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História Trust me - Ariel


Escrita por: LauraEllyse

Notas do Autor


OEEEEEEEEEEEEEE AINDA EH SEXTAAAAAAAAAAAAAA DAUSHDUDHUSADHAU
geeeeenteee, desculpa nn ter respondido mto dos comentarios do outro cap, prometo que eu vou <3

Capítulo 66 - Ariel


- Não é só que ela pode ainda estar viva. - Stiles dizia para o pai enquanto entrava em seu escritório na delegacia de polícia, seguido de Lydia.

- Acho que ela teve que fingir sua própria morte. - disse a garota.

O xerife franziu as sobrancelhas. Stiles podia ler claramente sua expressão de "são só seis e meia da manhã, o sol ainda nem nasceu".

- Sua avó, Lorraine Martin, fingiu sua morte? - John fechou a porta do escritório, olhando as janelas para ter certeza de que não tinha ninguém por perto.

- Definitivamente. - Stiles assentiu.

- Talvez - a ruiva contrapôs.

- É muito provável, sim.

- Suponho que você tenha uma história de como vocês chegaram a essa conclusão. - ele andou até sua mesa, apoiando o quadril nela.

- Ela deve estar ajudando o Benfeitor. - Lydia assentiu.

- Ou ser o Benfeitor. - disse Stiles.

John suspirou, abrindo os braços.

- Parece uma história que vale a pena ouvir.

Stiles se virou para a amiga com um olhar encorajador. Ela respirou fundo e assentiu.

- Eu estava na casa do lago. - começou. - Estava tentando encontrar alguma coisa que pudesse nos ajudar com a lista de morte. Mas aí minha mãe apareceu, nós começamos a conversar, e ela me disse que minha avó queria que eu espalhadasse suas cinzas no lago quando eu fizesse dezoito anos.

- E o que isso...

- Quando eu peguei a urna, eu percebi que não eram as cinzas dela. - engoliu em seco. - Eram cinzas da montanha. E a casa do lago era toda revestida com ela.

- Eu não entendo. - John franziu as sobrancelhas. - O que são essas cinzas?

- Eu também não sei direito. - Stiles admitiu. - Mas tem a ver com o sobrenatural.

O xerife suspirou, se levantando e andando por sua sala.

- É claro que tem. - murmurou para si mesmo.

- Depois, - Lydia continuou. - minha mãe me mostrou algumas coisas dela. Coisas que ela fez antes de morrer. E eu achei uma coisa.

Ela tirou um papel do bolso, entregando pra ele. Na folha haviam vários números, letras e símbolos escritos a mão que pareciam aleatórios juntos, mas qualquer um naquela sala conseguia reconhecer aquele código.

- Entendi. - John esfregou as têmporas. Deu mais uma olhada nas janelas de seu escritório, mas dessa vez, parecia procurar alguém. Ele abriu a porta, colocando a cabeça pra fora. - Alguém viu o Parrish? Haigh?

Haigh - o policial mais sinistro daquela delegacia, na opinião de Stiles - levantou o olhar da tela de seu computador e negou com a cabeça, dizendo alguma coisa que o garoto não conseguiu entender.

O xerife voltou para dentro do escritório, parecendo nervoso.

- Está bem. - olhou para a folha de papel em suas mãos. - Então você acha que ela criou esse código.

- Ou transcreveu. - Lydia deu de ombros. - Como eu fiz. Ela podia só ter previsto.

- Ou criado. - disse Stiles. - Acredito mais nessa teoria.

- Vocês acham que é outra lista?

- Não é igual aos outros códigos. - a ruiva pegou a folha de volta. - Se a minha avó...

Eles foram interrompidos por um som de disparo. Depois outro, e outro, e outro. Stiles não teve muito tempo para entender o que estava acontecendo. Seu pai abriu a porta do escritório alarmado, com a arma já em posição.

Mais um tiro. Stiles, que estava também correndo até a porta, teve que segurar seu pai, que cedia ao próprio peso e caia para trás. Ele segurava o ombro com uma expressão de dor no rosto. Uma bala perdida o atingira.

O garoto olhou para frente, finalmente vendo o que estava acontecendo. Duas pessoas estavam brigando contra a parede da delegacia. Haigh estava sendo prensado por alguém que Stiles não reconheceu. Era um homem alto, estava nu e coberto de cinzas.

O homem jogou Haigh no chão. Quando ele estava por cima do policial, socando seu rosto continuamente, Stiles por fim reconheceu a figura furiosa e descontrolada de Parrish.

Parrish só parou quando viu que Haigh estava inconsciente.

***

Quando Derek ouviu a batida na porta, esperava que fosse Stiles. Tinha tudo pronto para falar com ele, tinha o discurso perfeito. Mas não esperava que fosse todo mundo menos Stiles. Entrou Lydia, Scott, Isaac, e o policial que entendia de bombas e aparelhos militares, Parrish.

Lhe contaram o que aconteceu. Um dos policiais havia tentado matar Parrish. O prendera dentro de um carro e o incendiara. Mas ali estava ele, intacto.

O oficial lhe mostrava as mãos, como se quisesse provar que realmente não estava queimado. Derek franziu as sobrancelhas. Sentia o olhar de todos ali sobre ele, esperando por uma resposta que ele não tinha.

- Ele cobriu você com gasolina? - Derek perguntou. Curar pele queimada não era novidade, lobisomens faziam isso o tempo todo, mas aquilo era diferente...

- É o cabelo e as unhas, não é? - Lydia se pronunciou. - As partes do corpo que estão essencialmente mortas.

- Essas partes deviam ter sumido. - o maior assentiu.

- Eu fui incendiado. - Parrish bufou. - Eu todo deveria ter sumido.

- Não se você for como a gente. - disse Scott.

O policial franziu as sobrancelhas.

- Como vocês?

- Aham. - Isaac assentiu. - E você é, senão não estaria na lista de morte.

- Não acho que ele seja como a gente. - Derek negou com a cabeça. - Como vocês.

- Então o que ele é? - perguntou a ruiva.

- Sinto muito, mas eu não sei. - deu de ombros. - Isso vai um pouco além da minha experiência. Deve haver alguma coisa no bestiário. Tentaram falar com Argent?

- Não sabemos onde ele está. - Scott admitiu.

- Certo, espera. - Parrish interrompeu a todos. - O quê é um bestiário?

- É diferente de bestialidade, se você está se perguntando. - esclareceu Isaac.

- Não, esquece, essa não é nem a minha primeira pergunta. Só... - suspirou, esfregando a testa. - Só me respondam uma coisa: todos vocês são como Lydia?

Ele ficou encarando os demais, esperando uma resposta. Como ela não veio, reformulou a pergunta:

- Vocês todos são psíquicos?

- Psíquicos? - Derek tentou não parecer debochado.

- Quem dera fosse tão simples. - Isaac olhou para longe, como se sonhasse acordado.

- Okay. - Parrish respirou fundo, esfregando as mãos nas calças. Parecia estar tentando se acalmar. - Então... o que vocês são?

***

- O que é um Kanima? - Parrish não perguntava para ninguém em específico.

Todos na sala pareceram trocar o mesmo olhar frustrado.

- Voltamos nisso depois. - disse Scott, se sentando no sofá ao lado do policial. - Você só tem que saber que todos como nós, todos com habilidades sobrenaturais, estão na lista de morte.

- Mas eu nem sei o que eu sou.

- Eles não se importam. - Derek tentou soar solidário. Afinal, estavam na mesma posição ali.

- De quantos assassinos estamos falando?

- Estamos perdendo a conta. - disse Lydia.

- Uma porrada. - Isaac cruzou os braços. - O policial que tentou te matar não era um assassino de aluguel. É óbvio que a dimensão dessa coisa aumentou.

- Ele tem razão. - Parrish assentiu. - Não acho que Haigh tenha tentado algo assim antes. Acho que ele estava arriscando.

- Isso significa que qualquer um com a lista pode tentar. - Derek falou.

- Mas se Haigh tinha, quem mais tem? O quão fácil é conseguir essa lista?

***

Stiles não conseguia parar de roer as unhas. Tinha que expressar seu nervosismo de alguma forma. Não queria ficar andando para os lados para não assustar o médico, e batucar os dedos não funcionava bem quando estava de pé. Então, roía as unhas.

Seu pai estava deitado na cama daquele quarto de hospital. A ambulância chegara na delegacia uns cinco minutos depois que tudo aconteceu. John agora assinava todos os papéis e autorizações de cirurgia que lhe entregaram.

- Certo, senhor Stilinski...

- Xerife. - Stiles corrigiu o médico, que apenas levantou os olhos de sua prancheta e assentiu.

- Xerife Stilinski. A cirurgia está marcada para logo de manhã. Infelizmente, vamos ter que cavar até a bala para conseguir tirá-la de seu ombro.

- Sim, tudo bem. - franziu as sobrancelhas para algo no papel. - Só mais uma coisa. O que é essa parte aqui? Esta linha?

O médico andou até ele para poder ver o que apontava na folha.

- Responsabilidade do paciente. - respondeu. - Partes do procedimento e da estadia não são cobertas por seu plano de saúde.

- São partes importantes? Partes caras?

- Isso é entre você e sua seguradora. Vai começar a sentir os efeitos da morfina em um minuto. Tente descansar, xerife.

Com isso, o doutor deixou o quarto. Stiles começou a roer mais forte as unhas, olhando num ponto fixo no chão. Ótimo, mais contas. Como se eles já não tivessem as da Eichen House, as muitas vezes que Stiles ficara internado, e as contas de casa.

- Hey, para com isso. - John pareceu perceber a ansiedade do filho. Stiles tirou a mão da boca, mas não parecia nem um pouco menos preocupado. - Eu só estava curioso sobre a termologia. Não estamos com problemas.

- Eu sei sobre as contas, pai. - suspirou. O olhar no rosto do mais velho mudou. - Sei que os cobradores estão ligando sobre a Eichen House. Sei sobre o adiantamento do departamento. Sei dos cartões de crédito...

- Stiles. - seu pai parecia irritado. - Você está mexendo nas minhas coisas.

- Sim, eu mexo em todas as suas coisas. - deu de ombros. - Principalmente as que você esconde de mim.

- Eu escondo coisas de você porque você não precisa saber de tudo.

- É claro que eu preciso saber de tudo. Como é que eu vou cuidar de você se não souber?

- Não é pra você cuidar de mim. - sua voz aumentou. - Eu sou o pai. Você é o filho. Entendeu? - apontou para si. - Pai. - então para Stiles. - Filho. Eu cuido de você.

O garoto olhou para os lados, balançando a cabeça. Deixou seu corpo cair na cadeira que ficava de frente para a cama do pai e voltou a roer as unhas, sentindo um enorme peso em seu peito. Seu pai. Derek. Era tudo a mesma coisa.

- Nós devíamos cuidar um do outro. - sua voz era baixa, mas o quarto estava quieto o suficiente para o maior escutar.

John não soube responder.

- Olha... - sua voz era mais doce agora. Ele parecia arrependido de ter gritado. - Vai ficar tudo bem.

Stiles bufou, descrente.

- Como você sabe disso?

- Eu não sei. - admitiu. - Mas a morfina começou a fazer efeito, e... e eu realmente não me importo com nada agora.

O xerife deixou a cabeça tombar no travesseiro e seus olhos se fecharam. Ele adormeceu em questão de segundos. Stiles ficou um tempo olhando o mais velho, sentindo aquela pressão em seu peito pesar cada vez mais.

- Eu sim. - murmurou, roendo as unhas.

***

- Meredith foi só uma vez na casa do lago da minha avó. - havia um nó se formando na garganta de Lydia só de falar sobre aquilo, mas ela não se deteve. - E acho que foi o suficiente.

- Como sua avó a conhecia? - Derek estava encostado contra a parede do loft, com os braços cruzados.

- Ela a encontrou. - a garota estava sentada no sofá, as mãos juntas em seu colo. - Por causa de outra mulher chamada Maddy. A mulher que ela amava.

A ruiva tirou a cardeira da bolsa e se levantou. Pegou uma foto antiga de sua avó e Maddy e mostrou a Scott. Isaac, que estava ao lado do namorado, se inclinou discretamente para ver também.

- Eu nunca a conheci. - continuou. - Mas eu vi o nome dela em todos os lugares. - sorriu triste, começando a andar pelo cômodo. - Ela era parte da equipe de iatismo. A casa do lado está cheia das placas e prêmios das competições que ela vencia.

- Como ela morreu? - perguntou Parrish.

- Como não é importante. O importante é o que aconteceu antes. - respirou fundo. - Minha avó, Lorraine, trabalhava em São Francisco para a IBM. Ela estava lá no fim de semana, fazendo seu trabalho. E ela começou a... ouvir esse som... era como... chuva. Mas quando ela olhou pela janela, tudo o que ela viu era o céu azul.

- Mas ela continuou escutando chuva? - perguntou Scott.

- E continuou aumentando. - Lydia engoliu em seco. - Chuva e trovão, soando como tiros em sua cabeça. Muito alto. Até que ela finalmente só gritou.

- Como uma banshee. - Derek assentiu.

- Ela ligou para Maddy, que estava querendo levar um dos barcos até o lago. Mas Maddy disse que o sol estava brilhando lá também. Então Lorraine não disse nada.

- E houve um acidente. - Isaac balançou a cabeça. - Claro que houve. Que trágico.

- Levou quatro dias para encontrarem o corpo de Maddy. E décadas para descobrirem como Lorraine soube. Ela... ela começou com parapsicólogos, como se o "PhD" no nome os tornasse mais científicos. Eles construíram um estúdio na casa do lago de acordo com todas as teorias pseudocientíficas que encontraram. Nada funcionou.

"Então ela começou a entrar mais no ocultismo. Cosias como médiuns e psíquicos. Todos fracassaram. Até Meredith chegar. Eles a encontraram na Eichen House. A garota frágil que não entendia as coisas que ouvia. Levaram ela até o estúdio, e quase a mataram. - limpou a garganta. - Ela ficou hospitalizada por mais de um ano. Ela... nunca realmente se recuperou. Minha avó levou ela à insanidade. E eu a levei ao suicídio. E tudo o que ela queria era ajudar."

Ela limpou os olhos, impedindo que alguma lágrima realmente escorresse. Abriu sua bolsa de novo e retirou uma folha dali, a folha com o código.

- Minha avó criou o código para a lista de morte. Acham que ela é a banshee que colocou os nomes. - mostrou a folha para eles. - Ela deixou essa mensagem com o mesmo código.

- Mas ela não deixou a chave pra abrir, deixou? - disse Scott.

Lydia apenas negou com a cabeça.

- Claro. - Isaac bufou. - Como se alguma coisa fosse vir fácil pra gente.

***

- Alô, Lydia?

- Hey, Stiles, como está o seu pai?

Stiles levantou os olhos para a cama onde John estava dormindo pacificamente.

- Ele está bem, a cirurgia é só de manhã. Vocês conseguiram alguma coisa?

- Derek também não sabe o que Parrish é. Tudo o que acabamos concluindo foi o que eu e você já tínhamos concluído antes: eu tenho que descobrir a chave para esse novo código.

- Maravilha. - ele fez o máximo que podia para não pensar em Derek.

- Você pode me ajudar?

- Ah... - olhou de novo para o xerife. - Mas o meu pai...

- Oh, sim, claro. É claro. Não se preocupe, então. Eu vou...

- Vai pra minha casa. - o garoto se levantou, andando até a cama. - Eu te encontro lá.

- Mas...

- Meu pai vai ficar bem, esse código é importante.

- Tem certeza?

Ele apertou a mão de John.

- Tenho.

***

Parrish e Lydia foram embora primeiro. Scott já teria ido também, era desconfortável ficar perto de Derek quando ele sabia tudo o que estava acontecendo entre ele e Stiles, mas Isaac decidiu que não podia esperar até chegarem em casa para ir ao banheiro, então Scott teria que ficar ali mais um tempo.

Bom, aquilo era esquisito. Scott ficou andando pelo apartamento, em silêncio, enquanto Derek ficou no sofá, os olhos fixos na tela de seu celular. Scott se deteve quando notou uma coisa: uma arma em cima da cômoda. O Alpha andou até ela, segurando-a por um momento.

- Eu tomaria cuidado com isso. - Derek se levantou, andando até o adolescente.

- Stiles não te ensinou? - entregou a arma.

- Não o suficiente para eu me sentir bem com isso. Não gosto de armas.

- Eu imaginei. - um silêncio caiu sobre eles. - Então... você e Stiles...

- Ele está bem?

- Ah... - Scott ficou sem reação por um momento. - Está, ele está bem.

- Está em casa?

- No hospital. - viu Derek arregalar os olhos. - Mas ele está bem! Está lá por causa do pai dele.

- John...

- Ele levou um tiro. No ombro. Mas ele vai ficar bem. Eu acho. Ah... - coçou a cabeça. - De qualquer jeito, Stiles me contou o que aconteceu.

- Contou? - levantou uma das sobrancelhas. - Não parece algo que ele faria.

- E eu... - respirou fundo, tomando coragem. - Eu acho que você não devia... eu acho que... acho que você devia deixar ele decidir.

Derek ficou estático por um momento, e então fez o que Scott menos esperava: riu.

- É claro. - cruzou os braços, ainda sorrindo. - Ele te contou metade da história.

- E qual é a história inteira?

- Ele te contou que pensou que tinha perdido? Que ficou desesperado? Que teve a oportunidade de fazer o aborto, e recusou?

Scott piscou.

- Ele não...

- Foi o que eu pensei.

Nesse momento, Isaac desceu as escadas, interrompendo qualquer coisa que aquele diálogo ainda tinha a oferecer.

***

- Tente Maddy. - disse Stiles, com os olhos fixos na tela de seu notebook. Ele e Lydia estavam ali há um tempo, o sol havia acabado de nascer. Eles só precisavam descobrir aquela droga de senha. - Tem que ser Maddy.

- Maddy não é muito óbvio? - Lydia esfregou os olhos, cansada.

- Eu garanto que é Maddy.

A ruiva digitou a chave e apertou Enter. A palavra "ERROR" piscou dentro da pequena caixa de texto.

Muito óbvia. - Stiles suspirou.

- Okay, então o seu nome. - ele adivinhou de novo. - Ela deixou o código pra você, certo? Tem que ser o seu nome.

Mais uma senha, mais uma mensagem de erro.

- O nome da sua mãe?

ERROR.

- O nome dela?

ERROR.

- O sobrenome de vocês?

ERROR.

Stiles respirou fundo, fazendo um biquinho. Estava completamente sem ideias.

- Vocês tem algum animal de estimação de família?

***

Isaac e Scott não tiveram nem tempo de dormir mais um pouco antes de terem que ir para a escola. Tiveram prática de Lacrosse, e Scott percebeu que eles dois não eram os únicos que pareciam cansados. Liam quase não tocou na bola, e parecia pior do que no outro dia. Dava pra sentir que ele estava cheio de emoções controversas.

No vestiário, enquanto todos se trocavam, Scott observava o calouro. Liam estava sentado em um dos bancos, com os cotovelos apoiados nos joelhos, e o rosto mirando o chão.

- Muito bem, escutem! - a voz do Treinador invadiu o vestiário, fazendo todos pararem seja lá o que estavam fazendo e olhar para ele. - Eu sei que a fogueira de começo de estação é importante para vocês. Eu também sei que às vezes as coisas saem de controle. Ex-alunos aparecem, há outras equipes de lacrosse... e álcool. Muito, mas muito álcool.

Palmas e gritos de comemoração ecoaram pelo lugar. Scott olhou de novo para Liam. Ele não havia movido um músculo, se estava escutando algo que o Treinador dizia, estava descartando de sua mente logo em seguida.

- Okay, okay. Calem a boca! - a sala voltou a ficar em silêncio. - O que eu não entendo é: por que alguém iria querer ficar caindo de bêbado ao lado de uma fogueira? Mas eu entendo que eu não posso impedir vocês.

Mais aplausos e urros.

- Também devo lembrá-los que o capitão da equipe, McCall, vai estar lá. E eu posso contar com ele para pegar qualquer um que sair muito da linha aqui. Agora voltem pra aula!

***

Stiles se sentara na cadeira ao lado da amiga, e esfregava os olhos, tentando limpar o cansaço neles. Estavam ali pelo que pareciam horas. Atrás deles, a impressora apitava de minuto em minuto, avisando que não tinha mais papel, mas Stiles não conseguia se importar o suficiente com ela para se levantar e colocar papel ali.

- As cinzas foram deixadas pra você. - pensou alto. - O código foi deixado pra você. Era pra você poder resolver isso.

- Só eu e mais ninguém. - Lydia murmurou. - Deve ser por isso que ela fez tão difícil.

Mais um apito vindo da impressora. Stiles bufou, irritado, e se levantou. Pegou abruptamente um tanto de papel de sua cômoda e enfiou na impressora.

- Está bem? - rosnou para ela, como se a desafiasse a apitar de novo. Começou a andar pelo quarto, tentando pensar, tentando se concentrar de novo no problema da chave. - Você... ela deixou a chave para você.... só você... - algo o atingiu de repente. - "Mais ninguém". Mais ninguém além de você.

- O quê? - a ruiva franziu as sobrancelhas e se virou para o amigo.

- Nós achamos que tudo tem a ver com a Lorraine, certo? Ficamos tentando adivinhar uma palavra que tivesse a ver com ela. Então, talvez, devíamos estar tentando adivinhar uma palavra que tem a ver com você.

- Eu? O que tem eu?

- Ah... o que você lembra de fazer com a sua avó? Sabe, o que vocês faziam de especial? Vocês... iam pra praia? Tomavam sorvete juntas? Vocês...

- Nós líamos. - Lydia voltou o olhar para o computador.

- Okay, o que vocês liam?

- A Pequena Sereia. - deu de ombros.

Stiles arregalou os olhos.

- Vocês liam esse filme?

- Era um livro primeiro. - ela nem tentou esconder a decepção em sua voz. - Hans Christian Andersen.

- Okay, escreve aí. "Pequena sereia".

PEQUENASEREIA.

ERROR.

SEREIA.

ERROR.

Os dois pareceram suspirar ao mesmo tempo, frustrados.

- Líamos todas as noites. - Lydia murmurou. - Eu fiquei tão obcecada,que por três meses eu só respondia se me chamassem de Ariel. Meus pais ficaram loucos, mas... vovó achou adorável.

Levou os dedos até o teclado, digitando mais uma tentativa: ARIEL.

A tela mudou para outra cheia de código. Mas, um atrás do outro, trechos de números e letras iam se transformando nos nomes das vítimas da lista.

-----------------------------

TAMARA JOHANSEN

ALICE DUFFY

PAULA BRASCH

TREY LOCKHART

JOSH MORRIS

ELISA CHIN

PETER MCELROV

TAYLOR FREEMAM

TERRANCE SHUMAM

LORRAINE MARTIN

-----------------------------

- Essa lista não é igual as outras. - Stiles observou. - Não tem os números na frente.

- Talvez essa lista já tenha expirado. - Lydia engoliu em seco. - O nome da minha avó está aqui. Talvez todos nessa lista já estejam mortos.

O garoto apertou um botão na impressora, retirando a lista impressa logo em seguida. Olhou para a amiga.

- Então vamos descobrir.

***

Outra batida na porta. Mais uma vez, Derek desejou que fosse Stiles, e mais uma vez, era quem ele menos esperava.

- Onde você estava? - esbravejou para Breaden, que entrava no loft sem se importar em ser convidada.

- Sentiu minha falta? - ela sorriu, jogando sua bolsa no sofá da sala. - Eu estava fazendo meu trabalho, ou você se esqueceu de que é por isso que você me conhece?

- Conseguiu encontrar Kate?

- Quase.

- Quase conseguir ainda é falhar.

- Gosto do jeito que você pensa. - se virou para ele e cruzou os braços. - Não vim por Kate, vim por outra coisa que talvez possa te interessar. Sei de um grupo que vai tentar a sorte com a lista de morte. Hoje a noite.

***

- Bom, - disse Parrish, sem tirar os olhos do notebook. - não é outra lista de morte. É uma lista de mortos.

- Todos eles? - Lydia se inclinou para frente para ver melhor a tela. - Todos estão mortos?

- Todos nos últimos dez anos. - o policial assentiu. - Todos suicídios. E todos no mesmo lugar.

Stiles engoliu em seco.

- Eichen House. - sentiu um arrepio percorrer sua espinha.

- Então é pra lá que nós vamos.

O garoto arregalou os olhos, se virando para a amiga.

- Lydia, a Eichen House não é uma biblioteca. Precisa de um mandato pra conseguir ter acesso a arquivos lá.

- Minha avó me deixou uma lista de suicídios, incluindo o dela. Tem que haver um motivo. - insistiu. - Não tem ninguém que pode nos ajudar?

Stiles suspirou. Só de pensar em voltar para aquele lugar fazia seu estômago revirar. Era como se ele estivesse sendo bombardeado de lembranças e sensações horríveis. E aquilo levava às lembranças do Nogitsune, que, surpreendentemente, não estavam fazendo tanto efeito quanto costumavam fazer. Mas também o levavam a lembranças de Oliver, o que o faziam querer vomitar.

Ele engoliu tudo aquilo. Engoliu qualquer sensação. Lydia não podia vê-lo daquele jeito, ninguém podia.

Você não devia estar assim. - se repreendeu. - Não devia estar com tanto medo de um lugar.

O único jeito de não ter medo de alguma coisa é enfrentando ela.

- Não. - finalmente respondeu. - Mas tem alguém que talvez aceite suborno.

***

A aula já tinha acabado, mas Scott teria que esperar um pouco. Mais uma vez, observava Liam. Sentado na escada da escola, parecendo tão depressivo quanto todas as outras vezes que o vira naquele dia, o calouro não parecia ansioso para ir para casa. Scott respirou fundo antes de ir até ele.

Se sentou ao seu lado, colocando uma mão em seu ombro.

- Hey. - tentou usar uma voz acalmadora. - Você está bem? - Liam não respondeu, então tentou de novo: - Liam?

O calouro suspirou.

- Ontem a noite...minha impressora começou a imprimir sozinha. - engoliu em seco. - Eu não conseguia desligar. E-eu apertei pra cancelar, mas ela continuou imprimindo, e imprimindo...

- Imprimindo o quê?

Liam levou a mão até o bolso, retirando um papel dobrado dali. Scott o pegou e desdobrou, descobrindo que na verdade eram três papéis juntos. As três partes da lista de morte.

- Consegue ver a diferença?

Scott negou com a cabeça, mas então, começou a prestar mais atenção. Leu cada um dos nomes.

- Derek não está mais na lista. - percebeu. - Nem Meredith.

- É. - o beta assentiu. - Eu acho que o valor de Meredith foi transferido pra mim. Eu não valho mais três milhões. - engoliu em seco. - Valho quatro.

- Mas então... - franziu as sobrancelhas. - O valor do Derek....

Arregalou os olhos.

- Ah, não. - murmurou para si mesmo.

***

- Quem são eles? - Derek perguntou, ainda desconfiado.

- Um grupo de amadores. - Breaden estava de costas para ele, procurando alguma coisa em sua bolsa. - Nunca mataram ninguém antes, mas entendem sobre o sobrenatural. Vão tentar alguma coisa hoje a noite.

- E como você sabe disso?

- Eu tenho minhas fontes. - retirou um revolver da bolsa, olhando para Derek por cima do ombro, com um sorriso. - Sou boa no meu trabalho.

- Você deve ser boa em tudo, menos no que você é contratada pra fazer.

- Tem razão, eu sou boa em tudo. - retirou o cartucho do revolver, colocando outro. - O cara que tentou matar a Parrish? Ele é do grupo. Vou ter que conseguir algumas informações.

- E como vai fazer isso? - cruzou os braços.

Ela retirou outra coisa da bolsa: um distintivo.

- Eu também tenho meus métodos.

O celular de Derek começou a tocar. E, pela terceira vez naquele dia, a esperança de ser Stiles foi destruída.

- Scott? - ele atendeu.

- Derek, Stiles está com você?

Aquela frase mandou uma sensação de frio por todo seu corpo.

- Não, ele não está aqui. Por quê?

- Ele não está atendendo o celular. - a voz do outro era nitidamente preocupada.

- Ele não tem mais celular.

- O quê?

- A garota que sequestrou ele o quebrou. Por que você precisa tanto encontrar ele? O que está acontecendo?

- A lista de morte mudou.

- O que você quer dizer com "mudou"?

- Você não está mais nela. - agora ele soava como se estivesse correndo. - Deve ter a ver com os seus poderes, não sei, não é importante agora. O quanto você valia foi transferido para outra pessoa.

- O que...

- Pro Stiles! Seu valor foi transferido pra ele! Ele vale trinta milhões agora, e eu não sei onde ele está!

***

- Você tem certeza disso? - Lydia perguntou.

Stiles não se lembrava de já ter sentido tanto frio no estômago. A ansiedade tomava conta de cada célula de seu corpo enquanto ele olhava para os portões da Eichen House a alguns metros de distancia de onde estava parado. Cerrou os punhos e respirou fundo, tentando tirar coragem de algum lugar. A última coisa que queria era entrar naquele lugar amaldiçoado. O sol se punha atrás do prédio, quase como se o universo quisesse que aquele momento fosse mais dramático do que já precisava ser.

- Aham. - assentiu, contra sua vontade. - Vamos.


Notas Finais


como vcs podem ver, voltamos a programação normal shushuashaus ainda temos uma serie pra acompanhar!
ALIAS, ADOREI vcs tomando lados dahfiudahuahfiudsahas isso eh mto bom, team stiles vs team derek, MTO BOOOMMM dhsuahdaiuhdauhdaui
comentem! me digam o que acharam! :3


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