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História Trust No Bitch - Formation


Escrita por: rafaelaribeiro_

Notas do Autor


boa leitura
Xxx 🍭

Capítulo 7 - Formation


Fanfic / Fanfiction Trust No Bitch - Formation

- Não quero que fantasiem só a luxuria da minha proposta. Não estou pedindo que me ajudem a cometer um crime ou outro, estou pedindo ajuda para ver minha família outra vez.

Silêncio.

Estavam atônitas. Confusam com a quantidade de informaçào que lhes foi dada assim, sem pausa e de uma vez como arrancar um curativo surrado com sangue seco. Todas estavam ali, organizando suas próprias aflições após tantas revelações... menos Khalifornia.

Khalifornia estava de olhos fechados e o rosto erguido para os céus, sentido a brisa que balançava seus cabelos e as chamas da fogueira que mantinha todas elas aquecidas. O semblante de sua face era sério, quase como se ela fosse uma estátua feita no mármore, e misteriosamente bela.

E nesse mesmo estado, ela começou a falar.

- Nunca foi minha intenção abandonar você naquele buraco, Ramona. E você sabe disso melhor do que ninguém. Sua dor simplesmente fora causada por você ter me amado demais...

Ramona, que parecia tão corajosa após tudo o que enfrentou, engoliu em seco e abaixou a cabeça.

Em um movimento já considerado involuntário, ela remexeu os bolsos e retirou a carteira de cigarros amassada e o isqueiro transparente do bolso do moletom surrado.

E como de costume, retirou da carteira, levou aos lábios, acendeu e soltou a fumaça pela boca seca e sem cor. Permitiu-se observar a fumaça sumir e bater nas paredes do vento enquanto o cigarro descansava em seus dedos finos.

Ela riu sem humor.

- Então meu erro foi te amar demais - riu outra vez. Respirou fundo e continuou. - Quem me dera esse ter sido o único erro que cometi.

Mackenzie, que não fazia parte da bagagem delas, foi a primeira das outras ouvintes a se pronunciar após tanto tempo em silêncio.

- Prefiro que resolvam seus problemas outra hora, viemos discutir algo maior que isso. Nosso prazo acaba em algumas horas e estamos aqui, discutindo algo que nunca existiu.

- Mack. - disse Khalifornia. - Entendo que esteja chateada por eu não ter contado antes que...

- Não quero saber de nada disso. Pelo menos não agora. - Mackenzie se ergueu minimamente até se apoiar nos calcanhares e em seguida nos joelhos, alcançou o colo de Ramona e apanhou a carteira de cigarros. Pegou um deles e o isqueiro. Em seguida sentou-se outra vez em seu pequeno espaço no círculo e assim como Ramona, levou-o a boca, acendeu como se já tivesse feito aquilo dezenas de vezes e puxou profundamente a fumaça, respirando-a, e logo depois soltou aos poucos, enquanto a fumaça se espairecia pelo ar e seus olhos verdes refletiam a luz do luar.

Ficaram meio atordoadas com o ato, pois Mackenzie só havia fumado uma vez e passara tão mal que jurou nunca mais fazer outra vez. Mas não a julgaram por aquilo, pois no lugar de uma bebida quente, queriam goles e goles de algo forte para que desmaiassem e talvez até esquecessem do que estava acontecendo.

Todas ficaram em silêncio. Umas olhando para baixo, outras para os lados e algumas para o céu.

O silêncio se perpetuou ao longo de alguns míseros segundos, que pareceram horas, até que Khalifornia o quebrou em um ato inesperado.

- Aceito sua proposta, Ramona. Apenas para pagar a dívida que tenho com você. Já o resto de vocês, é por sua conta e risco.

Todas encaravam incrédulas.

Khalifornia.

Ela estava dentro. Estava se juntando ao time de Ramona em algo suicida que estavam tentando transformar em um bem maior.

- Uma já foi. Faltam três. - disse Ramona, agora encarando o nada e curtindo seu cigarro que aos poucos se tornava uma bituca.

Após outro silêncio duradouro, Lenora se pronunciou pela primeira vez.

- Sabem que isso continua sendo algo que não concordo, certo?

- Ninguém te pediu para fazer isso, Lenora. - disse Khalifornia.

- Sozinha você não vai ficar. Ficarei nesse círculo até que Ramona consiga o que quer, e depois vou embora. Entendido?

Lenora ficara de joelhos com as mãos apoiadas nos mesmo e os ombros para frente, encarando a fogueira que fazia seu rosto tão suave se tornar uma brincadeira de luz e sombra.

E agora faltavam duas.

- Farei o mesmo, não por Ramona, mas pela Khalie. - disse Mackenzie.

E agora uma.

Todas viraram seus rostos para Amelie, a única que ainda não havia dito nada desde o fim da história.

- Sério? Estamos realmente pensando nisso? - disse Amelie rindo, levando aquilo como uma piada sem graça.

- Amy. - interferiu Mackenzie. - nunca deixamos a outra sozinha, lembra?

- Não, não, não. Escute a si mesma, escute o que você diz. Você está aceitando entrar em uma maldita gangue! Eu não posso ser a única que acha isso uma loucura, certo?

Amelie sempre fora boa e doce. De todas elas, a mais gentil. Sabia que o que estavam fazendo era errado e que poderia acabar de maneiras terríveis. Estavam se metendo em uma cruzada junto de uma desconhecida. Bom, agora não tão desconhecida assim.

- E se formos presas outra vez? Acham que sempre vai ter alguém para pagar uma maldita fiança e estaremos livres? Aliás, quem são aqueles caras, Ramona? Agindo como se fossem os reis do estado?

- A guangue do Edgar - disse Ramona, calma, encarando o nada, tentando disfarçar o frio na espinha que aquele nome lhe causava. - Trabalham por todo o estado, para o dono do Mansolete.

- Mansolete?

- É o nome daquela casa onde fomos presas. Não da casa em si, mas toda casa que serve como principal ponto de tráfico comandada por Big J tem esse nome. O significado? Terão que perguntar a ele.

- E como aquela rua onde estávamos continua tendo casas cheias com um ponto de tráfico bem ao lado?

- A rua funciona pelo tráfico. Mas sim, existem alguns moradores. E o trato é: fiquem longe de nossas coisas, e ficaremos das suas.

O silêncio predominou, mesmo com Amelie ainda perplexa com aquilo tudo. Todas estavam, mas guardaram para si mesmas. Não deixariam Khalifornia enfrentar aquilo sozinha por uma dívida de amor que tem com uma criminosa.

Ramona se levantou, uma mão no bolso e a outra com o cigarro que já estava prestes a se tornar um fantasma.

- Vou fazer um teste com vocês. Pra ver se aguentam o tranco tão bemquanto dizem.

- Não vou fazer isso. - se adiantou Amelie.

- Amy. - repreendeu Mackenzie.

- Mack, por favor... Não faça isso.

- Gente. - disse Lenora, vendo tudo perder o controle a partir daquelas duas. - Parem. Não é hora disso.

As vozes das outras de tornaram murmúrios quando os olhares de Ramona e Khalifornia se cruzaram finalmente. Elas apenas se encaravam, nenhum outro pedaço do corpo se movia.

Até que...

- Qual é o teste, Ramona? - perguntou Khalifornia.

As vozes de cessaram e os olhares foram desviados para elas.

Ramona sorriu. Um sorriso malicioso. Khalifornia batucava em sua mente diversas teorias que fizeram Ramona se tornar o que era, e detestava estar entre os motivos daquela história trágica que fora a infância e adolescência de Ramona Appleburn.

- Vamos assaltar uma mercearia.


- Por que todas as vezes em que você tem uma péssima ideia você finge não me ouvir quando te lembro disso? - questionou Amélie, puxando o capuz para cima, cobrindo os cabelos.

- O que? Disse alguma coisa? - questionou Khalifornia, fingindo outra vez não ouvir Amélie, com os cabelos azuis voando junto ao vento frio da noite.

Estavam dentro de um carro velho, de estofado rasgado e um som empoeirado tocando "Sweet Dreams" em meio a vários chiados. A música tão icônica para um momento nada icônico. Ou seria?

O carro era achatado com um pequeno amassado na porta direita e de pintura da cor grafite já saindo aos poucos, ficando no lugar traços de ferrugem.

Estavam quietas enquanto Ramona cantarolava a música que o rádio reproduzia entre os chiados. Khalifornia encarava a rua e seus postes de luz alaranjadas sentada no banco do carona, com os pés para o alto, os joelhos encolhidos e os braços cruzados. Os cabelos azuis fugiam do capuz do moletom destacando-se em meio aos tons escuros de suas vestes. Vez ou outra virava seu rosto para Ramona, que fingia não existir nenhuma tensão ali também com seu capuz levantado. Nem entre elas duas, nem entre ela e as outras.

As outras estavam no banco de trás completamente atordoadas com o que acontecia, vendo aquilo tomar proporções perigosas rápido demais.

Estavam com seus capuzes levantados sobre a cabeça também, mas não fingiam a naturalidade de Khalifornia. À direita, na janela, estava Mackenzie. Encarava as ruas e seus borrões passando depressa, cantando baixinho a música que tocava no rádio em uma tentativa de se acalmar, falhando. Estava com a cabeça deitada na janela do carro, apoiando a mesma na palma da mão e as pernas escolhidas para o lado. Ao seu lado estava Lenora, com a cabeça apoiada no ombro de Mackenzie, fitando Ramona e Khalifornia com o olhar curioso, esperando alguma das duas expressar alguma palavra ou sinal, até uma troca de olhares que não aconteceu. Suas mãos estavam estrelaçadas em seu colo e suas pernas para baixo. Seus fios loiros e curtos quase sumiam sob o capuz. E por fim, ao lado de Lenora, estava Amélie. A garota já pálida parecia um fantasma com seus cabelos brancos fugindo do capuz, se destacando pelo escuro do carro como uma estrela.

Cada uma ali estava presa em seu próprio mundo enquanto Ramona se mostrava tão calma quanto a noite agora que estavam em um ponto um pouco mais afastado, chegando perto de uma mercearia pequena com os dizeres "Mercy's" em um letreiro luminoso vermelho.

Era uma pequena casa de paredes esverdeadas e telhas laranjas, com portas de vidro exibindo mercadorias em estantes como salgadinhos, molhos e outras coisas mundanas.

E no pequeno caixa, de tons verde e cinza, um pequeno balcão e uma caixa registradora já surrada, estava o dono do pequeno negócio.

Um homem de corpo e rosto muito magros e repleto de linhas de expressão. Pele rosada e olhos azuis que se perdiam pelos cabelos grisalhos e na barba por fazer. Vestia uma calça bege, sapatos escuros e uma camisa de botões de temática tropical, com palmeiras verdes para todos os cantos e um fundo amarelo.

- É aqui. - disse Ramona, apontando para a mercearia.

Silêncio.

As três no banco de trás trocaram olhares duvidosos enquanto Khalifornia, no banco da frente, encarava a estrada a sua frente sem mover algum músculo e Ramona revezava um olhar curioso entre elas, esperando uma resposta.

Ela alcançou um chiclete de menta nas diversas bagunças que tinham no apoio atrás da marcha além de um cinzeiro, abriu o papel esbranquiçado, colocou o chiclete na boca e começou a mastigar enquanto seus dedos finos e de unhas grandes e vermelhas brincavam com o pequeno papel.

- Estou apenas esperando uma resposta de vocês.

Outro momento de silêncio e tensão das meninas no banco de trás.

Khalifornia, com sua paciência estourada e o maxilar travado, retirou suas pernas do alto e abriu a porta de seu lado, saiu em seguida e batendo a porta com agressividade.

Ramona saiu em seguida, seguindo Khalifornia que tinha se direcionado para a parte de trás do carro, apoiando as costas no porta-malas e cruzando os braços.

Mackenzie, Lenora e Amélie ouviram os passos de som oco de dentro do carro.

Mackenzie num suspiro, finalmente se pronunciou.

- O que faremos agora?

- Não acho que isso seja uma boa ideia. Continuo com essa sensação de que Ramona é uma total desconhecida. E aqueles caras que vimos no outro dia? Nem pensar! - susurrou Amélie, que parecia querer dizer aquilo aos gritos.

- O que? E deixar Khalie sozinha?

- E se formos pegas? Já parou para pensar nisso?

- Se eu parasse pra pensar em alguma coisa eu não teria saído de casa, não acha?

- Não podemos fazer isso! Não tem nenhum plano pro futuro? E os seus pais, Mack? Como ficariam?

- Por favor não me faça pensar neles agora...

- Por que você sabe que isso é completamente insano!

Enquanto as duas discutiam entre sussurros, Lenora revirava os olhos e relaxava sua postura ali sentada entre as duas. Não queria que elas escolhessem o que fazer ou não. Ela, mais do que as outras, não queria estar ali. Mas estranhamente também não queria voltar atrás.

- Sai da minha frente. - disse Lenora, segurando no banco da frente, erguendo se e sentando no colo de Mackenzie, e assim arrastando sua mão até a tranca da porta.

- Onde você pensa que está indo?

- Ajudar a Khalie, talvez?? Não vou esperar as princesas decidirem o que fazer.


Ramona caminhou até Khalifornia em passos largos e a menina apenas obsevou enquanto esta se aproximava, até que ela parou. Suas mãos estavam no bolso de trás de seus jeans enquanto ela encarava Khalifornia, mascando seu chiclete.

Ela riu, de puro deboche e sem humor algum.

- Você age como se eu estivesse forçando você de alguma coisa. Se quer ir embora... - Ela se aproximou lentamente de Khalifornia - Pode ir.

Khalifornia riu também.

- Não está? Conta toda aquela história como se eu fosse apenas uma pobre menininha que não me importava com você e queria apenas... Beber e transar com alguém que eu não conhecia.

- Essa era Khalie que eu conheci.

- Talvez você nunca me conheceu.

Silêncio.

Os olhares eram mistos e as vontades eram certamente diferentes. Ramona queria retrucar, mas não sabia como.

A porta do velho carro se abriu em com o som da ferugem se arrastando, Lenora saiu do carro desajeitada. Ajeitou o moletom em seu corpo e tirou alguns fios de cabelo que voaram em seu rosto. Bateu a porta com uma força colossal. Lenora, mesmo sendo a menor del, era uma garota de temperamento e personalidade extremamente fortes.

Caminhou duro até as duas e se colocou entre elas, encarando a mercearia do outro lado da rua.

- Se vamos mesmo fazer isso, precisamos ser rápidas. - ela virou o rosto para Ramona. - Vamos esperar fechar?

- Não. Na verdade, já deveríamos ter ido. Onde estão as outras?

- Ainda dentro do carro, discutindo.

- Sério? - disse Khalifornia. - Lindo! Excelente hora para sermos crianças.

Khalifornia desencostou-se do carro e foi até a porta. Abriu e inclinou-se, mas não entrou.

- O que diabos vocês pensam que estão fazendo?! - disse, interrompendo a discussão de Amélie e Mackenzie.

- Você não vê o erro bem diante dos seus olhos, Khalie? Olha o grande poço de merda em que você tá se afundando! - disse Amélie aos sussurros.

- Não pedi que viessem. Quer voltar pra casa? Volte! Mas não me culpe por ter vindo até aqui.

Mackenzie saiu do carro desviando de Khalifornia, e fora em direção das demais sem dizer uma palavra sequer.

Khalifornia olhou para Amélie, que a encarava atônita.

- Então, qual vai ser? Você vem ou não?

Hesitante, Amélie sai do carro e para ao lado de Khalifornia, que bate a porta e vira-se para a menina de cabelos brancos.

- Sempre que bater o ódio por estar aqui, lembre-se do que eu disse dentro do carro.

Amélie respirou fundo e enfim, pronunciou-se.

- Não diga isso sendo que sabe que eu jamais abandonaria você. Nenhuma de vocês.

Khalifornia sorriu fraco e estendeu seu braço para Amélie, que enganchou o seu junto ao dela. E assim, caminharam até as outras.

Todas agora encaravam a mercearia. O proprietário estava com um pequeno rádio amarrado ao cós da calça, preso por um cadarço velho à dois pedaços de tecido por onde deveria passar um cinto. Ele dançava e cantarolava enquanto organizava alguns produtos nas prateleiras.

- Ele parece ser um cara decente. - disse Lenora.

- Todos parecem, no fim das contas. - disse Ramona. Estão todas de touca?

Ramona passou os olhos rapidamente antes de voltar seus olhos à mercearia e sorrir maldosamente.

- Ótimo.

Ela desviou das demais em curtos passos e levou a mão até o bolso de onde pegou as chaves do carro e levou-a até o pequeno fecho do porta-malas. Abriu-o e puxou a grande peça de ferro para cima.

Todas foram até lá, duas a cada lado de Ramona. Amelie e Khalifornia do lado esquerdo e Mackenzie e Lenora do lado direito.

Um cheiro quente de mofo subiu antes que pudessem focar no o porta-malas abrigava. Dentre alguns pedaços da espuma para estofar os bancos, alguns pedaços de madeira e uma caixa de ferramentas estavam três armas de brinquedo e máscaras pretas que deixavam apenas os olhos e a boca à mostra.

Ramona puxou as máscaras e estendeu à elas. Khalifornia, tendo se desvencilhado do braço de Amélie, fora a primeira a pegar sem demonstrar hesitação, medo ou angústia. Ela removeu a touca do moletom de sua cabeça, mostrando os cabelos azuis, amarrou-os de qualquer enquanto encaixava a touca em seu rosto e empurava os fios que escapavam para dentro da mesma.

Quando terminou, colocou suas mãos nos bolsos do moletom e se retirou do semi-círculo. Depois fora a vez de Lenora, depois Mackenzie e, por fim e hesitante, Amélie.

Em seguida, Ramona retirou as armas de brinquedo do porta-malas e estendeu na direção delas. Lenora fora a primeira a estender o braço e pegar. Para um brinquedo, er bem realista e um tanto maior que sua mão. Em seguida fora Mackenzie e até mesmo Amélie pegara depressa.

- Pegue. - disse Ramona, percebendo que Khalifornia não movera um dedo sequer para pegar a última arma restante.

- Não vou usar isso.

Khalifornia foi até a traseira do carro outra vez, batendo os olhos pelos materias que tinham no porta-malas. Nada útil. Até que abriu a cajxa de ferramentas e de lá, tirou uma marreta. Ela segurava com as duas mãos, batendo a parte metálica em sua palma.

Ela se virou para as outras, sorrindo.

- Prefiro esse.

Ramona fora até a traseira do carro também e de lá, puxou um pé-de-cabra.

- Acho que estamos prontas, então.

- Espere, não vai colocar a touca? - perguntou Amélie.

- Claro que não. Alguém tem que distrair ele. Agora vamos logo.

E assim, partiram para a mercearia em passos lentos, com cada uma escondendo sua arma da maneira que era possível.

- Esperem aqui, escondidas em volta da porta. Quando eu der o sinal, entrem.

Acenando com a cabeça, elas se esquadrinharam pelas paredes da mercearia, com Khalifornia de tocaia espiando os movimentos de Ramona enquanto ela entrava.

Estava com suas mãos para trás, escondendo o pé-de-cabra em suas costas.

- Ei! Boa noite.

O homem pausou seu radio e sorriu doce para Ramona

- Boa noite, menina.

- Posso usar seu telefone? meu celular acabou ficando sem bateria e eu preciso voltar pra casa.

- Claro! Por favor, ele está atrás do balcão.

- Obrigada! - ela sorria cinicamente, parecendo ser alguém tão bom e tão pura.

Boa demais. Pura demais.

Ela caminhou até estar atrás do balcão. Vendo diversos papéis, uma garrafa de suco, e outras pequenas coisas até seus olhos baterem no teclado do computador, cujo a tela mostrava imagens de uma câmera de segurança. Revizando o olhar entre as teclas e o dono da mercearia que arrumava algumas prateleiras, Ramona rapidamente desligou as câmeras. E com a mesma maestria, apagou as luzes.

- Ei, o que está acontecendo? - disse o homem encarando as lâmpadas apagadas.

- Acho que houve um curto circuito. - respondeu Ramona, caminhando lentamente até ficar perto da grandiosa porta de vidro, de costas para ela.

Com suas mãos atrás das costas, Ramona enfim dera o sinal.

Um dedo do meio.

Khalifornia fora a primeira a sair do esconderijo, chutando a porta de vidro que ficou com uma pequena rachadura. As outras vieram atrás, engolindo em seco todo o medo a surpresa da agressividade e naturalidade de Khalifornia no meio daquela situação.

Ela começou a bater nas prateleiras com a marreta, derrubando e quebrando tudo.

Mackenzie, em seus 30 segundos de coragem, apontou a arma para o homem enquanto gritava:

- ME DÊ A MERDA DO DINHEIRO AGORA! VAMOS, ANDE, SEU FILHO DA PUTA!

O homem caminhou até a caixa registradora com as mãos atrás da cabeça, um tanto hesitante até que Lenora e Amélie chegaram até o lado de Mackenzie, e apontaram suas armas também.

Amélie se manteve em silêncio enquanto Lenora, apoiara os gritos de Mackenzie assustando o homem cada vez mais.

A cada instante, o som de algo de partindo no chão soava atrás delas, uma prateleira já estava completamente detonada.

O homem apertou o botão da caixa registradora e retirou o dinheiro e, contrariado e ao mesmo tempo assustado, entregou para Mackenzie que continuava a gritar com ele, junto de Lenora que pegava o pote de moedas, algum troco que os clientes deixam de bom grado e que agora, ele assistia ir embora.

No fim das contas, fora tudo como na outra noite: um borrão de cores e luzes assustador.

Com todo o dinheiro em mãos, elas saíram correndo do lugar com Ramona na dianteira, que o homem percebera somente mais tarde que estava junto delas.

Elas chegaram até o carro, e atolaram-se depressa, e assim, o carro arrancou noite adentro, de volta para a cidade. Dentro do carro, elas respiravam fundo completamente assustadas. Elas assaltaram alguém? Elas tinham mesmo feito aquilo?

Inesperadamente, Khalifornia começou a rir. uma risada que foi se intensificando até ficar histérica e cada vez mais alta. Todas trocavam olhares confusos, mas estranhamente, Lenora começou a rir também. E aos poucos, todas riam. Que cena incomum: cinco garotas rindo de forma desgovernada em um carro enferrujado ne meio da madrugada. E ninguém pensava no fim daquela noite.


- Onde estamos agora? - perguntou Mackenzie.

- Meh... Você vai ver. - respondeu Ramona.

Estavam subindo as escada de um prédio. O mármore fazia sons sob seus pés, e elas conversavam aos sussurros. Estariam onde agora? Indo falar com alguém importante?

Chegaram no terceiro andar. Eram corredores com as paredes abertas, semelhantes à sacadas. As paredes eram brancas e as portas de madeira com a numeração em dourado. Caminharam um pouco pelos corredores, com Ramona indicando o caminho até que pararam na frente de uma das portas no meio corredor. Número 13.

Ramona retirou uma chave com o chaveiro de um salto alto repleto de glitter cor-de-rosa e encaixou na fechadura dourada, deu as voltas necessárias e girou a maçaneta redonda.

Quando acendeu sua luz, uma surpresa.

A lâmpada de sua sala de estar, antes de luz branca, agora era de um rosado neon. 

Sentados em seu sofá, estavam Sebastian, Stefan, Tobias, Andrew... e Edgar.

- Olá, meninas.




Notas Finais


até o próximo cap!
comentem e favoritem, prometo postar logo
Xxx 🍭


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