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História Tudo Por Acaso - Epílogo: Meu Destino


Escrita por: Valehans

Notas do Autor


Esses dois capítulos juntos são meu presente para vocês, que me acompanharam até aqui!


Boa Leitura ^^

Capítulo 36 - Epílogo: Meu Destino


Epílogo 

 

Minato Namikaze




 

Frio, silêncio e dor. Acho que esse é um bom resumo do pior dia da minha vida. 

 

Acordar naquela cama gelada de hospital foi muito confuso e eu só tinha flashes de memória do motivo pra eu estar ali. A última coisa que me lembrava era da discussão com Kushina, depois de ver ela beijando aquele cara. Eu sempre desconfiei que isso aconteceria um dia, mas não pensei que eu também tinha culpa.

 

 Não sei por quanto tempo fiquei desacordado depois do acidente, mas me lembro de ter revisto aquelas cenas milhares de vezes nos meus sonhos, ou pesadelos. Acho que de tanto reviver aquelas cenas eu já encarava elas de outra forma, porque quando acordei consegui enxergar de outra forma. Kushina não me traiu, estávamos afastados, mas eu surtei depois de acumular por meses um sentimento de ódio por ver ela feliz com outra pessoa. Eu realmente fui um babaca. 


 

Minha mãe foi a primeira e única pessoa que vi ao acordar. Ela chorou muito, me abraçando e me beijando. Disse pra eu nunca mais assusta-la daquele jeito, mas ela não sabia da história nem a metade. Só me falou que fiquei quatro dias em coma e esperou o médico vir me contar o resto. Meu pai chegou junto com ele. Foi naquele momento que as coisas realmente desabaram. 

 

Múltiplas fraturas no joelho, nos braços e no ombro. Demoraria anos para que eu voltasse a forma física que um dia eu cheguei a ter, mas mesmo assim não significava que competir pela natação ainda fosse uma possibilidade. O médico disse que voltar a natação só me significaria dor, pois eu não conseguiria ter os mesmo resultados de antes. Esse não foi o primeiro, mas foi o sonho que mais me doeu abandonar. 

 

Não consegui nem absorver tudo que estavam me falando e meu pai já veio me atacar. Nem mesmo eu estando numa cama de hospital ele perdeu a oportunidade de me humilhar. Previsível.

 

- Você tá vendo?! Discutir com aquela garota te fez bater o carro, mas cadê ela agora? - satirizou ele - Você está nesse hospital agora por causa das suas escolhas, por andar com pessoas como ela!

 

Realmente, não vi Kushina em nenhum momento enquanto estava ali, mas ela poderia ainda estar brava comigo. De qualquer forma, eu não lhe respondi uma única palavra. Eu estava com tanta dor, tão cansado de tudo, com tanta coisa acontecendo, que não conseguia dizer nada e nem me defender. 

 

- Eu te avisei que ela te destruiria e olha onde estamos agora…Você escolheu isso, agora enfrente suas consequências!

 

Eu estava sem chão. Passei a vida inteira tentando ter uma coisa que fosse verdadeiramente minha mas perdi tudo que construí de uma vez só. 

 

- Tá na hora de acordar para a realidade, Minato, e você sabe muito bem o que precisa fazer! - meu pai disse - Vai ser a última vez que te proponho isso e espero que leve a sério dessa vez!

 

Ele me propôs continuar com tudo que ele me obrigou a fazer a vida inteira. Eu estava de saco cheio disso, mas era a única coisa que me sobrava. Decidi seguir com a empresa, mas dessa vez eu faria as coisas serem diferentes. Tomar o controle se tornou meu único desejo a partir daquele dia. 





 

 

 

[...]

 

 





 

No dia em que saí do hospital, Fugaku veio de San Francisco me ver. Nós conversamos por vídeo chamada antes, mas ele disse que precisava falar algo pessoalmente. Me perguntou sobre o motivo do acidente, mas tanto ele quanto eu sabíamos o real motivo. Desmaiei enquanto dirigia, depois de ficar três dias acordado à base de pílulas de cafeína. 

Perguntei sobre Kushina, se alguém tinha contado pra ela sobre o acidente, e ele me disse que ela já sabia de tudo, mas não quis me dizer mais nada. Me entregou uma carta que ela havia deixado pra mim e deixou que ela mesmo explicasse.

 

“Minato,

Não sei quando vai ler isso, mas espero que seja logo.

Eu sinto muito por não ter percebido o quanto você estava sofrendo. Me arrependo toda hora ao pensar que estava enfrentando tudo isso sozinho e, ainda mais agora, por não estar contigo. Surgiu uma oportunidade pra começar a minha carreira de atriz e eu não consegui deixá-la passar. Não espero que me perdoe. Queria ficar e te ver bem, mas eu não podia fazer nada por ti. Só espero que a gente possa conversar quando tudo isso acabar. Me desculpe.

Kushina”

 

Fugaku me contou que ela ficou todo o tempo que pode no hospital, esperando qualquer notícia minha. Até discutiu com o meu pai e cogitou não ir para a viagem para ficar ao meu lado. Mas, de qualquer forma, foi melhor assim. Eu não conseguiria dormir se soubesse que ela deixou de seguir seus sonhos por mim. Decidi esperar por ela. 



 

Durante três meses tentei não pensar em nós, não alimentar qualquer ansiedade. Foquei todas as minhas forças em voltar a conseguir mexer o meu corpo sem sentir dor. A dor da fisioterapia era pior que a do hospital, mas dia após dia ela foi sumindo. Ao mesmo tempo, me empenhei na empresa como nunca antes. Dessa vez não bastava simplesmente fazer o que meu pai queria, eu queria ser melhor que ele, melhor que qualquer um. 





 

 

 

[...]

 

 







 

Quando Kushina me ligou, assim que voltou pra Los Angeles, eu senti um calafrio por todo o meu corpo. Eu queria muito ver ela e esquecer do passado. Eu sabia que todas as brigas aconteceram porque estávamos cansados demais para perceber o quanto estávamos nos machucando, ao invés de somente tentarmos conversar. 

 

Encarar ela foi realmente totalmente diferente de tudo que eu planejei. Não consegui sentir nenhum rancor e nenhuma mágoa ao estar do lado dela. Foda-se o passado, eu me sentia tão bem de estar com ela novamente que só pensava em como tudo isso fez com que a gente aprendesse a lidar com os problemas e que conseguiríamos seguir em frente. Naquela noite só isso importava. 


 

Quando a manhã veio, a realidade bateu forte na minha cara novamente. Querendo ou não, criei muita expectativa para a volta dela e escutar Kushina dizendo que podia ir embora de novo foi muito frustrante. Surtei. Perdi a cabeça, mas somente por não querer ter que perder ela também. Mas não tinha jeito, ela precisava voar, conhecer o mundo e seguir seus sonhos, e eu não seria a pessoa que iria prender ela. Naquela hora percebi que precisávamos seguir caminhos diferentes, por mais doído que fosse. Eu desejei que ela não fosse, mas eu disse adeus, torcendo para que ela fosse feliz. 





 

 

 

[...]

 

 

 







 

Desde o dia que Kushina foi para Nova York, não nos falamos mais. Nós dois concordamos que tentar manter qualquer contato só seria doloroso para ambos. Seria hipócrita se eu dissesse que consegui esquecer ela facilmente, porque não foi assim. Construímos um sentimento muito forte, quase como se tivéssemos uma conexão inexplicável que nos tornava tão próximos. Enterrar aquele sentimento foi horrível e levou mais tempo do que eu gostaria. 

 

Um dia, meses após ela ter ido, em uma festa de ano novo, ouvi muitas pessoas falando sobre recomeçar e não desistir daquilo que amamos. Só consegui pensar nela a noite inteira. Tentei afogar os sentimentos, mas acabei ligando bêbado para Kushina. Deveria estar amanhecendo em Nova York já e ela me atendeu muito confusa, como se estivesse acordando.

 

- Kushi.... eu preciso dizer isso pra você! - balbuciei com dificuldade as palavras.

 

- Minato...? - sussurrou Kushina - O que foi?

 

Minha racionalidade estava bem longe naquele momento, mas por um instante, enquanto eu organizava as palavras na minha mente, eu recobrei a consciência. Não sabia como ela tinha lidado com o fim do nosso relacionamento, mas seria injusto de qualquer forma se eu mexesse com os sentimentos dela novamente. Foi impulsivo e nós só nos magoaríamos se eu continuasse com isso. 

 

- Você tá bêbado Minato? Aconteceu alguma coisa? 


 

Desisti de qualquer coisa que planejei fazer imprudentemente.


 

- Feliz Ano Novo, Kushina! - respondi, desligando a ligação na mesma hora.



 

Quando acordei na manhã seguinte, desejei com todas as minhas forças que aquilo tivesse sido somente um sonho, mas confirmei vendo o histórico de ligações. Acho que percebi naquele momento o quanto eu não soube lidar com o nosso término. Bebendo e ficando com muitas pessoas de uma vez só estava me fazendo admitir que ela me fazia muita falta, além de me destruir. Eu precisava tomar uma atitude ou eu mesmo me afundaria dessa vez. 


 

A primeira coisa que parei de fazer foi ir às festas que rolavam no campus da faculdade e me afastei das pessoas que antes passavam mal comigo nas esquinas. Essa fase de curtição foi boa pra eu esquecer de todas as dores e preocupações que tinha, mas eu estava me matando.

 A segunda coisa que fiz foi tentar me aprofundar em todos os processos que haviam na empresa, pra estudar formas de melhorar e colocar no meu controle algumas áreas que antes eu não dava a mínima. “Fiz as pazes” com meu pai, não questionando nada que ele me dizia, mas, mais do que isso, tentei inverter essa relação de dominação que ele tinha. Mês após mês eu trabalhei em convencer os seus aliados e sócios à ficarem do meu lado. Essa com certeza foi a parte mais difícil, onde percebi que por debaixo dos panos tinha muita coisa errada acontecendo. Demorei muito para investigar todos os detalhes das pessoas poderosas daquela empresa sem que ficassem sabendo. 




 

 

 

 

[...]

 

 

 






 

Em uma sexta-feira à noite, em uma reunião habitual dos acionistas, meu pai caiu inconsciente de sua cadeira, repentinamente, e se debateu no chão. Fiquei paralisado, enquanto algumas pessoas gritavam por ajuda ou tentavam fazer alguma coisa. Não consegui pensar e muito menos avisar à minha mãe sobre o que tinha acontecido. Só recobrei a consciência quando já estava dentro do hospital, esperando notícias. Demoram alguns dias pra dar o diagnóstico, depois de dezenas de diferentes tipos de exame. Meu pai estava com uma doença neurodegenerativa grave, sem cura ou tratamento. Todos os jornais amanheceram anunciando que um dos homens mais ricos do país estava com os dias contados. 


 

Não sei como meus pais se conheceram, nem o que fez eles estarem juntos, mas nunca duvidei dos sentimentos que a minha mãe tinha por ele. Mesmo ele fazendo diversas coisas questionáveis e não sendo um bom pai ou marido, minha mãe nunca deixou de ficar do seu lado, não importava a situação. Não é como se ela aprovasse o seu jeito de lidar com as coisas, mas sempre esteve presente para suportar as dificuldades. E lá estava ela, ficando com ele todos os dias no hospital, mesmo quando ele tinha alucinações e surtava, ou perdia parte da memória e não a reconhecia. Ela mantinha a face sempre sorridente na frente dele e conversavam por horas, mas desabava em choro quando voltava para casa. Tentei impedi-la de fazer a visita um dia, mas ela me disse algo que me marcou muito:

 

" - Filho, seu pai está pagando pelas coisas que fez e eu entendo os seus motivos para não ir vê-lo, mas eu também preciso pagar por esse carma!"

 

Ela sofreu muito por tempo demais.


 

.

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.

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Na primeira noite em que eu soube que ele morreria sem nem mesmo se lembrar de nós eu desabei mais uma vez. Não estava chorando por ele, passei a vida inteira tentando ser o filho que ele queria e não tinha arrependimentos disso. Eu estava chorando por mim e pelo o que me tornei.

Percebi que passei os últimos anos gastando toda a minha energia simplesmente para me vingar dele, para ter algo para bater no peito e dizer que era melhor que ele. Era isso que ele sempre quis, na verdade. Me ver cair para que eu tivesse que ser como ele. Eu larguei tudo que eu amava simplesmente pra seguir o que ele queria que eu fosse, mesmo quase morrendo no caminho.

 

Por alguns momentos, realmente achei que iria me afundar naquele abismo que eu próprio me coloquei. Simplesmente TUDO em que eu acreditei foi destruído. Precisei me reencontrar. 

 

Fugaku veio de San Francisco para ficar comigo assim que soube de tudo que estava acontecendo. Naquela uma semana que esteve comigo, ele salvou a minha vida. Conversamos muito, dia e noite.  Me arrependo muito de nunca ter agradecido por tudo que ele fez. 

 

Contei pra ele sobre todas as investigações que fiz durante os anos, toda a corrupção e roubo que havia escondido entre os documentos e as transações da empresa. Ele também era um sócio e se isso fosse a tona também seria atingido. Seria um grande escândalo mas ele decidiu ficou do meu lado e me disse como nós iríamos nos preparar para revelar tudo. Fugaku pediu para que, depois que acabassemos com tudo, eu tirasse uma férias. Nem questionei em aceitar.




 

 

 

 

[...]


 

 

 

 



 

No início do outono daquele ano eu percebi o quão novos nós éramos. Metade do dia, eu e Fugaku ficávamos conversando e investigando a empresa, enquanto na outra metade éramos jovens que estavam prestes a se formar na faculdade. Gastávamos muito tempo para juntar arquivos e documentos que provassem algo. Algumas semanas simplesmente não conseguimos encontrar nada. 



 

Ele me contou alguns dias antes que planejava fazer uma surpresa para Mikoto e iria pedi-la em casamento, no dia da sua formatura. A minha formatura aconteceu no mesmo dia, então tive que sair correndo para atravessar o estado e chegar a tempo da festa. Cheguei depois da meia-noite, mas estava tão feliz, sabendo que Mikoto aceitou o pedido, que não deixei de aproveitar o momento com meus amigos. 

 

Assim que cheguei, percebi que Kushina também estava na festa. Não cheguei sequer a cogitar que ela estaria ali naquele dia. Fazia tanto tempo que eu decidi manter minha mente ocupada para esquecê-la, que vê-la novamente era uma das últimas coisas passavam na minha mente. 

Aproveitei a festa para tentar me lembrar das coisas que costumavam me fazer feliz. Estar com meus amigos com certeza era umas das primeiras coisas. Quando a festa acabou, tive que cuida de Fugaku, que passou muito mal, como nos velhos tempos de ensino médio. Era o mínimo que eu podia fazer por ele.

 

Acabei encontrando Kushina novamente, que coincidentemente estava ajudando Mikoto, que estava mal como o recém noivo.  Conversamos poucas coisas, como se fôssemos velhos conhecidos que se encontram após anos. Eu consegui superar o sentimento que tinha por ela, mas vê-la me deixou curioso. Eu queria saber se tinha terminado a faculdade, se estava seguindo seus sonhos, se tinha gostado de Nova York… mas não pude. Meu celular tocou, me puxando para a realidade. Ver ela me trouxe um sentimento muito reconfortante, mas eu precisava ir embora. Me despedi dela com um sentimento nostálgico muito forte. 





 

 

 

 

[...]

 

 

 

 






 

No final daquele ano minha mãe veio me avisar que meu pai tinha fechado seus olhos pela última vez. Tanto ela quanto meu irmãozinho sofreram muito e eu prometi aos dois que iria estar do lado deles por muito tempo, não importa o que acontecesse depois. Ele se foi e agora tudo estava finalmente no meu controle, mas não por muito mais tempo. 


 

Com a morte do dono da Nachida, era o momento perfeito para que eu e Fugaku expuséssemos toda a corrupção, mas demoramos mais meses do que gostaríamos para juntar todas as provas necessárias. Colaboramos com a polícia e entregamos todos os documentos que tínhamos de dentro da própria corporação. Foi um escândalo nacional e os poderosos corruptos foram derrubados um a um de dentro da empresa, incluindo as nossas duas famílias. Meu pai já estava morto, mas nossos bens estavam manchados com dinheiro sujo, então parte de tudo que tínhamos foi apreendido. Eu e Fugaku não tínhamos nada a esconder, então, quando praticamente toda a presidência foi presa, sobrou só nós dois. 

 

O nome da Nachida ficou manchado, todos os jornais exibiram as denúncias em rede nacional, mas já sabíamos que isso aconteceria. Mas algo só pode ser realmente reconstruído se primeiro tirarmos todas as partes podres de dentro. Foi isso que planejamos, reconstruir um império. Na verdade, eu não queria mais fazer parte daquilo tudo. Fugaku e eu conversamos e eu concordei em ceder pra ele o meu cargo e parte das minha ações, preservando somente o que era por direito da minha mãe e do meu irmão. 




 

 

 

 

 

[...]



 

 

 

 



 

Somente quando o escândalo esfriou que eu pude realmente sentar e descansar. Eu estava livre e pronto para deixar absolutamente tudo para trás. Tudo que me prendia e me sufocava estava morto e enterrado a sete palmos. Naquele momento eu só queria me reencontrar, resgatar o que eu amava e tinha deixado para trás.

 

Eu decidi ser mais focado na minha família, conversar mais com a minha mãe e ser mais presente para o meu irmão. Ele cresceu muito perto do meu pai e às vezes eu pensava que ele se tornaria igual a ele, mas eu estava disposto a fazer qualquer coisa para evitar isso. 


 

Eu não sabia exatamente o que eu iria fazer a partir daquele momento. Passei a vida inteira certo do que faria quando me tornasse adulto e agora eu parecia uma criança perdida. 

Pesquisei por muito tempo sobre profissões que eu poderia seguir, esportes para fazer, lugares para conhecer, comidas para experimentar… mas nada me deu alguma certeza. Realmente, me adaptar a essa nova vida iria levar bem mais tempo do que eu imaginava, mas agora eu tinha todo o tempo do mundo para correr atrás de algo que me fizesse feliz. 





 

 

 

 

[...]


 

 

 




 

- Por acaso vocês entregam fazem entrega desses buquês, senhora? - perguntei, indicando um ramalhete de tulipas vermelhas.

 

- Sim, para qualquer lugar de Nova York! - respondeu uma senhorinha, sorrindo calmamente para mim. - Você pode personalizar um cartão para entregar junto, se quiser!

 

- Ah, que ótimo! Vou querer então!

 

A senhorinha ficou me observando enquanto eu escrevia algumas palavras no cartão que tinha me dado. 

 

- Vai deixar uma surpresa para alguma garota especial antes de viajar? - perguntou a senhorinha, sorrindo curiosa para mim. 

 

Ri sem graça para ela, imaginando se ela fazia essa pergunta para todos que compravam as suas flores ali no aeroporto.

 

- Na verdade, quero mandar para uma amiga que vai fazer muito sucesso em breve! - respondi para ela, assim que terminei o cartão.

 

- Deve ser uma garota muito sortuda de qualquer forma… essas flores significam o verdadeiro e eterno amor!

 

Sorri, mas escutei o chamado do meu portão de embarque nos alto-falantes, me avisando que minha breve conexão em Nova York estava preste a acabar. Me apressei em pegar o dinheiro para pagá-la e entreguei um pedaço de papel já escrito com o endereço que eu queria que entregasse. Ela me agradeceu com um sorriso e prometeu entregar no mesmo dia. 

 

Assim que cheguei no portão de embarque não consegui deixar de ouvir duas garotas que conversavam logo na minha frente na fila: 


 

- Meu Deus, eu tô tão ansiosa pra estreia de de A Seleção! Tão dizendo que vai ser a melhor adaptação de livros pro cinema! - falou a primeira garota, empolgadíssima. 

 

- Você conhece a protagonista ruiva? - perguntou a segunda garota.

 

- Realmente, nunca vi um filme dela antes, mas ela é idêntica a personagem principal dos livros. Sem contar que ela ficou maravilhosa no trailer! 

 

Não contive um sorriso, vendo que Kushina estava prestes a virar realmente muito famosa. 


 

Eu não sabia nada sobre esse livro, muito menos sobre o filme que fariam dele, mas a divulgação do elenco principal ficou muito famosa na época do escândalo da empresa e eu vi o rosto de Kushina estampado nas imagens promocionais. Na mesma hora, me lembrei do teste que ela tinha me contado na última vez que nos vimos. Ela conseguiu! - imaginei. Mandei mensagem pra ela, dando os parabéns, sem esperar uma resposta, mas ela me respondeu depois de alguns minutos, me contando estar muito feliz. Acabamos conversando muito sobre muitas coisas, o que fez com que voltássemos a nos falar. 




 

No passado, me peguei muitas vezes pensando se eu tinha feito a coisa errada ao deixar ela partir, que se eu soubesse o que aconteceria no futuro eu teria largado tudo para ir com ela, mas agora tenho a certeza de que não poderia ter sido de outra forma. Nós vivemos momentos incríveis juntos mas seguir caminhos sozinhos foi importante para nos fazer crescer e poder encontrar nossos próprios destinos. No momento, enquanto eu ainda procuro meu próprio destino, fico muito feliz por ver que ela está feliz seguindo o dela. Você pode me perguntar se ainda há sentimentos entre nós e, sinceramente, existem, mas não posso dizer se ficaremos juntos ou não. Só posso te dar uma única certeza, NADA ACONTECE POR ACASO!








 


Notas Finais


Eu tô chorando e tremendo nesse exato momento. É o fim meu amigos, espero que tenham gostado. Nesses anos eu cresci muito e aprendi muito escrevendo e acompanhando as suas reações ao longos dos capítulos. Eu demorei muito porque procurei por muito tempo formas de escrever e terminar essa história da melhor forma possível e agora eu estou totalmente satisfeita com isso. Espero que estejam felizes. Como o Minato disse, TUDO TEM UM MOTIVO PARA ACONTECER, por isso acho que não haveria melhor maneira de terminar tudo isso. Vocês podem ter ficar frustados com o final, mas o que importa não é o final mas sim o CAMINHO que os levou até lá.

OBRIGADA MESMO, DO FUNDO DO MEU CORAÇÃO!
Esse é o final meus amigos!
Até Uma próxima vez ^^


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