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História Twins - You are testing me


Escrita por: luhandjob

Notas do Autor


Como prometido, cap novo ^-^
Boa leitura (:

Capítulo 15 - You are testing me


 

Tom POV

Mesmo após certo tempo, mantive meu olhar fixo em meu reflexo no espelho. Porque aquilo estava acontecendo comigo?

Ou melhor, o que foi aquilo?

Era estranho ter tal tipo de sonho relacionado a um homem, ainda mais quando esse homem é meu irmão. Sequer sei se posso explicar a mim mesmo o porquê daquilo.

Ao mesmo tempo em que queria afastar as lembranças, queria poder tocar sua pele, sentir seu gosto, cheirar o perfume que emanavam de seus cabelos naquela ilusão especialmente criada em minha mente. Parecia proposital me deixar louco. Louco por querer mais, louco por querer esquecer, louco por me sentir errado.

Saí pela porta do banheiro enquanto a mesma batia ruidosamente atrás de mim. Vesti roupas apropriadas apressadamente e logo já caminhava até a porta de minha própria casa, rumo à rua. Precisava sair de casa e tentar me divertir. Precisava, mais do que tudo, tirar aquele sonho da minha mente e a idéia que o acompanhava, martelando insistentemente e destruindo, aos poucos, os pensamentos racionais que ainda me restavam.

Cheguei ao pequeno shopping das redondezas, que mais se assemelhava a uma galeria devido a seu diminuto tamanho, em poucos minutos de caminhada. Não costumava sair da cidade ou ir a lugares demasiadamente distantes do entorno de minha casa, e hoje não seria diferente. Era um lugar pequeno, pouco visitado, perfeito para cumprir minhas metas de manter-me longe de pessoas conhecidas. Tudo o que eu precisava era ficar sozinho.

Sentei-me em uma das mesas de um estabelecimento fast food e ali fiquei, quieto, praticamente imóvel. As pessoas passavam continuamente, as mesas trocavam de ocupantes, as filas enchiam e esvaziavam e o movimento era sempre constante. Rostos estranhos, diferentes, emoções diferentes. Alguns pareciam alegres como se não houvesse amanhã, crianças comiam sorridentes, mães se ocupavam em cuidar daqueles pequenos que as acompanhavam, mas todos tinham em comum algo que me faltava.

Compreensão.

Porque me faltava compreender o que todas aquelas mudanças de fato representavam em minha vida. O que era minha vida e o que ela é agora. E, principalmente, no que se transformou a minha família.

Minha mãe, que antes era sorridente e parecia possuir um brilho próprio e único, via-se chorando pelos cantos, calada. Gordon mal parecia existir, já que quando não estava no trabalho, tentava distrair minha mãe de problemas que a pudessem perturbar ainda mais. E Bill, bem... Bill não mais existia ali. Éramos apenas nós três e aquele eterno vazio.

E assim como Bill não existia, tampouco eu estava naquela casa. Não que eu me queixe por não receber atenção, não completamente, mas me queixo por ver que, ao invés de me punir como sempre o fez, Simone mal tinha forças para manter-se de pé todas as manhãs. Meu erro fora grave, sim, muito mais do que eu poderia prever.

Mas não era tarde demais para tentar corrigi-lo, certo?

 

Bill POV

Era estranhamente prazeroso vestir aquele uniforme de trabalho. Sentir-me, de alguma forma, útil era renovador. E perceber que eu estava progredindo mesmo depois de tudo, era ainda mais.

O trabalho não era dos mais leves, mas eu não tinha do que reclamar. Dividia minhas despesas no apartamento com Mia e supria possíveis necessidades extras. Meu novo lar era quase perfeito.

Quase. Se não fosse por um pequeno detalhe.

Minha vida jamais voltaria a ser a mesma de quando morava na pacata Leipzig, e Tom jamais voltaria a ser o que eu poderia chamar de irmão. Porque sim, esquecer seu rosto raivoso enquanto me cuspia palavras ríspidas e me batia de formas diversas ficaria gravado em minha memória, como se cravado por facas em pedras e, mesmo com o tempo, ainda estariam ali, intocadas. Eu gostaria de esquecer, ou ao menos perdoá-lo, mas não me parece que tenho tamanha sabedoria para atos tão nobres.

O que me remete a ligação de minha mãe. É como se eu ainda não compreendesse a realidade por completo, como se não entendesse que realmente conversei com ela, mesmo que apenas por telefone. Não pude sentir o toque suave de seus dedos sobre as maçãs de meu rosto, mas ouvi sua voz doce que me preenchia o coração. O que, na ocasião, parecia fraca e distorcida da que eu me lembrava.

As palavras pareciam engasgadas em minha garganta durante aqueles poucos minutos, e minha mente não parecia rápida o suficiente para filtrar tamanha confusão em palavras que fizessem sentido. Era como um turbilhão de sentimentos que deveria ser desfeito em minutos, a ponto de se transformar em uma suave brisa. Eu chamaria de improvável a possibilidade de expressar tudo o que desejava em tão pouco tempo, muito menos considerando o fato da ligação surpresa. Fora pego desprevenido, e minhas emoções sofreram diretamente com o fato.

A realidade parecia me fugir em tamanhos pensamentos, já que apenas percebi que estava de pé atrás de um dos balcões do restaurante, em pleno horário de trabalho. Tentei disfarçar o quão aéreo deveria parecer e voltar ao trabalho, quando percebi um incômodo.

Em uma das mesas, sendo atendido por Mia, um homem, não muito mais velho do que eu, cabelos escuros e ar sério mantinha seus claros olhos sobre mim. Mesmo com Mia ao seu lado anotando seus pedidos, ele sequer desviava seu olhar de mim, como se eu fosse algo que pudesse prender a atenção de alguém de tal forma. Sentia-me devassado, constrangido e irritantemente impossibilitado de impedir seu olhar penetrante de prender-se em mim.

Quase agradeci aos céus quando um novo cliente sentava-se em uma mesa distante a do sujeito de olhos claros e, como um bom funcionário que faria de tudo para ser útil e sair de seu campo de visão, andei até o recém chegado.

**********

 

Estava sentado sobre o sofá, esperando enquanto Mia ainda tomava banho. Era irritante sua mania de sempre ser a primeira a se trancar no banheiro quando chegamos do trabalho, e a convivência já não mais me obrigava a levar aquilo como um ato de cavalheirismo da minha parte.

Entediante esperar enquanto procurava algo interessante nos canais da televisão, eu diria. Ao menos podia ouvir o som da água do chuveiro caindo sobre o chão, poderia saber de antemão quando ela acabaria com meu mau humor e me deixaria em paz ao menos por um tempo. Eu não a repudio, não leve a mal, é apenas algo chamado “amizade”.

O toque do telefone fixo ecoando pelo ambiente apenas me fez praguejar baixo. Quem seria o afortunado a me importunar em tal péssima hora?

Apenas levei o telefone ao ouvido, falando baixo e, provavelmente, soando rude. Mas a surpresa do som que ouvira do outro lado da linha fora capaz de espantar até mesmo tamanho mau humor.

- Alô? – a voz rouca questionava enquanto eu apenas conseguia permanecer em silêncio.


Notas Finais


Pequeno ne, poise >< É que eu precisava explicar algumas coisas e talz... Mas no próximo eu acho que vcs ficam mais felizes xD
Algo a dizer, xingamentos, abraços ou qualquer coisa? kk


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