1. Spirit Fanfics >
  2. Tudo que há é poesia >
  3. Dois olhares

História Tudo que há é poesia - Dois olhares


Escrita por: realisse

Notas do Autor


Ok, eu sou uma pessoa horrível. Sumi por muito tempo e voltei com uma capítulo pequeno e meio sem graça, então me desculpem :) anyways, eu já fiz vocês esperarem demais e vou parar de falar aqui.
Espero que gostem! <333

Capítulo 15 - Dois olhares


Chanyeol não percebeu uma mudança clara, mas para Baekhyun era notório como as coisas tinham mudado entre os dois. Era quase como se, de repente, eles fossem amigos de longa data, conversando sobre assuntos diversos e rindo livremente juntos. Baekhyun ainda sentia seu corpo aquecendo e suas mãos suando e suas palavras sumindo quando ele estava perto de Chanyeol, mas o desconforto e a vontade de fugir não estavam mais presentes.

Ao invés do medo de estar ao lado de Chanyeol e de conversar com ele, Baekhyun se sentia leve e confortável quando o outro garoto ria de algo que nem fazia graça ou compartilhava informações inúteis repentinamente. O calor instalado em seu estômago era calmo e bem-vindo como uma bebida quente no inverno, e Baekhyun se encontrava procurando esse calor, procurando a companhia de Chanyeol.

Era inegável o quanto Chanyeol e Baekhyun se pareciam. Os dois garotos podiam passar horas conversando sobre um assunto qualquer, muitas vezes se perdendo nas palavras um do outro e esquecendo do mundo exterior. E depois que o constrangimento de se falar pelo telefone morreu, Baekhyun passava horas silenciosas da noite conversando com Chanyeol enquanto o mais alto compunha e escrevia letras de música. Às vezes, Baekhyun escrevia suas próprias poesias, inspirado pela voz grave ao pé de sua orelha quando tudo era escuro e nem tudo era silêncio.

Chanyeol ainda pedia para ler as poesias de Baekhyun, mas o garoto era convicto em não deixar Chanyeol conhecer suas palavras. Suas palavras para ele.  

E, consequentemente, depois de algumas semanas em que Baekhyun e Chanyeol se aproximaram, os dois grupos acabaram começando a passar mais tempo juntos, compartilhando almoços e tempos livres e florescendo novas amizades.

E os pequenos sorrisos que Kyungsoo, Luhan e Sehun lhe dirigiram quando Baekhyun e Chanyeol conversavam demais durante o almoço a ponto da comida ficar fria não passavam despercebidos por Baekhyun. Mas na maioria das vezes, ele ignorava os sorrisos e o próprio rubor e focava em Chanyeol, na voz que era capaz de acalmá-lo mesmo sendo a mesma voz que antes causava a tempestade dentro de si.

~*~

Seus pais já dormiam e a casa já estava silenciosa há muito enquanto Baekhyun permanecia acordado sobre sua cama, cobertas enroladas sem nenhuma uniformidade em suas pernas. O abajur do garoto era a única fonte de luz que iluminava o quarto, Baekhyun lendo seu texto na luz tênue e insuficiente.

Ele terminou mais um parágrafo, sublinhando aquilo que ele achava mais importante e anotando palavras soltas na margem da folha. Logo que ele virou a página, no entanto, seu celular começou a vibrar incessantemente ao seu lado, indicando uma ligação.

Baekhyun soltou o texto sobre seu colo, pegando o celular com um pequeno e silencioso riso. Podia ser qualquer um de seus amigos ligando para ele depois de meia noite em uma quarta feira, mas Baekhyun sabia exatamente quem ligava para ele. Ele era o único que ligava para ele nos últimos dias.

O nome de Chanyeol iluminava a tela de seu celular claramente, e de repente Baekhyun sentiu que as cobertas envoltas em seu corpo eram quentes demais. De qualquer forma, ele atendeu o telefone sem hesitar por muito tempo, pressionando o aparelho contra seu ouvido com um discreto sorriso em seus lábios.

“Chanyeol.” Ele disse como forma de cumprimento.

“Baek.” Chanyeol disse de volta, animação e intimidade em seu tom. Baekhyun fingiu para si mesmo que nada daquilo o afetava.

“A gente tem aula amanhã, Chanyeol. O que você está fazendo acordado?” Baekhyun perguntou, sabendo que ele estava igualmente acordado.

“O que você está falando?” O outro garoto protestou. “Você também está acordado!”

Baekhyun só riu com os protestos de Chanyeol, esperando que ele falasse algo novamente.

“O que você estava fazendo antes de eu te ligar?” Chanyeol perguntou.

“Eu estava só lendo umas coisas.” Baekhyun respondeu, tirando o texto de seu colo e colocando-o ao seu lado na cama displicentemente.

“Que coisas?” Ele perguntou de novo, sempre o garoto curioso querendo respostas completas e informações demasiadas.

“Nosso professor de filosofia me deu uns textos sobre amor e filosofia, e eu acho que me empolguei demais na leitura pra me preocupar com o tempo.” Baekhyun elaborou, movendo seu corpo até que ele se deitou ao invés de continuar sentado.

“Nerd.” Chanyeol brincou, rindo de leve logo depois.

“Você me ligou pra me chamar de ‘nerd’, Park Chanyeol?” Baekhyun provocou de volta. Depois que os dois se aproximaram, Baekhyun agia com tamanha naturalidade ao redor do outro, que Chanyeol já tinha se acostumado com suas provocações e sarcasmos diários. “O que você quer?”

“Eu acho que eu finalmente alcancei a perfeição em tocar aquela música.” Chanyeol disse animado. “A que eu te falei semana passada.”

“Qual delas?” Baekhyun perguntou, reprimindo um pequeno riso. O que Chanyeol mais falava sobre era música, então Baekhyun realmente não sabia dizer a qual delas o outro se referia.

“Eu cantei um pedaço dela pra você há uns dias. ‘At the hop’, lembra?” Chanyeol elaborou.

“Ah, sim! Devendra Banhart ou algo assim, certo?” Baekhyun perguntou, relembrando-se um pouco da calma música.

“Isso. Posso tocar ela pra você?” O garoto perguntou.

“Sou todo ouvidos.”

“Ok, vou te colocar no alto falante.” Chanyeol respondeu, e Baekhyun ouviu os sons do seu sorriso, do outro se ajeitando sobre sua cama e limpando sua garganta.

Sem mais nenhuma palavra, Chanyeol começou a tocar uma música de ritmo lento e de certa forma melancólica, dedilhando as cordas de seu violão com uma habilidade incomparável. Baekhyun pressionou seu celular mais forte contra sua orelha, escutando com atenção como a voz grave de Chanyeol harmonizava-se com o som do violão. Ele nem se deu ao trabalho de prestar atenção na letra, perdido nas notas relaxantes e na voz quebrada de Chanyeol em algumas das palavras em inglês mais difíceis. Era adorável como ele cantava, banhando a música com uma paixão clara, forte e contraditoriamente serena.

E quando Chanyeol repetiu pela última vez o verso “a song to bring you home” e o violão terminou a melodia, Baekhyun só ficou em silêncio por um mais alguns longos segundos, tentando alcançar qualquer emoção restante do outro garoto.

“Isso foi bonito.” Ele suspirou, um pequeno sorriso formando-se em seus lábios. “Eu já disse isso, mas você toca qualquer instrumento tão bem. Minhas vãs habilidades estão com inveja.”

Chanyeol riu genuinamente contra seu ouvido. “Você tem que parar de se desprezar, Baek. Você toca piano bem, para de negar isso.”

“Cala a boca.” Baekhyun retrucou, refutando o calor em seu corpo e agradecendo pelo fato de que Chanyeol não estava ali para ver o provável rubor que se instalava em seu rosto.

“Enfim, eu fico feliz que você gostou da música. Eu também gostei de como ficou no fim.” Chanyeol comentou, começando a falar sobre notas e ritmo enquanto Baekhyun o respondia com pequenos sons de confirmação, novamente mais perdido na voz do que na informação.

Baekhyun mudou de posição na cama, deitando de bruços e brincando com a caneta entre seus dedos. Eventualmente, ele desenhava alguns desenhos disformes e formas geométricas nas margens do texto que antes lia, não se importando com os minutos perdidos de sono enquanto ele conversava com Chanyeol.

“Seus pais não ficam irritados com as músicas e as composições no meio da noite?” Baekhyun perguntou em certo momento.

“Isso foi um problema por um tempo.” Chanyeol riu de leve. “Meu pai costumava bater na minha porta exigindo silêncio quando eu cantava ou tocava algo durante a noite. Mas quando ele viu que eu não pararia nunca, ele mandou colocar espumas acústicas no meu quarto.”

Baekhyun riu, divertindo-se com a pequena história. “Que filho horrível você é Chanyeol...”

“Eu não posso fazer nada. Durante a noite é quando a inspiração é mais forte.” Chanyeol disse.

“É, eu entendo como é.” Baekhyun concordou, ainda movendo sua caneta displicentemente sobre o papel cheio de letras impressas e desenhos dispersos. E era como Chanyeol dizia, pois entre palavras certas e palavras rabiscadas, Baekhyun aos poucos escrevia um novo poema, os versos tortos e rascunhados na margem da folha.

 

Eu beijei garotos.

E eles me fizeram sentir:

o explicável.

 

Eu me toquei.

E meus dedos encontraram:

terminações nervosas.

 

Você não me beijou,

não me tocou.

Mas eu senti muito mais...

por você.

       -Byun.

 

“Você está silencioso.” Chanyeol falou depois de diversos minutos em silêncio. E só então Baekhyun percebeu que enquanto ele escrevia seu poema, ele e Chanyeol continuavam na ligação, cada um de um lado e ambos em silêncio. Era estranho como sua mente praticamente tinha desligado a situação inicial em que ele estava, desligando Chanyeol por um tempo, mesmo que o poema escrito fosse sobre ele.

Baekhyun releu o poema pronto antes de responder o outro. “Eu não sei o que dizer.”

Ele definitivamente não diria que tinha acabado de escrever um poema, a não ser que ele quisesse Chanyeol pedindo repetidas vezes para ele o ler. E a única forma de fugir dos pedidos quase infantis de Chanyeol seria finalizar a ligação, coisa que Baekhyun realmente não queria fazer.

“Você é estranho.” Chanyeol riu nasalmente. “Em um minuto você está me provocando e no próximo você não tem palavras.”

“Ser meu amigo é ter que lidar com essas coisas, Chanyeol.” Baekhyun respondeu, voltando a se deitar de costas.

“Vou fazer questão de me acostumar então.”

Os dois riram de leve juntos, o silêncio dominando a conversa entre eles de novo.

“Já são quase duas.” Chanyeol comentou depois de pouco tempo.

“É...” Baekhyun concordou, olhando brevemente para o relógio em seu criado. “A gente devia ir dormir... Considerando que tem aula amanhã.”

“Aham...” O outro disse, um bocejo longo perpassando sua fala. Chanyeol riu do próprio bocejo, dizendo que ele parecia estar mais cansado do que ele imaginara.

“Eu também, meu corpo está quase desligando sozinho.” Baekhyun respondeu, movendo seus membros até que ele estava debaixo de suas cobertas, não se importando com os diversos objetos espalhados sobre suas cobertas.

“Ugh, minha cama tá gelada.” Chanyeol reclamou, fazendo Baekhyun rir novamente.

“A minha também.” Baekhyun foi quem bocejou desta vez, mexendo suas pernas para aquecer a cama fria. “Ah, boa noite.”

“Boa noite, Baek.”

~*~

“Porque você está tão cansado hoje, Baek?” Sehun perguntou no pequeno intervalo entre uma aula e outra quando Baekhyun enterrou sua cabeça entre seus braços e fechou seus olhos, sem genuinamente cair no sono.

“Você virou a noite de novo pra fazer alguma coisa?” Luhan virou-se em sua cadeira.

“Não.” Baekhyun balançou sua cabeça negativamente, seus olhos abertos mostravam cansaço de uma noite mal dormida. “Eu só fui dormir tarde mesmo.”

“Porque?” o mais novo dentre eles inquiriu.

“Chanyeol me ligou porque ele queria me mostrar uma música que ele aprendeu a tocar e a gente acabou conversando por um tempo.” Baekhyun explicou vagamente, ignorando os sorrisos crescentes nos rostos de seus dois amigos. “Bom, já era tarde quando ele ligou, então a culpa nem foi dele.”

“Byun. Baekhyun.” Luhan começou, divertimento em seu tom.

“Ok, essa foi a coisa mais irritantemente romântica que eu já ouvi em toda minha vida.” Sehun disse, empurrando o ombro de Baekhyun de leve.

“Ugh, me deixem em paz.” O garoto resmungou. “Foi só uma música, ok?”

“Claro.” Sehun começou, desacreditado. “Porque ele podia muito bem ligar para o Yixing que é amigo dele a muito mais tempo e que também toca violão, mas não, ele ligou pra você.”

“O Sehunnie está certo, Baek.” Luhan concordou com o namorado.

Qualquer protesto pronto da língua de Baekhyun morreu assim que o próximo professor entrou em sala e pediu por silêncio, virando-se para o quadro e começando a escrever.

Baekhyun forçou seu corpo a se sentar com maior postura na cadeira, pegando uma caneta qualquer, mas não copiando a matéria do quadro. Por força do hábito, Baekhyun olhou para o outro lado da sala, procurando pelo perfil familiar de Chanyeol, só para notar que Chanyeol já olhava pra ele por cima de seu ombro, sorriso terno e olhos cansados.

Baekhyun sorriu de volta, e os dois garotos voltaram seus olhos para a frente da sala no segundo seguinte, mas suas atenções continuavam perdidas em algum canto de suas mentes.

E o resto da aula passou assim, com palavras pragmáticas do professor sobre a matéria, perguntas esporádicas dos alunos e olhares não tão discretos entre dois garotos. Baekhyun fitava Chanyeol e demorava mais em sua observação enquanto que os olhares de Chanyeol eram breves e sorridentes. E quando seus olhos se encontravam, os dois riam de leve e desviavam seus rostos rapidamente, talvez para fugir dos olhares repressores do professor, talvez para esconder rubores.

“Baek, você pode simplesmente trocar de lugar com o Jongin e deixar o mundo inteiro mais feliz.” Sehun reclamou, revirando seus olhos de maneira infantil. Mas Baekhyun via por traz da faceta do outro garoto com facilidade, Sehun lutando contra seu sorriso e querendo prolongar as provocações ao amigo.

“Respeite os mais velhos, Sehun-ah.” Baekhyun respondeu, sabendo que exato ponto escolher para irritar o garoto. Sehun odiava ser relembrado que ele era um ano mais novo que todos seus amigos, tendo pulado um ano quando criança e ainda tendo dezesseis anos enquanto todos já completavam seus dezoito. Ele odiava tal informação até Luhan começar a dizer o quanto seu namorado era inteligente por estar terminando o ensino médio tão cedo, no entanto.

“Vamos, eu estou com fome.” Luhan falou, e os três garotos saíram da sala e entraram nos corredores cheios, rumando para a lanchonete da escola em busca de algum almoço.

A fila sempre era grande demais, mas após vários minutos em pé e em trocas de palavras despretensiosas, os três garotos pegaram seus respectivos almoços e rumaram para a mesa replicável e cheia de outros meninos. Kyungsoo já estava lá, comendo com calma diferentemente dos outros, que conversavam e riam entre garfadas.

“Como vocês conseguem pegar comida tão rápido? Não dá tempo, é sério.” Sehun comentou, colocando sua bandeja ao lado de Kyungsoo e sentando-se ao lado do amigo. Luhan pegou o lugar ao lado do namorado e Baekhyun acabou se sentando entre Chanyeol e Minseok.

Jongin comentou algo sobre ter poderes de teletransporte em resposta a pergunta de Sehun, ganhando um contido e sarcástico riso de Kyungsoo e uma revirada de olhos do mais novo. Minseok dividia sua atenção entre seu almoço e seu celular enquanto Jongdae e Yixing conversavam sobre qualquer assunto que os aproximava. A lanchonete, a mesa, os alunos... Tudo estava cheio de sons, mas Baekhyun comia em silêncio e desligava aos poucos o mundo exterior, Chanyeol igualmente calmo e silencioso ao seu lado.

E em vez de desconfortável, Baekhyun sentia-se em paz. Era estranha e extremamente confortável ficar em silêncio com Chanyeol. E Baekhyun não sabia explicar, ele só continuou se afogando naquele sentimento.

Nas palavras não ditas de Baekhyun, ele terminou seu almoço antes dos outros garotos. Ele olhou ao redor da mesa brevemente até que Chanyeol quebrou o silêncio antes instalado entre eles.

“Quer sair daqui?” Ele perguntou, e Baekhyun olhou para ele, percebendo que Chanyeol já tinha terminado de comer também.

Baekhyun só assentiu, e os dois se levantaram, pegando suas bandejas e jogando cada tipo de lixo em uma específica lixeira. Chanyeol e Baekhyun deixaram a cafeteria cheia e passaram a andar pelos corredores ainda vazios da escola, andando sem aparente rumo.

“Bala de café?” Chanyeol disse, tirando do bolso de sua calça diversas balas de café e ainda mais embalagens vazias de balas de café.

“Aham.” Baekhyun respondeu e pegou uma unidade, libertando um pequeno sorriso diante da bagunça nas mãos grandes de Chanyeol. “Obrigado.”

“De nada.” Chanyeol devolveu um sorriso, jogando uma bala em sua boca logo depois.

“Isso tem cafeína? Vai me manter mais acordado?” Baekhyun perguntou, brincando com a bala dentro de sua boca.

“Não sei.” Ele riu de leve. “Você acha que se eu acreditar que balas de café fazem algum efeito real, eu vou ficar sem sono psicologicamente?”

“Quer comprar um copo de café de verdade antes das aulas começarem de novo?” Baekhyun perguntou, sem ao menos esconder seu sorriso, pois Chanyeol sempre dizia as melhores coisas.

“É... vamos comprar esse café.” Chanyeol concordou, e os dois garotos passaram a andar com um destino certo em mentes.

Os dois rumaram para a cafeteria próxima à escola, querendo evitar a lanchonete cheia e os cafés sem gosto.

“Eu estava pensando...” Chanyeol começou enquanto eles andavam pelas calçada. “A gente podia continuar o nosso trabalho esse fim de semana.”

“Ok, por mim tudo bem.” Baekhyun concordou com facilidade. “Mesmo horário?”

“Aham.” Ele assentiu. “Mas eu estava pensando que a gente podia chamar o resto do bando mais tarde. Eu não sei, pra gente se divertir ou algo do tipo.”

Baekhyun não sabia porque Chanyeol falava aquilo para ele como se pedisse por um certo tipo de permissão, já que eles sempre se encontravam na casa de Chanyeol. Mas ele não se perdeu tanto em seus pensamentos, sorrindo para o outro e assentindo brevemente.

“Parece uma boa.” Baekhyun disse. “Mas eu aposto que a gente vai acabar não fazendo nada do trabalho.”

“Esse é o espírito.”

“Eu achei que você queria terminar ele logo.”

“A gente começou cedo, então para de se preocupar tanto, Baek.” Chanyeol falou, abrindo a porta da cafeteria e deixando o menor entrar primeiro.

Baekhyun andou até o balcão, pegando o cardápio solto ali e estudando as opções. Era bom ocupar sua mente com outra coisa, ao invés de como Chanyeol o tratava, de como Chanyeol falava e sorria.

“Que tipo de café você gosta?” Chanyeol perguntou, seus olhos fixos em outro cardápio.

“Lattes principalmente.” Baekhyun respondeu sem hesitar.

“Ugh, lattes não têm graça.”

“Lattes são simples e sofisticados.” Baekhyun replicou seriamente, e Chanyeol riu da escolha lexical do outro. “Aposto que você não sabe nada sobre cafés. O que você normalmente toma?”

“Caramel Macchiato.”

“Doce demais. Nem dá pra sentir o gosto do café!” Baekhyun protestou. “Eu achei que você ia falar tipo, um americano ou café totalmente preto quando você xingou meu latte.”

“Vamos só pedir nossos cafés e parar de discutir sobre isso.” Chanyeol disse, apontando vagamente para a garçonete que esperava pacientemente atrás do balcão. “Eu não vou desistir do meu Macchiato.”

“Uma latte clássico duplo e um caramel macchiato...” Baekhyun disse a garota, virando-se para Chanyeol com uma pergunta silenciosa sobre qual tamanho de café ele queria.

“Duplo.” Chanyeol respondeu, e a garota sorriu e virou-se para preparar suas bebidas.

Depois de poucos minutos, os dois já andavam de volta para a escola, copos quentes de papel esquentando suas mãos no início de primavera ainda friorento.

E entre goles da bebida quente, palavras, sorrisos e rubores, Baekhyun percebeu que, no início, sua paixão, sua pequena obsessão por Chanyeol era infantil, romântica e irreal demais. Ele percebeu que tudo o que ele sentia, que toda a situação que ele próprio conjurava era depreciativamente idealizada, como Chanyeol, aos seus olhos, era sempre inalcançável e como Baekhyun seria sempre o poeta que observa sua musa de longe.

O que ele sentia agora era totalmente diferente. Ele ainda queria sentir a mão calejada e áspera de Chanyeol contra a sua. Ele ainda ansiava pelo toque desconhecido do outro garoto, pelo contato de seus lábios movendo-se em um beijo ao invés de movendo-se para formar um sorriso. Ele ainda queria ouvir a voz grave de Chanyeol em qualquer hora do dia para depois afogar-se em seu silêncio.

E, às vezes, ele ainda se sentia insuficiente. Às vezes, a insegurança corroía seu corpo e seu ser, mas ainda assim, com tantas semelhanças, tudo era sentido de um novo jeito.

Mas o que havia mudado a atração platônica de Baekhyun para algo mais terreno foi o fato de que Chanyeol estava ali. Ao seu lado. Alcançável. Baekhyun poderia estender seu braço e tocar se ele quisesse. Baekhyun conseguia sentir o calor que Chanyeol emanava, ao invés de só imaginar como seria senti-lo.

E, além disso, Baekhyun não sentia mais que Chanyeol causava um tornado dentro de si. Não era mais como se Chanyeol fosse uma força da natureza, tirando o ar de seus pulmões, afogando-o sem aviso prévio, incendiando-o em segundos e tirando o chão dos seus pés. Depois de conhecer o outro garoto melhor, o que Baekhyun sentia era um calor taciturno, constantemente instalado em cada membro do seu corpo. Não era familiar, mas era bem-vindo. Era novo e diferente, mas não assustador.

Baekhyun ainda queria Chanyeol. Ele queria o outro garoto para si em qualquer maneira e em diversas maneiras. Ele só queria Chanyeol e mais ninguém.

E, por vezes, parecia que Chanyeol o queria também.


Notas Finais


E então??? Bom, espero que não tenha ficado tão ruim. Minhas aulas voltam na sexta e aí começa tudo de novo, mas eu vou tentar ao máximo não sumir!
Abraços pra todos vocês e até o próximo capítulo ^3^


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...