Após o demônio finalmente sair de seu quarto, Jen ouviu a voz de Sam a chamando novamente. Ela foi correndo em direção ao som. Chegando lá, viu Sam e Dean se sentando à mesa da cozinha.
- Como foi a caçada? – A jovem perguntou puxando uma cadeira para se sentar com os irmãos.
- Péssima, mas pelo menos ninguém morreu. - Sam estava sentado com uma garrafa de cerveja na mão, olhando irritado para o irmão.
- Não foi tão ruim. Ele só tá irritado porque tinha um pouco mais de vampiros do que o previsto. – Dean disse tomando um gole de sua cerveja
- “Um pouco mais” é eufemismo, Dean. – Sam retrucou. A garota ficou olhando de um Winchester para o outro esperando uma explicação mais detalhada.
- O Lorde Palavra Fresca aí tá irritadinho porque eu imaginei que seriam três vampirou, mas acabou sendo um ninho de dez. Só que não tinha como saber.
- Tinha, sim, se você tivesse feito a pesquisa direito...
- Você está questionando a qualidade do meu trabalho? - Dean perguntou irritado
- Do seu trabalho? Não. Da sua pesquisa? Claro. – Sam respondeu irônico.
Os dois irmãos engajaram em uma sequência de troca de farpas e agressões verbais. Jennifer estava acostumada a isso, logo não era um grande problema ficar por peto durante as discussões dos dois. Era até um pouco divertido. Apesar da idade e do fato de caçarem monstros, Sam e Dean eram dois irmãos como quaisquer outros. Ela aproveitava esses pequenos momentos para compará-los com os irmãos descritos por Chuck nos livros. De fato eles eram crianças que cresceram demais.
Ela continuou ouvindo os dois brigarem e segurava o riso em alguns momentos, até que os dois se levantaram e partiram em direção um ao outro. Nesse momento Jen levantou e gritou:
- Ei! Já deu! Vocês não acham?!
Os dois pararam e ficaram olhando assustados para ela. Dean foi o primeiro a quebrar o silêncio:
- Foi ele quem começou. Não calou a boca desde a hora que os outros vampiros apareceram.
- Porque apareceram mais sete vampiros, Dean. Sete! A gente podia ter morrido!
Jen interveio de novo antes de Dean conseguir responder qualquer coisa:
- Mas ninguém morreu e é isto que importa. Você – Ela disse apontando para Sam – Você está vivo. Já deu de ficar falando sem parar, todo mundo já entendeu. – Dean olhou o irmão com um sorriso vitorioso que se desfez rapidamente quando Jen virou para ele e aumentou o tom de voz – E você preste mais atenção na próxima pesquisa. Vocês dois estão errados e passou da hora de parar de brigar! E eu estou muito bem e passei os últimos dias muito bem. Nenhum demônio apareceu querendo comprar a minha alma, muito obrigada por perguntarem. – Jen terminou de dizer aumentando ainda mais a voz e empurrando a cadeira com força contra a mesa, fazendo um barulho alto. Ela se retirou em direção ao seu quarto, deixando para trás os dois rapazes com expressões de choque nos rostos.
Sam se virou para Dean:
- Ela estava falando do Crowley?
- Talvez. Você se lembrava dela ser estressada assim?
- Não, mas você não acha que um de nós deveria ir lá? Só para ver se esta tudo bem?
- Se você quiser ir lá conversar com a Fera, fique a vontade. Eu vou, mas só semana que vem.
- Semana que vem?
- É. Quando a semana feminina dela passar. – Dean disse e se sentou a mesa, tomando mais um gole da sua cerveja. Sam acenou com a cabeça em desaprovação, pegou sua garrafa de cerveja e foi atrás de Jennifer.
Sam bateu a porta do quarto da garota, que demorou a atender. Ela abriu a porta de maneira tímida, já se preparando para pedir desculpas pelo modo que ela havia se comportado quando Sam falou:
- Ei, você está bem? – Ela assentiu com a cabeça. Então ele continuou – O que você quis dizer com demônio vindo aqui? Alguém apareceu por aqui?
- Não, ninguém... Quer dizer, Crowley passou por aqui.
Sam arregalou os olhos:
- Ele veio? O que ele queria? Aconteceu alguma coisa que você que contar?
Jen parou por um segundo antes de responder. Ela pesou se deveria contar ou não para Sam o que houve, então respondeu:
- Ele disse que queria falar comigo, eu disse que não tinha nada para falar com ele. Então ele perguntou onde vocês estavam, eu disse que vocês estavam fora e ele foi embora sem falar uma palavra.
- Você tem certeza que foi só isso que aconteceu?
Jen fez que sim com a cabeça e deu a desculpa de que estava cansada e iria dormir. Despediu-se de Sam e trancou a porta.
Agora já sentada na cama, ela pensava que talvez a melhor opção fosse ter dito a verdade, mas ela já tinha mentido. Talvez ela devesse chamar Sam novamente e falar o que realmente aconteceu, e se desculpar por mentir e pedir ajuda para desfazer o pacto. No fundo ela sabia que essa não era uma opção. Ela odiava mentir, mas mentir era a única forma de conseguir encontrar sua mãe novamente, nem que fosse para se despedir. Ela não diria a verdade para eles, pelo menos não até ter certeza que sua mãe e o código estavam a salvo.
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