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História Trust me - Meredith


Escrita por: LauraEllyse

Notas do Autor


OEEEEEEEEEEEEEEE PRIMEIRA HORA DA SEXTA, PQ NAS FERIAS EU NN TENHO QUE DORMIR CEDO EEEOEOEOEOEOEOEEOEEEOOOOOOOO sahusahsuashausha

Capítulo 67 - Meredith


Scott não queria estar ali. Eram em momentos como aquele que ele se arrependia de ser capitão do time de Lacrosse.

A fogueira começou logo que o sol se pôs. O Treinador tinha razão, ninguém racional devia querer beber ao lado de uma fogueira gigante. Mas daí, nenhum adolescente é racional. Scott se perguntava se ele também faria coisas como aquela se o fator de cura de lobisomens não o impedisse de ficar bêbado.

Era como se a escola inteira estivesse ali. Na verdade, havia todo tipo de pessoa ali, alunos e não alunos, e como diabos Scott deveria tomar conta de seu time no meio daquela multidão de adolescentes?

A música era tão alta que Scott quase não conseguia pensar, o que fazia o garoto pensar que ele parecia um velho. Haviam contratado um DJ e feito um palco para ele, que trouxera todos os básicos de uma balada: lasers de luz coloridas e máquina de fumaça. Havia também policiais ali, o que fazia Scott se sentir levemente mais seguro.

- Anda, Scott! - Isaac gritou ao seu lado. Mesmo assim, se não fosse pela audição de lobisomen, o Alpha não teria escutado direito. - É uma festa!

Scott se virou para o namorado. Isaac segurava uma garrafa de plástico aberta nas mãos, com um líquido escuro dentro, e sorria para ele. Realmente parecia estar se divertindo ali, estava pulando e se balançando, se parecia com qualquer outro adolescente ali.

- Eu achei que você não gostasse de festas! - gritou de volta.

- Também não gosto de música eletrônica. - bebeu um gole da garrafa que segurava. - E daí?

- O que você está bebendo? - Scott levantou uma sobrancelha.

- É coca-cola e vodka! - seu sorriso aumentou. - Esse povo é muito criativo pra bebida. Você tem que ver o que mais tem lá.

- Você sabe que a gente não fica bêbado, né?

- Não pense que isso não me irrita. - bufou, tomando outro gole em seguida.

- Ficar bêbado faz tanta diferença assim na sua vida?

- Eu nunca fiquei bêbado! - abriu os braços, batendo sem querer em uma garota que estava dançando ali. - Desculpa!

- Eu também não. - o menor deu de ombros. - Grande coisa.

- Você não entende. - revirou os olhos. - Esquece. Só tenta se divertir um pouco.

- Eu vim pra ter certeza de que ninguém ia se machucar.

- É, isso soa divertido também. - bebeu de novo.

- Você está agindo estranho. Você está bem?

Isaac parou no lugar. Sua expressão caiu, assim como seus ombros. Ele parecia incrivelmente irritado agora.

- Caramba, Scott. - bufou. - Eu vou lá perto da fogueira, dançar e festejar igual um idiota de dezessete anos. Se você quer tanto assim tomar conta de todo mundo, devia falar pra ele que beber é inútil. - então apontou para algum ponto atrás do Alpha e saiu marchando dali.

Scott piscou, perplexo. O que diabos tinha acabado de acontecer ali?

Se virou para trás, procurando a quem Isaac se referia, e avistou Liam sentado em um banco, junto com Mason e mais algumas pessoas. Isaac tinha razão, Liam bebia como louco.

Scott suspirou. Mesmo que seu beta estivesse bebendo bastante, não tinha perigo nenhum ali. Se Scott ficasse ali com ele, não saberia o que estava acontecendo com Isaac. Tinha que achá-lo.

***

Estar ali era sufocante. Aquelas paredes cinzas eram tão deprimentes. Stiles pensava que eles poderiam pelo menos tentar disfarçar que aquele lugar era uma prisão, mas nem a isso se deram o trabalho.

Fica calmo, Stiles. Você não pode ter um ataque de ansiedade agora.

Queria nunca ter que voltar pra esse lugar.

Oliver ainda deve estar aqui.

Será que ele se lembra?

Calma, calma, seu coração está acelerando. Sem ataques hoje.

- Mil. - a voz e o sorriso de Brunski trouxeram o garoto de volta à realidade.

- Mil dólares? - Stiles exaltou, ainda com um pouco de dificuldade para respirar. - Para usar uma chavezinha para abrir a sala de arquivos?

- Quando você tiver a chave, você faz os preços.

O garoto revirou os olhos. Estar naquele lugar já era ruim o suficiente, estar com Brunski era pior. Aquele cara era nojento, até seu escritório era nojento. Lixo e papéis por todos os lados, uma completa bagunça. Os pacientes ali ou o temiam, ou o odiavam. Stiles o odiava.

- Você realmente acha que temos esse tipo de dinheiro? - bufou.

- Eu sei que você não tem. Se tivesse, o papai xerife já teria pago as contas. - se virou para Lydia, olhando-a de cima a baixo. - É por isso que eu estou falando com ela.

A garota, de má vontade, abriu a bolsa e retirou sua carteira. Pegou todo o dinheiro que tinha ali, com uma expressão fechada, e o jogou em cima da mesa.

- Eu tenho quinhentos. - guardou a carteira.

Com um sorriso revoltante, Brunski abriu sua gaveta, retirando um molho de chaves dali. Pegou o dinheiro de Lydia e o organizou em um montinho. Levou o maço até as narinas e respirou fundo com satisfação, como se sentisse o cheio de flores. Stiles revirou os olhos mais uma vez. Odiava aquele cara.

Ainda não satisfeito, ele abriu outra gaveta. Tirou de lá uma daquelas fitas cassete antigas, e pegou um reprodutor grande e quadrado que guardava em baixo da mesa. Colocou-o em cima de uns papéis na escrivaninha e encaixou a fita dentro dele. Uma música calma, estilo anos 90, começou a tocar, fazendo o homem sorrir ainda mais e balançar a cabeça.

- Sigam me. - ele se levantou e começou a andar, sem nunca retirar aquele sorriso imbecil.

Esquisito. - foi a única coisa que Stiles pensou antes de dar a volta e seguir aquele idiota.

***

- Isaac! 

Scott apertou o ombro do namorado, fazendo-o se virar para ele. Isaac não parecia feliz de vê-lo, mas não parou de pular e se balançar, parecia estar levando aquela coisa de festa realmente a sério.

- Desculpe por ter fugido de você. - o loiro falou antes que o menor pudesse dizer qualquer coisa. Balançou a garrafa em suas mãos e deu mais um gole, sentindo o olhar confuso do outro em cada pedaço de seu rosto. - É só que... às vezes você me irrita com toda essa coisa de ser responsável. Você tem dezessete anos! Vive um pouco, Scott! É como se você não soubesse se divertir!

O Alpha se inclinou para trás, extremamente perplexo. Com tudo o que estava acontecendo, Isaac estava mesmo chateado por causa da festa?  

- Eu sei me divertir! - foi sua primeira reação.

- Eu tô vendo.

Scott cruzou os braços, indignado. É claro que ele sabia se divertir, ele só não se sentia muito no clima com suas cabeças valendo milhões. Mas se Isaac queria tanto, talvez ele pudesse...

O beta cuspiu a bebida em sua boca para poder rir das tentativas falhadas de Scott de "dançar".  Ele era como uma boneca de plástico se balançando se um lado para o outro, completamente rígido. 

Isaac tossiu algumas vezes, se curvando para frente e dando leves socos em seu peito. Quando parou, continuou rindo.

- Você tem que se soltar! - endireitou as costas. - Eu te ajudo, calma.

No primeiro passo que deu para frente, seu joelho cedeu. Ele cambaleou um pouco, ainda rindo, e a garrafa que segurava foi direto para o chão. Scott arregalou os olhos e correu para frente, segurando-o.

- Você está bem? - o ajudou a ficar em pé de novo. - Isaac?

- Eu estou óti... - tombou para frente, sendo segurado mais uma vez pelo menor. Se agarrou em Scott, rindo de forma estranha. - Opa.

- Você está... - franziu as sobrancelhas. - bêbado?

- Yep. - riu de novo.

- Mas você não pode estar. - soltou Isaac, que pareceu conseguir se equilibrar em suas próprias pernas.

O loiro riu por mais alguns segundos, até sua expressão mudar completamente de alguém alegre para alguém doente. Levou a mão até o estômago, abaixando a cabeça e apoiando a outra mão em seu joelho fraco.

- Hugh... - gemeu. - É assim que é ficar bêbado? Não é tão bom quanto eu esperava.

Scott olhou em volta, alarmado, procurando por alguém que podia está-los vigiando. Alguma coisa estava errada.

- Acho que não era pra ser. 

***

A sala de arquivos era grande, mas ainda sim era abafada e escura, mesmo com as luzes ligadas. Stiles fez uma careta assim que entrou, aquele lugar fedia a mofo. Havia várias estantes e prateleiras cheias ali, aquela viagem toda tinha que servir para alguma coisa.

Com todos aqueles arquivos ali, era impossível não pensar em Oliver, em como os dois procuraram juntos por alguma informação sobre o Nogitsune naqueles arquivos aterrorizadores do porão, em quando encontraram o corpo do monstro, em quando acordou, preso naquela cadeira...

Fechou os olhos e cerrou os punhos, percebendo que estava tremendo. Respirou fundo, tentando se controlar.

Foco, Stiles, foco.

- Certo? - perguntou Brunski, ainda com aquele maldito sorriso.

- É, - o garoto respondeu, tentando parecer indiferente. - a gente se vira daqui pra frente.

O funcionário assentiu, dando as costas para os adolescentes, que fizeram o mesmo. 

- Lydia, está com a lista?

A garota abriu a bolsa, tirando a folha de papel dali. Vindo de trás deles, o som da porta se fechando chegava até a ser reconfortante. Stiles pegou a lista e a desdobrou, lendo os nomes para poder começar a procurar as fichas dos pacientes.

Um arrepio percorreu sua espinha.

- Lydia? - sua garganta ficou seca. - Por que você escreveu outro nome na lista?

- Eu não escrevi nada. - a garota se defendeu.

- Essa é a sua letra.

- Por que eu escreveria outro nome?

- Por que escreveria o meu? - estendeu a folha na frente da amiga.

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TAMARA JOHANSEN

ALICE DUFFY

PAULA BRASCH

TREY LOCKHART

JOSH MORRIS

ELISA CHIN

PETER MCELROV

TAYLOR FREEMAM

TERRANCE SHUMAM

LORRAINE MARTIN

STILES

-----------------------------  

- Foram as fitas. - a voz de Brunski veio de trás deles, fazendo-os estremecer e pular para trás. - Não foram?

Foi tudo o que ele disse antes de avançar em Stiles com um taser nas mãos.

***

A primeira coisa que Derek havia feito para procurar Stiles fora ir à sua casa. Tudo o que encontrou lá foi seu quadro de investigações cheio com coisas novas, inclusive com a foto de Lorraine e Maddy que Lydia lhe mostrara na noite anterior, o que dava fortes indicações de que os dois estavam juntos. Derek tentou ligar no celular da ruiva, mas ela o havia deixado no quarto de Stiles.

Então foi para a delegacia. Cruzou a delegacia e foi direto ao escritório do xerife. Não se importou muito em bater na porta, entrou de uma vez, encontrando John e Parrish conversando lá dentro.

- Derek? - o xerife ficou alerta. - O que está acontecendo?

- Preciso encontrar Stiles. 

- Stiles? - Parrish se pronunciou. - Ele e Lydia estavam atrás de uma outra lista, eu ajudei eles. Por quê?

- Sabe onde eles estão?

- Eichen House. - o oficial pareceu perceber os olhares incrédulos dos outros dois em cima dele. - Eles disseram que precisavam investigar alguma coisa lá.

- Por que está procurando eles? - perguntou John. - O que está acontecendo agora?

Derek suspirou.

- O preço de Stiles aumentou. - viu o xerife arregalar os olhos. - Ele é o mais procurado.

- O mais procurado? Da lista inteira? Quanto?

- Trinta milhões.

A sala entrou em silêncio por alguns segundos.

- Ele não pode ficar sozinho. - John tirou o celular de seu bolso, começando a discar números. - Tem uma escolta atrás dele, vou mandar que entre.

- Espera. - Parrish interveio. - Eu sei o que eles estão procurando e pra onde eles vão. Deixa que eu vou.

- Eu vou com você. - Derek deu um passo para frente.

- Não vai não. - uma voz feminina veio de trás dele. Breaden. - Você não ia me ajudar?

Derek a olhou de cima a baixo, confuso. Ela arrumara o cabelo em um rabo de cavalo, vestia um terno, usava sapatos sociais e levava uma maleta profissional, como uma advogada, a não ser pelo distintivo falso do FBI em seu jaleco. 

- O que você está fazendo aqui?

- O que combinamos. - ela bufou, cruzando os braços. - Interroguei um dos membros do grupo, ele me disse onde o ataque vai ser.

- O cara que tentou matar o Parrish?

- Haigh. - Parrish esclareceu. - Sim.

- Temos que ir logo. - ela deu as costas para os outros e começou a andar para a saída. 

- Vai ter que ir sozinha. - Derek rebateu, e ela se deteve. - Eu tenho que...

- Ele também me disse a quem vão atacar. - se virou para o maior. - Me disse que vão tentar a sorte. Vinte e cinco milhões de dólares.

Derek arregalou os olhos.

- Scott.

***

- Socorro! - Lydia gritava o máximo que podia. - Alguém! Por favor! Socorro!

Stiles continuou se debatendo, mas era inútil. Brunski havia prendido os dois de costas em um dos pilares daquela sala pelas mãos. Sentados no chão, não tinha muito o que pudessem fazer além de machucar os punhos tentando se livrar das algemas apertadas. Ele se perguntava o que tinha naquele lugar, que toda vez o fazia acordar com as mãos atadas.

Más lembranças invadiram seus pensamentos. Ele cerrou os olhos, tentando ignorá-las.

O garoto finalmente desistiu, deixando o corpo tombar contra o pilar. Tentou acalmar sua respiração, que já estava desregulada. Seu corpo todo doía, seu estômago revirava e ele sentia frio. Tinha certeza de que não devia estar se sentindo daquele jeito. Alguma coisa estava errada. Bom, mais uma coisa estava errada.

- Lydia, tem muitas pessoas gritando socorro num lugar como esse. - sua voz amarga tremia. - Eu não acho que tenha alguém escutando.

- Bom, eu estou aberta a ideias melhores. - a garota retrucou. - Porque, não sei se você percebeu, todos os suicídios foram assassinatos.

- Foi por isso que ela te deixou a mensagem. - um frio no estômago.

- Ela previu a própria morte. Sabia que eu descobriria.

- Quando você conseguisse prever a sua. - a porta se abriu e Brunski entrou, carregando algo nas mãos que Stiles não identificou de primeira. Os adolescentes voltaram a se debater, mas era inútil. O homem andou com passos lentos até eles, a expressão em seu rosto era doentia. - Mas não eram assassinatos. - se ajoelhou ao lado de Lydia. - Eu não sou um serial killer como Ted Bundy, andando por aí, matando colegiais.

- Não, você é só um Anjo da Morte. - zombou Stiles. 

A atenção do maior foi desviada para o garoto. Brunski arrastou os joelhos até ele. Stiles não o olhou, manteve a cabeça e o olhar fixos num ponto a sua frente, mesmo quando Brunski se aproximou demais, quase encostando a boca em sua orelha.

- Você acha que entende o nível de comprometimento que eu tenho para trabalhar aqui, Stiles? - o garoto podia sentir o ar quente em sua bochecha. Mesmo assim, não se afastou, não queria dar aquela satisfação àquele psicopata. - Tem pessoas aqui que não precisam só de tratamento. Elas precisam de libertação. Eu ajudei elas. Eu ajudei Lorraine.

- Você matou ela. - a voz de Lydia veio de trás de Stiles, do outro lado do pilar, cheia de ódio e raiva.

- Eu ajudei ela. - Brunski rebateu, voltando a ficar ao seu lado. - Agora você pode me ajudar. Porque tem uma coisa que... sempre me incomodou.

***

Foi um pouco difícil encontrar água naquele lugar, mas Scott eventualmente conseguiu. Havia deixado Isaac com Mason e Liam, que também parecia estar cambaleando de bêbado. Os dois estavam sentados em bancos diferentes, segurando a cabeça e olhando para o chão. Deu uma garrafa para o namorado, que conseguiu beber com um pouco de dificuldade, e então se dirigiu para o calouro, que parecia ainda pior.

- Quanto ele bebeu? - gritou para Mason, que parecia tão preocupado quanto ele próprio.

- Não o suficiente pra ficar assim.

Scott olhou em volta de novo. Tinha a sensação de que estavam sendo observados. Liam e Isaac beberem alguma coisa e então passarem mal não podia ser coincidência. Talvez ele devesse ligar para o xerife, pedir ajuda, alguma coisa. Depois do que aconteceu com Stiles...

- Alguma coisa está acontecendo. - disse ao moreno. - Precisamos tirar eles daqui. Acho que vamos... ter que...

Ele se interrompeu. Uma onda de tontura tomou conta de seu corpo. Sua visão ficou embaçada, e então turva. O som pareceu ficar distorcido ao seu redor.

- E quanto você bebeu? - Mason franziu as sobrancelhas.

Scott respirou fundo. Era como se tivesse alguma coisa prensando seu peito.

- Nada. - seu estômago revirou. Seja lá o que estivesse acontecendo, haviam pegado ele também. - Nem um gole.

Se inclinou para frente, tendo que se apoiar no encosto do banco. Alguma coisa estava acontecendo. Alguma coisa grande. Não podia ser as bebidas, tinha que ser algo que os três tivessem feito.

Os sons a sua volta pareciam sumir cada vez mais. Todos os cheiros vieram até ele de uma vez, o deixando desnorteado. Seus joelhos quase cederam, mas ele cerrou os punhos na madeira do banco, tentando se manter firme no lugar. O objetivo era fazê-los cair, e quando parecessem bêbados no chão, os policiais ali seriam obrigados a levá-los para outro lugar. Não deviam nem ser verdadeiros policiais. Scott tinha que pegar o celular, tinha que pedir ajuda, tinha que...

De repente, percebeu uma coisa. Todos os sons estavam se esvaindo, menos um ruído. Uma batida da música. Ela parecia aumentar progressivamente, enquanto aumentava, também, o mal estar que sentia.

Scott arregalou os olhos.

- Não são as bebidas. - se esforçou em dizer. - É a musica.

***

Brunski colocou uma de suas fitas cassete no reprodutor. A princípio, Stiles não ouviu nada, nenhum musica, nada. Mas então, começou a ouvir algo que parecia com uma respiração, e então vozes. Não era uma música, era uma gravação.

O que você... - era a voz de uma mulher. - Brunski, o que você está fazendo?

Não se preocupe, Lorraine. - Brunski respondeu na gravação. - Vai ficar tudo bem. Você só vai ter um problema para respirar.

Que doente desgraçado. - Stiles voltou a se debater, cortando a pele dos pulsos. Ele se curvou para trás o máximo que conseguia, tendo a visão das costas da ruiva.

- Lydia, olha pra mim. Não escuta. - um pouco de bile subiu pela sua garganta, mas ele engoliu de volta. Não era hora para passar mal, Lydia precisava dele. Ela virou a cabeça para trás, não o suficiente para que eles fizessem contato visual. - Okay? Não escuta. Só... só se concentra na minha voz, okay? Não escuta ele, bloqueia isso.

Brunski aumentou o volume. Os sons agora eram grunhidos abafados, sons de sufocamento. 

- Ei, desliga isso! - Stiles se virou para o maníaco ao seu lado e gritou, recebendo em resposta um soco na lateral de sua cabeça.

- Para! - o garoto ouviu Lydia gritar enquanto seu corpo caía no chão. Mais uma vez, quase vomitou. Quase não teve forças para se erguer de novo.

- Escuta... - ouviu Brunski dizer em uma voz baixa e furiosa. - Só escuta...

Stiles se sentou de novo, respirando pesadamente.

- Eu preciso de sua ajuda, Lydia. - o homem continuou.

Por favor, não... - Lorraine disse na gravação. - Por favor...

- Aí está. A parte que eu nunca entendi. Escuta.

- Por favor não machuque ela.

- Não machucar quem?

- Ariel.

***

- Eu tenho... - Scott cambaleou para trás. - Eu tenho que desligar a música.

Mason assentiu, mas não parecia muito confiante que Scott conseguiria.

- Não perde eles de vista. - o Alpha apontou para Isaac e Liam, que mal conseguiam erguer a cabeça.

Era por momentos em que Scott conseguia tirar uma força interior de si para fazer o que era preciso que ele se tornara um Alpha Verdadeiro. Agora, precisava fazer aquilo de novo. Não sabia se seus olhos estavam brilhando, mas estava usando toda a sua força sobrenatural para conseguir dar passos para o meio da multidão.

Se já estava difícil de andar no meio daqueles adolescentes alegres antes, agora era dez vezes pior. Scott não conseguia dar três passos sem esbarrar em alguém, e quanto mais perto ele estava do palco do DJ, pior se sentia.

Em determinado momento, o ruído era tão alto que se tornou insuportável. Os joelhos de Scott cederam e ele tombou para frente, usando as mãos para segurar seu corpo.

Antes que pudesse se recuperar, duas pessoas ergueram seu corpo do chão. Scott demorou para perceber que eram seguranças, estavam levando ele para longe da festa.

- Espera... - tentou murmurar. - Não...

Scott não conseguiu dizer mais que aquilo. Não conseguiu perceber muita coisa também. Foi arrastado para longe da festa de forma bruta. Não sabia o que estava acontecendo, mas sabia que não estava seguro.

Em certo momento, ele foi jogado no chão. Tentou se sentar. Quando abriu os olhos, percebeu que estava dentro da escola agora, e três homens estavam a sua frente. 

- O que... - ao seu lado, percebeu Isaac e Liam deitados no chão, completamente inconsciente.  - O que é isso? - se virou para os homens. - O que estão fazendo?

- É gasolina. - um deles respondeu. Estava segurando um galão nas mãos, - Haigh disse que temos que queimar vocês.

***

Lydia não disse nada. Depois de alguns minutos, Brunski pareceu se cansar de esperar. Se levantou e andou até uma das estantes, pegando uma caixa dali.

- Temos muitos adolescentes tentando roubar o armário de medicamentos. - disse, voltando a se ajoelhar ao lado deles, com a caixa nas mãos. - A maioria não consegue, mas vocês dois... vocês parecem bem espertos pra mim.

Abriu a caixa, tirando uma seringa dali. Stiles e Lydia voltaram a se debater.

***

- Por favor... - Scott murmurou. Tentou se arrastar para longe, mas tanto ele quanto o chão estavam cobertos de gasolina, então suas mãos escorregavam. - Não...

Sua visão ficou turva de novo. Mesmo assim, ele podia ver um dos homens se ajoelhar na sua frente e estender a mão. A chama do isqueiro tremeu a alguns centímetros de distância dele. Só alguns centímetros entre ele e a dor insuportável. Talvez não morresse. Aquilo não era muito reconfortante, mas era tudo o que tinha.

De repente, sua visão voltou ao normal. Seu estômago parou de revirar. Seus braços não pareciam mais pesar toneladas. Seus olhos brilharam. A musica havia parado.

Scott não teve muito tempo para pensar. Agarrou a mão do homem e usou o dedão dele para apagar o isqueiro, tomando bastante cuidado para não tocar na chama. Uma vez que o perigo iminente se fora, começou a torcer o pulso de seu assassino, vendo uma expressão de dor tomar conta de seu corpo.

Os outros dois homens estavam indo para cima de Scott quando outra pessoa apareceu. Chutou o mercenário ajoelhado no chão, e este tombou para trás, grunhindo de dor.

Scott ainda não estava totalmente recuperado. Não entendeu muito do que aconteceu em seguida. Barulhos de socos e chutes, gritos de dor, corpos tombando no chão. Tentou se levantar, mas caiu de volta. O máximo que conseguiu foi ficar de joelhos.

Finalmente olhou para frente. Mais uns três homens haviam aparecido, e duas pessoas lutavam com eles. Demorou para Scott reconhecer Derek, lutando mano a mano com pelo menos dois caras por vez, socando e batendo e não sendo atingido nunca. A outra pessoa era uma mulher que o Alpha não se lembrava de já ter visto antes, mas estava no mesmo ritmo que Derek. Em um minuto, os dois nocautearam todos os seis mercenários.

Isaac e Liam agora estavam conscientes, e também tentavam se levantar. Derek andou até eles, parecendo preocupado.

- O que aconteceu com a arma? - perguntou Scott.

- Você está coberto de gasolina. - Derek retrucou.

- Ah, é. 

O maior estendeu a mão para ele, e Scott aceitou, finalmente conseguindo se levantar. Estavam a salvo agora.

***

- Vou admitir, Stiles. - Brunski enxia a seringa com algum remédio. - Eu não tenho talentos incomuns como a Lydia. Mas, de algum jeito, eu sabia que ia ter a chance de fazer isso de novo.

- Não... - o garoto murmurou, vendo que aquele maníaco se aproximava dele com a seringa. - Não, não...

Então Brunski mudou de direção, foi direto para Lydia, segurando sua cabeça e enfiando a agulha em seu pescoço.

- Não! - Stiles gritou ao mesmo tempo que uma quarta pessoa entrou na sala:

- Solta isso! - Parrish apareceu com a arma em posição, logo sendo seguido de John. - Tire o dedo daí e se afaste devagar do pescoço dela.

Stiles não conseguia ver direito o que estava acontecendo, mas percebeu Brunski não se afastou. 

- Jovem policial. - se virou para Parrish. - Você é só um garoto. Aposto que você nunca matou...

Três disparos, e então o corpo de Brunski foi ao chão.

- Mas eu sim. - John guardou a arma. - Lydia, você está bem?

O xerife correu para Stiles, o ajudando a se soltar, enquanto Parrish correu para Lydia. Quando o garoto estava finalmente solto, seu pai o abraçou com força. Ele tentou retribuir o abraço da melhor maneira que pôde sem vomitar em cima de John.

- Ele... - Lydia murmurou atrás de si. - Ele matou a minha avó. Ele estava controlando Meredith.

Os dois se levantaram. Stiles cambaleou um pouco antes de conseguir se equilibrar. Sob o olhar preocupado do pai, percebeu que suava frio. Estava com febre.

- Ele... - tentou falar. - Ele usou ela para criar a lista de morte.

- E depois a matou quando tentou ajudar. - a garota completou.

Brunski, que estava imóvel até aquele momento, começou a tossir. Respingos de sangue voaram de sua garganta e caíram em seu rosto. Ele riu. A risada de um psicopata.

Todos os outros se entreolharam, tensos. Parrish colocou o revolver em posição.

- Vocês acham que fui eu? - Brunski disse entre os risos. - Que eu estava controlando ela? Idiotas...

Mais risos e tosse.

Ela estava controlando a mim...

Então seu rosto tombou para o lado. Morto.

O quarto caiu no silêncio.

- Oh, Deus. - Lydia murmurou. - Não é ele. Ele não é o Benfeitor.

- Não. - outra voz. Parrish e John apontaram as armas em sua direção. Algum lugar entre as estantes cheias e empoeiradas, uma figura surgia. - E... ele não estava na minha lista. Mas ele era uma má pessoa.

Stiles prendeu a respiração.

Meredith.


Notas Finais


TAM TAM TAAAAAAAAM aiai gente, essa quarta temporada acabando shaushaushasuah AI COMO EU VOU SOFRER NA QUINTA TEMPORADA EOEOEOEO (vcs tbm MUAHAHAHAHHAHAHAHAAAAAAAA)
comentem, me digam o que acharam! :3


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