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História Tweet Me - Livre e Espontânea Vontade


Escrita por: JustBeNanda

Notas do Autor


EAEEEE, GALERÃO? BELEZA? SUAVE NA NAVE?
Como vocês podem ver, hoje é segunda e segunda é dia de que? De Tweet Me. Isso aí.
É isto. Aproveitem o capítulo, nos vemos nas notas finais!
Ah, e obrigada pelos 80 favoritos <3 vocês são sensacionais.
Boa leitura <3

Capítulo 5 - Livre e Espontânea Vontade


Fanfic / Fanfiction Tweet Me - Livre e Espontânea Vontade

 

 

Você tem mesmo que ir? — ele pergunta. — Não ficaria, nem por mim?

Simplesmente não respondo. Não respondo porque, de qualquer forma, ele já sabe o que eu diria. Ah, qual é, Yoongi? Acha mesmo que as coisas funcionam assim comigo? Que eu vou me derreter toda porque tem um cara bonito – e bota “bonito” nisso – escorado na porta do banheiro, me pedindo para ficar? Humpf, não. Definitivamente não. Eu não sou esse tipo de garota.

Chantagem emocional, o nome. Não cola comigo.

Pelo menos, ignorar é o que eu tento fazer, até que Yoongi segura meu braço quando estou passando pela porta e me obriga a olhá-lo.

— Eu te fiz uma pergunta...

Sinto meu sangue fervendo e posso jurar que meu ritmo cardíaco está em condições perigosas, próximas às de um infarto. Provavelmente fico muito vermelha, porque ele me mostra mais um de seus sorrisos sacanas. Como eu odeio quando ele faz isso.

Respiro fundo e respondo:

— Não. Eu já disse que preciso ir e nada vai me impe...

E aí, nesse exato momento, ele passa os dois braços pela minha cintura e me puxa, nos deixando a centímetros de distância, mais uma vez. Sou incapaz de me mexer. E a minha frase inacabada fica no ar, pairando, me fazendo sentir como uma tapada. Uma tapada que sequer consegue terminar a própria frase por puro desespero.

— Olha só, Yoongi, se o meu irmão... Se o meu irmão nos encontra aqui, ele vai matar nós dois...

— Eu não ligo — diz, e seu tom de voz soa, de forma proposital, baixo e rouco. Ele me puxa ainda mais para perto – a meu ver, sem necessidade alguma; o que serve apenas para confirmar que ele é um provocadorzinho.

Nossos narizes se tocam, mas não consigo fazer nada. Ou, talvez, não queira fazer nada. Meu corpo está fora de controle, e, quanto volto a pensar racionalmente, o máximo que consigo fazer é dar um passo minúsculo para trás – o que não resulta em nada, pois ele se aproxima novamente. Nunca senti seu olhar tão vivo e intenso quanto sinto agora.

— Você gosta de mim, Julie?

Ah, sim. Não poderia faltar: a pérola da noite.

Totalmente inesperada. Eu não costumo gostar de coisas inesperadas, porque as minhas reações nem sempre são as melhores e, às vezes, eu acabo descobrindo fatos sobre mim mesma que não deveriam vir à tona nem em um bilhão de anos.

Dessa vez, não poderia ser diferente: mais inesperada que a própria pergunta em si, é a resposta imediata que surge na minha cabeça. Sim, Yoongi, eu gosto de você. Bem mais do que eu deveria. As palavras parecem se destacar em um letreiro amarelo excessivamente neon dentro de mim, e aí eu sinto vontade de gritar.

Pronto: eis mais um fato que eu não deveria descobrir. Não desse jeito. Não agora, e nem em um bilhão de anos.

E é nesse exato momento que eu percebo que estou perdida.

Concluo, portanto, que a melhor saída é me manter em silêncio. Não adianta nada, pois, como se lesse meus pensamentos, Yoongi sorri, daquele jeito lindo que só ele sabe fazer, e pressiona seus lábios contra os meus.

Um selinho. Estalado, tão rápido quanto uma faísca, mas tanto intenso quanto um balde de água gelada. Pela primeira vez, entendo o que está fazendo. Ele está me testando. Quer saber minha reação; se eu o aprovo ou não.

— Min Yoongi. Não faça isso de novo, a não ser que me queira morta — e eu me sinto tonta do nada. Se seus braços não estivessem ali, rodeando minha cintura, tenho certeza que eu teria perdido o equilíbrio.

— Não ouse voltar para o Brasil. Se você for, eu vou ficar bem chateado com você.

Consigo encará-lo apenas por mais alguns segundos, já que ele direciona seu olhar novamente para meus lábios e eu acabo me desconcentrando totalmente. A tensão entre nós é tanta que eu imagino que vá sufocar antes mesmo que algo de verdade aconteça.

Isso não é justo. O controle que ele tem sobre mim não é nem um pouco justo.

— Eu vou te beijar — avisa.

Eu pisco algumas vezes, sem saber o que fazer. Penso em assentir com a cabeça, mas já é tarde demais. Ele une nossos lábios outra vez, em um ósculo inicialmente devagar e receoso, mas que se torna necessitado à medida que nos acostumamos com a sensação nova de sentir um ao outro. Yoongi me beija com cuidado, como se um desejo reprimido há tempos finalmente encontrasse uma válvula de escape.

No começo, fico bem, bem confusa mesmo. É óbvio que, depois, retribuo quase em mesma intensidade, ficando à sua mercê acidentalmente.

Não consigo pensar em nada. Os pensamentos se enrolam e parecem se divertir à custa das batidas descompassadas de meu coração. As únicas frases com nexo que se não recusam a participar da festa são: meu Deus, como ele beija bem. Por que foi que demoramos todo esse tempo para tomar alguma atitude, mesmo? Eu já nem lembro direito.

Yoongi dita um ritmo calmo e constante com sua língua, o qual eu sigo, demonstrando aprovação. Suas mãos, em algum momento, mudam para uma posição mais confortável; uma delas segura minha nuca e a outra, meu quadril. Ele me trata de forma tão gentil que tenho a sensação de que estou derretendo e, caramba!, isso é muito gostoso. Eu já nem ligo mais para os arrepios; é impossível conter esse tipo de sensação quando se tem um autêntico Min Yoongi te beijando. Quando penso que o garoto aumentaria a intensidade de seus toques, ele para, mordendo levemente meu lábio inferior.

Que droga. Ele vai acabar me deixando louca. Ou viciada.

Tarde demais, viciada eu já estou.

— Meu irmão não me avisou que você era ameaçador assim — penso em voz alta. Ele sorri, ladino. Sinto falta de ar quando percebo seu estado: ofegante, com cabelos bagunçados e lábios extremamente corados em relação a seu tom de pele. Ele é lindo. — Yoongi... eu preciso respirar.

— Primeiro me promete que não vai embora.

Julie... Você não deveria se deixar levar pelos sentimentos. Ele está te manipulando e você sabe muito bem disso.

— Eu já disse que tenho provas na escola e... Não dá, Yoongi. Eu não poderia fazer isso, nem se quisesse.

— A gente pode dar um jeito nisso. Sinceramente? Que se dane. Só promete que vai ficar.

— Tá. Eu prometo — acabo cedendo, mesmo sabendo que seria uma promessa a qual eu não poderia cumprir. Ele, satisfeito, escorrega a mão por minha bochecha e, em seguida, se afasta.

O choque de não ter mais seu corpo quente contra o meu é tanto que preciso me apoiar na parede, até voltar a respirar normalmente. Quero saber qual é a macumba que ele usa para me deixar assim, do nada. Só pode ser magia negra, não tem outra explicação.

— Obrigado por concordar por livre e espontânea vontade — diz Suga, irônico. Ele pisca para mim e anda em direção à porta.

"Graças a Deus", penso, "Um tempo para organizar minhas ideias".

Mas, não. No último segundo, ele volta em passos largos, segura minha nuca com uma mão e rouba mais um beijo. Dessa vez, o estalo é alto e eu não consigo evitar um suspiro.

— O que houve?

— Nada. Fiquei com saudade na metade do caminho, só isso — rio de sua cara-de-pau. — Boa noite, bobona.

Fica aqui, é o que quase escapa de meus lábios.

Porém, decido deixá-lo ir.

— Boa noite, imbecil.

Péssima ideia. Passo a madrugada em claro porque não consigo me concentrar nem mesmo em dormir. Chego até a cogitar em chamá-lo para conversarmos, assistirmos a um filme juntos ou sei lá. Pouco me importaria. Eu só queria estar perto dele. Porém, o fato dele estar dormindo no mesmo quarto que meu irmão me preocupa. Tae perceberia.

É impressionante como sentimentos são capazes de mudar do dia para a noite.

Maldito Taehyung.

Min Yoongi, o que é que você está fazendo comigo?

 

[...]

 

No dia seguinte, levanto com uma cara péssima, 99% acabada e – olha só! – 1% apaixonada, e nem me esforço para tentar consertá-la. Já sei que não vai dar resultado, então nem gasto meu tempo passando maquiagem ou seja lá o que eu pudesse fazer para consertar essa carranca amassada que eu chamo de rosto. Desço para o café-da-manhã e me deparo com a casa deserta, exceto por Taehyung, que cantarola alguma coisa enquanto mexe no celular, apoiado no balcão da cozinha. Ele levanta os olhos para mim assim que percebe minha presença.

— Você tem acordado muito tarde nesses últimos dias, mocinha. Perdeu o café-da-manhã de novo. Além disso, já é quase meio-dia!

Rá! Como se a culpa fosse minha.

Espera... Hoje é quarta-feira. O que ele tá fazendo aqui?

— Não era para você estar no estúdio agora?

— Era, mas eu tive assuntos mais importantes a tratar com o nosso manager — Tae se aproxima, guardando o celular no bolso da jaqueta jeans. — Nós falamos sobre a sua volta para o Brasil.

Meu estômago revira, de repente. Só de pensar em ir embora eu já me sinto péssima. Não era para ser assim; a ideia de vir para outro país temporariamente não pressupunha que eu me sentisse mal quando tivesse que voltar.

Pensando bem, pressupunha, sim. A verdade é que era inevitável eu me apegar aos costumes, ao ambiente, aos garotos... E essa é a base dos meus problemas.

Agora que estou aqui, eu não quero mais ir embora.

Todavia, não há outra forma de lidar com essa situação. Eu sabia que, uma hora ou outra, eu teria que ir.

— Ah, é? E a que conclusão vocês chegaram? — desvio o olhar para o chão, desanimada.

— A empresa vai pagar a sua passagem de volta. O voo sai nesse sábado, então eu sugiro que já vá arrumando as suas coisas.

— Nesse sábado?! — meu coração acelera. Continuo, em tom baixo: — Mas eu tenho tão pouco tempo...

Tae sorri, tristonho, e me envolve em um abraço apertado. Apoio minha cabeça em seu peito e minhas mãos agarram o tecido de sua jaqueta firmemente. É como se nós tivéssemos voltado aos nossos tempos de criança.

— Taehyungie... Eu não quero ir embora.

— Eu sei que não. Também não quero que você vá, mas nós não temos outra escolha, temos? — ele me dá um beijo no topo da cabeça. — Não vamos sofrer por antecedência, certo? Vai ficar tudo bem. Nós ainda temos dois dias.

Taehyung está certo. Não valeria à pena ficar lamentando minha ida agora – eu vou ter muito tempo para fazer isso dentro do avião –, sendo que ainda faltam dois dias. Dá para fazer bastante coisa em dois dias, não dá? E, além disso, a melhor forma de...

Ih, merda. Escuto o barulho de chaves, e logo em seguida a porta da frente se abre.

— E aí, galera? O que que tá pegando? — um Hoseok suado e com cheiro de treino aparece se arrastando, joga a mochila num canto e para ao nosso lado, com uma das mãos na cintura. Desmancho o abraço imediatamente.

— Nada, não.

Humm, eu tô morrendo de fome — Jungkook passa por nós e se joga no sofá, exausto.

— Ei, Jungkook-ah! Não deite no sofá enquanto estiver suado!

— Foi mal, Hoseok hyung.

— Alguém encomendou comida? — Namjoon entra na casa, seguido de Jimin. Percebo que é a hora certa de desaparecer quando me dou conta de que o próximo a entrar é Yoongi. Eu não tenho capacidade mental para lidar com esse garoto agora. Ainda mais depois de ontem à noite. Por isso, subo as escadas correndo e me escondo no quarto até que alguém me chame para o almoço.

 

[...]

 

Assim que a comida é entregue, me sento junto aos rapazes no balcão da cozinha. Todos estão presentes quando eu chego, menos... Yoongi. Essa foi por pouco.

Ou talvez não...

— Isso tá com cheiro bom. Pediram chicken*? — Suga desce as escadas com uma toalha em volta do pescoço. Por conta disso e de seus cabelos úmidos, posso afirmar que ele acaba de sair do banho. Ele sorri abertamente e esfrega a toalha nos cabelos, fazendo com que meu coração pule algumas batidas.

No instante em que ele se aproxima, tenho flashbacks da noite passada e me dou conta da razão de sua felicidade. Ai não. Não. Os meninos vão perceber, se ele continuar com esse sorriso escancarado no rosto.

Eu acho que nunca estive tão ferrada na minha vida. É estranho porque, ao mesmo tempo que evito comentários, tenho vontade de gritar para todos sobre a sensação maravilhosa que é beijá-lo – o que, logicamente, eu não posso fazer em hipótese alguma.

— Não. É bulgogi*, mas nós bem que poderíamos ter pedido chicken, né? — diz Jungkook, servindo uma porção em uma tigela de porcelana.

Assim que termina, ele para por um instante e analisa meu rosto, franzindo as sobrancelhas.

— Nossa, Julie, você tá péssima. De onde surgiram essas olheiras? — ele aproxima o seu rosto do meu. — Parece que você não dorme há anos.

Ah, claro. Estava demorando para que alguém comentasse. Valeu aí, Jeon. Muito gentil da sua parte.

— Yah! Deixem ela em paz. E daí se ela não dormiu bem hoje? Vocês nem sabem o que pode ter acontecido e já ficam julgando — Yoongi defende, se sentando à minha frente. Fazemos contato visual e ele abre um sorriso maior ainda. É demais para a minha pobre sanidade mental. É incrível como eu nem precisei falar nada para que ele percebesse que eu não havia dormido por causa dele.

Suga não parece cansado, muito pelo contrário. Tenho minhas suspeitas; ou Suga bebeu um litro de energético enquanto dormíamos, ou, o mais provável, ele está feliz por ontem. Suprimo um sorriso. Eu te entendo, Yoongi.

— Você é tão fofa — Yoongi se debruça no balcão e toca meu nariz de um jeito um pouco esquisito, totalmente fora do contexto. Ai, Min, dê menos na cara que tem algo acontecendo...

De repente, o celular dele toca e ele o retira do bolso, praguejando.

— Ah, droga. É a minha mãe. Vou ter que atender — antes que possa perguntar aonde vai, ele entra em uma sala, estalando os dedos em um ritmo estranho. Escuto sua voz abafada através da porta: — Alô, mãe?

Os garotos se entreolham. Lá vem merda.

— O Yoongi tá feliz hoje, não tá? Desde cedo... — Hobi comenta. — O que será que aconteceu?

Prendo a respiração. Por favor... Por favor, Yoongi, saiba manter a boca fechada pelo menos uma vez na vida...

— Sei lá. Deve ser porque o coreógrafo deixou a parte curta da dança com ele — Jin diz, e eu agradeço a Deus por eles realmente acharem que é isso. 

Talvez Yoongi saiba mesmo guardar segredos.

— Mas... — Jimin entra na conversa, focando seus olhos em mim. Traíra! E pensar que há algum tempo achava que éramos cúmplices. — Eu acho que não é só isso — aponta para mim. — Ela deve saber de algo.

Cruzo os dedos debaixo da mesa, desejando do fundo do meu coração que ninguém saiba de nada. Nunca quis tanto arrastar Jimin para fora de casa e suborná-lo com comida, dinheiro, o que quer que fosse, para que mantivesse seu silêncio. Isso não estava incluso no nosso acordo!

Oh, céus, eu deveria ter seguido o Yoongi para longe da mesa. Escolha errada de novo.

— Não foi só isso, mesmo — Namjoon se pronuncia e eu congelo. Ele sabe. Vou começar a planejar meu estoque de comidas no quarto para uma semana contando a partir de hoje. Me recuso a receber mais provocações do que já recebo normalmente. Ele vai contar, sem sombra de dúvidas. — Ele e a Julie se beijaram ontem à noite.

E, para a minha surpresa, todos começam a bater palmas e a gritar feito retardados mentais. Todos... menos meu irmão. Ótimo. Parabéns, Namjoon! Tenho vontade de montar um acampamento de emergência debaixo do balcão.

Kim Namjoon, você me paga.

Como foi que cheguei a pensar que Suga não contaria mesmo para ninguém?

— O quê?! — Taehyung arregala os olhos, e minha vontade de esganar Namjoon apenas aumenta. — É verdade, Julie?

— É verdade, Tae. O próprio Suga me contou — Namjoon corta, antes que eu possa abrir a boca. — Ah, vai! Você já esperava que isso fosse acontecer. Não negue!

Kim Namjoon: Nome adicionado ao Death Note com sucesso. Sinto que minha cabeça vai explodir e me levanto da cadeira bruscamente.

— Com licença — balbucio e subo as escadas com pressa até o quarto de Jungkook. Ninguém vem atrás de mim e tenho a impressão de que passo um bom tempo lá, trancada.

Ai, como eu sou idiota. Eu já deveria ter imaginado. Desde quando nos conhecemos, Yoongi tem se mostrado muito impulsivo; quando seus sentimentos tomam conta, ele age como quer, sem sequer pensar nas consequências. Nesse caso, não poderia ter sido diferente. O único problema é que as consequências não se viraram contra ele, e sim contra mim! Um total desastre!

Ou talvez não tenha sido assim... Ok, talvez não seja culpa dele. Ele estava feliz, assim como eu, e precisava contar o ocorrido a alguém, é completamente normal. Ele só... escolheu contar para a pessoa errada, no momento errado. Está tudo bem.

Espera aí, desde quando sou compreensiva assim com ele?

É sério, estou começando a ficar com medo. Quais as chances de isso ter sido bruxaria? Minha nossa, e se eu estiver amaldiçoada a gostar de Min Yoongi para sempre? Seria o pior feitiço de todos os tempos.

Para a minha infelicidade, escuto batidas na porta.

— Vá embora, eu não vou abrir!

— Sou eu — Taehyung diz. — E, você não tem escolha, mesmo se não quiser abrir, eu tenho a chave. Esse é o meu quarto!

Solto um grunhido e praticamente me arrasto até a porta. Aquele... Chantageador de quinta! Abro a porta contra minha própria vontade. Taehyung me encara por um segundo e entra no quarto.

— O que é agora? Você também quer comentar algo sobre o meu relacionamento com Yoongi ou veio só pra brigar comigo mesmo? — cruzo os braços.

— Nenhuma das duas opções, sua pirralha. Tem como se desarmar por um minuto? — ele suspira. — Eu vim porque me importo com você. Fiquei realmente preocupado. 

— Foi mal, talvez eu tenha exagerado um pouco. É que eu não tô acostumada com gente cuidando da minha vida, sabe? Me sinto nervosa quando me observam.

— Eu entendo. Só o que eu não entendi foi o porquê de você não ter me contado que gostava do Yoongi antes...

— Tae, olha. Eu... Eu nem sei se gosto mesmo dele — mentirosa. — O conheço há tão pouco tempo, e, de qualquer forma, pode ser só uma quedinha... — de repente, minha língua se recusa a colocar palavras para fora. Não vai dar. — Aish. Eu não consigo conversar sobre isso com o meu irmão mais velho.

— Acha que é difícil só para você? Eu também estou me esforçando bastante! — Tae fita o chão. — Quando Namjoon disse que vocês tinham se beijado, eu confesso que fiquei com um pouco de ciúmes.

Permaneço em silêncio. O que ele espera que eu o diga?

— Bem, talvez aquilo não fosse ciúme propriamente dito. Acho que eu tive medo.

— Medo?

— É. Medo de não dar certo e você ficar com o coraçãozinho quebrado. E aí eu teria que dar uns socos na cara dele e não seria justo, porque ele é mais velho, e também um dos meus melhores amigos.

— Yah, por que você fala como se eu não soubesse me defender sozinha?

— Me deixa terminar de falar! Você sempre acaba com o clima... — ele bufa, irritadiço. — Continuando... Bem, aí, logo quando você veio pra cá, eu fiquei pensando no Yoongi hyung, no quão feliz ele aparenta estar agora que você está por perto. Ele estava sendo um pé no saco umas semanas antes de você aparecer, sabia? Eu tinha vontade de dar uns pontapés nele umas trinta vezes por dia. Talvez você não perceba, mas ele está muito mais bem-humorado, e eu tenho quase certeza que é por sua causa.

— Eu... não fazia ideia — murmuro.

— Pois é. Às vezes eu até sinto falta do Suga hyung rabugento, com suas formas peculiares de demonstrar afeto... Não, espera, retiro o que eu disse. Vai que um anjo passa e diz amém. Aí eu me ferro e levo vocês junto — Taehyung encara os próprios pés, distraído. — Enfim. O ponto no qual eu quero chegar é: vá falar com ele. Diz que você gosta dele, e aí vocês podem finalmente ficar juntos.

— Taehyungie, eu já disse que eu não gosto dele...

— Menina teimosa... — ele franze as sobrancelhas para mim. — Tá, se é assim, você não sabe se gosta dele, mas ele gosta de você. E aí? Você já está crescidinha. Deveria saber como lidar com meninos apaixonados por você, não?

— Ele não está apaixonado por mim! — digo, e sinto o sangue de meu rosto esquentar. Que vergonha. É tão desconfortável falar sobre isso... — Não fale comigo como se eu fosse um bebê, eu odeio quando faz isso e você sabe.

— Tá bom, irmãzinha amadurecida. Quer que eu fale pra ele, então?

— Não! — quase grito, acidentalmente. Pânico define. — Não se atreva a soltar um pio nesses próximos dias! Eu e Yoongi já temos uma amizade complicada demais, graças aos seus amigos fofoqueiros. Eles ainda vão pagar por tudo o que estão me fazendo passar...

— Amizade, sei. Certo, então. Mas eu estou avisando, não adianta ficar negando, pois a verdade sempre vem à tona.

Ah, valeu aí, Tae, mas eu acho que ele já sabe. Tarde demais para conselhos como esse.

— Tá, tá, tanto faz — tento agir com descaso. Ele ri da minha cara. — Agora me dá licença que eu vou me trocar. Tenho assuntos pendentes para resolver com um certo Kim Namjoon.

— Eu deveria preparar o funeral?

— Certamente. Já vai se despedindo do seu amiguinho.

— Kim Namjoon? Eu nunca nem vi — Taehyung solta uma gargalhada e me deixa sozinha no quarto.

 

[...]

 

— Olha, a moranguinho decidiu sair da toca depois do chilique do almoço! — Jimin diz.

— Moranguinho? — Nam franze a testa.

— É, achei um bom apelido, já que ela fica vermelha o tempo inteiro. Olha, é só citar o Yoongi que ela já fica com vergonha.

— Vocês são loucos ou o quê? — desço os últimos degraus da escada. — Dizer aquilo no meio da refeição, com todo mundo na mesa, não foi legal.

— Desculpa. Foi o calor do momento — explica Namjoon. Eu deveria ter pulado no seu pescoço também, no calor do momento. — Você ia contar pra eles de qualquer jeito, não ia? Eu só adiantei o trabalho para você.

— “Adiantou o trabalho” o caramba. Eu não ia contar nada, não. Vocês iam ficar me atormentando para o resto de minha vida! Do jeitinho que estão fazendo agora — Namjoon ri, me abraçando. Ameaço um tapa e ele se afasta.

— Você e o Yoongi são fofos, deveriam ficar juntos.

— Nós não somos fofos nada. E você devia ficar de boca fechada em relação a isso, vocês dois deviam — respiro fundo. — Cadê os outros meninos?

— O Kookie foi ao mercado com o Hope, eu acho. E o Yoongi tá...

— O que tem eu? — Suga entra pela porta da frente.

Eu devo ter algum problema de saúde dos sérios. É a única explicação para minha constante arritmia cardíaca; por um acaso, ela ocorre todas as vezes que meus olhos se cruzam com os dele. Será que deveria visitar um médico? Afinal, eu já possuo uma lista completa de sintomas, dentre eles: insônia, pensamentos excessivos, crises de riso... Ah, e, é claro. Vontade de beijar. Esse é um dos piores.

— Suga hyung! A gente estava falando justamente sobre você — Jimin aperta os olhos maliciosos em minha direção. Grande amigo cafajeste, o meu!

 


Notas Finais


*chicken e bulgogi são alguns dos pratos típicos mais conhecidos na Coreia do Sul.

Quem perdoa é Deus, o Jimin não.

O MEU OTP TÁ VIVÍSSIMO, E O DE VOCÊS?

E aí, gente? O que acharam? Deixem aqui nos cometários que eu vou ficar feliz em saber o que vocês pensam.
Por hoje foi isso. Vou aproveitar que a greve fez com que a minha escola cancelasse as aulas e vou escrever. As always, nos vemos na semana que vem.

Obrigada por ler! <3

Outras fanfics escritas por mim:
Blooming Destiny (Oneshot Jimin) → https://www.spiritfanfiction.com/historia/blooming-destiny-oneshot-jimin-11853064
Friday Talk (Oneshot Taehyung) → https://www.spiritfanfiction.com/historia/friday-talk-oneshot-taehyung-12204862


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