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História Twin Heart - "Coracão Gêmeo" - 10 - Milagres


Escrita por: Babi_Liz

Notas do Autor


Vejam as notas finais do capítulo!! Tem presente pra vocês <3
Boa leitura, Minna-san!

Capítulo 10 - 10 - Milagres


Fanfic / Fanfiction Twin Heart - "Coracão Gêmeo" - 10 - Milagres

Foi espetacularmente confuso.

Tirei Aoba da rua, que exitava um pouco e parecia muito nervoso. Repetiu várias vezes que só havia seguido Obaa-chan para ajudá-la com qualquer coisa. 

Mas eu sabia que independente de isso ser ou não verdade, Aoba era agora uma pessoa a qual eu queria presença na minha vida. E isso com certeza não aconteceria em segredo.

Puxei ele escadaria acima. Abri a porta e apenas disse: "Respira. Espera."

Então o deixei do lado de fora.

Meus pais e Tae ainda estavam no mesmo lugar paralisados. Dona Tae parecia desconfiar do que estava havendo. Então, eu decidi não prolongar as coisas.

- Vocês precisam saber de alguém... Porque... Depois que eu soube, vi que tudo mudaria diante disso. - respirei fundo. - Dona Tae pode me ajudar a explicar sobre "isso" também.

Meus pais me olhavam preocupados, mas com um tom de curiosidade levemente maior.

Encostei na maçaneta. 

"Tudo bem. Só... fique calmo." - pedi

"..."

"Por favor."


"... Eu vou tentar." - respondeu.

Abaixei a maçaneta. Sai da frente da porta. E puxei.

...

Bem, vocês conhecem a expressão:  "A curiosidade matou o gato" ?

... Bem, ela não matou o gato, mas desmaiou minha mãe. Ela se esticou tanto para ver quem vinha que... Foi um choque.

A meia hora seguinte resume-se em dona Tae entregando chá para a mamãe e pedindo calma em todo momento. Papai não disse uma palavra, mas seus olhos estavam mais abertos que o comum. Aoba pediu desculpas 15416 vezes. E eu tentei explicar tudo da melhor forma possível. Quando meus pais estavam finalmente "calmos" e sentados no sofá, dona Tae em pé, pois dizia que não era nenhuma velha incapaz e Aoba sentado na poltrona, eu me direcionei no centro da sala, em frente a TV. Olhei para todos e comecei.

- Mãe, pai. Esse é Aoba. Ele é neto da dona Tae. Não por sangue de verdade, mas ele surgiu da mesma experiência que eu, a citada antes. Só que... Enquanto os exames ainda eram feitos, e enquanto vocês não pediram pelo tratamento e tudo o mais... Bem, Aoba já tinha nascido.
Ele tem 22 anos. Nos esbarramos por acaso na feira literário, no dia do meu aniversário.

Mamãe arregalou os olhos. Afinal, ela tão perto e tudo há apenas 1 semana antes.

- No fim... foi como dissemos, dona Tae me encontrou no caminho do colégio... Eu conheci realmente ele ontem.

Meus pais pareciam dois indivíduos que acabaram de descobrir que a terra gira. Aoba ficou quieto o tempo todo, mas meus pais decidiram observá-lo justo quando olhamos pra baixo e então levamos a mão a nuca. Ao mesmo tempo.
Sempre tive essa mania quando fico nervosa. Meus pais sabiam bem... 

Isso até tirou um suspiro de minha mãe.

Dona Tae me ajudou e deu uma leve explicação de toda a história sobre DNA. Então concluiu:

- Por mais estranho que seja, nossas crianças são gêmeos em DNA. Células diversas, diferentes, de outras descendências... Mas ainda sim com genes dominantes iguais.

Papai tomou voz.

- Isso... É impressionante. Chega a ser uma loucura. Eu chamaria de impossível, mas... - ele olhou para nós dois. - ... Está aqui na minha frente. Minha filha e... Aoba, sim?

Aoba assentiu, com um tanto de vergonha. Por algum motivo colocar Aoba no fim da frase me doeu um pouco. "E meu irmão" eu queria dizer. 

- Mas... Gêmeos? Não é meio exagerado de dizer? - ele perguntou. - Sim, eu entendo. É mais do que aparente, só que... Não seria simplesmente um caso estético? 

Nessa hora comecei a rir. Meus pais me olharam confusos, papai até com certa expressão brava. Eu sabia que era muita informação para eles, mas não pude evitar. Aoba riu baixinho comigo. Sabia o que estava pensando.

- Okay. Calma. - me levantei, andei até perto do corredor e me virei para eles. - Papai, levante alguns números de dedos, faça sinais, alguma coisa. Eu vou até o meu quarto.

- ... Mas o que vo.. - ele começou. Mamãe um ponto de interrogação puro.

- Por favor, faça! Você vai entender algo. "Gêmeo" não é um termo exagerado.

Fui até meu quarto. Bati a porta um pouco mais forte que o normal para provar que estava distante. Fui até minha janela, respirei fundo.

"Oi." - falei.

"Olá"

"É só me contar o que acontecer." - pedi a Aoba.

 

Um silêncio se seguiu. Dali eu não podia ouvir muito. Escutava os carros na rua, via parte dos prédios. O apartamento pareceu deserto por um momento.

 

"... 4" - ele disse.

- QUATRO! - gritei.

 

...

 

"9"

- NOVE!

 

Silêncio.

...

- O número um em cada mão... Ah, com os dedos indicadores!

Aoba me passava as informações. Calmo. Claro. Eu dizia tudo com confiança. Me senti um informante com um ponto eletrônico. Mas o meu tinha nome, metabolismo vivo e cabelo azul.

- ... O senhor pegou uma xícara de chá, entregou para mamãe. Se sentou no braço do sofá. Foi até o corredor. Voltou. Mostrou 3 dedos. 6. 8 dedos. 4 em cada mão... Mamãe... Derrubou a xícara.
...
Quebrou.

Após isso, voltei caminhando até a sala.

A xícara já vazia quebrada em 4 pedaços. Meu pai de pé nos observando. Mamãe tinha as duas mãos levadas a boca. Aoba estava exatamente no mesmo lugar. E dona Tae séria, impassível como sempre

- Não.. Não pode. Como vocês...?

- Gêmeos podem ter conexões. A grande maioria tem. Eu já havia estudado sobre. É raro chegar a níveis estrondosos de comunicação. Mas esse dois são raridades por eles mesmos.

- ... Deve haver algo. Vocês não..? - meu pai sempre foi uma pessoa mais levada ao lado cético. Não havia muito irrealismo na sua vida. (Irônico, não?). Meu cabelo devia bastar para seu entendimento...

- Phillipe! - mamãe finalmente disse algo. Ela juntava os cacos da xícara, colocou num pires e se levantou. Suas pernas balançaram rapidamente mas se tornaram firmes. Colocou o pires na mesa e se voltou para todos, que prestávamos total atenção nela. - Não queira mais explicações. Olhe a nossa filha. Esse jovem. Esses dois existem. Estão aqui, vivos. Eu não ligo para nada do que eles tem dentro de si. Nem como são tão parecidos. Liz é o meu milagre. Aoba é um também.

Ela andou até nós dois. Olhou fundo nos meus olhos e tocou no meu cabelo. Ainda com a mão nele, olhou para Aoba. Subiu sua mão devagar e eu pensei ter visto ele se afastar um pouco. Mas quando a mão de mamãe tocou o topo de sua cabeça ele relaxou.

E então. Choque. Muito leve, mas perceptível. Ela nos olhou um tanto quanto perplexa. Mas muito feliz. E então riu.

- Hahaha... Minha nossa. - disse nos olhando. Então se virou para meu pai. - Você tem dois milagres dentro de casa, Phillipe. Tem coisas na vida que não se questiona.

Papai ainda parecia desacreditado. Mas naquele momento eu, mamãe e Aoba sorríamos.

Ele não tinha porque se manter tão sério. E quando a ficha caiu.. Ele chorou.

- Eu... Preciso de uma água, com licença... - e saiu tentando disfarçar. Como isso era ligeiramente óbvio, todos na sala sorriram enquanto apenas os passos de papai geravam algum barulho pela casa.

Mamãe se levantou de nosso entorno. 

- Falando em tomar algo... Aoba, sente-se. - ela disse indicando a mesa. - Foram muitas emoções e você deve comer algo. - Aoba exitou um pouco mas eu o empurrei até a mesa. Então sentei na frente dele e voltei a experimentar as coisas que havíamos comprado. Logo todos estavam na mesa, inclusive papai que voltara sem um resquício de choro. Homens...

Eu observei Aoba. Ele aprecia meio constrangido e olhava a mesa com curiosidade mas sem realmente saber o que fazer. Imaginei que tanto pela situação quanto as comidas a sua frente. Elas não deviam ser comuns pra ele.

Peguei um pires da mesa e juntei croissant, petit fours e dois macarons. Coloquei uma xícara de chá no centro e entreguei pra ele.

Ele me olhou com certa vergonha, mas sorriu. Eu então comi um macaron.

Ele olhou em seu prato, pegou um dos que entreguei a ele. E então mordeu.

Acho que o mais engraçado foi notar que todos na mesa estavam observando a cena. Aposto que ninguém se arrependeu.

- .. Uau! É bom! - ele disse pegando o outro em seguida. - Obaa-chan! Se você aprender a fazer isso.. Ficará ainda melhor! - ele dizia animado e observando o prato com curiosidade, provando tudo que dei a ele.

Seus olhos brilhavam. Me perguntei se os meus ficavam daquela forma quando estava feliz...

- Haha. Querido, pode pegar mais. Que bom que gostou de culinária francesa! - minha mãe disse.

- Eu gostei muito! Muito obrigada, dona Lucia. - ele disse se virando para ela. Minha mãe se surpreendeu. E eu não tirava a razão dela. Ela estava acostumada com um rosto muito parecido sorrindo daquele jeito... O meu. 

Ela sorriu emocionada e disse um "imagine".

Papai observava toda a cena. Dona Tae parecia com ele em alguns momentos. E ele com ela. Era divertido.

Mamãe iniciou uma conversa sobre comida com dona Tae, e logo estavam todos envolvidos em um diálogo aberto. Uma coisa muito... familiar.

Logo, fui eu quem ficou observando a cena, sorridente. 

Meus pais felizes apesar da grande confusão que fora nossa tarde.  Dona Tae com um ar sereno e leve. Aoba se sentindo confortável naquele meio. E estava comigo. Eu podia sentir o coração dele bater. Sorri pensando nisso. Foi o momento em que ele tirou a atenção da comida e encontrou meu olhar. Sorrimos. 

"Obrigada" - ele disse.

"Pelo quê?'' - perguntei

"Me deixar viver isso." 

Ri.

" Então, eu quem agradeço."

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 - Aoba, está tarde, devemos ir.

- Jáaa? - dissemos eu e Aoba ao mesmo tempo, protestando contra a frase direta de dona Tae.

Meus pais riram.

- Ora, não está tarde, dona Tae. Acabaram de dar 20:00. Não se preocupem, vocês podem ficar. Duvido que esses dois queiram se desgrudar tão cedo. - Mamãe disse nos olhando. Abri um largo sorriso e Aoba riu. 

- Eu agradeço toda a hospitalidade e tudo que fizeram tornando essa conversa possível. Mas não estamos sozinhos na França, como meu neto tonto deve ter esquecido. Logo perguntarão por nós.

Aoba ruborizou, mas manteve uma expressão neutra. Ele pareceu ter se lembrado da situação que dona Tae falou.

- Ahh, entendo. Vieram com a família?

Dona Tae meneou a cabeça e Aoba a observou. então foi ele quem respondeu.

- É, de certa forma sim. E alguns amigos meus. - ele disse com naturalidade. 
Me recordei que os pais dele provavelmente estavam mortos... Mesmo que a mãe adotiva de Aoba não fosse mesmo filha de dona Tae, ela cuidara dela como uma. Ela era sua família...

- Ah, bem.. De toda forma, vocês estão convidados a voltar. Temos muito pra conversar ainda. Eu... já gosto muito de vocês,não é como se fosse difícil. - mamãe disse por fim, acompanhada do aceno positivo de meu pai. Significava muito.

Aoba e dona Tae sorriram agradecidos. Ela segurou minha mão e tocou meu rosto contente. Me deu um abraço carinhosos e se encaminhou para a porta.

Aoba olhou para mim e eu via certo desânimo em seu rosto. Mas tinha certeza que era o mesmo do meu. Pela separação, por ir embora.

Era muito estranho. Eu tive uma infância com muitos amigos, mas sempre fui filha única. Ter alguém por perto, principalmente por conta das mudanças de casa, sempre me fez certa falta.

Agora que eu tinha Aoba ali, parecia que sempre havia tido. Não queríamos nos separar justo agora.

Mas então nos abraçamos. Fiquei ali sentindo toda a harmonia das ondas do nosso abraço... Era como navegar no mar calmo... Azul... Pacífico.

- Você podia passar em casa durante a semana! - ele disse. - Eu quero apresentar você pros outros. É... Se os seus pais deixarem, claro.

Foi impossível não sorrir com o convite. Olhei pros meus pais com o olhar pidão e minha mãe riu enquanto que até meu pai dava um sorriso. Ótimo sinal!

- Claro, marquem um dia, e podemos ver. Afinal depois dessa semana começam as suas férias querida.  Vocês não podiam ter se encontrado em hora mais oportuna. - riu.

A lembrança me deixou ainda mais animada. Eu teria muuito tempo pra conhecer Aoba. 

Terminamos de nos despedir. Aoba e dona Tae se dirigiram até um carro próximo da esquina. Ele era elegante e bonito, provavelmente do dono daquela linda casa.

Entraram e partiram... 

Agora só havia um milagre na casa.

A conversa com meus pais após a ida deles foi tranquila. Não houve bronca pela minha saída a um lugar desconhecido nem nada do tipo. Eles estavam felizes. Mamãe contou como fora quando ela descobriu que tinha problemas em sua ovulação que dificultavam bastante suas chances de engravidar. Ela tinha 24 anos quando decidiu que faria o tratamento Me teve aos 26. E ali chegamos nós, todos abraçados no sofá de casa. Em um dos melhores momentos que eu poderia gravar na memória.

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  O dia seguinte nasceu animado. Uma segunda-feira ensolarada, e já trazendo o verão aos poucos... Minha felicidade podia ser  guardado em centenas de potinhos, pois ela transbordava. Fui andando até o colégio pelo parque, e minha agitação era tanta que chegava a dar fome! Passei na lanchonete e comprei um milk-shake de caramelo com café, e deixei a cafeína fazer efeito me deixando ainda mais feliz.

Quando estava perto do colégio, meu celular apitou.

Depois de ler a mensagem, conclui, as coisas só tendiam a melhorar!


Notas Finais


VOCÊS TEM QUE LER!

Hey hey, Minna-san! Cá estou, com mais um capítulo de TH <3

O 10º capítulo! Eu, amando escrever essa fic, e amando observar o desenvolver dela, decidi trazer um presentinho pra comemorarmos juntos.
Um vídeo bônus curtinho de Twin Heart, só pra agradecer vocês meus leitores, pelos comentários, visualizações, favoritos que vocês deixaram e me fizeram muuuito feliz! De verdade!

Aqui o link: https://youtu.be/KW4RbABFJa0
Espero mesmo que gostem!

Em breve tem mais, pessoinhas!



Lembrando que a fic também é postada no Spirit!

Spirit: https://spiritfanfics.com/historia/twin-heart--coracao-gemeo-5258636


Animes pra acompanhar a história: Dramatical Murders (http://www.animeai.net/247170.html) / Amnesia (http://www.animeai.net/23193.html)


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Arigato minna-san! Até a próxima!


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