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História Trust - Seus pedidos de socorro


Escrita por: Deux

Notas do Autor


Sobre esse capítulo: procrastinei sim.
Boa leitura!

Capítulo 6 - Seus pedidos de socorro


 

“Primeiro dia.

Eu estou com medo... Estou com tanto medo que mal consigo escrever. Ele tem olhos intensos, mas isso me assusta. Me assusta porque eu não consigo acreditar em tudo o que está acontecendo... Eu quero ir pra casa, quero ficar com meus pais, com minha irmã... Eu quero sair daqui, eu só quero sair daqui... O outro me bateu, me bateu muito enquanto falava algo sobre minha família, mas eu não consegui entender porque o som parecia não chegar aos meus ouvidos... Eu estou com tanto medo. Eu só quero sair daqui...”

(...)

Estava com frio.

Era praticamente impossível pensar estando naquele estado. Seu corpo tremia de forma desesperada, tentando a todo custo produzir calor. E seu coração... Este era o que mais estava machucado naquele momento. Queria tanto acordar e dar-se conta de que aquilo tudo era apenas um pesadelo... Queria fechar os olhos e esquecer-se de tudo aquilo que no momento o magoava. Perguntava-se há quantas horas estava ali, trancafiado, ouvindo apenas o vento uivar do lado de fora. Sua cabeça doía tanto que raciocinar parecia a coisa mais difícil e perturbadora da face da Terra.

Bem, não tão perturbador o quanto foi ver aquele homem à sua frente.

Ele é ainda mais bonito pessoalmente.

Céus, com tanta coisa acontecendo, Kouyou ainda podia lembrar-se do quanto ele era bonito! Repugnou-se por isso, agora se achava um tremendo idiota, um grande garoto idiota!

Hesitante, Kouyou levantou-se daquela cama ordinariamente aconchegante e olhou à sua volta. Aquele local extremamente branco passava uma sensação boa, e isso era assustador. Caminhou até a porta na qual o moreno indicara ser o banheiro e abriu a mesma, entrando logo em seguida.

Olhou-se no grande espelho em frente á pia e notou seu estado. Deplorável. Olheiras profundas residiam em baixo de seus olhos avermelhados e levemente inchados; seus cabelos loiros estavam bagunçados, assim como seus pensamentos.

Molhou o rosto para despertar e lavou desesperadamente as mãos, mas parou no mesmo instante em que ouviu a porta do quarto ser aberta. Desligou a torneira e abriu devagar a porta do banheiro, sentindo seu corpo inteiro estremecer ao encontrar o moreno de costas, colocando uma bandeja sobre a cômoda.

— Hm, está aí... – aquela voz fez com que novamente seu peito aquecesse. — Sentindo fome? – o loiro ainda estancado no mesmo lugar, negou freneticamente com a cabeça. — É claro que está, sabe que horas são? – Aoi perguntou retoricamente.

Kouyou não conseguia agir normalmente.

Não com aqueles olhos vidrados no seu.

Não com aquela voz ecoando em sua cabeça.

— O que está esperando? Vamos, eu não mordo. – o Takashima hesitou, mas se aproximou devagar.

Era como se estivesse sobre um efeito hipnose, suas pernas mecanicamente o guiavam até Aoi.

— E-Eu não quero... – murmurou olhando do moreno para a bandeja, onde havia um prato de arroz com cebolinha e um copo com água.

Era engraçado porque naquela mesma manhã ele estava comendo como um verdadeiro rei, e agora...

— São quase onze da noite, você está desde o fim da manhã sem comer. Vamos, achei que já tivesse deixado claro que não sou sua mãe.

O moreno cruzou os braços, estava cansado e aquilo estava começando a lhe tirar do sério.

Queria ir pra casa, queria saber se sua mãe estava bem e cuidar dela... Mas estava ali, literalmente preso por Yutaka.

Kouyou se aproximou e sentou-se na cama, ainda olhando o mais velho, que colocou a bandeja sobre seu colo.

— E-Eu realmente não quero comer isso... – não queria, não podia... Era nojento! — Por favor, eu não quero...

— Olha, garoto. – começou Yuu, passando a mão pelo rosto. — Você acha que eu estou gostando de ficar aqui de olho em você? E acha que eu tenho tempo para suas criancices? Se não quiser comer, que morra de fome, eu não dou a mínima.

Shiroyama viu os olhos do menor marejarem, e isso fez com que ele sentisse ainda mais dó do garoto, porém, não deixou-se abalar.

— Por favor, me deixe ir... Eu posso conseguir dinheiro, consigo o que você quiser, mas, por favor, me deixe ir pra casa. – pediu com a voz falha por conta do choro.

A vontade de Aoi era jogar aquele garoto na rua e deixar com que ele partisse, mas sabia que isso não seria possível. Estava com dó, não aguentava mais ver aqueles olhos implorativos e desesperados lhe encararem enquanto sua voz lhe pedia para com que o tirasse dali.

Não aguentava mais...

— Apenas coma, você não pode ficar sem comer nada. – falou virando os olhos para a minúscula janela no alto da parede. — Ele não vai gostar nada de saber que você não comeu.

— Ele quer me ver morto mesmo... – arriscou, seguindo os olhos do moreno para a janela.

— Com toda certeza você está errado. Ele precisa de você bem vivo, se quer saber.O loiro parou seus olhos sobre a bandeja e mordeu o lábio inferior, respirando fundo antes de pegar um punhado de arroz na mão e colocar dentro da boca, mastigando rapidamente e repetindo o ato diversas vezes, fazendo Aoi o olhar com o cenho franzido.

— Mas que porra você está fazendo? – ele perguntou, vendo o Takashima com a boca cheia, mastigando com dificuldade, o corpo se encurvando por conta dos espasmos causados pela ânsia. — Se vomitar de novo eu não limpo.

O loiro não respondeu; apenas continuou a comer, apenas com o intuito de não deixar a barriga vazia, mas ele não queria fazer nada daquilo.

Mas talvez, se quisesse sobreviver, teria que passar por cima de algumas limitações.

(...)

— Você tem certeza que essa foi a última vez que o viu?

— Sim Takashima-san... – respondeu o baixinho preocupado. — O Kou saiu antes de mim. Vocês já ligaram para o celular dele? Ele realmente não atendeu?

— Não, ele não atende de jeito nenhum... Que droga, Yasuo, faz alguma coisa! – a mulher de curtos cabelos negros gritou, o rosto já molhado por lágrimas carregava um semblante desesperado.

— O que quer que eu faça? A polícia só pode fazer alguma coisa depois de quarenta e oito horas... – ele passou a mão nos cabelos, deixando nítida sua preocupação. — O jeito é sentar e esperar.

— Esperar? Eu não vou ficar aqui esperando enquanto o meu filho está desaparecido! Não vou! – Yasuo a abraçou com força. Já tinha ideia do que estava acontecendo. Você me paga, Yutaka.

(...)

— Ainda acordado? – Kai entrou no quarto, encontrando o moreno encostado na parede e Kouyou encolhido no canto da cama, com os olhos avermelhados e o rosto molhado. — Que ótimo... – ele tirou as mãos do bolso, caminhando até Aoi e ficando ao seu lado. — Eu estive pensando em uma coisinha... – seus lábios formaram um sorriso fechado, que fazia o loiro querer gritar. — Que tal brincarmos um pouco com ele, hum? – Aoi arregalou os olhos, sentindo um tremor em seu peito.

— Brincar? – o mais velho mirou Kouyou, ainda mais encolhido. — O que quer dizer com isso?

— Você sabe... – sua voz rouca soou baixa. — Tire as roupas dele.

— O quê? – Aoi praticamente gritou, ouvindo a risada de Yutaka misturar-se com o choro agora alto do garoto. — Eu não vou fazer isso.

— Aqui você não faz o que quer, você faz o que eu mando, esqueceu?

O moreno engoliu seco, mirando novamente o menino que soluçava desesperadamente.

Aquilo só podia ser um pesadelo...

Caminhou até ele, pedindo perdão a si mesmo por estar fazendo aquilo.

— N-Não, por favor, por favor! – a voz esganiçada do Takashima reinou dentro do cômodo assim que ele sentiu a mão quente de Yuu segurar seu braço, puxando sua camisa para cima. — Por favor! Você não! Você não! 

Não grite! Fique quieto, fique quieto!

O moreno sentia-se a pior pessoa do mundo por estar sendo o motivo das lágrimas daquele menino. Menino que não tinha culpa nenhuma em relação a tudo o que estava acontecendo.

— Você é muito devagar. – Kai bradou, fazendo o moreno parar o que estava fazendo quando Kouyou estava apenas com a roupa íntima. — Agora já sabe o que fazer.

Kouyou abraçou os joelhos, escondendo a cabeça entre os mesmos. Tentava a todo custo regular a respiração, mas estava tão difícil... Tentava não chorar, não sentir medo do que estava para acontecer.

Yutaka aproximou-se, olhando diretamente nos olhos do mais velho.

— Estupre.

— C-Como? – o moreno perguntou com um sorriso sem graça no rosto. Ele estava mesmo pedindo para com que eu fizesse isso? — Você só pode estar brincando... Eu falei que não mexia com crianças, Kai, você é idiota? Que merda você está pensando? Por Deus, o que você tem na cabeça? – rugiu, sentindo o sangue fervendo em suas veias.

— Está com pena dele, Aoi? Que ridículo. Se não vai fazer então faço eu, mas você fica aqui, e olha tudo.

Yutaka com certeza conseguia deixar Yuu assustado quando queria.

Depois do que aconteceu entre seu amigo e Takashima Yasuo, ele pareceu simplesmente perder todo o juízo que lhe restara.

— Não!

Aoi foi despertado ao ver Kai por cima do garoto, segurando com força seu maxilar com uma mão enquanto a outra prendia seus braços finos em cima da cabeça.

— Você é bem arisco, não é? É como eu gosto...

Yuu há muito tempo já não conseguia mais reconhecer seu amigo.

Yutaka não era o mesmo...

 Não depois de conhecer Takashima.

Aoi viu com certo custo, ele retirar a roupa íntima que o loiro usava, praguejando coisas inaudíveis e sorrir daquele jeito que o fazia tremer.

— Calado!

Um soco fora desferido no rosto do loiro, deixando-o um pouco fora de si, e Yutaka aproveitou a deixa para abrir a calça que usava e colocar-se entre suas pernas brancas.

Os gritos mesclados com o choro, os resmungos de Kai, tudo o estava deixando fora de controle.

— Aah! – Kouyou gritou ao sentir o quadril do homem forçar-se contra suas nádegas, aquilo era tão horrível que queria morrer ali mesmo apenas para não ter que passar por aquilo. — Não!

(zz z...zzz estamos com problemas com nossas linhas de transmissão)

Seu corpo estava tremendo, sua visão estava turva, sua cabeça doía e seu coração... Seu coração estava machucado por um motivo no qual nem ele mesmo sabia.

— Fique quieto! – Yutaka novamente acertou seu punho no rosto do mais novo, que ainda gritava em desespero.

Aoi queria fazer alguma coisa para impedir aquilo, queria fazer aquele menino parar de sofrer e...

— Não, por favor!

Kouyou sentiu o membro de Yutaka afundar-se com dificuldade em seu corpo, arrancando-lhe um grito esganiçado e fazendo com que uma dor enorme se findasse ali. Era a pior coisa que poderia acontecer.  Era como estar sendo completamente rasgado ao meio.

Era como estar no inferno.

Kai movimentava-se freneticamente, sem dó, sem piedade e muito menos compaixão. Estava descontando no loiro toda as frustrações que depositava em Yasuo. Sentia ódio dele apenas por ele carregar aquele nome.

Depois de alguns minutos, continuou com o vaivém frenético, ainda ouvindo urros de dor do mais novo, mas pouco se importou com aquilo. Derramou-se dentro de Kouyou e levantou-se depois de recuperar o fôlego, fechando o zíper da calça enquanto um sorriso de canto ainda adornava seus lábios.

Yuu fitava tudo de olhos arregalados, e sentiu seu coração falhar uma batida quando notou a quantidade de sangue que havia na cama, e também em seu rosto.

— Fique de olho nele. – Yutaka falou antes de se retirar do quarto e deixar o garoto completamente desacordado na cama.

É o meu fim.

(zzzz zz detectamos uma falha em nosso sistema zzzz iremos refazer nossas conexões em breve)



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