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História Trying not to love you - Light my fire


Escrita por: teamvauseman

Notas do Autor


Boa noite, amores. Já estávamos com saudade de vocês, rs.
Logo iremos responder os comentários, ok?
A viagem delas vai ser algo bem calmo, elas precisam ficar juntas. Espero que vocês gostem, e qualquer coisa nos chamem no twitter.
Boa leitura e até breve <3

Capítulo 25 - Light my fire


    Resolvemos deixar o pôquer para quando anoitecesse, Marjorie disse que não havia nada melhor do que jogar um bom pôquer no início da madrugada. Durante o resto do dia não fizemos nada de diferente. Laura e eu apenas nos sentamos a beira da piscina e a água realmente estava congelante. Por alguns segundos imaginamos como seria ter aquecedores por ali, certamente permitiria um mergulho.
    Ver o pôr do sol da sacada foi uma das melhores sensações do dia, era como se a lua e o sol estivessem esperando todos os dias para se alinharem um com o outro e por fim trocarem de lugar. Eu já estava amando tudo por ali desde o instante em que coloquei meus pés na cidade. Porém, infelizmente não iria durar para sempre, o nosso maior inimigo era o tempo.
    -Estão prontas? -Marjorie estava distribuindo algumas cartas na mesa ao lado de Claire, sua melhor amiga. Eu e Laura havíamos tirado por volta de 2 horas de sono no final da tarde. Havíamos acordado cedo e não tivemos tempo para descansar desde então.          
    -Eu prefiro assistir antes, eu sou tão ruim nisso, na verdade não sei quase nada. -Falei, frustrada, enquanto sentava-me em uma cadeira.
    -Vamos mostrar como faz, ok? -Laura disse, se sentando ao meu lado. Estávamos em uma mesa redonda iluminada exclusivamente por uma lamparina presa no teto. Haviam diversos dados, cartas e fichas por cima da superfície e eu quase podia me sentir em Las Vegas.     
    -Eu e Laura sempre jogamos pôquer quando ela vem me visitar. É quase uma tradição. -Marjorie falou sorrindo enquanto caminhava até a mesa. Ela tinha ido até o seu bar pegar uma garrafa de legítima tequila mexicana.
    -Uau, essa parece incrível, Marj. -Claire respondeu, colocando alguns copos na mesa. -É uma pena que tenhamos bebido toda aquela garrafa de whisky semana passada, as garotas iriam adorar.
    -Mãe, o que vocês andam fazendo? -Laura perguntou com um sobrancelha erguida. Ela virou a garrafa, fazendo com que o líquido de cor marrom claro caísse rapidamente nos copos.
    -Estamos só nos divertindo, Laura. -Claire soltou uma risada enquanto abria uma linda caixa de madeira com alguns detalhes em dourado. -Esses são os melhores charutos cubanos que vocês vão experimentar na vida.
    Não demorou muito para que o jogo iniciasse. Eu estava apenas observando elas jogarem. Eu nunca fui muito desse meio, os poucos cassinos que eu havia frequentado era com Mark, e o máximo que eu fazia era bancar sua acompanhante para que ele pudesse humilhar todos os outros com o seu jogo, sem que ninguém dissesse nada sobre isso.
    Laura certa hora acendeu um charuto de Claire; eu senti meu estômago revirar quando ela o colocou em sua boca ao mesmo tempo que segurava em sua mão esquerda um copo com tequila. Ela estava se saindo bem, e confesso que não era o jogo que mais me chamava a atenção no momento. Laura estava concentrada e meus olhos não desgrudavam de suas mãos. Ágeis, ela jogava os dados, pegava fichas, distribuía cartas. Era estranho mas tudo o que Laura fazia era sexy para mim.
    -Você precisa prestar atenção no jogo. -Laura falou enquanto Claire e Marjorie conversavam sem que percebessem Laura falando comigo. Rapidamente, ela movimentou algumas cartas em sua mão ao observar o jogo em cima da mesa.
    -Eu não consigo, você nunca esteve tão sexy. -Mordi meus lábios e rapidamente Laura soltou o copo de tequila na mesa e levou sua mão até uma de minhas coxas.
    -Eu aposto que você está molhada. -Ela falou sem emitir nenhum som. Eu apenas pude ver seus lábios se moverem. Era tão fraco quanto um sussurro.
    -Sua vez, Laura. -Claire falou fazendo com que saíssemos do nosso estado de transe e rapidamente nos virássemos para a mesa. Laura continuou jogando como se nada tivesse acontecido e eu quis rir. Ela realmente sabia esconder suas emoções quando era necessário.
    Passamos duas longas rodadas bebendo e quando estávamos caminhando para a terceira rodada, a garrafa de tequila já estava pouco a baixo da metade.
    Era a minha vez de entrar na partida e sem dúvidas eu estava completamente nervosa por isso. Eu havia bebido poucas doses, mas uma atrás da outra, o que fazia com que o efeito atingisse minha cabeça mais rápido do que eu gostaria.
    Comecei a jogar lentamente, pegando o ritmo aos poucos. Laura me orientava a cada chance que tinha sem que entregasse o meu jogo ou o dela. Após certa insistência, acendi o charuto de Claire e era realmente maravilhoso, provocava uma onda imensa de prazer. Certa hora pude perceber Laura guardando um em seu bolso e piscando de lado para mim. Automaticamente minha mente me levou a diversas situações, e eu mal podia esperar para saber o que Laura estava pretendendo.
    Era por volta de 2am quando o jogo foi finalizado. Estávamos todas conversando em um tom mais alto do que o necessário e rindo mais ainda. Após guardarmos as cartas, Laura e eu demos boa noite e cambaleamos por entre os degraus da enorme escada de madeira.
    Ela estava segurando em minha cintura, e chocava seu corpo contra o meu a cada passo em que ela dava.
    -Apenas eu e você. -Laura sussurrou após entrarmos no quarto e ela trancar a porta.
    -Sim, no fim é sempre eu e você. -Caminhei até uma das camas e me joguei ali, sentindo minha cabeça girar.
    -Eu sei. -Ela disse com um sorriso fraco e um brilho nos olhos.
    Laura tirou sua blusa e só então percebi que ela estava apenas vestindo aquilo. Seus seios estavam levemente excitados, e seus lábios estavam entre seus dentes.
    -Eu senti sua falta. -Fiz menção de ir até ela, então Laur caminhou em minha direção. -É horrível ficar sem você, Laura. -Ela tirou sua calça enquanto dava passos lentos até mim.
    Laura estava totalmente nua. Seu corpo estava cada vez mais lindo. Eu estava completamente ofegante, e meu coração batia da forma mais irregular possível. Ela se abaixou, pegando o charuto que estava em sua calça no chão, e acompanhado de um isqueiro ela o acendeu.
    Deus.    
    Eu simplesmente não poderia acreditar no que meus olhos estavam vendo.
    Laura Prepon estava completamente nua e segurava um charuto por entre seus dedos.
    Era o meu fim.

POV LAURA
    -Laura... -Taylor falou com um sorriso no rosto. -Alguém pode nos ouvir.
    -Eu sei, mas estou tentando não ligar muito para isso agora. -Caminhei até Taylor e a encostei na cômoda que ficava num canto do quarto.
    -Eu senti sua falta. -Ela falou enquanto passava a ponta dos dedos em meus braços. -Senti falta dessa visão. -Taylor estava com os olhos fechados e nossos rostos estavam bem próximos. Ela acariciava lentamente minha pele, aproveitando para fincar suas unhas de leve algumas vezes.
    -Eu também senti a sua. -O charuto estava em minha boca, e entre uma tragada ou outra, eu transferia a fumaça da minha boca para a dela.
    Caminhei até a cama rapidamente, e fiz um sinal para que Taylor viesse até mim. Deitei-me em alguns travesseiros enquanto a olhava fixamente. Taylor estava usando um vestido naquela noite.
    Ela estava em frente a cama e um som razoavelmente alto estava vindo do lado de fora. Minha mãe estava ouvindo músicas com Claire, e isso parecia contribuir ainda mais para o momento.
    -Dança pra mim. -Falei lentamente e levei o charuto até minha boca logo em seguida.
    Taylor abriu seu vestido na parte de trás, fazendo com que ele caísse lentamente por todo o seu corpo. Ela passava os dedos lentamente por cima de seu sutiã, e movimentava sua cintura no mesmo ritmo da música que estava tocando do lado de fora. Senti meu sexo arder ao ver aquilo. Taylor estava a cada dia mais linda.
    Nos últimos dias, ela havia clareado os fios de seu cabelo ainda mais e cortado de uma forma que eu achava adorável. Eu estava apaixonada por ela, e repetia isso para mim todos os dias. Eu estava completamente orgulhosa de mim e de meus sentimentos.
    -Vem aqui? -Pedi enquanto Taylor tirava seu sutiã fazendo com que seus seios ficassem expostos.
    -Você gosta disso? -Tay levou um de seus dedos até sua calcinha, e o movimentou por cima do pano. -Me diz o quanto você gosta e quer isso. -Um sorriso malicioso estampava seu rosto e tudo que eu queria era arrastar Taylor para a cama o mais rápido possível.
    Ela veio até mim delicadamente após tirar toda sua roupa e beijava todo meu corpo. Sem exceções, parando apenas quando chegou perto dos meus lábios. Suas pernas estavam abertas e ela estava sentada em minha barriga quando pegou o charuto de minha mão.
    Levei minhas mãos até sua cintura e apertei com força. Taylor jogou a cabeça para trás e mordeu seus lábios com força.
    Ela desceu um pouco mais, fazendo com que seu corpo repousasse bem próximo ao meu sexo e não demorou muito para que Taylor encaixasse seu sexo perfeitamente no meu.
    O charuto estava em sua boca. Seu sexo estava no meu. Eu era extremamente capaz de sentir todo o seu calor.
    Taylor movimentou lentamente sua cintura, e aumentava a intensidade conforme eu apertava e arranhava suas costas, certa hora ela soltou um gemido abafado.
    -Shhhh. -Falei virando Taylor na cama e colocando uma de minhas mãos em sua boca.
    -É impossível. -Ela disse ainda com os olhos fechados enquanto colocava o charuto no cinzeiro ao lado da cama.
    Taylor puxou meu corpo contra o seu e levou suas mãos até minha nuca.  Nossos lábios se encontraram com  um certo desespero, mas não o suficiente para que quebrasse nossa sincronia.
    Conforme nosso beijo ganhava intensidade, nossos corpos produziam calor em excesso. Os seios de Taylor estavam deslizando com facilidade nos meus, fazendo com que ela soltasse alguns gemidos entre beijos.
    Passei a palma da minha mão por todo o seu corpo, parando apenas ao chegar em seu sexo e sentir o quanto Taylor estava excitada.
    -Deus. -Sussurrei em seu ouvido enquanto passava a ponta de meus dedos em seu clitóris.
    Taylor puxou meu cabelo para trás com força enquanto puxava meu lábio inferior na direção oposta. Não demorei muito e logo penetrei dois de meus dedos dentro dela.
    Estava totalmente apertada e quente, como se de alguma forma Taylor quisesse prender meus dedos dentro de si mesma.
    Apliquei determinada força, fazendo com que em poucos minutos ela começasse a se contorcer de todos os jeitos possíveis.
    -Não para. -Tay repetia todas as vezes em que eu ousava parar meus movimentos.
    A cama começou a ranger de forma desconfortável, fazendo com que eu perdesse a concentração algumas vezes. A música do lado de fora já havia acabado, e isso me preocupava de certa forma. Fazer coisas assim com a minha mãe no andar de baixo e possivelmente ouvindo não era uma das formas mais agradáveis.
    -Vem. -Taylor disse enquanto me empurrava. Ela levantou da cama e me puxou para o chão.
    Havia um carpete mais limpo do que qualquer outro cômodo da casa no chão e algumas almofadas também. A decoração da minha antiga casa era bem rústica, o que dava um ar de leveza e conforto para o ambiente.
    Taylor deitou-me em uma das almofadas, e deitou sua cabeça na direção contrária. Ela beijava minha perna enquanto eu fazia o mesmo nas suas.
    -Me dá sua mão. -Taylor sussurrou e eu prontamente atendi esticando uma de minhas mãos para ela.
    Taylor a tocou delicadamente e levou para o meu sexo.
    -O que você quer? -Falei em meio a sorrisos. Eu sabia exatamente o que Taylor queria.
    -Por favor, se toca para mim. -Senti meu corpo estremecer, e não tive nenhum outro tipo de reação. Apenas assenti a cabeça e fiz como Taylor havia pedido.
    Levei meu dedo primeiramente até meu clitóris, e o senti pulsar. Taylor levou meu dedo um pouco mais abaixo. Ela parecia estar ansiosa para aquilo.
    Penetrei dois dedos e pude ver um sorriso aparecer no rosto de Taylor. Sem perder tempo, ela levou sua língua até meu clitóris enquanto eu penetrava cada vez mais em meu sexo.
    Taylor mordia levemente e chupava de todas as maneiras. Eu estava com a minha outra mão massageando rapidamente seu ponto de desejo enquanto ela olhava e brincava com o meu.
    Ela provocava diferentes situações em meu corpo, todos os dias. Mas sem duvida uma das minhas preferidas era quando Taylor me levava até os céus.


POV TAYLOR

    Acordei com algumas batidas na porta, e logo após a voz de Marjorie ecoou do outro lado.
    -Meninas, é quase hora do almoço, vocês precisam se apressar caso queiram pegar um lugar no restaurante. -Marjorie não disse mais nada, e então percebi que ela já havia descido.
    Laura estava completamente apagada ao meu lado. Sua pele pálida agora estava com enormes hematomas, o lado bom era que eu deixava em lugares onde apenas ela e eu poderíamos ver.     
    Levantei da cama rapidamente quando percebi que realmente estávamos atrasadas. Caminhei até o banheiro, tomando uma ducha rápida.
    -Laura, vamos nos atrasar. -Gritei do banheiro enquanto massageava levemente os fios do meu cabelo.     
    -Deus, você não sabe fazer um pouco menos de barulho? -Laura estava com uma voz mais rouca do que o normal e eu pude ouvir ela se remexendo na cama.
    -Se você não quer passar o final de semana inteiro nesse quarto, é melhor se apressar.     
    -Não que eu ache uma má ideia. -Pude sentir um tom malicioso em suas palavras, então apenas sorri enquanto terminava meu banho.
    Eu estava me apressando o mais rápido possível, e Laura após despertar fez o mesmo.
    Não nos arrumamos muito, apenas o básico. Ainda estava frio lá fora, então vestimos roupas quentes e confortáveis.
    -Achei que não iriam descer nunca. -Marjorie falou enquanto desligava a TV. -Eu espero conseguir um lugar para sentar, pelo menos.
    -Taylor dorme demais. -Laura respondeu com uma risada, pegando as chaves do carro na bancada e saindo porta a fora.
    -Como se eu não conhecesse a filha que tenho. -Marj deu uma risada e saiu também.

    Entramos no carro de Laura e Marjorie se apressou em ligar o rádio. Eu decidi ficar no banco de trás pois ambas estavam tendo uma conversa animada sobre assuntos com diversos nomes desconhecidos para mim. Fazia sol e não havia uma nuvem no céu, porém o frio ainda era o suficiente para me fazer vestir algumas camadas excessivas de roupas. Basicamente, era o tempo perfeito.
    Enquanto Laura dirigia, não consegui evitar um sorriso. Ela estava radiante, sua pele praticamente reluzia no sol e o contraste gritante que sua palidez fazia com o seu cabelo escuro estava mais evidente do que o normal naquela tarde. Por breves instantes, me lembrei da noite passada. Era incrível que a cada vez que eu e Laura tínhamos momentos como aquele sempre parecíamos nos superar, e a necessidade que eu sentia por ela não diminuía nunca, nem mesmo sentada em um carro com sua própria mãe na minha frente.
    Em poucos minutos, chegamos em um pequeno restaurante que Laura e Marjorie frequentavam antigamente. Entrei na frente e fiquei admirada com o local, realmente era algo bem familiar e aconchegante. Laura era a estrela do lugar, como se os donos dali tivessem orgulho por ela ter crescido e se tornado famosa.
    Após me apresentar para algumas pessoas, nos sentamos em uma grande mesa de madeira e fizemos os pedidos.
    -O que achou? -Laur me perguntou, vindo até o meu lado e se sentando, Marjorie tinha embarcado em uma conversa animada com a garçonete que anotou nossos pedidos.
    -Bem legal. Consigo imaginar você pequena vindo aqui e fazendo besteira. -Eu admirei o seu rosto de perto, querendo tocá-lo com a ponta dos dedos. Não consegui evitar de observar seus lábios por longos segundos.
    -Sinto que você ficou com uma péssima imagem de mim pelas coisas que eu já aprontei aqui. -Laura deu uma risada e eu apenas sorri, segurando sua mão por baixo da mesa.
    -Ei, garotas. -Marjorie chamou e automaticamente nos viramos em sua direção. -A feira hippie está na cidade, lembra, Laura?
    -Como esqueceria? -Os olhos dela adquiriram um novo brilho instantâneo. -Eu ia todo final de semana.
    -Podemos ir depois daqui então. -Eu falei.
    -Taylor é uma garota de cidade grande, não é? Não consigo imaginar você nesse plano de fundo. -Marjorie brincou e eu ri.
    -Eu cresci em um cidade grande sim, isso tudo é bem novo pra mim... Mas eu tô gostando daqui. É diferente. -Respondi, olhando para Laura. -É bom fugir daquela agitação lá de Nova York pelo menos por alguns dias.
    -É, mas logo voltaremos... -Laura respondeu, eu sabia que ela estava triste e ao mesmo tempo feliz.
    -Viagens? -Marjorie perguntou, e eu percebi a preocupação em seus olhos. Mesmo apesar de tudo, Laura ainda era só sua garota.
    Me senti obrigada a desviar os olhos e encarar atrás da janela quando lembrei de minha mãe, me senti culpada por restringir meu contato com a minha família nos últimos meses apenas através de telefonemas rápidos e mensagens, alegando estar sempre "sem tempo".
    Suspirei, tentando afastar aqueles pensamentos, e decidida a visitá-los em breve.
    -Tudo bem? -Laura me perguntou. Provavelmente percebeu minha mudança repentina.
    -Acho que tô sentindo falta da minha família. -Confessei e ao mesmo tempo ela sorriu de forma doce.
    -Vamos dar um jeito nisso em breve. -Me inclinei para beijá-la por reflexo e no mesmo instante ela virou o rosto e eu acabei beijando sua bochecha.
    -Desculpa. -Eu sussurrei, prendendo uma risada, enquanto ela corava fortemente.
    Os pedidos finalmente chegaram e nós começamos a comer rapidamente. Marjorie me encheu de perguntas, e eu imaginei que ela estava guardando-as a algum tempo. Perguntou da minha carreira, da minha família, onde eu cresci, e me fez prometer que eu convenceria Laura a levá-la para Nova York em breve.
    -Pode ter certeza que eu vou. Vamos te levar nos melhores pubs de NY. -Falei e Marjorie riu quando percebemos o olhar fuzilante que Laura me lançou.
    -É capaz de você aproveitar mais do que a Taylor. -Laura respondeu entre uma mordida e outra. -Ela só se anima em uma festa quando tem álcool no sangue.
    -Ou seja, sempre. -Rebati, revirando os olhos, e Laura riu.
    -Não precisa de álcool para se divertir. -Marjorie respondeu, como um autêntica matriarca. -O que mais conta é a companhia. -Em seguida ela piscou, como se soubesse de tudo.
    Laura paralisou, e eu simplesmente continuei comendo. Por dentro estava feliz, ela era uma pessoa incrível e Laura tinha muita sorte por tê-la como mãe.
    Terminamos o almoço e logo em seguida recebemos uma sobremesa por conta da casa; e logo eu, que já havia visitado milhares de docerias em Nova York, nunca tinha comido uma torta tão boa como naquele lugar.
    Marjorie insistiu em pagar a conta, logo em seguida saímos e caminhamos novamente até o carro de Laur. Dirigimos calmamente até a feira, não era muito longe, então antes que percebêssemos já havíamos chegado.
    -Uau, é bem grande. -Eu falei assim que desci do carro. Haviam diversas barracas com uma grande diversidade de produtos. Facilmente me interessei pelo lugar, a maioria das coisas ali eram feitas a mão e bem raras.
    Caminhamos até o início da feira. Não fiquei surpresa quando percebi que a maioria das pessoas ali conheciam Laura e a cumprimentavam com fascínio, tudo o que eu conseguia sentir era orgulho.
    Passamos em frente a uma barraca de bijuterias, eu me interessei por um colar e passei longos minutos ouvindo a história do pingente do vendedor.
    -Gostou? -Laura me perguntou, parando ao meu lado. Eu já havia desistido de esperá-las porque várias pessoas ali disputavam a atenção de Laura e Marjorie.
    -Muito. -Falei, virando o pingente nos meus dedos. Era uma pedra da lua e brilhava fortemente quando entrava em contato com o sol. Irônico...   
    -Então vai ser o meu presente pra você.
    -Laura...
    -Só aceita. É pra lembrar de mim, ok? -Ela falou e eu revirei os olhos.
    -Como se eu precisasse de um presente para me lembrar de você.     
    Laura sorriu e seus olhos se fecharam, eu adorava quando ela fazia aquilo.
    Acabei aceitando o presente, e em troca dei uma pulseira para Laura. Não posso mentir, estava adorando a ideia de ter algo meu nela.
    Novamente Laura foi abordada por algumas pessoas, admiradas por vê-la ali. Caminhei pelo resto da feira, comprando algumas coisas a mais. Quase no final, vi uma barraca vendendo posters e me aproximei, sentindo meu coração acelerar quando reconheci o que era. Era uma réplica exata do poster de The Runaways que Alycia e eu compramos para o nosso quarto da faculdade.
    Não hesitei em comprá-lo, ainda exaltada com a minha descoberta. Infelizmente só tinha um, então decidi comprar para dá-lo de presente a ela.
    "você não vai acreditar no que eu comprei." Mandei por mensagem, com um sorriso no rosto.
    Caminhei até o final da feira e comprei um suco, decidindo voltar e procurar por Laura. Assim que a avistei, senti meu celular vibrar.
    "o que?? me manda por foto, pls. sabe que eu odeio ficar curiosa."
    "amanhã estou de volta a cidade e você vai ver com seus próprios olhos. mas te aviso logo: é uma relíquia. xx, TS"
    
Guardei o celular dentro da minha bolsa e vi Laura caminhar até mim.
    -Oi, babe. Comprou mais alguma coisa? -Eu perguntei, desejando que não tivesse ninguém ali para poder ficar bem próxima dela.
    -Não tive tempo. -Ela sorriu. -Mas ganhei alguns presentes... -Laura me mostrou uma sacola cheia de coisas.
    -Caramba, pode até dar de presente pras garotas do cast. -Dei uma risada e ela me seguiu, guardando novamente a sacola.
    -O que você comprou?
    Hesitei por alguns instantes. Obviamente Laura saberia que aquilo não era pra mim.
    -Ah, comprei um poster da época da faculdade.
    -Alycia? -Laura perguntou no mesmo instante, como se soubesse exatamente do que se tratava.
    Eu assenti e ela revirou os olhos.
    -Eu tinha que comprar.
    -Sinto falta de quando ela ainda estava no Alasca, Antártida, seja lá o lugar. -Nos viramos e voltamos a andar em direção a Marjorie, que estava segurando um filtro de sonhos na mão direita e analisando-o minuciosamente.
    -Era o Canadá. -Eu corrigi, mesmo sabendo que Laura não dava a mínima para onde ela estava na verdade. -Você pode parar com isso, por favor? -Eu parei de andar e segurei no braço de Laura, fazendo ela parar também e olhar na minha direção. -Eu aguentei a Jodi me tratando mal por todos aqueles dias sem falar nada, e agora você age dessa forma egoísta por uma garota que foi gentil com você?
    -Ela não é como a Jodi, Taylor. Não tem como comparar.
    -Ah, é? Por que não? Você nem se deu ao trabalho de perguntar da minha relação com ela.
    -Vocês se divertiram na faculdade e blá blá blá, já entendi. -Ela revirou os olhos e eu respirei fundo, tentando não perder a paciência.
    -Não foi só isso. Por que você tem que ser tão idiota as vezes?
    -Eu, idiota? Sério?
    -Ela foi minha melhor amiga também. Você deveria entender.
    -Eu não vou mais perder nenhum segundo brigando por causa dela. -Laura finalizou, voltando a andar na direção de sua mãe. Eu fiquei alguns segundos ali, tentando digerir todas as merdas que ela tinha me dito e ainda por cima ter me dado as costas.
    Andei na direção delas e felizmente tinham decidido ir embora. Fiquei quieta durante todo o caminho pro carro, fixando minha atenção no celular enquanto eu ouvia a voz irritada de Laura tentando soar calma ao conversar com Marjorie.
    Entramos no carro e eu continuei da mesma forma. Após alguns minutos, paramos no sinal vermelho e um silêncio desagradável se instalou ali.
    -Que vibe horrível é essa? -Marjorie perguntou e eu não consegui evitar uma risada.
    -Sério, mãe? Você fica 2 horas numa feira hippie e já tá falando "vibe"? -Laura perguntou e eu encarei os seus olhos pelo retrovisor, ela também me olhava.
    -Qual o problema?
    -Nenhum, Marjorie. A Laura não aceita que ninguém seja mais legal que ela. -Falei, torcendo para que ela não levasse num mau sentido. De repente, o poster na minha bolsa parecia pesar uma tonelada.
    -Exatamente porque ninguém é. -Laura brincou e eu sorri, aliviada. Ela ainda me olhava pelo retrovisor, e parecia tão entretida com a imagem refletida ali que só percebeu o sinal verde quando buzinas irritadas nos avisaram.
    Laura dirigiu em direção a casa, e dessa vez, a "vibe" parecia ter melhorado. Estávamos conversando novamente e em poucos minutos já tínhamos voltado para a casa.
    -Amanhã vocês viajam que horas? -Marjorie perguntou enquanto saíamos, carregando várias em sacolas nossos novos pertences.
    -Bem cedo. Mesmo horário que chegamos. -Laura respondeu e calmamente entramos na casa.
    -Por que a pressa? -Perguntei baixo para ela enquanto Marj ia até seu quarto guardar as coisas.
    -Eu tenho uma reunião com os produtores de Orange. Estranho, né? Marcaram só comigo. -Sua voz era apreensiva, e eu fiquei da mesma forma.
    -Como assim? Desde quando marcaram isso? -Perguntei sem entender.
    -Quando eu voltei de L.A, Jenji me ligou, dizendo que precisávamos conversar.
    -E você não pensou em me dizer?
    -Eu tinha esquecido, Taylor. Eu não sabia que era só comigo. Achei que fosse besteira.
    Suspirei, tentando imaginar o motivo pelo qual chamariam apenas Laura para uma reunião.
    Todas as ideias que surgiam em minha cabeça não eram nem um pouco boas.
 



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