Ao chegar no grande quarto que compartilhava com o namorado, se jogou na cama e escondeu o rosto entre os travesseiros, deixou as lágrimas correrem por seu rosto, se encolheu, os joelhos colados no peito, se sentia solitária sem ele. Quando ficara tão dependente dele? Era o que ela se perguntava.
Queria correr até ele e abraçá-lo, sentir o carinho dele em seu cabelo, queria escutar ele dizer que estava tudo bem, que a apoiaria, mas pensar nisso era doloroso. Ela não tinha idéia de como ele reagiria, se a confortaria ou brigaria com ela por ser descuidada, mas afinal, ela não fez esse filho com os dedos, são duas pessoas envolvidas, ela e Soluço, nesse caso.
Decidiu dormir, talvez essa fosse a solução para se sentir melhor. A soneca de nossa Vampirinha durou apenas 1 hora, acordou com o som do chuveiro da suíte sendo ligado, decidiu ir falar com Valka, mesmo não tendo feito teste algum ela sentia que ali, dentro de seu ventre, havia uma criança, o fruto do amor dela e de Soluço.
Fez o menos de barulho possível, Valka estava no sofá, lendo, viu a nora descer as escadas e largou o livro, pedindo para que a mais nova se sentasse ao seu lado com pequenas batidinhas no espaço vago.
- Quer conversar, tirar uma dúvida? - perguntou tentando se imaginar na mesma situação dela
- Você tem um teste de gravidez? Ou pode comprar um pra mim? Por favor. - pediu
- Eu tenho um, lá em cima, eu vou trazê-lo pra você, não se desespere, só fica quietinha aqui - disse saindo e dando um beijo na testa da jovem
No caminho até seu quarto ela lembrou-se do passado, ao contrário deles, já estavam casados há anos,e tinham tentado e se frustrado muitas vezes, até que Soluço chegou, se lembrava exatamente de como descobriu:
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"Ela já estava casada a um ano, seu marido estava sempre ocupado, se sentia sozinha demais, e ainda por cima, nas últimas noites ela não conseguia dormir, estava sempre mal, vomitando, com enjôo, com muita fome e uma vontade inexplicável de comer enguias fritas com leite de iaque quente e carne de ovelhas. Ela odiava enguias, raramente bebia leite, não tinha idéia do que estava acontecendo.
Stoico a convenceu a ir até Gothi, depois de algum tempo ela recebeu seu diagnostico, estava grávida de 3 semanas, chegou em casa e pulou nos braços do marido, enquanto gritava:
- VAMOS TER UM BEBÊ, EU ESTOU GRÁVIDA - grito em lágrimas
Comemoraram com gritos, beijos, lágrimas e no dia seguinte um anúncio foi feito: Berk teria um herdeiro, e ele já estava a caminho.
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Voltou com o teste e deu à nora, explico como funcionava, Astrid foi ao banheiro, fez o como a sogra instruiu e no final, dois pontinhos vermelhos apareceram, ela jogou no lixo, lavou as mãos e o rosto, saiu e abraçou a mulher mais velha:
- Eu devia ter prestado mais atenção, me desculpa - disse chorando muito
- Tudo bem, eu vou apoiar vocês, vá para o seu quarto e se prepare para dar a notícia - disse Valka acariciando os cabelos da nora
- Obrigada, agradeço muito pelos conselhos - disse indo para seu quarto junto com ela
- Eu te ajudaria mais se pudesse, mas daqui pra frente, são só vocês dois - disse a deixando na porta do quarto e beijando sua testa
- Farei o meu melhor - disse determinada ao se despedir, fechou a porta e assim que ouviu os passos dela se afastarem, caiu de joelhos
Naquela noite, chorou como nunca antes, as lágrimas limpavam sua alma, levavam consigo o seu medo e todas as suas inseguranças, forçou-se a parar, agora não era hora de se acovardar, era hora de ser forte, por ela e por seu filho.
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