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História TWILIGHT (bellice) - O Vazio e novo amigo (lua nova)


Escrita por: trwstan

Notas do Autor


A seguir, trata-se de um remake da história de crepúsculo no ponto de vista de Bella, mulher lésbica, e seu emblema será a presença de Alice.
Se você curtir, deixa um favorito e um comentário para ajudar no engajamento da história, para que outras pessoas também possam ler.

Gente, nem consigo medir com palavras como está sendo legal escrever essa fanfic, só de estar nesse site muitas nostalgias rondam a minha cabeça, se vcs verem meu perfil, há anos atrás eu escrevia muita coisa, era o meu maior divertimento, em vista que eu tinha um total de 0 amigos hahah. Fico feliz de estar compartilhando esse momento com vcs :)

Estamos entrando em uma nova fase da história, mas se vcs sentirem que algo poderia mudar, ficar melhor, sintam-se livres para deixarem nos comentários.

Música do capítulo: Vision, M83.

Capítulo 22 - O Vazio e novo amigo (lua nova)


Dias após a noite do pijama, eu ainda não tinha conseguido voltar pra a minha concha protetora de entorpecência, e tudo parecia estranhamente perto e alto hoje, como se eu tivesse tirado algodão dos meus ouvidos.

A chuva batendo no meu capuz parecia estranhamente alta também, mas o som do ronco do motor era mais alto que qualquer coisa. Eu não queria voltar para a casa vazia de Charlie, ele passava boa parte do dia em seu trabalho, e ficar sozinha, em um ambiente um pouco adoecedor era terrível.

Eu sempre tinha pesadelos agora, toda noite. Não pesadelos, na verdade, não no plural, porque era sempre o mesmo pesadelo. Você acharia que eu tinha ficado entediada depois de todos esses meses, que havia ficado imune a isso. Mas meus sonhos nunca falhavam em me deixar assustada, e eles só acabavam quando eu me acordava suada, com uma sensação ansiosa que me dava vontade de morrer.

Não haviam zumbis, ou fantasmas, ou psicopatas. Não havia nada, na verdade. Só o nada. Só o labirinto sem fim de árvores cobertas de musgos, tão quietas que o silêncio batia quase insuportavelmente nos meus ouvidos. Estava escuro, como neblina ou um dia nublado, com luz suficiente apenas pra que eu visse que não havia mais nada lá pra ver.

Eu me apressava na escuridão sem um caminho, sempre procurando, procurando, procurando, ficando mais frenética enquanto o tempo passava, tentando me mover mais rápido, apesar da velocidade me deixar mais desajeitada... Então chegava aquele ponto no sonho, e eu podia sentir ela chegando, mas eu não parecia ser capaz de me acordar antes dela chegar, quando eu não conseguia me lembrar o que eu estava procurando.

Então eu me dava conta de que não havia nada pra procurar, e nada pra encontrar. Eu me dava conta de que nunca houve nada além dessa floresta vazia, melancólica, e nunca houve nada além disso pra mim... nada além de nada...

Essa era geralmente a hora que eu acordava.

Eu não estava prestando atenção de pra onde estava dirigindo, só vagando pelas estradas vazias e molhadas enquanto evitava o caminho que me levaria pra casa, porque eu não tinha mais pra onde ir.

As lágrimas quentes saíam inconscientemente dos meus olhos, eu não tinha amigos, eu não tinha mais Alice, eu não tinha até mesmo seus irmãos, que eu considerava grandes amigos agora. Eu voltei para o que eu sempre fui, alguém sozinha.  E a dor começava a passar perto do buraco no meu peito. Eu tirei uma mão do volante e usei-a pra agarrar meu tórax e segurá-lo em um só pedaço.

Eu me curvei, pressionando meu rosto no volante e tentando respirar.

Eu me perguntei por mais quanto tempo isso podia durar. Talvez algum dia, anos mais tarde, se a dor diminuísse de forma que eu pudesse aguentar, eu poderia olhar de volta para aqueles meses que foram os melhores da minha vida. Meses que eu fui amada por outra mulher, meses que ela me quis como nunca, meses que arrumei amigos que jurei que seriam para sempre.

Mas e se o buraco nunca ficasse melhor? E se as beiras em carne viva nunca sarassem? E se o dano fosse permanente e irreversível? Eu me segurei com força. Como se ela nunca tivesse existido, eu pensei desesperada.

Eu não queria esquecê-la.

Lembrei da promessa que fiz para ela antes dela partir, de que eu iria me cuidar, iria tentar racionalizar a situação. Mas ela também me fez uma promessa, e quebrou ela.

Minha respiração ficou mais fácil, e eu fui capaz de me inclinar no banco.

Apesar de estar frio hoje, minha testa estava molhada de suor.

Não ser cuidadosa em Forks você precisaria ter muita criatividade, talvez mais do que eu tinha. Mas eu desejei poder encontrar algum jeito... Eu podia me sentir melhor se não estivesse segurando apertado, completamente sozinha, um pacto quebrado. Se eu fosse uma quebradora de pactos também. Mas como eu ia trair o meu lado do acordo, aqui nessa cidade tranquila?

Eu precisava de algum pico de adrenalina, mesmo que ele me deixasse extremamente depressiva depois.

Eu olhei pra fora pelo parabrisa por um longo momento, meus pensamentos se movendo lentamente, eu não parecia ser capaz de fazer esse pensamentos irem pra lugar nenhum. Desliguei o motor, que estava roncando de um jeito piedoso depois de ficar parado por tanto tempo, e saí nos chuviscos.

A chuva fria pingava nos meus cabelos e então fazia cócegas pelas minhas bochechas como lágrimas de água fresca. Isso ajudou a limpar minha cabeça. Eu pisquei pra tirar a água dos meus olhos, olhando pra o nada na estrada.

Após alguns minutos de caminhada, uma placa no quintal dos Markeses chamou minha atenção, era só um pedaço grande de cartolina encostado na caixa de correio deles, com letras pretas rabiscadas.

As vezes, o inesperado acontece.

Coincidência? Ou será que era pra ser?

Creio que naquela parte da cidade ter um pequeno pôster escrito “molly” não fosse tão perigoso.

Alguns jovens estavam na porta, muitos da escola, então fosse aquilo mesmo que eu pensava.

Então talvez isso não fosse o inesperado. Talvez houvessem outras maneiras de não ser cuidadosa, e eu apenas não tivesse aberto os olhos pra elas.

Apressei meu passo, atravessando o celeiro e entrando no pequeno casebre que havia ali. Entrei e uma música do Kendrick Lamar tocava em um som ambiente, haviam garotos e garotas espalhados pelos sofás, a luz negra exalava a mesma sensação que a casa dos Cullen exalavam no dia da festa. Estremeci com a memória.

-Bella! – Ouvi uma voz atrás de mim. Era a voz de Lila, alguma garota da escola, ela tinha seus um e setenta de altura, cabelo negro e sotaque inglês. – O que faz aqui?

-Vi a placa lá fora. – Respondi, tímida, não queria atenção para mim.

-Hummm, entendi. O que você procura?

-É você quem faz os negócios aqui?

Ela olhou ao redor, rindo.

-Supõe-se que sim...

E naquele momento eu tive uma ideia absurda.

-Dois blunts? – Perguntei. Sim, eu desisti, se eu usasse algo além de maconha seria capaz de eu me matar.

Ela abriu a pochete que estava em seu quadril e tirou dois cigarros de maconha.

-Cinco.

Assenti, pegando uma nota amassada no meu bolso, entregando-a e guardando os dois cigarros.

-Valeu, Lila.

-Volte sempre, Bella. – Ela sorriu, safada.

Eu estava louca ou ele flertou comigo?

Balancei a cabeça numa tentativa falha de afastar os pensamentos, e fui até a caminhonete seguir com meus planos.

Eu tentei amizade com todos naquela cidade, percebi que nenhum deles me entendia muito bem, mas eu ainda não havia tentado o rapaz cabeludo que estava no dia que ganhei minha caminhonete. Jacob. 

Então foi com uma prazo que eu corri rápido demais pelas ruas escurecidas pela tempestade. Eu esperava encontra Jacob sozinho. Billy provavelmente ia me dedurar se ele soubesse o que eu estava planejando.

Enquanto eu dirigia, eu me preocupei um pouco com a reação de Billy ao me ver. Ele ficaria contente demais. Na cabeça de Billy, sem dúvida, isso tinha funcionado muito melhor do que ele teria ousado esperar. Seu prazer e alívio só serviriam pra me lembrar de uma das coisas que eu não suportaria ser lembrada.

Hoje de novo não, eu implorei silenciosamente. Eu já estava desgastada.

A casa dos Black era vagamente familiar, uma pequena casa de madeira com janelas apertadas, a pintura fraca desgastada a deixava parecida com um celeiro. A cabeça de Jacob apareceu na janela antes mesmo que eu pudesse sair da caminhonete. Sem dúvida o barulho familiar do motor o havia avisado da minha chegada.

Ele me encontrou a meio caminho da casa.

-Bella! – Seu sorriso grande e excitado cresceu no seu rosto, seus dentes brilhantes formavam um vívido contraste com a cor ruiva escura da sua pele. Eu nunca tinha visto o cabelo dele fora do rabo de cavalo antes. Parecia que uma cortina de cetim estava cobrindo os dois lados do rosto largo dele.

Jacob havia alcançado um pouco do seu potencial nesses últimos oito meses. Ele já havia passado daquela fase em que os músculos suaves da infância ficam sólidos, naquela estrutura magra dos adolescentes, seus tendões e veias haviam ficado proeminentes embaixo da pele dos seus braços e mãos. O rosto dele ainda era doce como eu me lembrava, apesar dele ter endurecido também, as maçãs do rosto estavam mais altas, sua mandíbula ficou quadrada, todos os traços de infância desapareceram.

-Oi, Jacob! – Eu senti uma urgência de entusiasmo que não era familiar por causa do sorriso dele. Eu me dei conta de que estava feliz por vê-lo. Isso me surpreendeu.

Ele parou a alguns metros de mim, e eu encarei ele surpresa, inclinando minha cabeça pra trás apesar da chuva estar molhando meu rosto.

-Você cresceu de novo! – Eu acusei assombrada.

Ele sorriu.

-Entra! Você está ficando toda molhada.

Aquela frase fez meu eu extremamente infantil soltar uma risada.

Ele guiou o caminho, enrolando o cabelo nas mãos enquanto andava.

Ele puxou um elástico do bolso e o colocou no coque.

-Ei, pai. – Ele chamou enquanto se curvava pra passar pela porta da frente. – Olha que veio parar aqui.

Merda.

Billy estava na pequena sala quadrada, um livro nas mãos. Ele colocou o livro no colo e se empurrou pra frente quando me viu.

-Bem, mas quem diria! É bom te ver, Bella.

Nós balançamos as mãos.

-O que te trás aqui? Está tudo bem com Charlie?

-Sim, absolutamente. Eu só queria ver Jacob, faz uma eternidade que eu não o via.

Os olhos de Jacob brilharam com as minhas palavras. O sorriso dele era tão grande que parecia estar machucando as bochechas dele.

-Então, Bella, o que você quer fazer? – Jacob perguntou.

-Qualquer coisa. O que era que você estava fazendo antes da minha interrupção? – Eu estava estranhamente confortável aqui. Era familiar, mas só distantemente. Aqui não haviam lembranças dolorosas de um passado recente.

Jacob hesitou.

-Eu ia começar a trabalhar no meu carro, mas nós podemos fazer outra coisa...

-Podemos mexer no seu carro. – Falei, querendo uma oportunidade a sós com ele.

-Ok. Está lá atrás, na garagem.

Melhor ainda, eu pensei comigo mesma. Eu acenei pra Billy. Felizmente ele não disse merda.

Um monte de árvores grossas e moitas escondiam a sua garagem. A garagem não era mais do que dois abrigos pré-formados que foram colocados no seu interior com as paredes viradas pra fora.

Embaixo desse abrigo, em cima de blocos, estava o que pareciam com um carro completo.

-Como está indo? – Perguntei, apontando para o carro.

-Quase terminado. – Ele disse alegremente. E então sua voz caiu num tom mais baixo. – Meu pai cumpriu sua promessa na primavera passada.

-Ah...

Ele pareceu entender minha relutância em falar sobre o assunto. Eu tentei não me lembrar de maio passado, no baile. Jacob foi comprado pelo dinheiro do pai e partes do carro pra ir lá e me entregar uma mensagem. Acabou que a preocupação dele foi, no fim, desnecessária. Eu estava muito segura agora.

-Você fuma? – Uh, fui bem direta.

Ele levantou os ombros.

-Um pouco.

-Bem... – Eu torci os lábios enquanto considerava. Eu não tinha certeza de que ele conseguiria manter a boca fechada, mas eu não tinha muitas outras opções. – Quer fumar?

Ele assentiu, animado.

-Billy vai ver?

Ele piscou pra mim.

-Seremos rapidinhos.

Nós saímos pelo leste, nos escondendo entre as árvores quando estávamos na vista das janelas, fingindo não estarmos fazendo nada, só na dúvida.

Andamos um pouco pelo mato e chegamos em outro casebre, havia um toldo e três cadeiras, não hesitamos em nos sentar. A brisa que a chuva trazia, juntamente com a sensação gostosa de estar no campo era perfeita.

Em meio a risadas, lutamos para conseguir acender o cigarro devido a ventania, mas logo estávamos chapando.

Jacob só balançou a cabeça. Tudo isso fazia sentido perfeitamente pra ele.

Eu contemplei minha sorte. Só um garoto adolescente concordaria com isso: enganar nossos pais pra fumar maconha. Ele não perecia ver nada de errado nisso.

Jacob era um presente dos deuses naquele momento de caos.

-Seu pai disse que você toca. – Ele comentou, despreocupado.

Revirei os olhos. Charlie realmente falava sobre tudo.

-É...

-A gente poderia fazer alguma espécie de jam juntos, seria legal.

Realmente, não era uma má ideia, fazia um tempo que não achava ninguém para se divertir musicalmente comigo. Meu sorriso vacilou quando lembrei de quem costumava tocar comigo.

-Só passar lá em casa.

-Fico meio desconfortável em aparecer assim, do nada. – Ele respondeu, franzindo o cenho.

-É, mas relaxa, ‘tô te convidando. – Tentei relaxá-lo. – Mas e aí? Como ‘tá a escola?

-Uma merda, ‘tô pensando em sair... Não quero uma vida universitária ou sei lá, sinto que minha vida vai ser na oficina.

-Se é isso que você quer... tenta ao menos terminar o ensino médio. – Tentei aconselhar da melhor forma.

Ele assentiu, tragando o cigarro.

 

[...]

 

Cheguei em casa naquela noite e abri meu computador, há dias eu estava tentando criar coragem de enviar um e-mail para Edward, ele estava sendo um dos meus únicos amigos, eu precisava de alguém para conversar, então comecei a escrever na caixa de entrada:

 

Caro Edward,

A ansiedade e angustia estão cada vez mais se estabilizando, eu consigo aceitar todo esse processo, mesmo que tudo tenha sido rápido demais e sem respostas, mas no fundo consigo compreender, a vida de vocês deve ser muito complexa.

Um sexto sentido dentro de mim diz que Alice pode estar em perigo, e isso me preocupa, sinto que ela está angustiada e está prestes a sofrer, e essa dúvida cruel sobre seu estado me faz definhar um pouco.

De resto, sinto sua falta, de Jasper, Emmett, e até mesmo da carranca de Rosalie, espero poder ver todos vocês em algum momento novamente.

Fiz um novo amigo, Jacob, sinto que vocês não se gostam, mas creio que ele será uma amizade que me fará bem esses tempos.

                                                                                                   Abraços, Bella.

                                                                                                                 7 de janeiro de 2007


Notas Finais


Oi gente, obrigada pelos comentários do último capítulo, realmente fiquei muito feliz, se puderem, deixem um feedback nesse capítulo também :)

Novamente, link de Amor Sangrento, Spin-off desse livro com a história de Edward e Jasper: http://fics.me/21180154

Até a próxima xx


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