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História Try - Conversas


Escrita por: LostInstitute

Notas do Autor


Olá! Bom dia!
Tenham uma ótima semana!

Capítulo 8 - Conversas


Magnus havia voltado a trabalhar. Então, era difícil, impossível, conversar com Alec durante à noite. Eles se falavam quase o dia todo, todos os dias, por mesagens ou ligações. Alec até parava de estudar um pouco ou estudava enquanto conversava com Magnus.

Magnus havia retornado para seu apartamento. Não tinha mais porquê se esconder na casa de Catarina. Eles sabiam de tudo.

Isso deixava Magnus apreensivo. Eles sempre o estavam observando. Magnus era a jóia mais preciosa deles. Não podiam deixar que ela escapasse.

Numa noite, enquanto Magnus voltava para casa, seu telefone tocou. Ele achou que fosse Alec, mas havia pedido para ele não ligar neste horário. Deve ter acontecido algo, pensou ele, pegando o telefone no bolso de trás da calça. Era Catarina.

- Diga... - atendeu.

- Estou na porta do seu apartamento. Ande logo. - disse a mulher.

- Quê? - se espantou Magnus, parando no meio da rua. - O que você está fazendo aí?

- Estou te esperando. Anda. - A voz de Catarina era decidida e forte. Magnus sabia que não ia vir boa coisa daí.

- Esperando para quê? - perguntou ele, curioso.

- Anda. Logo. - Então ela desligou.

Magnus se apressou. Quando chegou, Catarina o esperava do lado de fora do prédio.

Magnus não queria conversar. Magnus não conseguia conversar nessas horas. Ele apenas queria chegar em casa, tomar seu banho super quente, escovar bem os dentes e lavar sua roupa. E a amiga sabia disso.

- Então... o quer? - perguntou ele, enquanto entravam no apartamento.

- Conversar... - começou ela, mas logo que Magnus entendeu a frase, ele já foi se opor.

- Catarina, você sabe que eu não gosto de conversar depois do trabalho. Então, por favor... - Catarina o ignorou e subiu até o quarto de Magnus. Era difícil argumentar com Catarina quando ela queria algo.

Magnus deixou a amiga na sala e foi para o banheiro. Ele se despiu, deixou as roupas jogadas no chão e se olhou no espelho por um tempo.

Seu rosto refletia somente tristeza. Ele só se alegrava quando estava falando com Alexander... pensar nele também ajudava, mas não era a mesma coisa, ainda mais porquê estava sentindo seu corpo todo sujo.

Ele foi para debaixo do chuveiro e deixou a água quente fazer seu trabalho. Enquanto se ensaboava com força, Catarina abriu a porta do banheiro e entrou.

- Ei! Cadê a privacidade na minha própria casa? - questionou Magnus, se enrolando na cortina. 

- Ah, para de graça. Você tem o que todos os homens tem e eu já vi. Sabe quantos homens chegam no hospital com algum problema nessa região? Ou em quantos eu tenho que dar banho? Tenha dó, Magnus Bane.

Magnus voltou ao seu banho. Catarina não disse nada por um tempo,  até que foi direto ao assunto:

- Você vai contar a ele amanhã? - perguntou ela.

- Contar a ele quem? O quê?

- Alec. Vai contar...

- Não! - falou Magnus, um pouco alto demais.

- Magnus... - ela respirou fundo, tentando pensar em como falar com o amigo sem o deixar irritado. - Magnus, você não pode começar um relacionamento na base da mentira.

- Não estou mentindo pra ninguém, Catarina. Eu sinto o que sinto por ele. E ele deve saber.

- Mas você não pode dizer! Se disser, vai colocá-lo em perigo. Ele já está em perigo, na verdade. Omitir também não adianta.

Magnus deixou a água cair nos seus cabelos. Catarina disse apenas a verdade, mas a verdade que Magnus não queria escutar. Alexander corre perigo. Meu Alexander...

- Ele precisa saber no que está entrando, não? - continuou ela. - Veja bem, eu iria gostar de saber. E você deveria contar. Ele tem o direito de te conhecer. De saber...

- Catarina... - Magnus sentia uma dor diferente. - Se eu disser para ele... vou perdê-lo. - Era isso o que ele sentia. Medo de perder Alec, de perder o homem maravilhoso por quem estava se apaixonando.

Catarina percebeu a dor na voz do amigo, mas precisava ter essa conversa com ele.

- Vocês vão almoçar amanhã. Não acha que pode contar para ele? Que deve contar.

- Eu sei que devo, que tenho que contar, mas... arriscar perdê-lo? Ele não vai gostar de mim depois disso! Não vai querer encostar em mim depois disso!

- E se quiser? E se quiser te ajudar a resolver esse problema? 

- Eu não vou envolver Alexander neste mundo, Catarina! Não mesmo! Nunca! - Pior do que perdê-lo era envolver Alexander no mesmo lugar que Magnus. Ele não podia arriscar isso. Apesar de saber que, se Sebastian já sabia sobre eles, ele poderia estar de olho em Alec, uma nova joia...

- Magnus, seu trabalho não é ruim. Você teve razões para começar nele. Têm seus motivos. Alec precisa saber sobre eles. Ele vai entender porque também gosta de você. Só que você precisa ser sincero com ele.

Magnus terminou seu banho e se enrolou na toalha. Ele pegou sua escova de dentes e escovou bem, umas três vezes. Eles nada disseram enquanto isso. Pegou as roupas com sua luva e as levou para a máquina de lavar. Catarina ficou observando.

- Você está triste. Só fica alegre perto dele ou falando com ele.

- Eu também me alegro perto de você e de Ragnor. - Magnus foi até seu quarto e procurou por um pijama.

- Não é a mesma coisa, Magnus. - Ela se sentou na cama de Magnus. - Você quer ou não quer algo com Alec?

- Claro que eu quero! - Ele não pensou duas vezes antes de responder. Não precisava.

Magnus iria almoçar com Alec amanhã. Ele veria como eles estavam. Depois o convidaria para outro encontro. E num quarto, pediria Alec em namoro. Só que isso tudo teria que ser escondido. Eles não poderiam saber, pelo bem de Alec. Mas... o quanto Magnus conseguia esconder deles? Eles já provaram que nada.

Magnus nunca havia gostado de ninguém porque não queria e não podia arriscar a vida da pessoa. Era dessa forma que ele pensava. Porém, Alec apareceu. Seus olhos azuis, seus músculos, seu cabelo bagunçado, seu rosto angelical que sempre corava quando ficava tímido...

- Nós podemos dar um jeito. - comentou Catarina, retirando Magnus de seus pensamentos.

Ele vestiu seu pijama e se sentou na cama, encarando a mulher de cabelos azuis.

- Qual? - perguntou ele, desanimado. Não havia saída. Melhor, a única saída era não se apaixonar por Alec e o deixar ir. Ele ficaria seguro. Todos ficariam seguros.

- Vamos falar com ela. - disse Catarina e viu Magnus a encarar, preocupado. - Eu vou falar com ela. - corrigiu ela, quando Magnus começou a balançar a cabeça, negando.

- Catarina, não! Você não pode! - protestou ele, mas a mulher o interrompeu.

- Nem vem! Não vou ficar vendo o meu amigo ficar mal desse jeito. Eu me preocupou com você, Magnus. E vou dar um jeito nisso.

- Mas...

- Sem mas. Ela é nossa única esperança. Sua única esperança de ficar com o lindo do Alec. Porque, eu juro, se você não ficar com ele, Ragnor ou eu ficaremos! Ou nós dois juntos... quem sabe. 

Magnus não conteve o riso. A amiga o acompanhou.

- Alec é gay... não vai gostar de você. Talvez, nem do Ragnor.

- Ah, meu bem! Não tem homem que resista a minha magia, Magnus Bane!

Eles riram mais um pouco, até que Magnus começou a chorar e Catarina o abraçou forte.

--- XXX ---

Alec estava deitado na sua cama. O sol brilhava lá fora, mas ele não queria levantar. Era hoje que ele iria almoçar com Magnus. Tinha certo medo de que alguém os visse, mas queria fazer essas coisas com ele.

Magnus poderia ser seu primeiro em tudo. Até o momento, estava sendo. Alec nunca havia sentido nada tão grande por outra pessoa. Bom, teve sua pequena queda por seu meio-irmão, Jace, mas ele desistiu disso quando este começou a namorar com Clary.

Alec sonhava com Magnus. Quase todas as noites, tinha sonhos em que beijava Magnus, da cabeça aos pés. Sentia seu corpo se aquecer de desejo pelo homem. Acordava suado e excitado no meio da noite. Depois era difícil voltar a dormir.

Ele queria passar mais tempo com Magnus. Porém, Alec estudava e estudava. Ele tinha que fazer aquelas provas de novo e passar desta vez. Tinha medo que, se colocasse Magnus na vida dele, isso poderia atrapalhar. Mas ele o queria tanto... Pensava em sugerir que Magnus estudasse com ele. Ele havia dito que também queria ir pra Faculdade, então ele também teria que estudar. Mas o que dizer para seus pais? Apesar de quase nunca estarem em casa, eles sabiam que Alec estava estudando muito. Eles entenderiam se ele quisesse estudar com um "amigo"?

E Magnus escondia algo de Alec, e ele sabia disso. Era algo sobre seu emprego. Sempre que Alec perguntava, Magnus desviava e mudava de assunto. O que você me esconde, Magnus Bane?

Izzy bateu à porta e já foi entrando. Ela viu o irmão deitado ainda e o encarou.

- Você não deveria estar estudando, já que é só isso que você faz? - disse ela, se sentando na beirada da cama.

- O que você quer, Izzy? - perguntou Alec, se virando pra pegar sua blusa no criado mudo.

- Você tem um almoço hoje, esqueceu? - comentou ela, com um olhar malicioso.

- Não, não esqueci. Eu vou buscá-lo às 11. Ainda são oito. - Alec vestiu a blusa e procurou pelo short, que deveria estar perto da cama, no chão. Não o encontrou.

- Mas e então? Vocês vão namorar? Só se beijar? Transar?

- Isabelle! - protestou Alec, olhando para a irmã que tentava esconder o riso.

- Qual é, Alec. Você precisa dessas coisas! 

- Por que eu preciso? É necessário pra viver? - questionou ele.

- Não, mas... Alec, eu lhe garanto que o Magnus está doido pra transar com você! Você é gato, gostoso...

- Tem certeza que você é minha irmã? Porque eu acho que está dando em cima de mim. - Izzy revirou os olhos.

- Alec, eu só estou dizendo a verdade.

- Izzy, se Magnus quer apenas sexo comigo, ele é igual aos demais caras que você tentou me arrumar e que me pediam fotos minhas, pelado, antes mesmo de perguntarem meu nome!

- Eu já havia passado seu nome para eles. Não precisavam perguntar. - disse ela, dando de ombros.

- Mas eu não sabia o deles!

- Ok. Tudo bem. Você vai fazer do seu jeito então, não é? - perguntou a irmã, olhando para Alec com uma pontinha de decepção. Gostava quando Alec tentava fazer do jeito dela.

- Sim. Obrigado, mesmo assim. - disse ele.

Izzy se levantou e quando ia abrir a porta do quarto para sair, Alec a chamou. Ela se virou para ele.

- Eu acho que... acho que Magnus me esconde algo. Como eu vou saber? - perguntou ele, meio sem jeito. Não sabia se deveria perguntar a Magnus ou deixar que ele o contasse.

- Você quer saber? - perguntou Izzy.

- Como assim?

- Assim, talvez o que ele esconde tenha a ver com o que houve aquele dia. Que você o levou para o hospital. - Alec pensou. Era verdade, poderia ser. Magnus também não falava daquilo. - Se tiver, você vai querer saber?

- Mas se eu não souber... como vamos nos dar bem? Porque eu sempre vou lembrar que ele me esconde algo! - Alec não sabia como era estar em relacionamentos amorosos, então tinha medo de que em algum momento ele acabasse explodindo com Magnus por não saber o que o homem escondia.

- Alec... É difícil quando começamos algo. Mas só é realmente difícil porque nós complicamos isso. - Izzy viu o irmão pensando. - Se você quer saber, se está preparado para aceitar tudo, então pergunte a ele.

- E se eu não estiver? - perguntou Alec. Izzy não respondeu. Não precisava.

Se eu não estiver preparado, o que nós já não temos, talvez nem inicie.



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