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História Trying Not to Love You - Capítulo 24: "De volta ao Lar"


Escrita por: lilwriteer

Notas do Autor


Olá amores ❤ desculpem o sumiço, tem sido corrido esses dias 💔
Mas cá estou com um capítulo fresquinho
Hj o momento é Hashley, Sorry Mashley shippers 😯
Enfim, apreciem o capítulo

Capítulo 25 - Capítulo 24: "De volta ao Lar"


Fanfic / Fanfiction Trying Not to Love You - Capítulo 24: "De volta ao Lar"

Estou a meia hora, encarando a cadeira de rodas a minha frente. Eu tenho tentado, mas é difícil, aceitar que vou passar o resto da vida em cima dela agora. Não é uma das melhores sensações. Tenho feito o possível pra aceitar, tenho feito terapia, conversado com algumas pessoas. Mas me dói saber que não vou mais poder correr, praticar esportes, ter uma vida normal, a minha vida de volta.

Emy me encara, junto ao enfermeiro que Stewart contratou pra me acompanhar, sim, além de tudo, agora tenho uma babá. Respiro fundo e permito que o homem, forte e robusto, me pegue nos braços e me coloque na cadeira, é humilhante.

No caminho para casa, não digo uma palavra, Emy me olha algumas vezes, segura minha mão ou acaricia meu rosto. Sempre fomos ligados, mesmo ela não concordando com a maioria das minhas atitudes, e eu a achando parecida demais com Ash. Mas agora, estamos ainda mais próximos, sinto que ela é a única com quem posso contar, a única que realmente me entende.

Em casa, finalmente. Emy cuidou das mudanças necessárias a minha adaptação, providenciou uma rampa na entrada. Mudou meu quarto e todos os meus pertences para o andar de baixo, preparou uma sala para exercícios e fisioterapia, enfim, tudo estava preparado. Encaro meu novo quarto por alguns segundos e suspiro, pensando no quanto minha vida mudou nos últimos meses. Eu tinha uma vida perfeita, dinheiro, um belo emprego, uma linda noiva, vivia segundo minhas regras, minha vontade. Agora, estou sozinho, não posso ir ao banheiro sem precisar de ajuda. É frustrante.

– O Sr quer se deitar um pouco? – o enfermeiro, Jeff, me pergunta próximo a porta

– Não, obrigado! - digo sem encara-lo, Deus, como tudo isso é humilhante, embaraçoso – Va tomar um suco, uma água. Se precisar te chamo. – o olho de canto

– Sim Sr. – e diz em um tom quase inaudível e sai, Emy da a volta por mim e se senta na cama, me olhando

– A mamãe? – a encaro de volta – Não está em casa?

– No quarto. – suspira, faz meses que não a vejo, desde o acidente, não é possível que ela vá me ignorar pelo resto da vida – Não deve demorar a descer.

– Você acha? – rio sem humor, encarando o teto – Ela não quer me ver, não é?

– Tem sido difícil pra ela. – suspira encarando o chão, pra ela? E quanto a mim? Sou eu quem está inválido, sou eu quem mais está sofrendo nisso tudo. Nem Stewart tinha sido tão egoísta

– Tanto faz. – bufo e sigo em direção a sala, trombo em algumas paredes o objetos pelo caminho, empurrar essa cadeira é mais difícil que eu pensava, pelo menos, meus braços estarão bem exercitados, tamanho o esforço, Emy me acompanha, como uma guarda costas, é irritante, as vezes – Não precisa ficar me seguindo, perdi as pernas, não a memória!

– Não banque o chato! – riu pelo nariz me encarando – Quer ver TV? – sorri se sentando no sofá

– Tudo, menos Discovery Chanel – digo, a fazendo soltar uma gargalhada

– Yolanda! – a voz de Barbara soa estridente do topo da escada – Yolanda, você não limpou os banheiros do terceiro andar! – grita descendo as escadas, para ao pé da escada e me olha, sua feição é um misto de tristeza, dor, decepção, raiva – Não sabia que já estavam aqui. – me encarou por alguns segundos e desviou o olhar

– Chegamos a alguns minutos. – suspirei a olhando – Como você está?

– Bem. – disse encarando o chão – E você?

– Na medida do possível... – analisei sua expressão, procurando desesperadamente por um gesto de carinho, ou apoio de sua parte, seu olhar triste e distante me encarou por minutos infindáveis, sua boca se abriu algumas vezes, mas não emitiu som algum, isso estava me torturando – Mãe... – movi minha cadeira alguns centímetros em sua direção, seu olhar se voltou para minhas pernas, imóveis, uma lágrima solitária escorreu por seu rosto

– Desculpe...- murmurou desviando o olhar – Eu não posso, não consigo! – se virou e subiu as escadas correndo, naquele momento, toda a dor que eu tentei guardar dentro de mim, explodiu em meu peito, me senti sozinho, vulnerável, abandonado, nada pode descrever com clareza o imenso vazio que senti em meu peito ao vê-la fugir de mim, como se eu fosse um monstro, uma aberração, alho terrível e assustador. Nada é capaz de descrever a dor que aquela atitude, da minha própria mãe, me causou naquele momento.

*”*”*”*”

Enfim, o dia do lançamento, estava mais que nervosa, mais que ansiosa, mais que tensa. Minhas fotos estariam expostas por toda parte, no site da marca, em catálogos, e outdoors por toda cidade, a partir dessa noite. Era o maior passo que eu havia dado até o momento. Molly estava ainda mais nervosa que eu, andava de um lado para o outro enquanto eu me arrumava.

– Você acha que esse vestido está bom? – Parou a minha frente, com um vestido justo, de manga, comprimento até os joelhos, estranhamente bem comportado, vindo dela

– Linda! – sorri sinceramente para acalma-la – E eu? - sorri em meu conjunto branco um tanto sensual

– Ousada! – sorriu me encarando, trocamos o estilo sem perceber – Gostei.

– Obrigada. – sorri finalizando a maquiagem – O Harry já está a caminho?

– Acredito que sim. – suspirou de ansiedade – Deve ser ele. – gritou empolgada assim que a campainha tocou e correu para atender – É o Mike! – gritou da sala em um tom desapontado, meu coração disparou, como tem acontecido recentemente, toda vez que escuto seu nome, corri para a sala em um impulso acelerado

– Oi. – sorri assim que o vi, Molly riu maliciosa e seguiu para o quarto

– Oi! – ele mordeu os lábios e me analisou por inteiro, coçando a barba – Você está, deslumbrante. – sorriu

– Obrigada. – sorri o puxando para mais perto

– Vim desejar boa sorte. – sussurrou colando nossas testas e acariciando de leve meu rosto

– Obrigada! – suspirei acariciando sua nuca – Você entende, o motivo de eu não, querer te levar, não é? Não acho que seja, certo.

– Entendo, claro. – sorriu fraco – Seria um desconforto desnecessário. Nem eu quero isso.

– Mas, eu estava pensando. – mordi os lábios o encarando – De repente, você pode ir me buscar, e a gente, pode terminar a noite em outro lugar, só nós dois. – mordisquei seu lábio inferior, o fazendo sorrir

– Bem. – me agarrou pela cintura colando nossos corpos – Eu vou, levar a Daph para visitar a avó e, provavelmente vou ficar sozinho, então, pode ser uma ótima ideia. – sorriu beijando meu pescoço

– Ótimo. – envolvi meus braços em seu pescoço e o beijei

A noite seguiu maravilhosamente bem, a decoração era simples e clássica, alguns painéis com fotos do encarte espalhados pelo salão, os convidados, muitos deles, chegavam gradativamente. Molly cobriu a entrada, enquanto eu fiquei no salão registrando a interação dos convidados. Meus pais estavam presentes, como era de se esperar, Stewart já havia chegado, sem Barbara. Emy, no entanto, estava atrasada. O que me deixou preocupada, mandei uma mensagem perguntando onde ela estava e ela respondeu, minutos depois, dizendo que teve um contratempo, mas que estava a caminho.

Continuei meu trabalho, registrando atentamente cada detalhe, a cada novo, e importante convidado que chegava, dedicava alguns minutos clicando sua apreciação e interação com os demais. Cerca de meia hora depois, Emy finalmente chegou, e não estava sozinha. Para minha surpresa, e surpresa de todos, Hector estava com ela, sério, para não dizer mal humorado, empurrava sua cadeira de rodas e passava sérios pelos convidados que o encaravam, alguns espantados, outros perplexos, outros lhe lançavam olhares de pena. O conheço o suficiente para saber que aquilo o incomodava profundamente, para não dizer irritando.

Emy parou para cumprimentar os convidados, ele, no entanto seguiu seu caminho, sem olhar para os lados, seguido por um homem forte e grande, provavelmente um enfermeiro. Se alocou em uma mesa afastada, no fundo do salão, isolado de todos. Pude ver o extremo desconforto que toda essa situação lhe causava, ele se concentrava em mexer ao telefone e conversar com o homem que o acompanhava. Poucas pessoas se aproximaram para cumprimentá-lo, e a cada um delas que se afastava, seu semblante ficava ainda mais pesado.

Isso me causou um certo mal estar, era incômodo vê-lo daquela forma. Hector sempre foi extremamente sociável, divertido, adorava festas, interagir com as pessoas. Agora, estava isolado em um canto, solitário, incomodado, como se preferisse estar em qualquer lugar, menos ali. Relutei por longos minutos contra minha vontade insistente de me aproximar, já que ele deixou claro que não me queria por perto. Mas, naquele caso, eu estava trabalhando, ele era um convidado, precisava registra-lo. Ele não iria se opor.

– Nada de fotos! – ele esbravejou me encarando enquanto me aproximava com a câmera nas mãos

– Só estou fazendo meu trabalho! – sorri me posicionando a sua frente e ajeitando o foco da câmera

– Eu disse a Emy que não queria ser fotografado! – bufou e assim que fiz o primeiro clique

– Uma pena. – sorri o encarando fazendo mais algumas imagens – Você é extremamente fotogênico – ele me encarou por alguns segundos e revirou os olhos – Seguinte – me aproximei e o olhei firme nos olhos – Eu apago as fotos, se você aceitar tomar um drink comigo.

– O que eu disse, sobre se aproximar de mim por pena? – me encarou sério e Suspirou

– Não é pena. – me sentei ao seu lado – É uma negociação. – ele suspirou, sabendo que eu não iria desistir e acenou para o homem em pé ao seu lado que saiu para buscar as bebidas

– Apague as fotos. – me olhou de lado, sorri e me aproximei um pouco, mostrando as imagens sendo deletadas – Faltou uma. – bufou me encarando

– Essa vai para o acervo pessoal. – sorri olhando – Bonita demais para ser descartada. – meu olhar desviou para seu pescoço e pude ver que ele usava o cordão que eu havia dado, sorri involuntariamente e ele riu do meu gesto, meus olhos se voltaram para seus lábios, e vi de volta, um sorriso sincero, verdadeiro, que julguei que nunca veria novamente

– Você não tem que registrar as pessoas por aí? – desviou o olhar e voltou a ser arisco e frio

– Tenho. – suspirei encarando a taça de champanhe depositada a pouco na mesa pelo rapaz , que desapareceu – Mas posso dar um tempo, não vai fazer mal. – o encarei e ele bufou revirando os olhos – Minha companhia é tão ruim assim? – mordi os lábios assim que nossos olhares se encontraram

– Não. – Suspirou olhando fixamente em meus olhos – É justamente o contrário. Eu é que não tenho sido boa companhia ultimamente.

– Pra mim, continua o mesmo babaca ranzinza de sempre. – soltei o fazendo rir, novamente um belo sorriso tomou seus lábios, me senti estranhamente bem por tê-lo provocado

– E você, a mesmo teimosa e topetuda de sempre não é? – riu girando a taça sobre a mesa

– Certas coisas nunca mudam. – sorri acariciando de leve seu braço, o vi corar no mesmo instante, e ele virou o líquido de sua taça, visivelmente nervoso com meu gesto – Soube que você vai para Chicago, consultar um especialista. – puxei o assunto, incerta da maneira como ele iria reagir

– É. – suspirou encarando a taça vazia – Vamos tentar o que pudermos. – me olhou e sorriu, o nervosismo e a insegurança estavam visíveis em seus olhos

– Não custa nada, não é? – sorri solidária e acariciei novamente seu braço ele sorriu e tocou levemente meus dedos, senti meu coração disparar – Eu, quero que saiba, que vou ficar aqui torcendo por você, para que tudo dê certo. – suspirei a medida que nossos olhares se encontraram

– Obrigado. – sorriu sinceramente e apertou minha mão

– Digo de coração. – me levantei e beijei delicadamente sua testa – Boa sorte. -. Acariciei delicadamente seus cabelos e peguei minha câmera seguindo a passo lentos para o centro do salão

Seus lábios se abriram no sorriso mais lindo e terno que eu já havia visto e balbuciaram um o obrigado inaudível a medida que me afastei. Senti meu coração estranhamente aquecido por aquela conversa, o nervosismo e a culpa em mim por vê-lo assim, deram lugar a um sentimento de carinho e cuidado por ele. Me senti conectada a ele, nesses dois minutos de conversa aleatória, de uma forma que não senti em anos de relacionamento.


Notas Finais




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