História Trust Me - II. Secrets and Lies

National City, Cobertura da L-Corp, 11:11 p.m.

 “Você tem que descobrir o máximo que puder com Lena”, as palavras de Alex ecoavam em sua mente. Só de pensar nela trabalhando ao lado de Lex lhe dava falta de ar, mas isso não era possível, ela nunca faria algo assim.

Kara repassava isso em seus pensamentos enquanto parava em frente à sala de Lena na L-Corp, por sorte ela ainda não havia ido para casa. A morena estava debruçada na sacada, segurando um copo de uísque quase pela metade acompanhada de uma garrafa de vidro com o mesmo conteúdo ao seu lado.

— Ao que devo a honra, Supergirl? — perguntou um tanto surpresa.

— Suponho que você saiba que seu irmão escapou da prisão.

— Eu sei? — indagou tomando um gole do líquido em seu copo.

— Por favor, Lena. — Sentou-se na sacada ao lado dela. — Você conversou com Lex?

— Ele ligou, mas não é como se eu quisesse falar com ele — explicou com indiferença.

— Vocês se encontraram pessoalmente?

A Luthor mais nova suspirou profundamente, desviando seu olhar para o céu estrelado.

— Não. — Completou com um sinal negativo. — Eu sei que é difícil acreditar em uma Luthor, principalmente quando seu irmão acabou de fugir da prisão, mas quando eu tiver alguma informação, você será a primeira que ficará sabendo.

A kryptoniana assentiu, afinal, ela acreditava em sua palavra. Agradeceu-lhe e saiu voando para longe.

— Sinto muito — Lena disse em um sussurro quase inaudível, tomando em um gole o que sobrara do uísque em seu copo.

National City, Restaurante Athenas, 1:34 p.m.

 A Danvers loira havia passado grande parte da manhã treinando com Alex no DOE ou tentando pensar em outra coisa que não envolvesse uma tentativa de Lex atacar seu primo. Além disso, Snapper — seu chefe da CatCo —, não saía de seu pé para terminar uma reportagem.

Não existia nenhum sinal do vilão até o momento, ela sabia que ele estava em algum lugar planejando seu próximo passo, que com certeza não envolvia abraços e flores.

Sentia uma estranha sensação de preocupação, não com Kal-El, era algo diferente com sua amiga morena. Kara temia o que Lex poderia fazer a ela.

— Olá? Terra chamando Little Danvers de volta de seja lá onde ela estava — Maggie disse passando a palma da mão em frente ao seu rosto, fazendo com que ela se livrasse dos devaneios.

— Eu sei como você deve estar se sentindo, mas vai ficar tudo bem — sua irmã assegurou com um sorriso confiante.

— Eu concordo com Alex. — A policial suspirou. — Infelizmente eu já tenho que voltar para a delegacia. Nos vemos mais tarde — se despediu com um selinho de sua namorada, Alex, e apenas acenou para a irmã dela.

— Fique tranquila, tenho certeza que ele vai aparecer logo.

— É disso que eu tenho medo.

— Mas não deveria. Sempre derrotamos os caras maus e dessa vez não será diferente. — concordou tentando dar um de seus melhores sorrisos. — Você tem que tomar mais cuidado com a Luthor agora, ela não pode descobrir sua identidade, Kara. — A loira olhou incrédula para a irmã.

— Apesar de tudo que ela fez você ainda não confia nela?

— Ela continua com o mesmo sobrenome.

— É inacreditável! — exclamou exasperada, cruzando os braços logo em seguida. Era como se sua irmã tivesse acabado de ofender ela mesma. — Lena é diferente, você vai ver.

— Espero mesmo que sim.

Dados de Espaço e Tempo indisponíveis.

 Ela não podia acreditar que estava mesmo fazendo aquilo. O que havia passado por sua cabeça? Mas que ideia estúpida!

A CEO estava em um de seus laboratórios subterrâneos, ambas as paredes e o piso eram brancos em um tom gelo, mas não transmitiam mais uma sensação de conforto, o local estava muito bem iluminado, mas ela conseguia sentir a escuridão que havia tomado conta do ambiente.

Sua atenção voltou-se para Lex um pouco adiante, que havia tomado um pequeno choque ao tentar ajustar um equipamento em seu traje.

— Aqui, deixe-me te ajudar — disse saindo de sua bancada com uma ferramenta. Ela se abaixou e reprogramou a fonte de energia em alguns minutos.

— Obrigado, irmã. Eu não tinha percebido isso — a morena sorriu de canto.

Lena só queria gritar o mais alto que pudesse. Todos os seus sentidos mandavam que ela saísse dali o mais rápido possível e que com certeza outra pessoa teria um plano melhor e menos arriscado, mas então seu lado emocional falava mais alto. Apesar de tudo ela ainda se importava com Lex. Lembranças de sua infância e das partidas de xadrez eram como um lembrete do porquê estava fazendo aquilo.

— Você está pensativa. Algum problema? — o mais velho questionou.

— Não. Nenhum. — Lena virou-se de costas, fingindo analisar um manual de instruções qualquer. — Apenas pensando em possíveis falhas no sistema. — Ele assentiu.

— Ainda precisamos projetar algo para você.

— Já conversamos sobre isso.

— Só não quero que você se machuque, irmãzinha.

— Eu tenho alguns projetos de defesa pessoal, apenas preciso fazer alguns ajustes e voilà.

— Você está pegando o jeito. — Lex sorriu. — Ah, e não esqueça a nossa surpresinha especial.

— Claro, como poderia esquecer?

National City, Apartamento de Lena Luthor, 2:31 a.m.

 — Kara Danvers disse que você precisava me ver — Supergirl disse entrando pela varanda. A kryptoniana havia estranhado a ligação de Lena aquela hora da madrugada, mas parecia ser algo urgente, então ela não hesitou em voar o mais rápido possível para saber se sua amiga estava bem.

— Você sabe, não é como se essa fosse a porta de entrada.

Pelo tom calmo em sua voz, não parecia ter acontecido nada de ruim a ela o que fez a loira se sentir aliviada.

— Mas é rápido — resmungou em um sussurro.

— Você pode se sentar no sofá se quiser. — Ela deu de ombros.

— Por que me chamou aqui, Ms. Luthor?

— Poucas pessoas sabem onde eu moro, é mais seguro — explicou servindo uma taça de vinho. — Eu sei que álcool não te faz efeito, mas você aceita?

— Não, obrigada.

— Bem, indo direto ao ponto: preciso da sua ajuda, mas com uma condição.

— Hm, você está me pedindo ajuda com condições? Isso é um pouco estranho — Kara disse com o cenho franzido.

— Você precisa confiar em mim.