História Try - Imagine Jin - Capítulo 26

S/N P.O.V

Estávamos nos divertindo bastante com Namjoon, acabamos por ficar no restaurante a tarde inteira. Havia esquecido como é se divertir com as pessoas que gostamos… Era como se por muito tempo eu tivesse vivido em uma caverna, e agora pude sair para um mundo iluminado e, mesmo que demorasse a me acostumar com a claridade, é tudo mais bonito.

Namjoon para e olha em seu relógio.

- Ih! Preciso ir agora! Tenho prova essa semana e não estudei quase nada! – fala.

- Qual é! Você não precisa estudar! – protesta Jin.

- As coisas mudaram, hyung… Estou vendo coisas lá que nunca vi na vida. Preciso me esforçar mais ainda agora. – responde.

- Certo… - fala Jin.

- Tchau, gente! S/N, foi um prazer conhecê-la. – ele segura minha mão – Peço apenas que tome as rédeas dessa relação porque esse hyung é trouxa demais para isso.

Rio.

- Prometo. – falo num tom sério forçado.

- Haha! Muito engraçado! Já deu! – Jin o repreende de brincadeira.

Rimos mais um pouco e logo depois Namjoon vai embora.

Suspiro.

- O que achou dele? – Jin pergunta.

Rio.

- Adorei! Acho que nunca havia rido tanto em minha vida! – respondo.

Ele ri também.

- Namjoon tem esse poder. Nunca o leve a sério porque ele provavelmente não estará sendo.

- Recado entendido! – respondo fazendo um sinal de positivo com a mão.

Jin passa o braço por volta dos meus ombros.

- O que vai querer fazer agora? – pergunta.

Penso um pouco.

Já sei…

- Sabe, Jin… Sinto a falta dos seus pais… - Peço sutilmente.

Ele passa um tempo me observando e acariciando meu rosto.

- Então vamos visitá-los! Sei que eles também estão loucos para lhe ver! – diz com seu sorriso que me alegra.

Sorrio.

- Vamos! – respondo.

Saímos do restaurante e entramos no carro do Jin, seguindo em direção à casa de seus pais.

- Eles ainda moram naquela casa? – pergunto.

- Sim! A minha antiga casa… Não mudou nada por lá nesses anos.

- Que nostalgia… Nossas brincadeiras…

- Nossos arranhões… As vezes em que quebramos os vasos da minha mãe e ficávamos de castigo… - continua.

Rio.

- Você quem quebrava! Eu sempre fui cuidadosa! – defendo-me.

- Não adianta mentir! Quando você ficava dançando pelo minha casa alguma coisa sempre acabava caindo… - diz.

- Eu já cheguei a quebrar algo?! - pergunto assustada.

Ele concorda lentamente com a cabeça.

- Sim, senhora. – diz – Um copo de vidro e um prato em vezes diferentes.

- Nossa! Não lembrava! Me desculpe! – exclamo.

- Está tudo bem! Não precisa pedir desculpas! – riu.

Fico um tempo calada, refletindo sobre seus pais… Será que eles lembram de mim? Sentem receio? Remorso…? Afinal, eu simplesmente saí da vida deles sem explicação… Eles eram muito próximos dos meus pais também; sempre em que eu estava com o Jin, nossos pais se juntavam para conversar, jogar, se divertir… O meu afastamento pôde tê-los afastado da única coisa que restou dos amigos…

- S/N… Eu não estava mentindo quando disse que eles com certeza estão loucos para lhe ver… Meus pais realmente sentem sua falta e, assim como eu, eles sabem que o que você passou não foi fácil… Então, relaxe e curta a visita, certo? – Jin fala.

Fico um tempo a encará-lo. Uma pessoa tão bondosa… Veio de uma criação bondosa…

Sorrio.

- Certo.

Um tempo depois estávamos parados em frente ao grande quintal da casa onde passei muito tempo brincando, correndo, ajudando na jardinagem… E tantas outras coisas…

A casa era bem grande, num tom marrom claro e com pedras cinzas como telhado, o jardim da frente ainda encontrava-se impecável e bastante colorido. Além disso, um pequeno muro no mesmo tom da casa rodeava a residência.

Jin abre o portão de entrada e me dá passagem para seguir o pequeno caminho de pedras até a casa.

Ando até a porta e o espero chegar para abrir a porta com sua chave.

- Omma! Appa! Trouxe uma visita! – diz com um grande sorriso.

Um tempo depois seus pais descem as escadas, ambos com roupões e esfregando os olhos. Pareciam que antes estavam dormindo...

- Quem é? Estou sem meus óculos… - fala o pai apertando os olhos.

Jin ri baixinho.

Sua mãe, ao acostumar a vista após esfregar os olhos, força um pouquinho para poder me enxergar.

Meu coração batia aceleradamente ao ver aqueles dois…

- Essa é a… - inicia.

Interrompo-a.

- Oi, senhor e senhora Kim… Estou feliz em vê-los novamente.

Com os olhos já marejados, curvo-me em reverência.

- S/N! – ela diz e vem correndo em minha direção.

- É a S/N?! – senhor Kim se espanta e acompanha sua esposa na corrida.

Quando chegam perto, param em minha frente e analisam com cuidado meu rosto, assim como faço com os deles. Observávamos cada pequeno detalhe, cada mudança e tudo o que ainda era muito semelhante.

Eles já estavam com várias ruguinhas nos rostos e cabelos brancos… Mesmo assim, eu ainda poderia reconhecê-los de longe… Ambos possuem traços marcantes, os quais Jin carrega em uma mistura que eu nunca soube dizer se é mais parecido com a mãe ou com o pai.

Como senti a falta deles…

Minhas lágrimas começam a cair, assim como a deles.

- Você mudou tanto, querida… - diz o senhor Kim.

- Porém, continua a mesma S/N… - prossegue a senhora Kim.

Não consigo me conter e abraço os dois simultaneamente. Os dois me envolvem e afagam meus cabelos. Jin junta-se a nós e pude escutá-lo chorar também.

Eu posso ter perdido os meus pais biológicos… Contudo, tenho certeza que estes aqui podem me dar carinho e amor tanto quanto eles… Eu apenas precisava ter aceitado, precisava ter aberto meus olhos para esse amor… Eu deveria ter notado isso antes.

Porém, agora estou aqui e é isso que importa. A partir de agora poderei recuperar todo o tempo perdido.

- Sentimos tanto sua falta… - fala a senhora Kim.

- Sentimos por tudo, querida… Sabemos que foi difícil e gostaríamos de poder ter ajudado… - diz senhor Kim.

Balanço a cabeça.

- Vocês são muito especiais para mim… Não se culpem… Eu não me permiti receber ajuda, mas sei que poderia… Agora quero recuperar tudo perdido com a ajuda de vocês… Prometem ficar ao meu lado? – pergunto.

Os três concordam em uníssono.

Após mais um tempo juntos no abraço e em siléncio, a senhora Kim se afasta um pouco e enxuga suas lágrimas.

- Muito bem… - sorri – O que acham de eu fazer um bolinho?

Meu sorriso alarga-se, assim como o de Jin.

- Eu quero! – diz Jin.

- Como sinto falta desse bolo! Por favor! – peço com as mãos juntas.

Os pais riem da nossa reação.

- Nem parecem adultos… - senhor Kim fala rindo.

- Estamos recuperando o tempo perdido Appa! – responde Jin.

- Só não use isso como o desculpa para comer bolo todo dia… - adverte a mãe.

- Eu?! Nunca faria isso! – diz Jin.

Rimos da sua pequena mentira.

- Então vamos! Vou precisar de ajuda! – pede a mãe.

- Mãos na massa! – exclama.

E, desta forma, seguimos até a cozinha unidos como uma família.

Yoongi P.O.V

- Quero mais um copo. – peço ao barman da festa.

Ele enche meu copo com a mesma bebida de antes e viro de uma só vez.

Estava tudo uma merda!

Jogo o copo com força na mesa.

Meus pais continuam a me obrigar a ir para a faculdade… Então, tenho que encarar professores chatos e pessoas chatas todos os dias.

Os únicos momentos que posso fugir disso são nas festas e em casa. Bebidas e drogas são minhas ocupações.

Levanto-me da cadeira e decido procurar por algum traficante, essa hora há um monte pelas redondezas.

Próximo a um beco tenho sorte de encontrar o de sempre. Pelo menos já tinha uma conta com ele.

- Hey… Quais novas você tem? – pergunto andando em sua direção.

- Yoongi… Tem certeza que quer outra? Sua conta já está bem alta… - sorri malicioso, mostrando seus dentes apodrecidos.

- Posso pagar depois. Dinheiro não me falta. Passa aí. – estendo a mão.

- Como quiser… - entrega-me o conteúdo.

Esta era injetável.

Aceno com a cabeça e me viro para ir embora.

- Yoongi… - paro ao ouví-lo – Cuidado com esse pagamento… Não quero ter que apelar…

- Relaxa. Vou lhe pagar. – respondo e continuo a andar.

Chegando em casa, vou direto para meu quarto e busco pela seringa que usava. Meus pais viajaram novamente, portanto não havia risco de ser pego.

Após fazer o que era necessário, injeto a substância em minha veia e o efeito foi rápido.

Relaxamento total.

Deito-me lentamente na cama e não consigo pensar em absolutamente nada depois.

Até ser interrompido…

- Hyung… O que você…?

A voz parecia muito distante e baixa, mas eu ainda conseguia identificar quem me chamava.

- Jungkook… Saia daqui… - digo lentamente.

- Mas, hyung…

- Agora, Jungkook! – grito.

Ele sai imediatamente do quarto, fechando a porta em seguida.

Deito-me outra vez na cama.

Meu corpo estava bastante dormente…

Contudo, eu ainda podia sentir uma coisa estranha em meu rosto…

Ele estava… úmido?

Toco-o e sinto-o molhado e quente.

Lágrimas… Novamente…

(POR FAVOR LINDINHOS! LEIAM AS NOTAS FINAIS! ♡)