frente, eu não conhecia, não sabia o que tinha passado, os altos e baixos da sua vida, não conhecia sua história, e me perguntava se deveria conhecer. Qual sentido traria para a minha vida aquela aproximação? Era para sempre ou só momentânea? Ela viraria as costas e me ligaria daqui dezenove anos novamente? Ou iria manter contato comigo, mesmo com uma relação visivelmente abalada, quase inexistente? E o mais importante, eu queria de fato manter uma relação com ela? Eu não sabia responder, nenhuma das perguntas.

-Meu pai disse que você estava doente – comento, assim que o garçom saiu após anotar nossos pedidos – Como está agora?

-A querida, não se preocupe, não é nada demais, ficarei bem – ela diz com um sorriso e eu estreito os olhos.

-Me desculpa, mas câncer não me parece não ser “nada demais” – aponto.

-Ah, então ele te contou – ela exclama e eu levanto a sobrancelha.

-Sim, ele me contou – comento simplesmente – Porque? Não era para contar?

-Na verdade – ela começa a falar, para por um instante, respira fundo e me olha – Eu não estou de fato, com câncer.

-Oque? – pergunto perplexa, quem brincava com uma coisa daquela?

-Eu havia feito uns exames, eles deram algumas alterações, uma massa no meu peito, o médico achou que podia ser câncer, mas depois dos exames refeitos descobrimos que não era.

-Que bom, mas quando ficou sabendo disso? – pergunto ainda em choque – Quer dizer, meu pai não falou nada, ele vai ficar feliz em saber que não é nada grave.

-Já tem uma semana que eu fiquei sabendo disso – ela responde dando de ombros e bebendo um pouco de seu vinho.

-Desculpa, uma semana? E meu pai sabe disso? – pergunto atordoada.

-Não – ela responde simplesmente, como se não fosse nada demais.

-A meu Deus – exclamo perdida. Era muita informação para processar. Se ela não estava doente, porque usar isso como desculpa para nos encontrarmos? O que ela queria com aquilo afinal? – Porque você não contou a verdade para ele? Ele estava todo preocupado. Até pagou essa viagem para você, duvido se ele não te ofereceu dinheiro para ajudar no tratamento.

O garçom chega de repente com nossos pratos, então ela não respondeu de primeira. Eu a olhava completamente perplexa, era tanta coisa passando pela minha cabeça, que eu não conseguia raciocinar direito. Quando o garçom enfim se retirou, eu a olhei séria, querendo uma resposta.

-Quando ele ficou sabendo que eu poderia estar doente, ele me ajudou tanto, financeiramente sabe. Depois eu disse que se de fato eu estivesse doente, eu queria te ver, e ele arrumou tudo isso, quer dizer, eu não sabia como dizer a ele que foi um alarme falso.

-A claro, e você pretendia esconder isso dele por quanto tempo? – pergunta irônica. Minha perplexidade estava se transformando em irritação, e eu já estava sentindo os efeitos daquilo, minha paciência estava por um fio – E porque você ainda insistiu em me ver, já que não estava doente?

-Porque eu sentia sua falta querida – ela diz e eu balanço a cabeça.

-Depois de dezenove anos? Você manteve contato com o meu pai durante todo esse tempo e nem se quer me ligou uma vez, nunca quis saber de mim e de uma hora para outra decide que queria me ver. E ainda usa uma mentira como desculpa.

-Mas eu achei que estava doente de verdade Emily – ela se justifica – Mas aí quando saiu os resultados, a viagem já estava marcada, passagens compradas, o que eu poderia fazer?

-Dizer a verdade, o mínimo que se esperava. Mas não, você preferiu vir até aqui, mentir para nós, se fingindo de coitadinha e usufruir do dinheiro do meu pai.

-Não é bem assim – ela diz chateada, mas eu estava mais.

-Porque você queria tanto me ver? – faço a pergunta que não calava desde quando recebi esse convite – Melhor, me diz porque você sumiu do mapa, quando eu só tinha seis anos? Porque não se importou comigo durante todos esses anos?

-Eu me importava com você – ela responde e eu reviro os olhos.

-Me poupe, se você se importava tanto assim comigo, tinha me procurado anos atrás.

-Quando você nasceu, eu me apaixonei por você, era tão pequena, vivia sorrindo para todo mundo. Mas depois, com o passar dos anos, eu percebi que eu queria mais, que não servia para ser mãe, exigia muito de mim, era um trabalho integral, queria viver e conhecer lugares...

-E eu te impedia – interrompo chateada, me segurando para não chorar. Eu não devia ter vindo.

-Você era uma criança, como eu iria viajar com você Emily? – ela continua – Então eu precisava pensar em mim, juntei minhas coisas, pedi divórcio e fui me encontrar em outro lugar, longe de todos.

-Longe da sua filha.

-Não faça papel de vítima Emily, seu pai te deu tudo do bom e do melhor – ela se justifica, e eu balanço a cabeça atordoada.

-Ele me deu, e eu agradeço muito por tudo o que ele fez por mim, desde quando você foi embora – confesso – Mas tinha dias que eu queria apenas uma mãe, principalmente quando eu estava crescendo, tinha coisas que eu queria perguntar para minha mãe, coisas que não sabia como falar com o meu pai. Mas como você simplesmente tinha esquecido que tinha uma filha, ele fez o papel de pai e mãe. Então me desculpe se eu não consigo te chamar de mãe, você perdeu esse direito quando foi embora, me deixando para trás naquele aeroporto.

-Não precisa ser rancorosa Emily, eu precisava me encontrar, precisava ser livre, me sentir livre – mais uma justificativa ridícula, o que me deixava cada vez mais abalada com tudo aquilo.

-E conseguiu se encontrar? Se sente livre agora? – pergunto irônica.

-Sim, naquela época sim.

-Que bom – exclamo simplesmente, encarando-a, no fundo eu queria que ela me pedisse desculpas por ter me deixado, mas achava que isso seria impossível, pelo rumo que aquela conversa estava tomando.

-Então eu encontrei meu atual marido, nos casamos e tivemos um filho – ela continua e então foi quando eu me toquei, eu não a chamava de mãe e do tempo que estávamos aqui, ela não havia me chamado nenhuma vez de filha, o que tornavam a palavra “querida” ainda mais dolorido. E eu não sabia o porquê de me importar tanto com esse fato.

-Que bom que você não se sentiu presa com eles – falo sarcástica.

-Eu era mais velha, tinha feito minhas aventuras, era normal que eu quisesse sossegar e criar meu filho.

-Claro, porque você não tinha mais nenhum filho para pensar, não é?

-Emily, isso faz tanto tempo, porque ainda insiste nisso? – ela pergunta se sentindo ofendida, mas na verdade quem deveria se sentir ofendida era eu.

-Porque eu era uma criança, quando eu pedi para você não me abandonar, você virou as costas e nunca olhou para trás.

-Mas eu estou aqui agora – ela se justifica e eu dou um sorriso irônico.

-Meio tarde para isso, não acha?  Até porque eu ainda não entendi o porquê você queria tanto me ver – sugiro – Você não está doente, não me pediu desculpas por ter me abandonado ou por não ter sequer se importado comigo durante todos esses anos, ainda disse que eu faço papel de vítima, então me responde, o que você quer de mim?

Eu esperava que ela dissesse que apenas queria me ver, ainda acreditava que ela dissesse que tinha se arrependido, que queria tentar se aproximar de mim, tentar mudar o rumo de onde a nossa história tinha ido. Por mais que eu ainda achasse que era estranho estar ali sentada com uma mulher que eu mal conhecia, por causa dessa distancia toda, mas o fundo eu ainda esperava que ela pudesse realmente me amar, porque era tudo o que eu queria.

-Jacob, meu filho, ele é um ótimo cantor, e seu pai disse que você é uma das responsáveis por escolher as demos, queria que você desse uma mãozinha – pronto, meu coração havia se partido em milhões de pedaços, nem sabia se era possível isso acontecer outra vez.

-Manda uma demo para a gravadora, iremos escutar e ver o que podemos fazer, não porque você me pediu, mas porque é isso que fazemos com todos os artistas que nos mandam materiais novos, todos os dias – respondo me segurando para não desabar ali em sua frente.

-Mas você não pode mexer uns pauzinhos? – ela me estende um cd.

-Hilary, vamos ouvir a demo dele e veremos o que pode ser feito, é isso que eu vou prometer. Nada além disso – respiro fundo – Eu preciso ir – falo me levantando, antes que minhas lagrimas começassem a escorrer por meu rosto – Tenha uma boa viagem de volta para os Estado Unidos – pego o cd. Ela se levanta para me dar um abraço, que saiu mais estranho que o anterior.

-Obrigada, foi muito bom te ver, querida – queria poder dizer o mesmo, penso.

-É, tchau – falo somente me afastando.

Quando entro no um carro, não consigo controlar as lagrimas que insistiam em cair. Era como se eu estivesse sendo abandonada novamente naquele aeroporto. Só que dessa vez, ela tinha voltado, apenas porque eu a servia para alguma coisa, apenas para ajudar o seu filho. Porque aparentemente eu não era e nunca tinha sido sua filha. Eu deveria ter escutado meus instintos que diziam quer vir a esse encontro não era uma boa ideia.

 


Notas Finais


Então, o que acharam? espero que tenham gostado, bjs


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