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História Tudo é possível com amor - O tiro errado-acertado do Cupido


Escrita por: YiannaSanosuke e madu_1808

Notas do Autor


Se alguém conhece bem esta história, irei contá-la da forma certa... ou seja, pelos olhos das fãs de Kamigami no Asobi, porque eu detesto a Perséfone, ok?


Boa leitura!!!!!

Capítulo 8 - O tiro errado-acertado do Cupido


Fanfic / Fanfiction Tudo é possível com amor - O tiro errado-acertado do Cupido

Depois de conversarem um pouco mais a respeito de si mesmos por cerca de mais meia hora, Hades e Éden percebiam o quanto tinham semelhanças bem definidas e o deus se divertia na companhia da mortal como há muito não se lembrava - bem, na verdade, como nunca fizera em sua existência. Eles saíram do quiosque trocando olhares cúmplices; aquela conversa fizera muito bem a Éden e mesmo que ela insistisse que não precisava, a divindade escoltava a jovem dama de volta para sua habitação, temendo que alguma outra desgraça recaísse sobre ela enquanto estivesse distante - o que era bem provável, já que a alma ainda a espreitava para levá-la desta vida. Olhando-a de soslaio, podia perceber sua vontade de aço revestida em meio a uma cálida cobertura de doçura... doçura esta que já nem sequer cogitava viver sem poder admirar eternamente; observando bem suas reações, Hades entendia melhor o laço que unia Apollon a Yui e percebia-se cada vez mais enredado pela fascinação assombrosa que Éden tinha. E tal fascinação era compartilhada por ela que no mais íntimo de seu ser, pois sentia que era seu dever ficar unida a este rapaz... uma compulsão da qual não conseguia se desviar.

Ela lhe fascinava... seu pequeno milagre. Um olhar dentro daqueles potes de ouro derretido e sabia que faria de tudo para vê-la sorrir e viver despreocupadamente - e desejava que pudesse ser ele o motivo de tamanha felicidade. Eles caminhavam lado a lado e num ímpeto, ele agarrou a pequena mão feminina e um gostoso rubor subiu pela pele dela, deixando-a extremamente corada e olhou calidamente para aquele gesto tão íntimo. Por que seu coração saltava tanto quando o via? Será que gostava dele? Tremia só de pensar na possibilidade. Calados, os dois prosseguiram andando e vez por outra, trocavam olhares; o sol parecia nascer quando ela o olhava... como se fosse o único que a fizesse feliz.

E como queria que fosse assim...

Seria possível? raciocinava ele, entrelaçando ainda mais as mãos nas dela. Será que ele podia acreditar que era merecedor de tamanha consideração diante de tanto ressentimento?

De repente, uma luz forte de farol os cegara e aquilo aconteceu rápido demais... por um instante, tudo do qual ela se lembrava era que Hades estava caído protetoramente sobre seu corpo; virando o olhar, testemunhara que um carro em alta velocidade quase os havia atropelado e colidira com força contra uma parede de concreto, que se desfizera com a força do impacto. Sua cabeça doía e as sirenes tocavam escandalosamente no ambiente; levantando da calçada, ele via que tinha vários cortes pelo corpo, contudo ela se encontrava debaixo dele sangrando profusamente e chorava copiosamente - porém baixo - devido as dores e abriu os olhos de mel para ele. Levantando a vista, a moça viu que Hades tinha um filete espesso de sangue escorrendo em sua testa, mas ele ignorou a própria dor para salvá-la; se levantou e a pegou nos braços como um cavaleiro que acudia uma dama em perigo e com suas atitudes que mais combinavam com os tempos antigos, Hades cada vez mais fazia o coração dela se derreter por ele. Ela sorriu fracamente e devido a dor que sentia pelo corpo apenas o vê balbuciar, onde se entrega ao descanso com abandono e confiando na força poderosa dos braços que a envolvia; o deus dos mortos emitira uma ordem à sua mente e não foi difícil submetê-la. Seus olhos eram negros como a noite e as íris queimavam como pedras de larva recém-expelida.

Estava verdadeiramente chateado.

Que quisesse atacá-lo, ele até entendia... mas a ela? Isso jamais.

- Revele-se alma imunda e vil... sinto seu fétido fedor há quilômetros de nós - afirmava com sua voz carregada e a respiração firme após deitar a moça e erguer uma barreira para salvaguardá-la de qualquer dano.

Uma risada maléfica se fez presente no vento gélido do ambiente e Hades revirou os olhos em aborrecimento; certamente um outro alguém havia escapado de um dos locais prisionais do Inferno e ele havia sentido parcamente sua presença. Contudo, como a felicidade nem sempre estava presente em sua vida, estava tão encantado com o momento de boa sorte que desfrutava que não estava tão inclinado a persegui-lo: porém com o ataque contra ele que fez sua Éden se machucar gravemente, Aidoneus mudou rapidamente de ideia.

O homem se materializou - um rapaz em seus vinte e poucos anos, vestido como um espartano - e encarava-o com ódio desmedido... sua face não lhe era estranha, até que se lembrou.

Aquele ser fora julgado pela tríade de juízes antes de sua partida para o mundo mortal e lembrava que quando estivera vivo, ele havia promovido uma chacina brutal de mulheres e crianças usando o nome do deus do Sol como escudo para suas monstruosidades. Apollon havia ouvido tal disparate de uma alma chorosa que devido a violência com que fora arrebatada, vagava sem destino pelo mundo e resolveu averiguar a informação, ficando inconformado com a atitude presunçosa daquele homem e foi lutar com ele na companhia do tio. O deus solar estava revoltado como era de seu direito porém, Hades resolveu a questão de outra forma: convocou secretamente seu servo Tânato e conhecendo a natureza destrutiva dos seres humanos, criou uma emboscada irresistível, incitando os inimigos deste ser a atacá-lo. Como era de se esperar de um ser vil como ele, facilmente caiu nela e a batalha aconteceu; com Tânato atento, assim que ele fora abatido, recolheu a pútrida alma para seu poder e a levou para o julgamento. Como desconfiara de sua incrível força e poder, Hades soube que ele possuía sangue parcialmente de um deus e sua presunção aliada a uma boa estratégia, acabou fazendo uma horrorosa fama perante os humanos para se vingar dos deuses... certamente era o fruto de algum adultério de Zeus, que negava veementemente. Sua morte fora encarado como um alívio pelos mortais, mas sua crueldade foi o que também acabou levando-o para os domínios de Hades; como desconfiava, estava corrompido além da cura em sua psiquê, foi considerado culpado por unanimidade e o governante dos mortos ordenou que fosse atirado ao Tártaro e uma vez decretado, ninguém - nem mesmo Zeus - poderia mudar suas palavras. 

- Deveria estar acostumado com o infortúnio lhe perseguindo como sua sombra - respondeu Ermírio com um sorriso sádico na face. - Faz séculos que não estico bem as pernas daquela pocilga que chama de lar. O mundo humano está bem diferente.

- Você tem muita audácia em me desafiar - fala Aidoneus o fitando com raiva. - E sabe bem o por quê está lá.

- Sempre tive, sabe bem disso. E quanto a merecer, já não estou tão certo disso que fala a mim Hades; eu sou como você e mostrei aos mortais o conceito que todos temos deles: que não passam de vermes que devem sempre saber quem é seu senhor... ou senhores na verdade - conta.

- Fale apenas por você... nós somos diferente - corta Hades. - Não sou uma pessoa que me agrado no sofrimento alheio, enquanto você se agradava de provocá-la em cada minuto da sua fétida vida. Reconheça que sua morte foi uma benção para a humanidade.

Ermírio lança a cabeça para trás e ri descaradamente, numa clara caçoada do deus dos mortos. - É irônico isso que fala, já que todos sabemos que sua própria existência depende de tanta dor. Imagina quantos humanos morreram nestes séculos imemoriais, quanta dor causou você a estes humanos... o que fiz, comparado a você não é nada!!! Aliás, não sei se sabe mas, correm boatos maldosos no Inferno que você está envolvido com uma mortal... e pelo o que vejo, é verdade - ri ele de forma sardônica ao olhar para a cúpula que protegia Éden desacordada. - Pobre alma... preferiria pertencer a um inimigo seu do que você. Mas... até que ela é linda...

- Ermírio, eu não sei o que fez para sair do Tártaro, mas depois do que fez, você vai desejar muito voltar para lá - falou Hades com os dentes trincados; antes de avançar, ele vê Yui e Apollon se aproximando e estranha sua aparição.

"O que eles estão fazendo aqui?", indagava-se ele atônito.

Ermírio vê a divindade distraída e usando seu poder, levanta o automóvel que estava semi destruído e arremessa na direção do casulo de energia; porém, Aidoneus se moveu impressionantemente rápido e usando seu poder, estourou o veículo em inúmeros pedaços, que choveram em minúsculas cinzas chamuscadas. Ele apareceu caminhando na direção da alma com seu exterior evidenciando ódio puro... tanto, que a vegetação ali perto estava começando a murchar e a terra gemia a fúria da divindade. Matteo observava todo o desenrolar da cena numa segura distância e se divertia com toda a distração que causou naquele momento. Ermírio poderia manter Aidoneus ocupado e ele com Deméter cuidaria de todo o resto, raciocinava ele com o olhar preso no casulo que protegia a jovem que ainda permanecia adormecida.

Apollon e Yui estiveram passeando pelas imediações e no meio de uma conversa, logo a divindade solar sentiu uma perturbação e correu com sua amada onde viu um clarão seguido de um estrondo brilhar diante dele. Ele usou seu poder para erguer uma barreira para protegê-los e Yui por instinto o abraçou, onde levantando a vista, via as furiosas chamas passando por eles, claramente impressionada. Quando elas baixaram, viram Hades caminhando na direção de um homem e com somente um soco, ele arremessou a leviana alma bem longe e calmame te caminhou até ele, com os olhos transbordando d raiva e ódio. Apollon correu com sua amada ao lado e Aidoneus a mandou para ir perto de Éden e levá-la para longe dali, já que sua paciência e autocontrole ameaçavam escorregar dele; assustada com a aparência de ódio sobrenatural claro na face de seu amigo, Yui trocou um rápido olhar com Apollon e certa de que Apollon cuidaria dela, correu para o casulo.

Aquilo... não era bom...

- Hades!!! A Éden sumiu!! - berrou Yui para ele, desesperada ao ver o local vazio.

 

 

 

 

 

Não...

 

 

 

 

 

 

 

Aquilo tinha que ser mentira...

 

 

 

 

 

 

 

 

Sua Éden...

 

 

 

 

 

 

 

 

Sumiu?

 

 

 

 

 

 

 

Ao ouvir aquilo, a divindade dos mortos gritou sua dor com tanta força que o chão rachou e a perturbação alertou aos demais deuses ali próximos de sua ira e tristeza; o que será que acontecia? Seria um ataque de Arimã? Sem perder tempo, os outros rastrearam a energia dele e logo se teleportaram para onde ele se encontrava. A cena de devastação no lugar era nítida e a única coisa que se ouvia era os relâmpagos e os tremores esparmódicos que a terra dava com a fúria de Aidoneus, que esmurrava e espancava Ermírio com tudo o que tinha. Uma fúria avassaladora, tal como nunca sentira na vida nem quando sofrera o desprezo ou a indiferença de outras divindades. Aquilo tudo ele podia suportar, mas Éden não... ela não merecia sofrer por causa do que não sabia e pelo ódio que sentia, tomou para si o privilégio de proteger seu jardim selado.

 

 

 

 

Ninguém machucaria Éden.

 

 

 

 

 

E aquele pensamento incitava a raiva e a fúria dele a cada golpe desferido. Ele e Dyonisio - que eram os mais próximos do deus - nunca viram seu tio conhecido por seu controle de ferro tão cegamente tomado de cólera e rapidamente Yui os tirou de seu torpor, dizendo: - Vamos procurar a Éden, meninos!!!

- O que aconteceu Yui-san?

Sem perder tempo, ela contou o pouco que havia presenciado com Apollon e vez por outra, voltava seus olhos para a batalha que estava se desenrolando ali. Takeru ergueu uma barreira quando lascas de resíduos voaram perto deles e não acreditava em como Hades estava tão irado. Com certeza ele deveria ser um inimigo que daria muito trabalho ser contido. Vê-lo em ação lhe lembrou de sua parenta, a deusa Izanami que em nada devia em força e astúcia que a seu... "colega de trabalho". Izanami sofria o mesmo que Hades diante de seus conterrâneos e diferente dele que encarava a antipatia dos demais, ela deixava-se trancar no mundo inferior.

- Será que foi Arimã? - indagou Thor.

- Não deve ser coisa dele - argumenta Balder, que se assusta com o estrondo que faz o solo sacudir. Parecia que um meteoro havia caído do céu tamanho fora o golpe. - E quem é aquele que batalha com Hades-san?

- Ermírio - respondeu Dyonisio ainda espantado com a força de Hades e fez um resumo da desavença após outro choque de terra, causando uma séria rachadura no solo. - Se ele levou a Éden-san, ninguém estará a salvo até que ela apareça. Ele enlouquece quando perde alguém por quem tem... apreço.

"Mas sua fúria não é de alguém que perdeu uma pessoa que possui só seu apreço... será que Hades Aidoneus está apaixonado?", raciocinava Loki que via raios negros correndo o céu. Raios cortavam e precipitavam pelo veludo negro e nem as estrelas ou mesmo a lua apareciam para confrontar sua dor... Hades nunca iria ser o mesmo se perdesse seu paraíso. E Loki percebeu isso pela forma protetora pela qual ele agia. Aquela mortal era tudo em sua vida... ela não poderia se perder e deixá-lo só para confrontar séculos de dor. Ele reconhecia bem aquilo em seu amigo e entendia a fúria que o guiava; quem, depois de só conhecer as desgraças, iria abrir mão da felicidade? O deus da trapaça havia sofrido muito e reconhecia que ele nunca havia amado ninguém.

- Temos que achá-la, senão o nosso tio vai destruir toda a cidade no processo - falou Apollon ao lado de sua humana, que temia pela amiga. 

- Tomara que achemos a Éden-chan... minha amiga não tem nada a haver com nossos segredos - argumentou Yui sendo beijada de leve por Apollon.

Enquanto os demais conversavam sobre como achar Éden e Hades lutava ferozmente com Ermírio, Tsukito calmamente se aproximou do casulo vazio e usando seus poderes, rastreou o local por dentro e franziu o cenho, desconfiado. Olhando para cima, viu o deus dos mortos rechaçando com fúria os membros de Ermírio, rasgando cada pedaço de seu corpo com violência e o incinerando com fogo de chamas azuladas e negras, invocados diretamente das trevas. Hades despachara Ermírio para a destruição eterna de uma vez por todas e sua aparência estava uma verdadeira catástrofe, completamente banhado de sangue e ainda por cima, furioso; se descobrisse quem havia levado sua amada da proteção que levantara, nenhuma divindade salvaria sua alma dele.

- Hades Aidoneus, pare com esta devastação - falou Tsukito com sua voz tranquila para seu amigo ainda tomado pela cólera. - Eu sei como achar a Éden-san.

Todos estavam chocados com a declaração dele; Hades levantou o olhar para ele e falou com a voz ainda monstruosa: - Mostre-me o caminho...

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Longe dali, em algum bosque distante do combate em Tóquio...

 

 

 

Éden sentia seu corpo inteiro doendo devido ao ataque que sofrera e a primeira coisa que percebeu quando consciente era que havia algo errado... abrindo os olhos, viu que estava deitada em um leito e esfregou os olhos preguiçosamente; o céu brilhava fracamente como se fosse uma manhã e a última coisa de que se lembrava era de que estivera com Hades; intrigada com aquilo, Éden observou seu redor e intimamente se perguntava como havia chegado lá. Esfregando os olhos e levantando seu olhar, reconheceu aquele recanto: esta era a antiga casa de veraneio que pertencia a Matteo; durante as férias de verão, ela costumava visitar à praia e eles sempre iam para lá com seus pais para não serem incomodados. Suas melhores lembranças daquele relacionamento conturbado. A casa estava incompreensivelmente impecável e ventava uma gostosa brisa marinha. Seu medo era eviscerante.

Ué, como cheguei aqui?

- Acordou bela adormecida... - falou Matteo, entrando no recinto usando uma calça branca e com uma bandeja de café com tudo que gostava - inclusive, algumas frutas. - Demorou para acordar.

Ao vê-lo, Éden tomou um verdadeiro susto... tão forte que se ergueu em um pulo e  olhou com os olhos arregalados; só posso estar ficando louca, pensava ela atônita com o que via diante de si e não acreditava. Matteo estava ali de pé, olhando para ela e a cumprimentando como se nada tivesse acontecido... ele havia morrido em um acidente, ela havia ido com sua mãe reconhecer o corpo, havia chorado e havia ajudado em tudo concernente ao seu enterro. Ela o viu sendo enterrado. Não, tinha que ter algo de muito errado ali e ela iria descobrir. Decidida, ela educou as feições e se espreguiçou, como se tivesse dormido longamente e sorriu ingenuamente.

- A noite foi agitada... tive um sonho estranho - falou indo na direção dele.

Ela o abraçou e um arrepio frio lhe correu na espinha; sua primeira vontade era chorar ou sair correndo dali, mas ignorando o medo que lhe corroía as vísceras, apertou-se ainda mais àquele ser maléfico, que de alguma forma, havia roubado a forma de seu querido Matteo. Ele sofreu muito em sua curta vida e merecia descansar de tanta dor... e ela não iria ser ludibriada por ninguém. Colocando seu sorriso mais tranquilo, olhou para a criatura e falou: - O que temos para o café?

- Café, leite, torradas e frutas... trouxe romãs para que as experimentasse - afirmou "Matteo" sorrindo contente. - Quero que este dia seja inesquecível. - Seu sorriso amplo lhe parecia sincero mas ele lhe causava um verdadeiro horror e ela sabia que devia se acalmar se quisesse sair daqui. " Se fosse o verdadeiro Matteo, saberia que sou alérgica à romãs"; Éden controlou suas feições e falou: - Frutas? Amo romãs... 

- Eu sei disso, por isso trouxe muitas delas... o dia está lindo não acha?

- Exato; bem, elas estão com uma cara ótima mas eu preciso tomar banho e aí depois eu como - responde ela se levantando, mas ele a detém pelo braço e diz: - Insisto que coma primeiro... meu amor.

Os dois se encararam por um tempo e ela percebeu que o medo só crescia dentro de si e perguntava-se onde podia estar Hades. - Eu quero tomar banho... Matteo - diz ela com a voz um pouco trêmula e a olhando nos olhos ele ri, dizendo: - Você já percebeu, certo?

A coragem dela desvaneceu e o medo começou a se tornar nítido; aos poucos, a ilusão parecia começar a desvanecer e o rosto que antes parecia bonito, estava se deteriorando... para seu horror, ele assumiu uma forma cadavérica, com os olhos meio vazados e sem vida, a pele fina e grudada nos ossos, com algumas mechas de seu cabelo preso no crânio ressequido - uma visão que jamais esqueceria. Sem perder tempo, ela usou um golpe que afastou-o dela e chorando, Éden saiu correndo dali, em direção às portas e se deparou com um enorme lugar que parecia um inferno, com visões aterradoras e crateras enormes, Ela respirou fundo e reunindo toda a sua coragem ,começou a correr pelas câmaras incandescentes, a fim de pôr distância entre seu perseguidor. Parecia perdida em meio a um labirinto.

Matteo ria sardonicamente e falou: - Não fuja de mim querida... eu vou alcançá-la.

- Nunca serei sua seu anormal maldito!!! - berrou ela enquanto escapava. - Se afasta de mim!!!

Ao continuar nesta fuga frenética por um tempo que lhe parecia uma eternidade, ela chegou em uma espécie de penhasco e viu uma figura feminina muito bela, que cuja visão lhe ofereceu calma instantânea; Éden respirou aliviada e caminhou até ela sorrindo, crente que poderia ser ajudada. Contudo, quando se achegou, viu que era também uma alma falecida e tentou correr, porém do nada, o plasma dela lhe agarrou como um tentáculo pegajoso e lhe arrastava até a beira do penhasco em que chamas de uma lava vulcânica lhe aguardava. Ela agarrou-se ao que podia e enquanto lutava freneticamente por sua vida, Matteo apareceu diante de si, rindo como um psicopata suicida.

- Por que não abandona a vida e vive eternamente aqui comigo? - pergunta ele a pegando pelo queixo; em meio às lágrimas, ela cospe em sua cara e diz: - Era você o tempo todo me atormentado?!

- Eu a chamava mas você se mostrou muito relutante - responde ele. Tirando uma fruta, ele estica para ela e diz: - Sabia que se comer esta romã poderá ficar para sempre comigo? Coma.

- Nunca!!!! - berrou ela com ódio. - Jamais ficarei com você, por que gosto de outro. E ele é mil vezes melhor do que você!!!

Ele levanta com raiva e espanta a alma sedenta de morte; pegando-a pelos braços, caminha com ela lutando até o penhasco e a segura lá na beirada. Se abrisse suas mãos, sua morte era mais que certa. O calor ali era insuportável e mesmo temendo morrer daquela forma, Éden berrava com o calor, ainda mais desesperada quando Matteo começou a quebrar lentamente seus braços. Ela se debatia e chutava, mas estava decidia a morrer para nunca ser dele. Matteo sorria, contente com o sofrimento que causava àquela maldita mulher que fora a sua ruína e com seu rechaço por preferir a Hades, todo seu amor virou ódio. Ele permaneceu tão distraído com seus feito que nem sequer viu quando Hades vinha correndo com Cérbero, Tsukito e Tânato ao seu lado, deixando os demais de fora daquela situação.

Do alto e bem camuflada, Perséfone o aguardava e quando o viu, fez sinal para Cupido. Ele mirou sua flecha dourada bem em Hades que desceu às pressas pela estrada e atirou; a flecha voou e acertou o deus dos mortos em cheio.  Hades olhou para o artefato e percebeu tardiamente o feito, pois seu corpo já estava sentindo os efeitos da poção do amor. Ele continuou sua corrida com os olhos fechados e sentindo-se vitoriosa, a ninfa correu para que pudesse ser a primeira coisa que ele visse e se materializou diante dele; porém, quando achava que havia levado a melhor, Cérbero a empurrou e Hades pulou por cima, abrindo seus olhos para Éden, que o olhava com surpresa e admiraćão.

Perséfone se desesperou. 

Matteo ficou em choque.

E Hades se apaixonou.

E desta vez, era pela pessoa certa: sua amada Éden.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


Tânato: o espírito da Morte.


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