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História Tsubasa no Densetsu: A Lenda das Asas - Prólogo: Richard (parte 2)


Escrita por: LadyLugia

Notas do Autor


Meu plano era fazer dois prólogos pro Richard, mas o segundo ficou longo demais... então dividi ele no 2 e 3

Capítulo 4 - Prólogo: Richard (parte 2)


Para observar o garoto sem ser notado, Morty mandava seu Gastly ou seu Haunter, pois se Gengar se ausentasse demais Daisy iria notar. Ocasionalmente conversava com ele, usando os mesmos métodos que utilizou para manter Daisy longe quando descobriu a habilidade que Richard possuía de perguntar coisas às estrelas. Na maioria das vezes, falava sobre história e as várias lendas de Ecruteak. Uma noite, contou ao jovem primo a famosa lenda da feroz batalha entre Ho-Oh e Lugia:
- Foi há pouco mais de 500 anos. A fúria do Lugia foi despertada, e ele começou, comandado pela sacerdotisa Maboroshi (significa Ilusão), a destruir a raça humana. Grandes catástrofes ocorreram; o simples bater das asas do Lugia pode provocar uma violenta tempestade, podendo-se imaginar o estrago terrível que essa fúria causou. Os redemoinhos naturais que existem em volta das Ilhas dos Redemoinhos são uma marca eterna desse episódio.
- Mas por que Lugia queria destruir os humanos?
- Bem... é difícil dizer, provavelmente por desejo de poder ou sede de destruição, como aconteceu com Mewtwo anos atrás. Diante deste triste quadro, Ho-Oh apareceu para tentar parar a fúria do cruel Lugia e salvar os seres humanos. A batalha foi feroz, culminando na destruição da antiga Torre dos Sinos, hoje em ruínas. Três Pokémons morreram no incêndio causado pelo raio que atingiu a Torre, raio esse vindo da tempestade que Lugia havia conjurado com seus terríveis poderes de controle do clima. Os humanos entraram na Torre para salvar os tesouros que havia nela, deixando em segundo plano três Pokémons, que lá pereceram. Enquanto Ho-Oh assistia a isso com tristeza, Lugia urrava ferozmente, batendo as asas, com certeza satisfeito com a destruição que causara. Tendo perdido a batalha, se afastou e foi morar no fundo dos oceanos, como sinal de humilhação e orgulho ferido. Logo depois, começou a cair uma forte chuva que apagou o incêndio. Ho-Oh usou seus poderes de ressurreição das cinzas para transformar os três Pokémons carbonizados nos três Cães Lendários, que são...
- Raikou, Entei e Suicune – respondeu Richard prontamente.
- Exatamente. Você realmente sabe muito mais do que aparenta! Raikou representa o raio que atingiu a Torre; Entei representa o fogo que causou a queima do edifício, e Suicune a chuva que apagou o fogo. A função deles é vigiar as ações humanas para que não desviem para o caminho do mal novamente, protegendo o mundo e mostrando-se geralmente para pessoas corajosas e de coração puro. Aliás, na época, estava ocorrendo uma grande guerra, que causou muita destruição tanto entre humanos quanto entre Pokémons, o que também contribuiu para deixar Ho-Oh decepcionado e nunca mais se mostrar de novo em Ecruteak, mesmo depois de construída uma nova Torre dos Sinos. Lugia, para não se humilhar completamente, quis mostrar que ainda tinha poder. Num ato de arrogância e orgulho ferido, criou os três Pássaros Lendários; Articuno, o Titã do Gelo, Zapdos, o Titã do Trovão, e Moltres, o Titã do Fogo.
- Nossa, que coisa horrível... Lugia realmente é um Pokémon muito vil e perigoso, não é à toa que é chamado de Fera dos Mares! E o que pode acontecer se ele ficar furioso de novo e sair destruindo tudo? Quem poderá pará-lo, se é tão forte?
- É para isso que nossa família existe, Richard. É o destino dos Hikinasa (pronuncia-se “Rikinassá”; significa Fogo Dourado do Amanhecer em japonês) proteger os seres humanos de Lugia caso sua fúria desperte e ele deixe os oceanos. Unimos essa missão à nossa responsabilidade milenar de família sacerdote da Torre dos Sinos, que nos cabe há inúmeras gerações. Um de nós é escolhido para ser o Guardião da Asa do Arco-Íris, e tem o poder de usá-la para invocar Ho-Oh e os Três Cães se seus sentimentos para isso forem sinceros e puros, livres de más intenções.
- Qualquer membro da nossa família pode ser o Guardião da Asa?
- Não, Richard. Deve ser um homem cheio de coragem e desejo real de fazer e espalhar o bem. Deve ter a chama do Ho-Oh ardendo em sua alma, algo como uma força maior que todas as vontades que a pessoa já teve. Eu era para ser designado o Guardião, pois sou da linha masculina direta da família; mas não sou eu. Já me entristeci por isso, meu pai ficou muito decepcionado comigo... mas minha habilidade de me comunicar com Pokémons fantasmas e de estudar História me conferiu o honroso título de Guardião das Memórias do Ho-Oh. Meu papel é estudar tudo sobre o legendário pássaro de fogo, tanto sobre fatos passados quanto sobre seu comportamento e princípios de vida, ensinando isso para as gerações futuras.
- Nossa, isso deve ser bem difícil, é uma responsabilidade e tanto! Mais até do que ser o guardião da Asa do Arco-Íris!
- Você acha, é? - riu Morty. – Como eu já disse, depois do episódio da queima da antiga Torre dos Sinos e da criação dos Três Cães Lendários, Ho-Oh nunca mais apareceu, mesmo depois de construída uma nova torre. Os Guardiões da Asa posteriores à catástrofe conseguiram, no máximo, invocar os Cães; nenhum deles conseguiu chamar Ho-Oh, por mais que implorássemos por isso e tentássemos purificar nossas mentes. Nossa principal meta agora é descobrir o porquê, se antes o Pássaro de Fogo sempre estava por perto para nos abençoar com sua presença.
- Que coisa... e quanto ao Lugia, o que é feito?
- A família Ryujin é formada pelos descendentes da sacerdotisa Maboroshi, que herdaram dela o poder de invocar a Fera dos Mares e os três Pássaros Lendários usando a Asa Prateada. Possuem como marca e tradição de família possuir pelo menos um Pokémon do tipo Dragão, enquanto nós possuímos pelo menos um do tipo Fogo. São as pessoas mais cruéis que eu já conheci; com o orgulho ferido por terem sido derrotados pelo Ho-Oh, alimentam de geração em geração pensamentos de vingança e destruição do mundo. Outra missão de nossa família é ficar de olho neles e neutralizar seus propósitos malignos. Felizmente, a Asa Prateada original, a que tem o poder de invocar Lugia, Articuno, Zapdos e Moltres está perdida, não está nas mãos deles. Há séculos nossa família a confiscou, colocando-a num baú de madeira com uma lua e uma estrela entalhadas, para depois destruí-la. Só que dois bandidos a mando dos Ryujin a confiscaram a tempo para levar para eles em um navio. Misteriosamente, esse navio havia naufragado, com sua localização permanecendo um mistério por muito tempo. Um antigo pesquisador marinho a encontrou, mas o navio dele também naufragou. Sua bisneta, Luka Yikan, também se tornou uma pesquisadora marinha e posteriormente encontrou a Asa Prateada. Só que foi assassinada pelos Ryujin, por se recusar a entregar o objeto. Felizmente, seus Pokémons aquáticos desapareceram com ele na hora; hoje, o paradeiro da verdadeira Asa é desconhecido.
- Que histórias horríveis – desabafou Richard.
- Sim... a história do grande Ho-Oh e do terrível Lugia é povoada de sombras e sangue. E só com o retorno do Pássaro de Fogo é que as coisas poderão se acalmar e a família Ryujin ser finalmente destruída. Lugia e eles são a síntese de todo o mal. É triste ver, por exemplo, pessoas usando Asas Prateadas como talismãs, sem saber que estão adorando um Poké-demônio amante da destruição.
- Ryujin... espere um pouco! No dia em que você chegou aqui deu uma notícia no jornal sobre um tal Albert Ryujin que morreu pilotando um avião... alguns dizem que a aeronave foi atingida por algo, e que havia um Gyarados furioso por perto.
- Deve ter sido mais uma ação vil dessa terrível família, é bem a cara deles. Esse tal Albert devia estar querendo tirar vantagem de alguma coisa, e os outros membros da família o assassinaram, provavelmente usando o Gyarados, que é um Dragão dos mares. Sim, Richard, o instinto assassino existe até entre os membros da família deles. Fazem de tudo para conseguir fama, dinheiro e poder, tendo como objetivo final acumular forçar para um dia derrotar o Ho-Oh e todos os Hikinasa.
- Eu... adoraria fazer alguma coisa, Morty – exclamou o garoto. – Se eu pudesse entraria na luta contra os Ryujin. Sempre sonhei em fazer justiça, lutar pelo Bem e pela Verdade, mesmo que isso custasse minha própria vida. Sempre... sempre foi o meu sonho dedicar a minha vida a tudo o que é bom. Mas eu não posso... não tenho sonhos, não tenho vida, minha vida é cuidar da minha mãe. Sem ter a mim ao lado dela ela morre, e eu não quero ser o responsável pela morte de alguém que amo.
- Se um dia o Mundo precisar de você, ele o convocará – respondeu o homem com ternura. – Você poderá seguir com sua missão e ao mesmo tempo zelar pelo bem-estar de quem você ama, incluindo sua mãe. Se seu coração for puro e suas vontades verdadeiras, o Bem Maior providenciará tudo para você, é só ter fé. Veja eu, por exemplo... quando me especializei no tipo Fantasma (ou seja, não possuía nenhum tipo Fogo) e descobri que não era o Guardião da Asa do Arco-Íris, perdi o respeito da minha família, principalmente o do meu pai; só tia Blaze me ajudava. Viajei para a distante região de Unova, tentando esquecer tudo como todos me esqueceram, apesar de não perder a minha vontade de fazer parte das atividades dos Hikinasa. Nas horas vagas, eu ficava estudando sobre as lendas do Ho-Oh e conhecendo melhor meus Pokémons fantasmas. E foi lá que encontrei o meu Litwick, que hoje já é um Chandelure, que é do tipo Fantasma e Fogo. Retornei muito mais forte e ganhei novamente o respeito da minha família, tornando-me o Guardião das Memórias.
Abraçou o garoto afetuosamente, como se fosse um pai ou um irmão mais velho solícito.
- Você... me abraçou – disse Richard, emocionado. – Aqui em casa ninguém me abraça; meu pai porque é uma pessoa fria, e minha mãe porque diz que eu “sou homem” e não pode me abraçar. Só minha avó me abraçava... sinto saudades dela. Você acha que... bem... algum dia uma mulher vai me abraçar assim?
- Se vocês se amarem e deixarem os bons sentimentos se sobreporem aos maus, é claro que sim. Esse é o segredo do amor: deixar o que é bom acima do ruim.
Nos dias seguintes, o garoto não via a hora de seus pais dormirem para poder conversar com Morty, mesmo se sentindo culpado depois. Sua mãe continuava aterrorizando-o com frases do tipo “não fique escutando demais meu primo, ele vai te empurrar pra alguma cilada, as pessoas não são confiáveis” ou “ele fará você querer abandonar sua própria mãe, se você fizer isso eu vou morrer, e por culpa sua”. O líder de ginásio esticou sua estadia mais do que o planejado, pois estava esperando um sinal claro de confirmação das suas suspeitas sobre seu jovem primo.


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