1. Spirit Fanfics >
  2. Twin Heart - "Coracão Gêmeo" >
  3. 19 - Sentimentos

História Twin Heart - "Coracão Gêmeo" - 19 - Sentimentos


Escrita por: Babi_Liz

Notas do Autor


Volteeeei <3
Curtam o capítulo, flores!

Capítulo 20 - 19 - Sentimentos


Fanfic / Fanfiction Twin Heart - "Coracão Gêmeo" - 19 - Sentimentos

"Clear é um robô."

Robô?

- ... É.. 

Não soube o que dizer. Na verdade, mal soube reagir. Minha boca estava aberta e sons aleatórios saiam por ela.

- Desculpe contar dessa forma. Sei que isso precisa de uma melhor explicação. Mas o que posso dizer é que Clear fazia parte de uma série de androides criados para... Se parecerem comigo em seu objetivo principal. Houveram vários erros e defeitos, mas o grupo de criação do Clear funcionava perfeitamente. Clear em especial, num fator único: Sentimentos.

- E, como... Como ele achou você?

- Bem, o seu "fator único" apresentava-se como um defeito para os criadores. E para o próprio Toue, em sua utilização, a sensibilidade de Clear era um problema. Então ele foi desligado e descartado. Até ser encontrado.

Eu não conseguia imaginar alguém que descartasse Clear. Mas então depois...

- Você falou sobre um senhor. Que cuidava dele... Quem é? - perguntei como uma criança aprendendo história. 

- Eu nunca o conheci. Isso porque... Clear diz que ele dorme, deitado em seu lugar favorito do jardim... Um dia visitei o lugar com ele, ficava atrás de um depósito de materiais. Ele estava enterrado. Já havia falecido.

Sorri levemente com a inocência e a beleza com a qual Clear tratara a morte. E sorri pelo senhor. Qualquer um que tenha criado Clear e mantido-o de forma tão... Especial, merecia o meu respeito.

- Ele recolheu Clear no meio de várias caixas e tentou ligá-lo com outras máquinas de lá. Quando teve sucesso, encontrou Clear. Disposto a servir e ser útil. E também ser amigo. Pelo que entendi, um dia ele viu outras máquinas parecidas e percebeu qual devia ser a real utilidade de Clear. Então... Quis protegê-lo de seu destino antigo. E o ensinou. O criou como uma criança, mesmo que ele tenha a aparência de um jovem adulto.
Por isso Clear nunca frequentou a escola. E por isso ele achou que havia me ouvido no dia em que você chegou aqui e disse que estava com sede. Ele meio que... percebe a minha voz. Relacionamos isso aos estudos que fizeram conosco. Acho que funciona com você também.

- .. uau. - ele riu. - Um robô. - ri também, de nervoso. - Ele... É um dos seres mais humanos que já conheci.

- Eu gosto de pensar assim, também. Ele é.. Muito extraordinário, não é? - concordei.

- Todos já sabem, né? - ele assentiu.

- Sabe, Noiz, como eu disse, não foi desde cedo inserido nos projetos da empresa da família. Mas sempre foi muito inteligente. Ele se aplicou a tudo quanto a internet, e redes, e hackers e outras coisas, que eu não entendo tão bem, muito novo. E sozinho. Quando nos conhecemos admito que me surpreendi ao ver ele consertando Clear e auxiliando ele em reparos. Atualmente, eu acharia estranho se ele não tivesse sido logo colocado em um alto cargo pelos pais. Ele é muito bom no que faz. - concordei. Não precisava de muito tempo convivendo com Noiz, eu já havia notado.  Ele era muito focado.

- Você tem um círculo muito especial de amigos, Aoba. - falei.

- Sim. Eu tenho, sim. - ele confirmou sorrindo.

- ... Mas, Aoba... Todos eles... São apenas amigos?

Aoba arregalou os olhos.

- C-como? - ele engasgou. - Mas..M-mas claro que somos todos amigos. E-eu, digo... Nós.. 

- Calma, Aoba! - falei balançando as mãos em frente do rosto. - Não entenda mal... Eu só... Tenho sentido coisas. Não de agora. Já faz um tempo... Além da minha intuição feminina que não é nada ruim.
  ... Desculpe. Eu posso estar dizendo besteira. Mas.. Sempre que os vejo, eu sinto que existe alguma coisa muito forte...

- ... Entre eu e Koujaku. - Aoba suspirou.

Concordei.

- Ah.. - Aoba ruborizou. - Liz-chan... - ele olhou pro próprio colo, tímido. - Não sei como dizer isso... É, que, tecnicamente, nós dois... Estamos juntos.

Meus ombros se ergueram imediatamente. Sabia!

Senti as borboletas no estômago e a temperatura aumentar e soube que Aoba estava envergonhado... E mais:

- Você está apaixonada por ele, Aoba. - ele arregalou os olhos. Soltou um riso nervoso, pegou uma almofada, cobriu o rosto e mexeu a cabeça de forma descoordenada. Ri, achando a cena fofa. Ele estava muito envergonhado em admitir seus sentimentos,

- E-eu sei. Pode parecer meio estranho, e nós dois somos amigos de infância, e somos dois homens e... - botei a mão na frente de seu rosto.

- Aoba. Não tem que questionar nada disso! Nem me deve explicações. Nem a ninguém. Se você o ama, e ele ama você... Eu já fico extremamente feliz com isso. De verdade.

- .. É. É que... Nunca achei que muitos comprrenderiam. Algumas pessoas, elas... Não entendem.

- Elas não tem que entender, elas precisam respeitar seu amor. O de vocês dois. E também, eu tenho exemplos de amigos homossexuais desde a infância. E atualmente, um dos meus melhores amigos também se interessa por meninos ^^

- É verdade?! - ele perguntou de maneira feliz e surpresa.

- Sim! Eu espero apresentá-los em breve. Vocês se dariam bem. 

- Tenho certeza que sim. -  Aoba se silenciou momentaneamente. -.. Obrigada, Liz-chan.

- Obrigada você. É bom me sentir por dentro de tudo finalmente. Agora...

- Agora? - olhei para Aoba de forma muito séria.

- Quando eu vou saber os detalhes do relacionamento? - questionei risonha, estampando contente um sorriso malicioso. Aoba voltou a ruborizar, mas riu ao responder:

- Okay. *risos* Vamos lá, não tem nada demais, por ora...

 

-------------------------------------

Nosso "nada demais", durou 4 horas aproximadamente. 

Passamos tooooda a madrugada conversando! 
Aoba me contou vários detalhes sobre a vida deles em Midorijima, como haviam sido os últimos anos e tentamos entender os momentos de nervoso que conforme ele passava, eu era atingida também.

Em certo momento ele me explicou que passou por certas descobertas que foram muito importantes nos últimos dois anos... Eu senti que essas descobertas eram coisas muito mais específicas. Mas eu lhe daria seu tempo pra explicar. Portanto, não questionei.

Aoba me contou que uma vez, antes de todos decidirem que sairíam definitivamente da ilha, Koujaku o abordou e finalmente as coisas pareceram crescer entre eles. E Aquecer, também, diga-se de passagem. Ele me disse que esse fora o primeiro beijo entre ele e Koujaku.
Minha luz da curiosidade apitou novamente, me perguntando "Então esse não fora O PRIMEIRO BEIJO  dele?". Mais uma vez, deixei isso de lado. Então, compartilhei com Aoba sobre o meu primeiro beijo.

- Hahahahah, um vaso de plantas? - Aoba ria, e eu queria me esconder. A conversa chegara a um ponto em que acabamos sentados um do lado do outro, na mesma cama, como amigos que confidenciam segredos.

- Eu o coloquei no rosto dele, e nessa hora ele nem pretendia me beijar... - Ri, levemente envergonhada. Faziam já quase 3 anos. Eu tinha 14 quando aconteceu. - Mas depois que me viu com vergonha foi quase instintivo, ele se aproximou e me deu um beijo. Bem infantil, sabe?

- Mas ruim? - Aoba falou com um sorrisinho.

- Não.. Não ruim. Tinha um leve gosto de terra de vaso... 

Aoba gargalhou. Muito! Eu o acompanhei.

- hahahaha.. Ah.. Ah meu Deus, Imouto-chan... - e Aoba continuou rindo. Mas eu precisei parar e avaliar sua fala. Imouto-chan.

Irmãzinha.

Virei o rosto e ri.

- Você me chamou de..? Ah, meu Deus! - Aoba também parou de rir e então colocou a mão atrás do nuca, num gesto bem desajeitado.

- Ah.. Eu.. Desculpe. Na verdade, saiu sem pens...

- Que fofo! ^^Eu acho "Imouto-chan" muito apropriado... - me concentrei tentando achar a palavra - ... Onii-chan.

Aoba arregalou os olhos de forma rápida e discreta, mas o brilho deles entregava que como eu, ele também havia gostado da forma como o chamei.

- Eu nunca... Tive um irmão mais novo. E... Ninguém para tratar como um. - ele riu. - Afinal, não é como se Noiz fosse aceitar ser tratado como um irmãozinho. E Clear... Não é como se ele tivesse somente a idade de criação... Ele pode ter a idade que quiser, falando tecnicamente.
  Mas agora, eu continuo não tendo um irmão mais novo. Tenho uma irmã. - ele me olhou.

- E eu, que sempre fui filha única também, agora tenho a sensação de verdade de ter um irmão mais velho. Né, Onii-chan? - ri me aproximando do lado dele.

- Sim, Imouto. - Aoba disse e passou o braço por cima do meu ombro. Naquele abraço sem jeito, mas cheio de carinho permanecemos por um tempo. Sei que já citei inúmeras vezes... Mas às vezes sinto que minha mente descobre a cada nova convivência com Aoba, sensações diferentes sobre se ter um irmão. E eu amo cada uma delas.

- ROAAARW. - olhei para Aoba, com um sorriso.

- Fome, Aoba? - ele olhava pro próprio estômago e então encarou o relógio.

- Já são quase 5 horas... Não dormimos nada. E o pior, não estou com sono. Acho que poderia passar o resto do dia conversando. - concordei. - Mas, sim. Estou com fome. Já fazem mais de 4 horas desde a última vez que comemos algo.

- Humm... Preparar o café da manhã? - perguntei.

- Ótima ideia! O que vamos fazer? - me questionei rapidamente, mas tive boas ideias.

- Já sei! Vamos descer, preciso separar ingredientes.

                                           -------------------------------------------

- Okay. Temos ovos, leite, sal, farinha e óleo. O que vamos fazer?

Tirei a cabeça de dentro da geladeira para responder Aoba. 
Havíamos dispensado os empregados e dissemos que cuidaríamos do café. Eles insistiram apenas para cuidarem do resto das refeições do dia e da limpeza da cozinha após o término da preparação. Concordamos. 
  Todos eram tão gentis e se mostravam tão dedicados a servir os meninos. E pela forma como Aoba sorria e tratava a todos, eu sabia que não era possível um comportamento diferente.

- Na verdade, é algo simples. Mas que com os acompanhamentos certos ficará uma delícia!

Aoba me observou tirar as geleias, as frutas vermelhas e o xarope de maple da geladeira. Ainda bem que eles estavam bem abastecidos. Coloquei tudo em cima da bancada e disse sorridente:

- Hoje, teremos panquecas!

- Panqueca?

- Sim ^^ Panqueca.

- ... Eu nunca comi.

- ...

- ...  É...

- VOCÊ NUNCA COMEU PANQUECA? - Aoba se sobressaltou e acabou quase do outro lado da cozinha.

- Ahh... Eu confesso que comecei a experimentar coisas novas atualmente. Eu nem sei se tenho ideia de como é uma panqueca...
 Obaa-chan sempre cozinhou muito bem, mas sempre tivemos de nos contentar com os ingredientes os quais abasteciam a ilha. Não tínhamos uma quantidade tão grande de opções quanto o continente, e coisas estrangeiras, menos ainda.

Respirei olhando a bancada. Como panquecas desde pequena. Não é nada extremamente luxuoso, mas trazia um bom ar familiar. Unia todos. Me lembrava infância.

Virei rapidamente na direção de Aoba.

- Onii-chan! Hoje, você vai provar a melhor panqueca que eu puder fazer!

Aoba permanecia levemente perplexo com meu estouro anterior, mas sorriu.

- Isso é tão legal de ouvir. - falou com carinho. - Bem, vamos lá! Eu ajudo você.

A manhã já estava começando extremamente bem. Ensinei Aoba a preparação básica de massa de panqueca, batendo todos os ingredientes e dando a ela aquele formato homogêneo e lisinho. O ensinei a espalhá-la na frigideira e acertar o tempo de virá-la. E ele se divertiu jogando-as pro ar!

Depois que já tínhamos preparado quase três pratos lotados de panquecas, decidi que era hora de separar os recheios.

- Aoba, onde está o jogo americano da mesa? 

- Ah, estão nas gavetas. Pode deixar, eu arrumo a mesa pro café. Eu não sou tão bom com a parte de finalizar pratos *risos*

- Haha, tudo bem. Obrigada. Vou adiantar aqui.

 Me lembrei da forma como papai separava as panquecas e deixava mamãe, menos dotada na cozinha, cuidar do recheio das panquecas. Sorri lembrando dos dois. Já tinha saudade deles, e era extremamente aocnchegante imaginá-los juntos da minha nova família, de forma tão saudável.

Peguei um dos pratos com as panquecas empilhadas  e as arrumei de forma reta. Coloquei os morangos, framboesas e blueberrys em potinhos separados e os coloquei ao lado do enrme prato. Vendo subir a fumacinha levando o delicioso cheiro das panquecas, servi o xarope de maple sobre elas com vontade.

Haviam ainda mais dois pratos. Em um eu decidi colocar as variedades de geléia dos lados pra que cada um pudesse se servir conforme o gosto. No outro, separei queijo ralado na geladeira e mexi alguns ovos pra complementar. Já tínhamos recheios salgados e doces.

- Que cheiro ótimo! - Aoba havia voltado na porta e olhava para as panquecas com olhinhos famintos. 

- Ah! Tomara que estejam boas. Eu já vou levar pra mesa.

- Certo. Eu deixei água fervendo para fazer café, então vou levar as xícaras pra mesa.

- Tudo bem. Pode deixar que eu passo o café. Já terminei aqui. - Aoba balançou a cabeça sorrindo em agradecimento e se retirou com a bandeja de xícaras.

 Peguei a chaleira e passei a água pelo coador. De repente comecei a ouvir vozes vindas da sala:

- Nem lembro a hora que fomos dormir... Eu larguei o idiota falando sozinho.

- Falando sozinho?! Eu já o estava ignorando a muito tempo.

- Hey, vocês! A essa hora da manhã não. Nem comecem. - não foi difícil perceber Aoba interrompendo a discussão de Noiz e Koujaku, já acordando com muita energia. Em seguida, a doce voz de Clear encheu o ambiente:

- Ohayoooo! Master! Mas... Uau! - ele parou sua fala abruptamente. - Que cheiro bom! O que é isso?

- É verdade. O que os cozinheiros decidiram fazer? - perguntou Noiz.

- Parece bom, é verdade.

- Aoba. - a voz de dona Tae calou a sala. - Onde está a sua irmã? - Aoba deu um risinho.

- Ohayo, Obaa-chan. Eu já vou buscá-la. - ouvi os passos de Aoba vindo até a cozinha. Nós dois estávamos contentes, e era impossível não sentir isso em cada repuxão nos músculos das bochechas que esboçavam um sorriso. Quando Aoba chegou, tomou a garrafa de café e a colocou em uma bandeja. - Posso levar?

- Claro, estou bem atrás de você ^^ . - Peguei a bandeja onde estavam os pratos com as panquecas doces. Olhei de cima e tudo parecia bom. Eu esperava que estivesse, não queria decepcionar a todos.

Chegamos a sala e eu sorri para o pessoal na mesa.

- Bom dia! - falei. Instantaneamente, a maioria sorriu de volta ou acenou para mim. Coloquei a bandeja na mesa, ao lado das xícaras e da garrafa de café, e automaticamente escutei alguns suspiros de surpresa.

- Pequena Liz, foi você quem fez isso? - dona Tae olhava a comida com admiração e parecia feliz. Poder de felicidade de panquecas! - eu assenti com um aceno, e vi Aoba trazer o outro prato com as panquecas com queijo.

- A Liz-chan me ensinou agora cedo a fazer! São panquecas. Você já tinha comido, vó? - Aoba perguntou.

- Já faz tanto tempo... Na época em que estudei fora. Nem sei se me lembro do gosto de uma panqueca. - ela me olhou. - Que meigo de sua parte fazer isso para nós, Liz.

- Imagine. Eu queria cuidar do café, ao menos hoje. - fui até ela e dei-lhe um abraço. - Não é nada demais.

- Você é uma pessoa muito espirituosa. Tem jeito pra grandeza - me senti envergonhar com suas palavras, mas agradeci num sorriso. - ... Eu espero que esses animais saibam se comportar provando de seu prato. 

Dona Tae lançou um olhar sério a todos, e cada um se virou corretamente em seu lugar na mesa. Eu olhei rapidamente pros locais disponíveis, e vi que Koujaku havia se sentado ao laod de uma cadeira vazia. Dei a volta ao redor da mesa da forma mais rápida e discreta possível, mantendo aquele lugar vago para Aoba. Me sentei e vi Aoba se posicionar ao lado e Koujaku devagar.
  Ele olhou para mim com olhos semicerrados e um sorriso discreto, de quem sabia o que eu estava fazendo. Não pude deixar de sorrir comigo mesma.

Me senti levemente observada, e quando olhei a minha esquerda, Noiz apoiava um cotovelo na mesa, olhando em minha direção. Sustentei seu olhar por tempo suficiente para que ele erguesse uma sobrancelha e então desse, como sempre, aquele sorrisinho de lado dele. Me virei para meu prato, mas não sem notar Aoba analisando o amigo. Noiz o olhou, e ignorou seu olhar completamente.
  Eu, definitivamente, não conseguia compreender Noiz.

-----------------------------------------

No fim, a comida estava realmente gostosa. Mesmo que a modéstia me impedisse de dizê-lo, todo o pessoal aprovou as panquecas. Koujaku fez questão de repetir várias vezes, e creio que todos provaram ao menos uma de cada prato. Sei que não sobraram panquecas.

   Saí do banheiro contente, feliz com o início do dia. Havia trocado meu pijama e agora vestia uma regata, um colete de renda, shorts jeans e tênis. Prendi o cabelo em um coque e desci as escadas. Não havia ninguém na sala. 
   Aoba disse que havia prometido ir a feira com dona Tae. Ela me disse pra ficar e descansar. Os meninos acabaram se dispersando um por um e eu me despedi do Aoba quando subimos as escadas. Ele dissera que não demoraria. Fazia apenas 15 minutos desde que ele e dona Tae foram.

   Passei pela sala vazia e sai pela entrada dos fundos, no qual havíamos tido o jantar na última noite. Segui pela direita, além da área que havia sido decorada. Para o fim da lateral da casa, pude ver uma piscina. O sol brilhava e refletia a água dando ainda mais vontade de pular nela. Mas minha atenção foi tirada da piscina quando encontrei um portãozinho branco à esquerda, alguns bons metros antes da área da piscina. Curiosa, passei por ele.

Era praticamente um tipo de pracinha particular. Bancos dos dois lados, flores brancas e um balanço bem no final. Espalhados em um dos bancos, livros aleatórios sobre  muitas coisas e assuntos. Olhei alguns títulos e achei que cairia bem ler poemas de Clarice Lispector algumas vezes.

Peguei o livro e fui até o balanço, me sentando de costas para o portão.. Me sentei e olhei pro céu. Ele parecia confortável com as nuvens branquinhas passeando. Balancei um pouco e senti o vento passar direto pelo rosto. Inspirei e abri o livro em uma página aleatória. Li "O Sonho",  e fui sorrindo para as páginas conforme as passava. O clima me remetia a tantas músicas, que comecei a cantarolar. Lembrei de Castiel... Explicando-me sobre harmonia. E assim, o livro perdeu um pouco da minha atenção, que comecei a murmurar as músicas mais alto.

- Sua voz me faz feliz, Senhorita. - me virei rápido, num leve susto. 
    Clear. Ele tinha um sorriso fofo nos lábios e os braços estavam estendidos. Quando olhei na direção de suas mãos, vi ali uma rosa.

Clear abriu ainda mais o sorriso ao dizer:

- Eu colhi para a Senhorita! - disse e aproximou mais a flor de mim. 

Peguei a rosa nas mãos, olhando o vermelho sangue com o qual a antureza a tingiu. Haviam áreas redondas marcadas, de onde Clear provavelmente tirara os espinhos, para que eu não me furasse.

- É linda! - falei agradecida. - Eu não havia visto dessas no jardim. Eu amei! 

- Tem uma roseira alta no fim do terreno. Ela estava lá, bem no topo.

- E você a trouxe para mim? - falei realmente agraciada por sua atitude.

- Sim. Eu a vi sozinha, e quis dar a ela companhia. E então, eu ouvi a sua voz.

- Mas.. De tão longe?! 

- Sua voz é como a do Master. ^^ Eu virei sempre que a ouvir. 

 Virei o rosto pra admirar a criatura doce na minah frente. Então me recordei...
"Um robô".

 Não era possível. Ou era? Uma máquina podia ser mais meiga que um ser humano? Mais solidário e gentil? 

Ou era Clear que parecia mais humano que a maioria?

Ele sorria como criança, e agia de forma natural, como uma. Isso já o dava a pureza necessária para ser essa pessoa incrível.

 Peguei a mão de Clear. Não era metálica, dura, ou mesmo fria. Tudo nele era tão real, tão bem feito, tão minusciosamente criado... Que ele parecia uma obra natural.
Olhei a rosa vermelha, que antes estava sozinha, e olhei bem fundo nos olhos cor-de-rosa de Clear.

Eles eram tão semelhantes. Únicos a sua própria maneira, e de forma inevitável, quase irreais.

- Muito obrigada, Clear. Eu vou cuidar dela com carinho. E prometo ser boa companhia pra ela. - ele sorriu.

- Eu sabia que iria, Senhorita! - ri com seu modo animado de falar.

- E você, quer que eu faça companhia pra você também? - Os olhos de Clear se encheram do mesmo brilho de sempre mas que eu não cansava de olhar. Ele correu até o balanço ao meu lado.

- Quero! - ele se sentou e começou a se mover. Coloquei o livro de lado, e também balancei. 

Era como virar criança novamente. E de repente, eu senti falta da minha infância, dos meus velhos amigos.

"Como será que estão todos?" 

- Senhorita? - olhei para o lado. Devia estar viajando em memórias até que Clear me chamasse.

- Sim?

- Posso cantar uma música pra você? - ele pediu com carinho, e, imediatamente, senti que era algo importante.

- Claro, eu iria adorar. - pedi.

E quando Clear começou, descobri definitivamente que escolhemos nosso destino. Pois nunca vi tanto sentimento em algo criado para servir.


Notas Finais


Oi Minna! <3

Espero que tenham curtido o capítulo ><

Sei que a demora dos capítulos está incondicionalmente chata, mas tempo é algo com o qual não tenho conseguido lidar.
Peço que ignorem qualquer horário e agenda anteriormente feito por mim, certo? Eu cooom certeza não pararei a fic, mas não consigo arrumar um horário fixo para atualizar as postagens. :/

Goumen.

Porém, não se preocupem. ^^ Tenho toda uma pauta e cronologia pra fic, e não pretendo encerrar as atividades dela tão cedo.

Obrigada por cada leitura, tá?

Amo vocês!


Lembrando que a fic também é postada no Wattpad!

Link da fic no wattpad: https://www.wattpad.com/story/64283013-twin-heart-corac%C3%A3o-g%C3%AAmeo

Animes pra acompanhar a história: Dramatical Murders (http://www.animeai.net/247170.html) / Amnesia (http://www.animeai.net/23193.html)

Querem me dar um oi? Minhas redes sociais aqui:

Facebook: Bárbara Liz (não esqueçam de me avisar que mandaram, no face eu não aceito muito desconhecido)

Twitter: barbara_liz8

Snap: babiliz8

Insta: babiliz_

Minha conta no AD: babilizmalik

Arigato minna-san! Até a próxima!


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...